Lebanon, Kansas. Burker dos homens de letras.
- Sabe, Sammy. Eu acho que a sorte esta do nosso lado! – falou Dean entusiasmado abrindo a porta.
- Voce esta se referindo a lâmina? – perguntou Sam curioso.
- Não somente ela, mas também por termos passado a perna na Bela. Ela ainda deve estar surtando por não ter conseguido a caveira de cristal. E o Crowley matou os demônios que estavam quebrando os pactos pela metade. – Eles entram no bunker e se deparam com Castiel lendo um livro. – Cas? Há quanto tempo esta esperando?
- Não muito tempo e como esta sua coluna, Dean? – perguntou Castiel colocando o livro sobre a mesa.
- Hã... Bem, por quê? – falou Dean estranhando e Sam franziu a testa sem entender nada.
- Eu esbarrei com sua massagista...
- Minha o quê?
- Sua massagista. Ela não pode ficar se não seria demitida. Parece que ela tem problema com pontualidade no trabalho.
- Como é que é? – falou Dean estranhando ainda mais, porque até onde Dean sabe ele não tem massagista nenhuma.
- Dean, voce não pode dar a localização do bunker para os seus casos de estrada! – falou Sam o repreendendo, pois colocaria a localização do bunker em risco e eles também em risco.
- Eu não dei a localização do bunker a ninguém! – Dean olha pra Castiel e caminha em direção dele. - Ela te disse o nome dela?
- Mina Chandler. Eu esbarrei nela uma vez em New York quando eu procurava pistas por Metatron, ela disse que era sua amiga... – Dean interrompe Castiel e fala:
- Voce por acaso, não deu nossa localização a ela, não né?
- Eu não sou ingênuo, Dean. – afirmou Castiel não gostando da desconfiança de Dean.
- Bem, voce perguntou como estava minha coluna, isso te faz um pouco ingênuo, não acha? – falou Dean irônico e Castiel fecha a cara.
- O que mais ela disse a voce em New York? – perguntou Sam quebrando o gelo.
- Ela me chamou de anjinho e depois entrou no taxi. Não sei se ela sabe que eu sou um anjo ou se foi uma cantada. – falou Castiel inocentemente.
- Voce tem certeza de que não foi seguido? – perguntou Sam.
- Ela já estava aqui quando cheguei. – falou Castiel.
- Como ela era?
- Morena, olhos verdes, 1,73m, ela é bonita. – disse Castiel e Sam pensa um pouco.
- Espera um pouco... Voce disse que o nome dela é Mina Chandler, certo?
- Sim. – confirma Castiel.
- Mina Chandler é um nome de uma personagem do livro Drácula de Bram Stoker.
- E daí, gênio? – perguntou Dean desinteressado pela informação.
- Eu só conheço uma pessoa que é morena, tem olhos verdes e usa nomes relacionados ao Drácula. – falou Sam vitorioso.
- Deixa de suspense e diz logo quem é. – falou Dean agora interessado.
- Bela. – conclui Sam.
- Bela? – Dean fica surpreso.
- Bela já usou o nome Lugosi como identidade falsa. Lugosi era o sobrenome do ator que fez o Drácula no filme. Mina Chandler é a noiva do Jonathan Harker, nós já resolvemos um caso do metamorfo envolvendo esses nomes, não se lembra?
- Porcaria. Bela! – Dean arregala os olhos como se caísse na real. O loiro sai correndo em direção a sala de artefatos, Castiel olha pra Sam e os dois saem correndo atrás de Dean que estava xingando aos gritos.
- Filha da mãe! Filha da mãe desgraçada! Ela não pode fazer isso! – Sam interrompe Dean e fala temendo o pior sem querer completar a frase:
- Ela...
- Sim, ela roubou a caveira de cristal, aquela megera ordinária. Eu vou matá-la, Sam! Eu juro! Eu vou matá-la! – Dean chuta o armário que balança inclinando pra trás quase caindo, Sam segura e fala:
- Ei! Calma aí! Não vá destruir o bunker todo por causa de um crânio. – Dean se vira pra Castiel e aponta o dedo pra ele:
- Voce é um anjo! Voce pode saber quando uma pessoa esta mentindo ou não. Como ela te enganou?
- Eu não tenho mais tanta graça, Dean. Não posso detectar a mentira apenas com o olhar, eu tenho que me concentrar e não pude me concentrar vendo ela de toalha na minha frente. Aquilo me constrangeu, desculpe. – falou Castiel se justificando e se sentindo culpado ao mesmo tempo.
- Eu não acredito nisso! – falou Sam surpreso com a audácia de Bela.
- Espere aí! Ela estava de toalha? Só de toalha? – perguntou Dean incrédulo e bem irritado.
- Sim, ela estava saindo do banho. – confirmou Castiel.
- Filha da mãe, desgraçada! Se ela usou minha toalha... – falou Dean saindo correndo em direção ao banheiro. Sam e Castiel correm atrás de Dean. – Não esta aqui! – falou Dean saindo do banheiro quase surtando.
- Dean, é só uma toalha. – falou Sam tentando tranqüilizá-lo.
- Não é só uma toalha, é a minha toalha e a ordinária a usou. – Dean vai até o quarto dele e vê a toalha molhada sobre a cama. – Ela fez isso de propósito! Aquela... Aquela... – Dean tira a toalha de cima da cama. – Mas ela vai ver só! – Dean joga a toalha na cadeira enfurecido e sai do quarto em direção a sala.
- O que voce vai fazer agora? – falou Sam indo atrás de Dean, Castiel fica sem entender o porquê daquilo tudo. Dean liga o notebook.
- Eu vou localizá-la e irei matá-la. Não apenas matá-la, vou torcer o pescoço dela, vou esganá-la, vou... – Sam fecha o notebook. – Ei, o que voce pensa que esta fazendo?
- Vá descansar Dean! Esfriar a cabeça. Nós vamos recuperar o crânio, mas não agora. E de cabeça quente não vamos conseguir fazer nada e também estou cansado, acabamos de chegar de viagem. Temos que nos recompor. – Dean concorda a contragosto depois de Sam praticamente elaborar uma lista de “motivos para não ir atrás de Bela Talbot com a cabeça quente” e se levanta, Castiel fala:
- Me desculpe, Dean.
- Tá, tá. – Dean vai pro quarto irritado. Castiel olha pra Sam e pergunta:
- Por que Dean odeia tanto ela? Ela me parece ser adorável.
- Não se deixe enganar, Cas. Bela é uma trapaceira de primeira, ela sempre tira vantagem sobre nós... Ela é uma ladra e é mais cara de pau do que o Dean. – falou Sam indo até a sala dos artefatos e guardando a primeira lâmina dentro da caixa oculta.
- Voces conseguiram a primeira lâmina? – falou Castiel pasmo e receoso.
- Sim, mas o Dean ganhou uma marca também de presente. – falou Sam nada empolgado.
- Isso não é bom. – Castiel se preocupa.
- O quanto isso não é bom? – indaga Sam.
- Muito. É melhor voce ficar de olho no Dean, a marca vai tentar fazer a cabeça dele para a história de Caim e Abel se repetir.
- Voce acha que Dean seria capaz de matar, depois de tudo que enfrentamos?
- Ele não, mas a marca sim. – Aquilo deixa Sam preocupado, mas ele não demonstra.
- Nós vamos dar um jeito nisso, sempre damos. – falou Sam fingindo um falso otimismo. – Mas o que te trás aqui, Castiel?
- Isso. – Castiel tira do casaco um diário e entrega a Sam. – Preciso de ajuda pra traduzir.
- De quem é isso? – falou Sam abrindo o diário e folheando as páginas, porém não dava para entender nada do que estava escrito ali.
- É o diário de Metatron. Eu acredito que aí esta a localização da minha graça e a chave para organizar as coisas.
- Tudo bem, vamos ao trabalho então... – Eles voltam para a sala e procuram por livros de linguagem morta traduzida pelos homens das letras nas prateleiras.
[...]
Bela sai no meio da noite, enquanto Ruby dormia e tinha se apoderado de sua cama. Não tinha como despachá-la e ainda mais agora que Ruby descobriu que na TV tinha Netflix.
Bela dirige até um teatro que estava em reformas, ela havia contatado Abaddon pra tentar negociar. Bela olha para o lugar, estaciona o carro por detrás do teatro. Ela respira fundo e fala pra si mesma tentando se acalmar. Ela sabia que não podia brincar com Abaddon, ela tinha que se adiantar se quisesse se livrar da ruiva.
- São apenas negócios, Bela. Voce pode lhe dar com ela. – Bela sai do carro e entra no teatro. Abaddon estava sentada na cadeira no meio do teatro assistindo um filme do Charles Chaplim.
- Voce perdeu o início do filme, Bela. – Abaddon joga a pipoca no ar e pega com a boca. Bela apenas olha de relance pro telão e desce as escadas do corredor daquele lugar caminhando em direção a cadeira de Abaddon que gesticula para a morena se sentar ao seu lado.
- Sabe aquele tipo de cara que consegue fazer voce rir sem dizer uma única palavra? Charles Chaplim é esse cara. – afirmou Abaddon com um sorriso.
- Mr. Bean também consegue fazer isso. – rebateu Bela. Abaddon olha de relance para Bela e diz:
- Se tem algo a me contar, pode começar. Porque tenho certeza de que é por isso que estou aqui e saiba que odeio perder tempo. Então sugiro que voce comece a falar.
- Crowley me procurou. – Abaddon se vira pra Bela pra encará-la melhor. – Ele me disse coisas sobre você, conspiratórias pra ser mais especifica, e me fez uma proposta para me aliar a ele. – Abaddon apenas espera Bela contar o desfecho. – E... Eu “aceitei”. Deixei ele pensar que eu estava traindo voce. Ele esta desesperado e acha que pode te derrotar sem ter exército nenhum. – Abaddon começa a rir descontroladamente.
- Crowley como sempre patético. Mas voce foi inteligente... Mas não tão inteligente.
- O que voce quer dizer com isso? – indagou Bela sem entender. Abaddon alisa o rosto de Bela como se fosse uma mãe prestes a dar um conselho e fala:
- Eu não nasci ontem, está mais do que evidente que você não tem partido e está procurando um aliado em que você possa obter mais benefícios. Voce pode até mentir, mas eu vejo sua alma.
- Isso é muito reconfortante! – falou Bela se arriscando com um deboche.
- Usar o sarcasmo pra disfarçar o medo? Boa tática.
- Não tenho medo de você. – falou Bela sentindo um frio na barriga. Abaddon tinha a desarmado, agora era contar com a sorte. Isso, se ela existir.
- Não? Então por que seu coração está acelerado? – falou Abaddon inclinando os ouvidos e ouvindo nitidamente os “tatum” do coração da morena. Bela agora engole seco, mas mantêm seu rosto duro como uma pedra de mármore. Abaddon segura o maxilar da morena e puxa seu rosto pra mais perto dela e encara olho no olho. – Não tente passar a perna em mim. Voce não passa de um rostinho bonito incapaz de se defender, eu arrancaria seu coração em fração de segundos.
- E o que te impede? – perguntou Bela não sabendo como ela conseguiu falar aquilo, seu coração estava tão acelerado que ela já estava ficando com náuseas. Abaddon dá um sorriso e desliza a mão no ombro de Bela em direção ao pescoço com as duas mãos. Por um segundo a morena pensou, ela vai arrancar minha cabeça fora no estilo Mortal Kombat.
- Ousada. Gosto do seu estilo. Por isso, te tirei do inferno. Voce serve como uma boa distração, enquanto executo meus planos... – falou Abaddon olhando no fundo dos olhos de Bela com um sorriso mesquinho.
- Que planos? – falou Bela baixinho encarando os olhos verdes da ruiva.
- Não sou estúpida em te contar algo, voce venderia a informação para quem pagasse mais caro.
- Inteligente. – falou Bela se referindo a conclusão de Abaddon. - Tudo bem... Já que voce não irá me matar... E o que voce quer de mim, então? Já que estamos colocando todas as cartas sobre a mesa.
- Fique de olho na Ruby, tenho a impressão que ela esta amolecendo. Não deixe ela se unir ao Sam e claro, me informe e irei te recompensar. – Abaddon tira um bolo de dinheiro da jaqueta e entrega a Bela. – Isso é só pra te motivar!
- Como quiser! – falou Bela pegando o dinheiro e guardando na bolsa. Bela se levanta da cadeira.
- Nos vemos em breve, Talbot. - falou Abaddon voltando a assistir ao filme. Bela suspira e pensa “foi por pouco”. A morena caminha até o carro, ela joga a bolsa do banco ao lado e relaxa na cadeira por alguns minutos. Ela precisava disso depois de toda a tensão.
Abaddon, Crowley, Winchesters... Ruby tinha razão, isso era um jogo perigoso. Bela não sabia o que era pior, ter cães do inferno na sua cola ou estar no meio da guerra civil do inferno. Ela precisava encontrar o aliado certo, mas não iria se preocupar com isso, não agora, ela tem tempo pra pensar.
Tudo o que tinha que fazer no momento era abrir a bolsa e olhar para aquele tesouro verde com o rosto dos presidentes americanos estampados. Sua fome ambiciosa por aqueles papéis retangulares verdes haviam sido saciadas no momento. Ela dá a partida colocando o dinheiro de volta na bolsa e sorri. Apesar de toda tensão, o dia tinha sido lucrativo.
[...]
- Isso não faz sentido! – falou Sam jogando o diário de Metatron sobre a mesa.
- O que não faz sentido? – perguntou Castiel enquanto tentava traduzir, mas ele não era bom nisso.
- Isso! – Sam empurra uma folha de tantas outras que o moreno já traduziu para Castiel que pega e lê.
- Voce tem certeza de que traduziu certo, Sam?
- Sim, e tudo isso não passa de uma receita de tortilhas. O diário de Metatron na verdade é um livro de receitas. – Sam passa a mão no cabelo deixando transpor sua exaustão.
- Mas esse é o diário de Metatron! – falou Castiel sem acreditar.
- Um diário que só tem receitas infelizmente, Cas.
- Talvez tenha algo interessante nas outras folhas, alguma pista... – Sam balança a cabeça negando.
- Nós podemos traduzir o diário todo se voce quiser, mas até agora eu só vi, tortilhas, bolos, cupcakes e cookies. Metatron é um confeiteiro pelo que vejo.
- Isso não é verdade! Nunca o vi perto de cozinha nenhuma. Não foi fácil pegar esse diário, atrás dessas receitas de... – Castiel pega as folhas e os títulos das receitas. – Tortilha de morango, bolo com passas e chocolate, deve ter algo. Eu quase morri por esse diário.
- Se tem alguma coisa aí, eu não estou vendo. Mas agora preciso descansar, alguém tem que estar disposto e vigiar o Dean. Voce também deveria descansar. – falou Sam se levantando da cadeira e bocejando em seguida.
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