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História While you take care of me - Capítulo Um


Escrita por: NanaDreyar

Notas do Autor


Olá :3
Como estão? Tudo bem nessas vidinhas?
Espero que sim :3
Não vou me enrolar... deixo com vocês este pequeno capítulo :3
Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo Um


Capítulo Um

 

~Calgary, Canadá, 03:38 a.m.

 

      Permitiu que um sorriso surgisse em seus lábios enquanto andava pelas ruas calmas e vazias da cidade. Tinha prazer em andar pelas ruas nesse horário. Havia algo de bom no silêncio da madrugada. Como uma pequena paz que nunca pode ser perturbada. Entretanto, havia uma inquietação na paz dessa madrugada, como se algo, ou alguém, estivesse a espreita, esperando por uma oportunidade para atacar. Com o tempo, aprendeu a seguir o instinto que possuía de encontrar algo de errado até mesmo quando tudo parecia estar bem. Esse instinto lhe salvou diversas vezes. Hoje não seria diferente.

 

      Subitamente parou. Agora, sem o som de seus passos, o silêncio tomou conta da rua. Sua mão foi em direção a arma escondida em sua cintura. Mais uma vez, seu instinto provou estar certo. Em meio ao silêncio, um gemido de dor pôde ser ouvido. Puxou o celular do bolso de sua calça jeans e, lentamente, aproximou-se de um beco mal iluminado. A lanterna de seu celular iluminou o caminho, permitindo-o ter uma visão que o aterrorizaria pro resto de sua vida.

 

      Bem no final do beco, encolhido no meio de uma poça de sangue, havia um corpo. Em passos rápidos, aproximou-se do corpo. Reconheceu o rosto daquela mulher. Um rosto muito conhecido por ele. Seus cabelos, antes loiros, encontravam-se vermelhos, ensopados com seu próprio sangue. Seu rosto, mesmo cheio de cortes, permanecia belo. Ajoelhou-se em frente ao corpo dela, observando atentamente ao seu redor. Não havia mais ninguém ali, exceto ele e a mulher que tanto conhecia. Quem quer que tenha feito-lhe mal, já havia partido.

 

      Seus olhos voltaram-se para o corpo a sua frente. Uma poça de sangue formava-se ao redor do corpo. Perguntou-se quanto tempo de vida ela teria se continuasse a perder sangue dessa maneira. Delicadamente, ergueu-se com ela em seus braços. Pôde sentir sua respiração. Fraca. Muito fraca. Uma vida partindo cedo de mais. Não podia permitir que ela se fosse. Não ela. Respirou fundo. Correria com ela em seus braços até sua casa, que ficava umas três ou quatro casas daquele beco e pegaria seu carro para chegar mais rápido ao hospital. Não podia perder um minuto sequer. Um minuto perdido podia definir se ela viveria ou morreria.

 

 

~10:48 a.m.

 

 

      Sentiu-se culpado por sua estupidez com a recepcionista do hospital. Mas não havia tamanho para a ansiedade que o consumia a cada passo que dava para chegar ao quarto 213. Não havia tamanho para a angústia em seu peito. Depois de duas semanas inteiras sem notícias, finalmente recebeu uma ligação alegando que ela foi encontrada. Entretanto, esperou receber uma ligação de sua agência, e não de um médico. Isso o destruiu, mesmo sem saber o estado em que ela se encontrava. Agora, seguindo ao lado do médico até o quarto, sentiu medo. O que haveria de ter acontecido com ela durante duas semanas?

 

- Eu não sei quem é o homem que a trouxe até o hospital. Mas ele a conhecia, senhor Cheney. E o conhecia também, pois me deu seu número para que eu pudesse ligar para o senhor. Mas ele não se identificou. – Disse-lhe o médico, doutor Brandon Clark, sorrindo sem jeito em seguida. – Também não pude ver seu rosto, ele usava um capuz.

 

- Isso é estranho. – Parou em frente ao quarto. Era muito bom em esconder suas emoções. Isso é um fato. Sua expressão manteve-se neutra, mas seu interior gritava de medo. O que encontraria atrás dessa porta?

 

- Senhor Cheney, o senhor é o marido dela, não é? Eu acredito que preciso lhe dizer algumas coisas antes de entrarmos.

 

- Prossiga.

 

- Sua esposa chegou aqui quase morta. Ela perdeu uma quantidade absurda de sangue. Nós realizamos uma transfusão de sangue a tempo. Mas, se o homem que a encontrou demorasse mais dez minutos para chegar aqui, ela estaria morta agora. Sua esposa possuía um coágulo no cérebro. Foi realizada uma pequena cirurgia para retirá-lo. A cirurgia foi um sucesso, é claro. – O médico respirou fundo, adquirindo uma expressão preocupada em seu rosto. – Ela possui um braço quebrado e hematomas pelo corpo. Mas isso não é o pior. Sua esposa perdeu a memória, senhor Cheney. – Sentiu que sua respiração falhou. O que de tão ruim aconteceu com sua amada nessas duas semanas? – Acredito que tenha sido devido a algum trauma psicológico. Ou, do jeito que ela chegou aqui, alguém tenha feito isso com ela. Eu não duvido nada.

 

- O que quer dizer?

 

- Senhor Cheney, sua esposa foi torturada. Não há duvidas disso. O estado em que aquele homem a trouxe... Eu acho que eu teria ficado satisfeito em esquecer tudo o que aconteceu. Enfim, ela não sabe nem mesmo quem é. Mas a perda de memória é temporária. Com o tempo, sua esposa vai se lembrar de tudo.

 

      Sentiu seu coração se partir em mil pedaços. Sua doce mulher não sabia seu próprio nome, não possuía lembrança alguma, não se lembrava dos momentos que passou ao seu lado. Isso partiu seu coração. Como olharia para ela agora? Tudo era culpa sua. Nunca deveria ter permitido que ela fosse sozinha em uma missão. Mas sua esposa sempre foi forte, superou missões que alguns consideravam impossíveis, nunca teve medo de nada, nunca precisou de alguém para protegê-la e, certamente, seu psicológico sempre foi forte. O que de tão ruim haveria de ter acontecido? O que seria de sua amada? O que seria de si?

 

      Entrou, em silêncio, no quarto 213. A enfermeira estava parada no meio do quarto, sem reação alguma, enquanto mais a frente, uma cabeleira loira encontrava-se encolhida na cama de hospital, os soluços ecoando pelo quarto. Sentiu vontade de chorar ao ver sua doce mulher naquele estado. Deveria ter ido com ela. Deveria ter protegido-a. Deveria ser ele naquela cama de hospital ao invés dela. Mas não foi com ela. Não a protegeu. Não era ele naquela cama, era ela. Ela sempre foi forte e independente. Por isso, acreditou que acompanhá-la, só passaria a impressão de que a achava fraca, mesmo ela não sendo. Era uma mulher forte. Mas a mulher que viu nessa cama de hospital, estava frágil, como um gatinho assustado precisando de proteção.

 

- Senhorita Lucy...

 

      Observou a tentativa do médico de conversar com sua Lucy. Uma tentativa inútil. Soube disso no momento em que entrou no quarto. Sua Lucy traumatizou-se com algo, o que deve ter resultado em sua perda de memória, entretanto, mesmo sem saber o porquê, ela sentia que deveria manter-se longe das pessoas, pois alguém lhe fez mal. Precisava encontrar o culpado, mas sua agência não lhe permitiria. Seu chefe sempre achou errado quando um de seus espiões envolvia-se em uma missão por causa de sua vida pessoal. Tanto que, infelizmente, designou outra pessoa para encontrar sua Lucy e o impediu de se meter.

 

- Doutor, poderia me deixar a sós com ela? – Sua voz saiu quase em um sussurro. Sempre foi forte, mas ficar duas semanas sem noticias de sua mulher, e quando finalmente a encontrou, vê-la em um estado desses, o deixou sem chão.

 

- Tome o tempo que precisar, senhor Cheney. Vamos, Luna. – O médico chamou pela enfermeira.

 

      Agora, estava sozinho com sua esposa. Esposa que nem se lembrava de ter um marido. O que faria? Balançou a cabeça. Apesar de não se lembrar, Lucy era sua esposa. E precisava dele. Aproximou-se, em passos lentos, da cama dela. Ela ergueu a cabeça para encará-lo, e Rogue pôde ver uma atadura envolvendo sua testa, um hematoma em sua bochecha e um pequeno corte nos lábios. Cerrou os punhos. Como alguém teve a coragem de torturar sua Lucy?

 

- Eu não vou te fazer mal. Você não se lembra, é claro, mas nós vivemos momentos inesquecíveis juntos, Lucy.

 

- Quem é você?

 

- Você é casada comigo. Seu nome de solteira é Lucy Heartfilia, mas atualmente, você é Lucy Heartfilia Cheney. – Sentou-se na cadeira próxima a cama de sua amada com um pequeno sorriso nos lábios.

 

- Não... Não se aproxime. – Ela encolheu-se ainda mais na cama, se é que era possível. – Fica longe. Por favor, fica longe!

 

- Eu não vou te fazer mal, Lucy. Por favor, tudo o que eu quero é cuidar de você.

 

- Você vai me machucar. FICA LONGE!

 

- Não. Eu não vou. – Muito tarde, percebeu que seu rosto estava banhado por lágrimas. Sempre odiou demonstrar o que sentia. Mesmo que fosse para Lucy, ou, até mesmo, sua irmã. E agora, chorava feito um idiota na frente de alguém que nem mesmo se lembrava dele. – Eu não vou te machucar. Você é minha esposa, e eu vivi duas semanas cheias de angústia por não saber onde você estava. E agora que você está aqui na minha frente, mesmo que não saiba quem eu sou, eu não vou te deixar.

 

      O silêncio instalou-se no quarto. Ela agitou-se na cama, mas não se afastou mais. E ele manteve-se sentado na cadeira, sem saber o que fazer. Sem saber como se aproximar de sua própria esposa, que não sabia quem ele era. A dor em seu peito não podia ser descrita. Era uma dor inexplicável. Uma dor cheia de saudades e de medo. Sua esposa achava que iria machucá-la. Não confiava nele. Tinha medo dele. Como conseguiria viver com isso? 


Notas Finais


Então, ficou bom? Mereço doces? Pedradas?
Sem delongas
Até o próximo capítulo!
Beijos :3


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