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História While you take care of me - Capítulo Três


Escrita por: NanaDreyar

Notas do Autor


OLÁÁÁ :3
Tudo bem? A vida ta boa pra vocês?
FELIZ ANO NOVO!!!
Um feliz ano novo atrasado mas... antes tarde do que nunca, não é mesmo? e-e
Boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo Três


Capítulo Três

 

~Dois anos atrás

 

     Rogue não gostava de demonstrar suas emoções. Em seu trabalho, aprendeu que mostrar como se sentia poderia significar o seu fim. Mas estando em seu apartamento, observando sua esposa enfeitar uma enorme árvore para o natal, ele não pôde fazer mais nada, além de sorrir. Ele sabia que essa era a época favorita de Lucy. Todos os anos, ela dedicava-se de corpo e alma ao natal. E todos os anos ela conseguia inovar. Era lindo vê-la dedicar-se tanto a essa época.

 

- Rogue, pode me alcançar aquela caixa? – Rogue assentiu erguendo a caixa indicada e levando-a até a esposa. – Você é um amor, sabia? Eu te amo.

 

- Você não consegue viver sem mim. – Entregou a caixa para ela e arqueou suas sobrancelhas logo após. Havia um sorriso travesso nos lábios de Lucy. – O que foi? Qual é o problema?

 

- Quando você vai aprender a checar as coisas antes de entregá-las para mim, amor?

 

- Hãn... O que? – Rogue percebeu, tarde de mais, o que a esposa planejava fazer. Quando compreendeu, ela já abria a caixa e jogava o conteúdo da mesma em sua direção. Tossiu diversas vezes e encarou-a furioso. Estava coberto de penas. – LUCY!

 

- Você ficou uma gracinha, sabia? – Rogue tentou, inutilmente, livrar-se das penas. – Hum... Não vai adiantar. Eu coloquei cola nelas. Não cola permanente, é claro. Eu não iria querer um marido galinha para o resto da minha vida. Mas vai demorar um pouco para sair. – Ele bufou vendo-a rir de seu desespero.

 

     Derrubou-a no chão e passou a fazer cócegas nela. Uma luta entre ambos iniciou-se. Os dois esmurravam-se. Mordiam-se. Risadas ecoavam pelo pequeno apartamento. Enfeites foram atirados para longe. Com toda a bagunça, a enorme árvore foi de encontro ao chão e o silêncio instalou-se pelo apartamento. Os dois se encararam por alguns segundos. Rogue possuía um olho roxo e Lucy, como sempre, havia saído ilesa da brincadeira. Não possuía nem mesmo um fio de cabelo fora do lugar.

 

     Os dois deitaram-se no chão lado a lado. Suas mãos entrelaçadas. Suas faces vermelhas pelas risadas. Suas respirações ofegantes por conta da brincadeira. Uma brincadeira que envolveu amor. Muito amor.

 

- Os vizinhos devem estar pensando que nós nos matamos. – Lucy comentou deixando uma risada escapar de seus lábios. – Eles vão pensar que você me agrediu.

 

- Acho que eu sou o único agredido aqui. – Apontou para o seu olho roxo deixado por Lucy.

 

- Me desculpa, amor. Eu deveria ser mais cuidadosa com alguém tão frágil.

 

- Lucy...

 

- Tão frágil...

 

     Ele revirou os olhos e puxou-a para os seus braços. Passou seus dedos pelos fios loiros de Lucy. Em brincadeiras daquele tipo, ele sempre saia machucado. E isso não era por ele não querer usar sua força contra Lucy por ela ser mulher. A verdade é que não conseguia. Lucy era uma mulher inteligente e sabia como usar o peso e a força de seu adversário a seu favor. Ela sabia como deixar alguém duas vezes maior do que ela em desvantagem. Era uma mulher extraordinária.

 

~Agora

 

     Passou seus dedos pelos fios loiros de Lucy que, agora, descansava em seus braços. Demorou entorno de uma hora para acalmá-la e, quando o fez, ela adormeceu em seus braços como uma criança. Sentiu-se feliz por tê-la tão perto de si novamente. Mas a felicidade não o impediu de ficar assustado. Ela acordou aos gritos e com lágrimas banhando sua face devido a algum sonho que a atormentou durante o seu descanso. Isso tanto o assustou quanto o preocupou. Ela não contou o que havia sonhado. E ele não ousou perguntar. Tudo o que sabia sobre o sonho é que havia sido algo ruim e, talvez, por hora, essa informação fosse o suficiente para si.

 

     Encarou o relógio na parede. Nove e meia da manhã. Passou a noite inteira acordado cuidando da mulher em seus braços. Ao menos pôde velar pelo sono de sua doce esposa. Isso o fez sentir-se menos inútil. Suspirou. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios assim que ouviu um bocejo escapar dos lábios de sua esposa. Olhos cor de chocolate fitaram-no curiosamente. As bochechas pálidas dela ganharam uma coloração avermelhada ao perceber que havia dormido aconchegada aos braços de Rogue.

 

- Você dormiu bem? – Talvez um bom dia fosse mais apropriado. Talvez simplesmente manter-se quieto fosse melhor. Rogue não sabia. – Algum outro sonho ruim?

 

- Não. Digo... Nenhum sonho. Eu dormi bem.

 

- Eu fico feliz por saber disso.

 

- Mas você não dormiu bem. – Ela desvencilhou-se de seus braços e voltou para a cama do hospital. Sentiu-se triste. Ela ainda tinha medo dele. Podia ver isso no olhar que ela dirigia para si. Um olhar cheio de cautela e medo. É claro que não esperava que tudo mudasse da noite pro dia. Isso seria uma completa ilusão. Mas ainda assim sentia-se triste. Triste e magoado. – Eu... Desculpe. É culpa minha.

 

- Não. Não diga isso. – Balançou a cabeça negativamente. – Não é culpa sua ter sonhado com algo ruim enquanto descansava.

 

- Você é gentil.

 

- O médico vai te dar alta pela tarde. Ele já cuidou dos ferimentos mais graves e... Bom, não há muito que se possa fazer pela sua memória. – Sentiu um nó se formar em sua garganta. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Estava prestes a chorar. Se seu amigo, Sting, estivesse presente, provavelmente já teria chamado-o de gay por estar tão ‘’fraco’’. Com a parte do fraco Rogue certamente concordaria. Ele sempre foi bom em esconder suas emoções e controlar os seus sentimentos. Mas, por algum motivo, desde que recebeu a ligação do médico, a cinco dias atrás, se tornou impossível esconder suas emoções e controlar os seus sentimentos.

 

- Para onde irei?

 

- Para o nosso apartamento.

 

- Tudo bem.

 

- Eu sei que você tem medo de mim. Sei que não confia em mim. Mas saiba que, ontem à noite, quando eu falei que nunca te deixaria sozinha, eu não menti. Nunca vou te deixar sozinha, Lucy.

 

     Ela assentiu e um silêncio incômodo instalou-se no pequeno quarto de hospital. Ele sabia que não era culpa dela. Nada do que estava acontecendo era culpa dela. Mas ainda assim sentia-se magoado, tão magoado que desejava poder brigar com alguém para saber se isso aliviaria a sua dor. Mas de certo modo, achava que merecia essa dor. Ela quis ir sozinha na missão. Ele deixou-a ir sozinha na missão. Quando a deixou ir sozinha, ele sabia que não poderia impedi-la, e também tinha total consciência do quão forte e inteligente ela era. Mas agora ele compreendia. Era culpa dele. O que aconteceu com ela era culpa dele. A tortura que ela provavelmente havia sofrido era culpa dele. O sofrimento dela era culpa dele. O trauma dela era culpa dele. Era tudo culpa dele. Apenas dele.

 

~Norte, 10:04 a.m.

 

     Seus olhos se abriram com lentidão. Sentiu um afago gentil em seus cabelos castanhos escuros. Sorriu de forma sonolenta. Não tinha forma melhor de acordar se não abraçada ao namorado e recebendo um carinho gentil do mesmo. Ao menos, não para ela. Ele era sua companhia favorita de todos os dias, apesar de sua personalidade séria e reservada. Apreciava essa personalidade. Apreciava os momentos que passava ao lado dele. Mas, como em todo namoro, nem todos aprovavam. Enquanto ela possuía dezenove, ele já estava com seus vinte e quatro anos. Cinco anos de diferença. E nem todos gostavam dessa diferença de idade.

 

- Gosto de acordar assim. – Aconchegou-se aos braços dele desejando poder dormir mais.

 

     Infelizmente, o som estridente de seu celular tocando informou-lhe que não poderia retornar para o mundo dos sonhos. Desvencilhou-se dos braços de Laxus procurando por seu celular que havia se perdido na enorme cama. Encontrou-o e o nome contido no visor deixou-a com vontade de chorar. Era seu irmão. Da última vez em que o viu e falou com ele, foi no apartamento do mesmo. Tentou esquecer aquele dia. Mas as memórias sempre voltavam. Diversas ofensas foram proferidas naquele dia. Ofensas que seu irmão proferiu contra si. Ainda estava magoada. Contudo, possuía total consciência de que não foi a intenção dele machucá-la. Ele estava angustiado, sem notícias da esposa. Não poderia culpá-lo por descontar a raiva em alguém.

 

- Algum problema?

 

- Não achei que fosse me atender, Mei.

 

- Nem eu.

 

- Me desculpe pelas palavras rudes daquele dia, Mei. Eu... Eu realmente sinto muito.

 

- Tudo bem. Do que precisa?

 

- Você poderia ir até o meu apartamento? A chave reserva está naquele mesmo local de sempre.

 

- Para que?

 

- Preciso... Preciso que você pegue algumas roupas de Lucy e traga-as até o hospital.

 

- Hãn... O quê? – Tinha escutado direito? Seu irmão estava no hospital? Por que ele queria as roupas da esposa? Encarou os olhos azuis acinzentados de Laxus que demonstravam curiosidade. – Eu acho que escutei mal.

 

- É complicado. Acho que eu deveria ter contado para você antes, mas eu estou tão confuso que não sei o que fazer. – Mordeu os lábios. O que estava acontecendo com seu irmão? – Mas Lucy foi encontrada e está aqui no hospital. Eu preciso de algumas roupas para ela.

 

- Tudo bem. Qual é o hospital?

 

     Anotou o endereço do hospital e desligou. Um suspiro escapou de seus lábios. Planejou dormir a manhã inteira abraçada a Laxus. Planejou acordar apenas para almoçar. Mas a vida não iria permitir que retornasse para o mundo dos sonhos, aparentemente.

 

- Você não trabalha hoje, não é? O que acha de fazermos um pequeno passeio?

 

- Não trabalho hoje. Aconteceu alguma coisa?

 

- Precisamos ir até o apartamento do meu irmão e depois para um hospital.

 

~Leste, 10:32 a.m.

 

     Terminou de organizar as pastas em ordem alfabética e permitiu-se sentar em uma cadeira. A preocupação com sua amiga desaparecida deixava-a angustiada. Duas semanas. Duas semanas e cinco dias sem noticias. E agora, para piorar, nesses últimos dias ninguém teve noticias do marido de sua amiga desaparecida. Nem mesmo a própria irmã dele. Não entendia o porquê de Rogue resolver sumir de uma hora para a outra. Estava preocupada. Talvez alguma coisa de ruim tenha acontecido a ele. Talvez ele apenas quisesse passar um tempo sozinho. Não sabia.

 

     A porta da sala foi aberta. Encarou o homem que acabava de entrar com milhares de papéis nas mãos. Os cabelos róseos e rebeldes. Os olhos negros. A expressão séria e ao mesmo tempo risonha em sua face. Natsu Dragneel. O homem encarregado da missão de encontrar sua amiga. O homem que, um dia, teve sentimentos fortes por sua amiga.

 

- Você teve noticias da Lu?

 

- Levy, pela milésima vez, eu não obtive informações novas sobre o paradeiro dela.

 

- Tudo bem. – Engoliu em seco. O olhar que ele dirigiu para si causou-lhe arrepios. – Desculpe incomodar. Eu só queria saber da minha amiga.

 

- Que seja.

 

     A porta foi fechada com força. Estava novamente sozinha. Seus olhos marejaram perante a estupidez do rosado. Será que ele não se importava mais com sua amiga? Depois de tudo o que ele e Lucy passaram, ele não se importava mais? Um soluço escapou de seus lábios. Desejou que Gajeel não estivesse em seu dia de descanso. Ele poderia ter conversado com Natsu. Ele estaria ao seu lado agora. 


Notas Finais


E então, o que acharam? Estou com dó do Rogue, ele ta sofrendo muito ;u;
Eu sou um monstro ;u;
Enfim, espero que tenham gostado <3
Beijoos!


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