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História Whispers - Ele também esqueceu


Escrita por: Gessikk

Notas do Autor


Não fiquem se perguntando se eu sou louca por postar mais uma fic, vocês já sabem que eu sou. Maaas, dessa vez, eu juro que a culpa não é minha!
Podem estar pensando que estou fazendo isso porque sou fanática por Stydia e por fanfics, porém, posso garantir, que não é SÓ por causa disso.
Então gente, 3 amigas minhas tiveram a ousadia de fazer um desafio de fic COMIGO, da para acreditar?? E elas sabem o quanto eu escrevo *sabem também que vão perder*... Mas enfim, esse desafio é "simples": Fazer uma fic nova e postar 1 capítulo por dia durante 20 dias.
Isso mesmo, vocês que estão acostumados a me ver demorando anos para postar, estão conhecendo agora uma fic que vou me esforçar para postar diariamente! Se eu atrasar algum dia, vou perder pontos. Então realmente espero ganhar porqueee vou ganhar um pedaço de torta eee minha amiga também prometeu que vai tomar vergonha na cara e ver Teen Wolf. (prêmios justos, não acham? sem contar a chance de esfregar na cara delas a minha vitória)
Torçam por mim, tudo bem? Vocês que mais vão ganhar com essa aposta!
Boa leitura.
P.s- Amigas lindas que estão lendo essas notas, amo vocês.

Capítulo 1 - Ele também esqueceu


“I can't remember how we got here
Or how we survived so long”

Wake up- Eden

As lembranças de Stiles eram um grito mudo em seus ouvidos. Podia sentir as pontadas doloridas nos tímpanos, alertando o som alto estridente que ele não podia ouvir, não podia alcançar.

Lembrava do som de cavalos trotando, relinchando, no entanto, não lembrava qual era a aparência deles. Ainda sentia o frio na espinha por estar em um lugar desconhecido, em uma dimensão paralela, repleta de pessoas esquecidas, mas não sabia dizer como era aquele local.

Sabia que no lugar de esquecimento, existia cavaleiros. Cavaleiros que montavam os cavalos de cor desconhecida. Stiles não conseguia dizer como era aqueles homens obscuros, ainda assim, sabia que eles seguravam chicotes negros.

Suas costas gritavam as recordações doloridas de ser alvo daqueles chicotes. Suas pernas berravam que ele tinha ficado em pé por tempo demais, os joelhos choravam, reclamando da dor insuportável.

— Os cavaleiros me apagaram do mundo. Eu não existo mais. — As palavras que saíram dos lábios rachados, denunciaram o que a mente de Stiles ainda recordava com perfeição. — Eles esquecerem de mim, todos que eu conhecia. — A voz falhou na garganta seca. O ar estava embolado, preso nos pulmões que ardiam. — Lydia. Deus! Ela deve ter esquecido também.

Ele não sabia há quanto tempo andava, mas soube o momento exato que começou a chorar. Lágrimas molharam os olhos avelãs, fugiram de seu tom de uísque. Aquela água salgada correu pelo corpo já suado, inundando o rosto.

Stiles caminhava por um lugar que nunca tinha visto. As pernas tremiam, os pés descalçam se feriam na calçada áspera, irregular. Tudo o que ele conseguia fazer era chorar.

As lágrimas queimavam sua pele, seus olhos. Os lábios finos, entre abertos, deixavam que soluços secos fugissem de si. A nuca estava molhada de suor e algo ainda mais espesso, quente. Todo seu corpo estava sendo queimado por chamas devoradoras. Era consumido pelo calor.

Ergueu as mãos trêmulas. Seus dedos contrastavam com o corpo, permanecendo frios. Temia que suas mãos congelassem e apodrecessem, enquanto o todo o resto era queimado vivo.

Tocou a nuca úmida, levou os dedos diante dos olhos. Viu o vermelho vivo, sentiu o cheiro metálico, nauseante. Stiles odiava sangue, fazia sua visão ficar turva e lhe arrancava o fôlego.

Ao abaixar a cabeça na direção do tronco, notou finalmente, a imensa quantidade de sangue que o cobria. Braços, pernas, pés, o peitoral nu. Sua pele pálida tinha se tornado vermelha devido a quantidade de sangue.

Por mais que olhasse, não conseguia enxergar suas pintinhas, nem a cor de sua pele. O sangue o cobria por inteiro, o deixando melado, quente. Tudo formigava, tudo tremia.

O chão se aproximou de sua visão. Stiles não sabia se a calçada se erguia ou se era ele que desabava. Estava fraco demais, confuso demais. De repente, estava deitado no asfalto imundo.

O choro continuava, mas a respiração não. O coração pulava, se contorcia em agonia, no entanto, os pulmões desistiram daquela luta. Não respirava. Não respirava!

— Não! — O clamor sussurrado lhe roubou uma última tentativa de respirar.

Suas costas se debatiam. Os olhos se reviraram na órbita, uma convulsão lhe aprisionou. Sua boca expulsou uma espuma branca enquanto os braços tremiam, as pernas se contorciam em espasmos doloridos.

Perdeu o controle sobre o corpo. Perdeu a consciência. Stiles se tornou apenas uma carcaça inútil, sem raciocínio, sem fala. Seu coração trabalhava arduamente, tentando obrigar que o sangue pulsasse, tentando obrigar que os pulmões sorvessem oxigênio.

**

Stiles acordou com um grito entalado. O bolo em sua garganta era insuportável, precisa se desfazer daquele incomodo que o impedia de falar. Forçou as cordas vocais, os olhos arregalados de dor.

Depois de um milhão de segundos, ele conseguiu despejar o grito. O som sufocado, desesperado, rouco, rompeu de seu peito. Berrou rouco, agoniado.

O desespero escorreu pelos lábios, a dor foi derramada naquele grito. Seus olhos, mais uma vez, se preencheram de lágrimas. Ele só enxergava um teto branco, os braços doíam.

Não tinha motivos para estar ali, para estar vivo. A realidade já tinha o abandonado. Todos acreditavam que ele nunca existiu, não tinham nenhuma memória dele.

“Eu vou morrer. Preciso morrer. ” Aqueles pensamentos, de alguma forma, eram reconfortantes. A morte parecia a única alternativa para arrancar toda dor. Ele não suportaria enxergar como era o mundo com todos achando que ele nunca existiu.

Não aguentaria olhar para o pai e saber que ele jamais saberia que teve um filho. Não podia chamar o nome de Scott, sabendo que ele já não era seu melhor amigo, nem ver Malia o olhando com desprezo.

Só de pensar em encarar os olhos verdes da dona de seu coração, sentia uma vontade desesperadora de morrer. Se visse Lydia e ela não lembrasse de nada, não soubesse seu nome, ele não aguentaria.

Tudo aquilo, toda aquela situação, era bem pior do que a morte. Stiles estava completamente sozinho.

— Calma. Shh, calma. — A voz mais doce do mundo, fez Stiles se calar.

Se arrepiou, arfou. Os olhos perdidos se debateram pelo cômodo branco e então, finalmente, ele a viu. Viu os olhos verdes, o cabelo loiro morango, a pele rosada, os lábios cheios transbordando de um batom vermelho.

— Lydia. — Ele choramingou o nome da mulher. Sim, mulher. Stiles já não sabia há quanto tempo não a via, mas ela parecia mais velha, mais madura. — Oh, Lydia!

Ela o encarou por muito tempo. Analisou aquele rosto. O formato do maxilar, o tom dos olhos, a pele manchada por pintinhas, os lábios muito finos e muito rosas. Os dois permanecerem em um silêncio brutal.

Não conseguiam desconectar o olhar um do outro. Stiles sentia tanta saudade de Lydia, que desejava se desfazer nos braços dela. A abraçar uma última vez, provar o gosto de seu hálito doce e então, poderia se despedir em paz da vida.

— Eu conheço você. — Stiles nunca ouviu palavras tão lindas como aquelas. — Sei quem você é.

— V-você lembra de mim? — A garganta doía ao falar, mas ele não se importava. Daquela vez, as lágrimas que tentavam rolar de seus olhos eram de emoção. — Lydia, Lydia Martin. Você realmente lembra de mim?

Stiles poderia repetir o nome dela por toda eternidade. Pois ele lembrava. Lembrava de cada momento, cada toque, cada olhar, cada beijo. Em sua língua, ainda estava gravado o sabor do hálito adocicado, em suas mãos, ainda estava a textura da pele macia de Lydia.

— Eu vejo você nos meus sonhos todos os dias. — Ela sussurrou como se revelasse um grande segredo. Se inclinou para mais perto de Stiles, ele foi atingido pela fragrância do conhecido perfume. — Vejo seu rosto, sua voz. — Ela inalou o ar, seu nariz quase tocou o rosto dele. — Até seu cheiro eu sinto quando acordo. — Ele parou de respirar. — Mas não consigo lembrar seu nome.

Stiles não sabia que tinha esperanças dentro de si, até ouvir aquilo. O mundo finalmente voltou a girar, seus pulmões voltaram a funcionar, sua mente foi preenchida de lucidez.

Ela lembrava. Mesmo que pouco, mesmo que não soubesse o nome dele. Lydia ainda lembra de algo e para Stiles, só isso bastava. Naquelas poucas falas, encontrou mais uma vez, forças para lutar, para resistir.

Não morreria enquanto houvesse a mínima esperança de fazer todas as pessoas que amava, lembrarem de si. Ele tinha que fazer com que eles lembrassem.

— Stiles, meu nome é Stiles. — Confidenciou baixo, sentindo as lágrimas aumentarem.

— Por que você está chorando? — Enquanto perguntava, o rosto lindo dela foi dominado pela preocupação.

— Porque você prometeu que não me esqueceria e não esqueceu.

Ela franziu o cenho, os lábios se curvaram. Stiles desejou tocar naquela boca, acariciar o rosto confuso, mas a dor em seus braços não permitiu que ele se mexesse. Então, apenas a observou.

— Stiles. — Lydia repetiu o nome com lentidão, reconhecimento.

Para Stiles, aquela foi a maior prova de amor que recebeu em sua vida.


Notas Finais


Como devem ter percebido, essa fic vai ser TOTALMENTE no contexto da sexta temporada! Então podem considerar que essa vai ser a minha versão Stydia da temporada. Espero que isso ajude a mim e a vocês, na espera pelo fim desse hiatus torturante!
Não deixem de comentar, ok? Preciso do apoio de vocês!
Eeee podem comemorar, porque amanhã vai ter capítulo novo hahaha
Beijinhos


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