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História Who Are You - Quem sou eu


Escrita por: Tiavivi

Notas do Autor


Estou bem animada com essa fic, faz quase um mês que eu venho falando sobre ela nas redes sociais e eu espero do fundo do meu cu que vocês gostem.

Escrever sobre alzheimer é complicado e tudo que tiver na fic sobre a doença, quero que saibam que é tudo fruto das pesquisas que eu fiz e baseados em fatos que aconteceram com minha avó, então qualquer coisas que queiram me falar eu estou aberta a mais aprendizado!

Queria agradecer as garotas do Cloud9 pela capa maravilhosa! Valeu a pena a demora ╮(─▽─)╭

Enfim, vamos ler?

Capítulo 1 - Quem sou eu


 

 

 

 

Fomos adolescentes inconsequentes, nós nos achávamos os donos do mundo, achava engraçado que tudo o que o Baekhyun dizia era um tipo de regra para mim.

 

Eu o seguia para onde quer que ele fosse, fazia o que ele me mandava fazer e eu sempre gostei de ter o baixinho mandando e desmando em mim.

 

Gostava do seu sorriso bonito e de sua voz animada quando me pedia as coisas ou quando nos metia em encrencas porque suas traquinagens as vezes ultrapassavam os limites do aceitável, mas eu gostava e sempre passava a mão em sua cabeça quando ele vinha chorar em meu colo sobre o quanto seus pais eram duros consigo.

 

Me corrigindo, eu sempre gostei de tudo isso, ainda gosto, mas as traquinagens foram se dissipando, os sorrisos foram morrendo, a voz animada que eu tanto amava foi substituída por perguntas, perguntas que doíam como facas perfurando meu coração.

 

- Quem é você?

 

E lá estava a pergunta que me feria, que me fazia pensar em tudo o que vivemos até hoje, de tudo o que passamos para chegar até aqui.

 

Mas que culpa Baekhyun tinha? Não escolhemos as doenças que temos e aos 38 anos meu Baekhyun, o amor da minha vida foi diagnosticado com mal de  Alzheimer precoce.

 

 

•••

 

Lembro que foi em um dia nublado, o sol se recusava a aparecer e meu amor, a minha vida estava confuso, ele não lembrava à quantos anos estávamos juntos.

 

Era nosso aniversário de 12 anos juntos, casados, mas Baekhyun esqueceu os números e chorou durante um bom tempo, foi de cortar o coração, uma lágrima sua era como uma ferida nova em minha pele.

 

A iniciativa foi dele, à alguns dias ele vinha esquecendo das coisas, no mesmo dia em que esqueceu os números ele não conseguiu chamar meu nome por se embolar com as palavras, meu pequeno estava sobrecarregado com a faculdade, ser professor exigia muito de si e esquecer algo tão importante quanto nossos anos juntos foi o limite.

 

Saímos cedo de casa, ele conseguia falar meu nome e lembrava dos números outra vez, estava feliz, mas seu sorriso bonito, o sorriso que eu amava não estava em seu rosto, não desenhava seus lábios e isso me deixou nervoso.

 

Meu pequeno estava preocupado e eu também estava, tudo que fosse referente a ele me deixava alerta.

 

Quando o médico deu seu veredito final, nem eu ou Baekhyun acreditamos, “Alzheimer Precoce”, voltamos para casa com receitas de vários remédios, de exercícios que minha vida teria que fazer para manter sua mente trabalhando.

 

Mas BaekHyun se negou, ele entrou em um estado de negação e chegou a ser grosso comigo por muitas vezes, mas eu não desisti de fazer com que ele tomasse os remédios, que fizesse os exercícios, eu o queria bem, saudável, feliz.

 

As coisas não foram melhorando, mas cada pequena coisa me deixava com medo, Baekhyun não estava na fase de ter alguém que cuidasse de si 24 horas por dias ainda, e ele não queria.

 

Seu humor mudou desde então, sempre grosseiro e gritando comigo, tinha certas paranoias de dizer ter me visto com outra pessoa, que eu o traia.

 

Mas como eu trairia o amor da minha vida, como eu poderia o trocar por outra pessoa se ele era o que me mantinha vivo, o que eu mais prezava e amava em todo mundo?

 

Nossas brigas não duravam muito, Baekhyun sempre me pedia desculpas, mas eu sei que no fim ele se culpava por estar doente e tudo que eu podia fazer era lhe abraçar e dizer que eu estaria ali com ele.

 

De janeiro a janeiro, até o mundo acabar.

 

 Os primeiros anos passaram sem muitas mudanças, ele esquecia coisas pequenas que as vezes até eu esquecia também, coisas corriqueiras do dia a dia, como não saber onde colocou alguma coisa, não desligar o fogo e deixar a comida queimar, mas ele sempre ficava estranho quando esquecia números e palavras.

 

Ele teve que se aposentar como professor de literatura coreana e o ver triste por não poder mais dar suas aulas me deixava triste também, eu podia sentir sua dor, ela era tão palpável que eu poderia toca-la se quisesse.

 

Ele sempre chegava mais triste em casa porque esqueceu algo durante a aula.

 

Baekhyun ainda era jovem demais para uma doença que só deveria o atingir com seus 60 anos, ele não era o mesmo a muito tempo e com seus 42 anos parecia ter 50 e cada vez mais eu ia afundando consigo.

 

Terminei por largar meu emprego como advogado, não podia deixar meu pequeno sozinho quando nem andar ele conseguia mais sem ser apoiando-se em alguma coisa.

 

Uma vez ele chegou a me bater, gritar dizendo que conseguiria fazer algo tão fácil quanto andar, mas suas pernas falharam e sua visão ficou escura o fazendo cair no chão, o seu tapa em meu braço e suas palavras duras foram esquecidas em um piscar de olhos quando o vi desabando na minha frente.

 

Fazia tempo que meu pequeno se escondia de mim, escondia suas lágrimas porque sabia que isso me fazia sofrer, mas eu não gostava que escondesse as coisas de mim e mesmo que suas lágrimas fossem os motivos das minhas eu as aceitaria, o abraçaria e repetiria que estava ali com ele para sempre como um mantra a ser seguido.

 

Quando finalmente Baekhyun chegou aos 56 anos, ele não lembrava de quase nada, não lembrava que seus pais haviam morrido, não lembrava que tínhamos nos casado e costumava falar sozinho, era algo que eu achava fofo e sorria, mas ele ficava com raiva.

 

Em suas memórias havíamos voltado aos 20 anos, onde sonhávamos em nos casar, onde tivemos que lutar por muita coisa, Baekhyun sentia raiva de seus pais, mas quando eu lhe explicava sua idade, dizia que já éramos casados e que seus pais já haviam morrido, ele chorava, chorava como uma criança e passava vários dias sem dirigir palavra alguma para mim.

 

Mas tudo piorou quando em um dia qualquer, o sol estava escondido outra vez, ele não queria aparecer e por um momento eu olhei para o céu, sorri ingênuo o chamando de covarde, me abaixei para colocar as pantufas nos pés do meu pequeno e a frase que eu mais tinha medo foi dita.

 

- Quem é você?

 

Ele me olhava calmo, mas com seus olhinhos confusos e as mãos juntas como um anjinho ele entregava seu medo e nervosismo por estar perto de mim, um desconhecido, e eu chorei, chorei porque a pessoa que eu mais amava havia me esquecido, chorei porque sabia que ele não estava brincando como fazia as vezes para me assustar.

 

Mas dessa vez não houveram risadas, nem dele e nem minhas, só o silêncio que foi quebrado com sua voz rouquinha pelo tempo.

 

- Estou observando a algum tempo, e você fica me tocando, falando comigo, mas eu não sei quem é você.

 

As lágrimas rolavam silenciosas, abaixei minha cabeça para que meu amor não me visse chorar, não queria que ele me visse assim e se assustasse, então apenas enxuguei minhas lágrimas e levantei do chão sorrindo para si sentadinho na cadeira de madeira.

 

- Eu sou alguém que te ama.

 

Era só disso que ele precisava saber, nada mais.

 

Beijei sua testa e fiquei atrás de si empurrando a cadeira, sabia que ele gostava de ficar balançando devagar depois de almoçar. Não demorou muito para que pegasse no sono, ele continuava pequeno e infelizmente estava magrinho, ainda conseguia lhe pegar nos braços, o levei para nossa cama e o deitei lá, o cobrindo direitinho enquanto sentava ao seu lado.

 

Respirei fundo antes de sair do quarto e chorar sozinho no sofá frio da sala.

 

•••

 

 

- Você é um pervertido?

 

Sorri para aquela pergunta, era nova, ele nunca me perguntou algo assim e por um momento eu lembrei do nosso primeiro encontro.

 

- Não sou. – Tentei segurar sua mão para lhe deixar um beijo carinhoso, mas ele a puxou e me olhou com os olhinhos assustados. – Somos namorados.

 

- Por isso estamos...

 

Ele havia esquecido as palavras outra vez, lhe sorri gentil agora tendo sua mão entre meus dedos, a beijei rapidamente e voltei a olhar para seus olhos.

 

- Na mesma cama? 

 

- Isso.

 

- Está com fome?

 

O vi balançar a cabeça como uma criança, sorri outra vez pedindo para que ficasse na cama, liguei a TV e sai do quarto, uma vez em uma das minhas idas ao médico, o perguntei porque Baekhyun mesmo não lembrando de mim,  me obedecia tão bem quando lhe pedia ou dizia algo e confiava tanto em mim.

 

“- Ele inconscientemente reconhece sua voz, é o único motivo, ele te ama demais para esquecer tudo sobre você.”

 

E eu voltei para casa feliz, Baekhyun também estava feliz, eu gostava quando algum lapso de memória o fazia lembrar de mim, nos beijávamos, ele sempre repetia que me amava e esses eram um dos dias mais felizes da minha vida.

 

As vezes eu colocava a fita do nosso casamento, gostava de vê-lo sorrir, ele sorria muito enquanto assistia ou via fotos nossas juntos, as suas preferidas eram com nós dois de mãos dadas, abraçados ou nos beijando, qualquer foto que nosso contato fosse maior.

 

Mesmo que depois ele olhasse para foto que sorria a uns segundos atrás e me perguntasse quem eram, eu lhe beijava a pontinha do nariz e dizia que o amava.

 

E isso era o suficiente para que o sorriso que eu tanto amava voltasse a enfeitar seus lábios bonitos.

 

•••

 

- Appa, cheguei!

 

Estava almoçando com Baekhyun, ou tentando almoçar já que hoje o pequeno estava com raiva de mim, não sei o que aconteceu, mas tudo que eu fazia lhe irritava.

 

Procurei com os olhos Luhan e o vi entrando na cozinha, ele sempre vinha nos ver e por incrível que pareça, Baekhyun não se esquecia sempre dele, particularmente hoje ele ainda se lembrava, e eu tinha certa inveja disso.

 

Era bonito ver os dois conversando, Luhan era nosso filho adotivo, mas sempre o tratamos como se tivesse nosso sangue em suas veias, o melhor filho que poderíamos ter.

 

- Está com raiva do Chan Appa? Porque?

 

- Ele é estranho, fica me olhando!

 

- Ele te olha porque você é bonito. – Luhan tentou argumentar dando uma piscadinha para o Baekhyun.

 

- Mas eu não gosto.

 

Ouvir isso não deveria doer, mas doeu e não foi pouco, só que eu já estou tão acostumado que a máscara feliz de sempre já enfeitava meu rosto. Me levantei da cadeira tirando os pratos da mesa e indo os lavar.

 

 Gosto de ficar ouvindo as conversas dos meus dois anjinhos, parecem duas crianças falando sobre desenhos animados que viram pela manhã... Pororo... Bendito pororo.

 

- Appa, vou levar o Baek para varanda.

 

Balancei a cabeça soltando um resmungo com a boca, queria ficar sozinho um pouco, terminei de lavar a louça e voltei a sentar na cadeira que antes ocupava, fiquei olhando para onde meu amor havia sentado e me permiti lembrar do dia em que ele teve a ideia louca de nos casarmos outra vez em Vegas.

 

Meu tempo sozinho não durou muito quando Junmyeon chegou em casa, ele era três anos mais novo que Luhan, mas foi nosso primeiro filho, todos dois já têm seu próprio apartamento, seus parceiros de vida, mas estão sempre vindo aqui e eu agradeço tanto por isso, ao mesmo tempo que me sinto culpado.

 

Baekhyun é responsabilidade minha, meus filhos tem a vida deles, as preocupações deles, não precisam estar aqui sempre, mas eles sempre brigam comigo quando digo que não precisa.

 

- Hey velho, pensando na morte da Bezerra?

 

Não sei quando foi que o respeito do Junna por mim se perdeu, mas eu espero do fundo do meu coração que ele o encontre outra vez.

 

- Pensando onde eu te dei intimidade para me chamar de velho.

 

Ele sorriu se aproximando, deixou um beijo na minha testa e sentou onde antes Baekhyun estava sentado, suspirou de modo cansado e eu logo deduzi que algo tinha acontecido, levei minha mão até a sua e lhe sorri, tentando passar confiança para que começasse a falar.

 

- Eu a traí. – Fiquei um pouco surpreso com isso, apertei a mão do meu pequeno num pedido mudo para que continuasse. – Com um homem... Eu estou apaixonado por ele...

 

Bom, o que dizer numa hora dessas? “Vai fundo!”?

 

Junmyeon casou antes de Luhan, com uma linda mulher e com ela teve meus dois netinhos,  KyunSoo e MinSeok, seu casamento nunca foi perfeito, meu filho não é perfeito, machista e homofóbico, mas eu o amava e mesmo que ele tivesse vergonha de dizer que tinha dois pais, eu e Baekhyun o amamos.

 

Mas ele me dizer que traiu a esposa com um homem e que estava apaixonado era algo sério demais e eu cogitei o pensamento de que ele estava brincando e logo uma piada homofóbica viria em seguida, mas tudo que veio a seguir foram suas lágrimas.

 

Me levantei e o abracei com toda força que podia, eu sou totalmente contra a traição, mas não somos donos dos nossos corações e parando para pensar Baekhyun estava certo quando disse que o Junna iria “aprender” da pior forma.

 

- Pare de me julgar mentalmente.

 

- Não estou te julgando meu filho, eu não faço isso. – Me afastei para olhar seu rosto molhado, beijei sua bochecha e voltamos a nos sentar outra vez, mas agora eu estava do seu lado. – Me conte como aconteceu.

 

- Eu sou um merda pai, e o pior, eu não consigo sentir nojo ou repulsa, porque eu procurei por ele, eu o beijei!

 

- Vocês já... Já...

 

- Ainda não.

 

- Ainda não?

 

- Pai! – Sorri ao vê-lo mais vermelho que antes e eu sabia que não era por estar chorando. – Eu trai a Irene, e ela sabe disso, ela jogou um vaso em mim e pediu divórcio... O detetive particular...

 

- O detetive particular... Mas antes ela não tinha motivos, tinha? – O vi desviar o olhar. – Eu criei um cafajeste!

 

- Olha pai, me desculpe.

 

- Não é para mim que você deve desculpas, não foi para mim que você jurou amar e ser leal, não foi em mim que você causou confusão, esse garoto, é o Yixing não é?

 

- Não está me ajudando.

 

- Descobrir que é gay aos 32 é algo normal, demorou um pouco até mas-

 

- Eu não sou gay! Eu... Eu só trai a Irene algumas vezes e sempre foram com outras mulheres, ela não me satisfazia e o Xing... Ele me ignorava, ignorava tudo sobre mim.

 

- Eu poderia te bater, mas te amo demais para fazer isso. Olha, você nunca amou a Irene, só casou com ela porque era a mulher “perfeita”, recatada e do lar, o Baek sempre foi contra, mas você ouviu seu pai? Claro que não, você estava mais preocupado com o fato dos seus amigos descobrirem que o invés de uma família tradicional você tem dois viadinhos como pais, não foi o que disse na sua ultima conversa com o Baek? Aliás, o Luhan te perdoou?

 

- Porque você faz isso comigo? Eu estou aqui para te pedir colo...

 

E lá estavam as lágrimas, e como um pai protetor eu o abracei e lhe dei colo, Junna poderia ser como fosse, mas seus defeitos eram o de menos para mim, eu sei o quanto ele sofre por nunca ter se desculpado com o Baekhyun em sua ultima briga, ou com o Luhan, mas eu estava sempre aqui.

 

- Você vai ter que se separar da Irene... – Sussurrei enquanto afagava seus cabelos. – Sabe que ela vai ficar com a guarda dos meninos e com metade dos seus bens... Ou tudo já que você merece ficar sem nenhum Won no bolso... Mas você pode ficar com os pequenos um mês sim e outro não...

 

- Eu sei... Também sou advogado pai...

 

- Você vai conversar com o Yixing... Ele deve estar tão confuso quanto você e se sentindo culpado também.

 

- Eu sei, eu vou conversar com ele...

 

Ele se afastou e sorriu para mim como uma criança inocente, o mesmo sorriso que ganhou o meu coração e o do meu amor naquele orfanato, baguncei seus cabelos já desalinhados e me levantei.

 

Minha conversa com o Junna havia durado mais de três horas, eu sabia que Luhan cuidava bem do Baek, mas eu queria saber o que eles estavam fazendo então assim que Junmyeon foi embora me garantindo que amanhã voltaria para me contar o que aconteceu com seu casamento, caminhei de modo rápido até a varanda e não encontrei ninguém.

 

Então fui para o quarto, respirei aliviado ao ver meus amores dormindo, Dora aventureira passava na TV, o que me fez revirar os olhos, sentei na beirada da cama e senti o cheirinho de bebê que se desprendia da pele branquinha do meu amor.

 

- O Lu te deu banho amor?

 

- Dei sim, mas já deu minha hora.. O Sehunnie já deve estar em casa me esperando...

 

O vi coçar os olhos enquanto se levantava da cama, deu um beijo na testa do Baek e em seguida na minha.

 

- Te amo.

 

- Eu também amo você.

 

Respondi o vendo sair do quarto e assim que ouvi a porta ser fechada respirei fundo, era apenas eu e meu pequeno agora, tomei um banho rápido com medo de que o Baek acordasse e não me visse por perto.

 

Quando voltei para o quarto ele estava acordado olhando para TV desligada e assim que seus olhos bonitos me fitaram eu gelei, era como a primeira que ele me viu, parecia meu Baekhyun de 50 anos atrás, era o mesmo olhar.

 

- Dormiu bem? – Perguntei me sentando ao seu lado na cama. – Está com fome?

 

- O Luhan disse que somos casados, mas eu não lembro disso.

 

- Hum... – Sorri e o vi fechar a cara para mim, estava feliz por sua dicção ainda não ter o deixado completamente. – Vou te contar uma história.

 

- Gosto de histórias.

 

- É a nossa história, a que você não lembra, quer escutar?

 

- Quero.

 

Ele foi mais para o lado me dando espaço na cama para que eu me sentasse direito ao seu lado, não era a primeira vez que eu lhe contava sobre tudo que passamos juntos, mas eu gostava de contar, eu não queria esquecer e o contaria quantas vezes eu pudesse.

 

- Pode começar.

 

- Vou começar no primeiro dia em que eu te vi...

 

- Sim.

 

- “Nosso primeiro contato foi cheio de ódio, lembro que você não gostava de mim, e eu não entendia o porque do seu ódio por mim e te odiava por isso, nunca gostei de pessoas que julgavam as outras sem as conhecer e você sempre foi assim e não iria mudar por mim.

 

Quando eu coloquei meus olhos em você, seu olhar em mim foi diferente, eu senti todos os pelinhos do meu corpo ficarem arrepiados, seus olhos eram e ainda são muito lindos, mas eu não dei tanta importância quando com os mesmos olhos bonitos você me fuzilou como se eu fosse algum tipo de bicho ou algo nojento.

 

Nossas primeiras palavras confesso que foram de baixo calão e que tínhamos que nos aturar porque nossos pais eram amigos, e naquele tempo eles sempre faziam jantares e festas juntos, o que resultava em eu ter que te suportar e você me suportar.

 

Acho que a primeira vez que eu me senti confuso em relação a você foi quando eu te vi beijando uma garota, você tinha 15 anos, era mais do que normal, mas eu não aceitei, eu não queria ninguém te tocando ou te beijando, então eu tentei fazer com que as coisas ficassem melhores entre eu e você.

 

Foi até fácil, eu te amei desde o primeiro momento em que te vi, mas meu amor só foi mascarado por ódio e eu só comprovava isso toda vez em que você sorria para mim e meu coração acelerava como se eu tivesse corrido quilômetros sem descanso, nossa amizade foi daquelas que em um dia já éramos melhores amigos e eu soube coisas sobre você que ninguém mais sabia.

 

Eu me senti feliz e especial, sempre deixei que me desse ordens, que ficasse com boa parte do meu lanche e que dormisse no meu ombro durante as aulas de matemática, eu queria que você me amasse também como eu te amava então segui o conselho de um dos meus amigos, de te fazer ciúmes.

 

Não sei bem se foi um boa ideia, mas funcionou, no dia que eu apareci com uma namorada você parou de falar comigo e nesse mesmo dia brigamos feio, você chorou e eu me desesperei, não queria te fazer chorar, de modo algum.

 

Mas então eu contei tudo o que sentia e não podia estar mais feliz quando descobri que você sentia o mesmo por mim, você me beijou de surpresa e eu não esperava por algo desse tipo, mas tentei te retribuir na mesma intensidade, você diz que foi nosso pior beijo porque foi babado, apressado e que éramos inexperientes.

 

Mas eu digo que foi o melhor beijo que já demos em toda nossa vida, porque foi nele que eu descobri que eu só queria você, só você bastava para mim e que eu poderia morrer feliz alí.”

 

- Estou com fome...

 

Parei minha narração quando escutei o meu pequeno dizer aquilo baixinho, sorri e o vi me olhar confuso, ele sempre teve essa mania de falar o que estava pensando e era uma de suas manias que eu mais amava.

 

 - Vou pegar sua cadeira.

 

Me levantei da cama e peguei a cadeira de rodas, Baekhyun já não conseguia mais andar, suas pernas estavam fraquinhas, não eram as mesmas de antes.

 

- Continue a contar.

 

- Vou continuar depois do jantar pode ser?

 

Ele assentiu e esticou os braços para mim para que eu pudesse o pegar no colo e o colocar na cadeira, assim que chegamos na cozinha o deixei sentadinho de frente para mesa e fui fazer nosso jantar.

 

A segunda parte da nossa história,  era uma parte que eu não gostava e gostava ao mesmo tempo, mas era necessária, foi nela que meu amor pelo Baekhyun foi provado e confirmado.

 

•••


Notas Finais


Só eu chorei, ou sou a única manteiga derretida daqui? Fazer o Baek assim me deu uma dó... Nem vou comentar sobre o Suho sendo um babaca... E esse Lu todo prestativo e amável? 😍

Se quiserem contar algum relato sobre "Aconteceu comigo" ou no caso algum parente de vocês, por favor, pode me contar, compartilhem suas históriaa com a tia!

Enfim, beijo no cu

A tia ama vocês

Espero que a fic não flop...


XoXo~


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