1. Spirit Fanfics >
  2. Who Killed You? >
  3. Because She Is Expecting You

História Who Killed You? - Because She Is Expecting You


Escrita por: CamilaHalfBlood

Notas do Autor


Desculpa, desculpa, desculpa, mil vezes desculpa🙏🏻🙏🏻.
gente como faz tempo q eu nn posto, Sorry mesmo gente, hj eu acordei e pensei
"De hj nn passa" kkkk e consegui tá aki o cap.
Até por que nesse final de semana nn vai dar para mim postar já q é o meu aniversário kkk então fica meio difícil, mas vou tentar postar nessa semana, tá juro.
Gente vcs tão gostando da fic? Pq tipo assim eu nn estou muito nn, sla, na minha opinião podia ser melhor, eu tava até pensando em estender ela, mas sla nn acho q ela tá boa.
Bom vcs que decidem Okay? Quem mais ou acaba no próx cap?
Bom boa leitura, e desculpem mais uma vez

Capítulo 4 - Because She Is Expecting You


Because She Is Expecting You

(Por que ela está esperando você)

Liguei a luz, o ar ali dentro estava abafado, já que fazia bastante tempo em que nós abrimos qualquer janela.

O ar estava abafado ali dentro, e eu pensei que ali nunca pareceu... Tão triste.

Respirei fundo e fui em direção ao quarto sem parar para nada, nem olhar nada, estava ali por um simples motivo, por que se não, nunca teria saído de perto de Kristen.

Rapidamente abri o guarda roupa, e me estiquei para conseguir alcançar a parte de cima.

Peguei a caixa, era apenas uma caixa que eu tinha decorado nas minhas horas vagas, mas não era por ela que eu tinha vindo.

A abri, passando a mão nos objetivos dentro dela.

Era coisas daquela época.

Tinha até esquecido que tinha guardado tudo aquilo.

Tinha principalmente jornais, de praticamente todas as matérias que eu consegui juntar das mortes do Orfanato.

Um arrepio se passou pelo meu corpo quando me lembrei de como Charlotte era, da sua aparência aterrorizante.

Quase me arrependi de ter aberto aquela caixa.

Mas amanhã iríamos voltar lá, era o único como de fazer com que Kristen voltasse do Coma, e eu nunca deixaria minha filha daquele jeito.

Depois daquele dia, ela não voltou a acordar, nem dava nenhum sinal de vida, ela brincou, sorriu e conversou a tarde toda, mas quando anoiteceu e foi dormir, ela não voltou a acordar, o médico não sabia como ela tinha entrado em coma já que não tinha motivos, ela simplesmente estava em Coma.

E eu sabia que era culpa da Charlotte.

Ela queria o corpo de Kristen, e esse Coma tinha tudo haver com isso.

Então tinha que vir aqui, antes de voltar ao orfanato.

Não agüentava mais ficar nos corredores do hospital.

E depois que a vi por lá, não tinha como eu ficar ali sem fazer nada.

Eu tinha deixado Percy cuidando de Kristen, enquanto eu fui até uma daquelas maquinas de comida no corredor.

Não havia ninguém ali, eu estava sozinha no corredor.

Eu coloquei o dinheiro na maquina e esperei a comida sair, mas foi ai que as luzes começaram a piscar, o ar ficou gelado.

E Charlotte apareceu no fim do corredor.

Ela estava exatamente igual ao que me lembrava.

Eu chamei Percy, mas quando voltamos, ela já tinha sumido e tudo estava normal.

Foi ai que percebi.

Não havia mais tempo pra pensar.

Se ela estava por ali, quer dizer que ela podia estar fazendo algo bem pior com Kristen, podia estar mais perto de tomar o corpo de Kristen a cada momento.

Mas mesmo assim não tive coragem de contar para Thalia, nem para Nico o que tínhamos que fazer para “matar” Charlotte.

Percy era o único que sabia.

Ele estava crente que havia outro jeito, que se formos até o orfanato acharíamos outro jeito.

Eu preferia acreditar nisso no que pensar em que Kristen nunca acordaria ou que se acorda-se já não fosse mais ela.

Minha pequena Kristen.

Lágrimas começaram a cair, e eu simplesmente não ligava mais, me levantei deixando a caixa ali mesmo.

No chão.

Comecei a praticalmente a me arrastar, sem vontade de nem levantar os pés direito, queria poder fazer o tempo parar um pouco, e simplesmente parar, parar com tudo aquilo, mas se bem que se eu pudesse voltar no tempo eu voltaria no tempo em que Kristen não estava em Coma, por que agora eu estava em um verdadeiro pesadelo que não parecia nunca acabar.

Pensei em sair logo dali, mas parei.

"Ainda tenho que fazer mais uma coisa"

Respirei fundo e me dirigi até o quarto de Kristen.

Ele estava intocável, exatamente como ela tinha deixado, só havia uma coisa de diferente.

A Boneca.

Ela estava em cima da cama.

Eu não tinha a deixado ali depois daquilo, na verdade eu tinha até a levado para o hospital comigo, mas ela simplesmente desapareceu.

Quando eu acordei, já não estava mais lá, mas eu acabei nem percebendo o seu sumiço, minha atenção estava voltada para Kristen que tinha acordado.

Exatamente no dia em que ela acordou.

Eu achava que podia ter algo ligado a ela ter acordado, na verdade eu tinha quase certeza disso.

E sem contar que Kristen não perguntou nenhuma vez pela boneca.

Devia ter perguntado isso para ela, mas estava tão feliz que ela tinha acordado que nem percebi esse fato, só depois que foi tarde demais.

Andei até a cama, com passos de lentos, sem tirar o olhar dela .

Peguei a boneca na mão, ela estava gelada, mais gelada do que o normal.

Se Kristen estivesse bem, Lotte com certeza não estaria assim.

Ela amava tanto essa boneca.

Agora eu entendia o por que.

Era mais do que uma Boneca, era sua amiga.

A Lotte.

Quem estava a protegendo, invés de mim.

- Vou destruir Charlotte, e vou fazer Kristen acordadar, eu juro que vou - falei apertando Lotte em minhas mãos.

{...}

Thalia suspirou assim que paramos o carro na frente do orfanato.

- Estamos aqui de novo - falou Nico - pensei que estivéssemos livres depois de tudo, mas parece que sempre voltamos para cá.

- Agora é diferente - respondeu Percy - dessa vez ninguém vai morrer.

- Vamos - falei abrindo a porta.

Eu confiava em Percy, mas não tinha tanta certeza como ele que tudo iria sair tão bem assim, na última vez cinco pessoas morreram, eu não tinha morrido por pura sorte, a sorte de ter sido a última a ter mentido a respeito de Charlotte, mas agora quando ela mata qualquer um, sem lógica nenhuma, como podíamos sair vivos?

A porta de entrada estava trancada por grossas correntes, para impedir a entrada dos intrusos, mas isso não importava muito, as pessoas entravam mesmo assim, tinham até aberto um buraco na construção e muitas das janelas estavam quebradas, as principais pessoas que vinham até ali eram adolescentes, para visitar a casa mal assombrada, muitas dessas expedições não davam em nada, já que eles não ficavam tempo o suficiente para mentir ali dentro, mas quando acontecia era morte, ou desaparecimento, sempre um dos dois.

O orfanato piorou muito, me lembro muito bem da sua grandiosidade, de como era na minha adolescência, era um lugar muito bonito, mas agora, sem nenhum cuidado, estava parecendo que com um sopro toda aquilo podia desabar.

- Olha isso - disse Thalia pegando um porta retrato depois de termos atravessado o buraco na parede - Cristiny adorava esse negócio.

Era uma foto de um gato, pelo que eu sabia era o gato de Cristine, grande e felpudo, parecia mais uma bola de pelos do que um gato.

Eu tinha recebido algumas notícias de Cristiny, mesmo depois do fechamento do orfanato, ela tinha sido umas das últimas funcionárias que tinham ficado no orfanato mesmo depois das mortes, muitos saíram com medo de serem as próximas vítimas, mas Cristiny parecia não ter esse medo, e isso resultou algo horrível para ela.

Eu tinha a visitado um ano depois dela ter sido mandada para lá, não por gostar dela, já que ela tinha continuado do mesmo jeito com todos, mas ela acabou sendo internada em um hospício, alguns meses depois que o orfanato tinha sido fechado.

Quando a visitei, se posso chamar aquilo de visita, já que ela ficava repetindo que tinha que ir, e que precisava de... sangue.

Eu achava que Charlotte devia ter tocado nela, devia estar no estado depois da agressividade, mas Charlotte devia ter tocado nela por tanto tempo que mesmo depois do efeito ter passado, ela já tinha enlouquecido.

- Eu lembro de uma vez em que os Stoll’s jogaram vários desses nas privadas, e era sempre a gente que limpava - disse Nico rindo amargamente me tirando dos meus pensamentos- e agora o que temos que fazer? Quanto mais cedo sairmos daqui melhor.

- Vamos nas torres, lá o melhor lugar para procurar alguma coisa de Charlotte - respondeu Percy.

“E o mais perigoso também” – quis acrescentar.

Percy achava, que como na última vez nós podíamos para-la no mesmo jeito, que podíamos achar algo do passado dela, algo que nós pudéssemos queimar e faze-la parar, mas havia um problema, eu não conseguia acreditar nisso, não sei quando que Charlotte viveu, mas foi a muito tempo atrás, a tanto tempo que muitas das coisas já haviam sido perdidas no tempo.

Provavelmente as últimas coisas tinham sido aquela caixa que eu achei, com aquela foto e aquela carta, mas elas também tinham sido queimadas.

E havia o orfanato, mas Kristen já tinha dito que aquilo não iria adiantar, que tínhamos que queimar as duas ligações.

Nós e o Orfanato, tudo junto.

Balancei a cabeça, dispersando esses pensamentos.

Os corredores, mesmo depois de tanto tempo eram muito familiares, sabia muito bem me guiar sozinha por ali, mas deixei que Percy fosse na frente, sabia que ele não ia gostar se eu fosse na frente.

O lugar estava um pouco diferente, os móveis estavam todos bastante mal cuidados e cheios de poeira, já que fazia muito tempo desde que alguém limpava o lugar, tentei ligar a luz, mas elas não acenderam, felizmente nós tínhamos trazido lanternas.

O dono do orfanato já não divia pagar nada para esse lugar, nem agua, nem luz.

Finalmente chegamos a porta para as torres, ela estava aberta

Quando ia entrar, por um momento pensei ter visto, pelo canto de olho, Charlotte ali parada, com os olhos fixos em mim, mas quando virei o rosto assustada, não havia mais nada ali, além do corredor escuro.

- Annabeth? - gritou Thalia - Vem logo!

Eles já estavam lá em cima, no alto das escadas, mas nenhum saíram do lugar quando eu cheguei perto.

Antes mesmo de entrar na sala o cheiro chegou, era um cheiro podre e de enxofre, uma combinação que fez minha barriga dar voltas.

Eram muitos, tantos que quase não havia espaço para passarmos.

Todos pendurados pelo pescoços, enquanto pingava sangue dos olhos, e o pior todos os olhos deles estavam abertos, como se olhassem para nós.

Entre os corpos havia muitos que eu reconhecia.

Pollyanna, Luke, Julia ,Travis e Conor.

Thalia escondeu o rosto nas mãos e começou a chorar, murmurando coisas que eu não conseguia ouvir.

E Percy e Nico não estava tão diferentes dela.

Eles nunca tinham visto isso, já que quando ela fez esse “truque” dela, eu estava sozinha, mas aquilo não melhorou em nada, meu estomago se revirou e eu estava aponto de vomitar, quando Percy passou seus braços em volta de mim.

O único som que se escutava ali, era os pequenos som das gotas de caindo no chão já coberto com uma camada espeça de sangue, havia tanto segue que mesmo que quisermos, não havia como não pisar nele.

Fui a primeira a me mover, me agaichei para desviar das pernas, e tentei ao máximo não pensar que aquilo eram pessoas mortas, e me foquei no estava fazendo e onde eu tinha que chegar.

" Você... Precisa"

Parei de andar e olhei para trás, não havia ninguém atrás de mim, mas eu tinha escutado, foi como se sussurasse em meu ouvido.

Um voz fraca, quase que como um eco de um vento.

- Ela é um monstro. – Disse Thalia entre um soluço quando já tínhamos todos entrado na segunda torre.

- Thalia cuidado com o que fala, não sei o por que de Charlotte não ter aparecido ainda, mas é melhor não arriscar.

- Como ela pode fazer tudo isso? Matar tantas pessoas inocentes desse jeito - continuou sem me escutar.

Eu não sabia como responder, era de fato tudo um grande pesadelo, ela matava e nem ligava pelas vidas que destruir no caminho, ela simplesmente não ligava.

Não podia discordar que ela era um monstro.

- Certo... E agora? Chegamos aqui, qual é o plano?

- E-eu não sei – respondi.

- Vamos procurar por algo – cortou Percy logo depois de eu ter respondido.

- Tudo bem... - falei, mas parei assim que escutei, os barulhos vinham do chão  como se alguém tivesse pisando muito forte, levantei o pé, o sangue ainda estava nos nossos sapatos, manchando o chão, mas o estranho, o sangue estava se mexendo, como gostas de chuva no parabrisa do carro.

Segui com o olhar para onde ela levava. Iluminando com a lanterna.

Tropecei para trás, sentindo minha garganta fechar.

Charlotte estava ali.

Ela nem disse nada, cordas saíram do teto, e viram na nossa direção tão rápido que era impossível de desviarmos a tempo.

Se aquelas cordas chegassem até nós, seria o nosso fim.

Senti ela se apertar no meu pescoço, e pelo canto do olho vi que isso aconteceu com os outros também.

"Não"

Senti meus pés saírem do chão.

Já não tinha mais ar nos pulmões.

Sabia que Charlotte havia mudado, que tinha se tornado diferente, mas não esperava isso, ela nem havia esperado nada, apenas iria nós matar, eu esperava que ela voltasse com aqueles jogos de tortura, como ela tinha feito na sala anterior, como os corpos no primeiro corredor, mas claro que não.

Era o nosso fim, e nem tínhamos conseguido salvar Kristen.

Minha visão começou a escurecer, e uma ardência nas mãos onde eu tentava inutilmente soltar as cordas do meu pescoço começou, eu não sabia o que era aquilo, mas ardia muito, parecia que estavam queimando, quanto mais eu apertava as cordas, mais ardia.

Então as cordas começaram a se esfarelar como se tivessem podres, cai no chão tossindo, tentando recuperar o ar, percebi pelo canto do olho que Percy, Thalia e Nico estavam na mesma situação.

Olhei para Charlotte, sua expressão era de nojo e de revolta, olhava para os restos das cordas no chão, como se não soubesse como aquilo podesse ter acontecido.

Senti a raiva pairar minha mente, me levantei com dificuldade ainda com as mãos em punhos.

- Como? COMO VOCÊS NÃO MORREM? - Gritou, ela tinha mudado, estava na forma de Conor, nessa forma era como se mostrasse ainda mais a loucura e a raiva - vocês precisam morrer! NÃO POSSO DEIXAR VOCÊS FUGIREM DE NOVO!

- Nós não vamos morrer - falei tentando conter a raiva - não por você.

Ela tinha feito aquilo com Kristen, eu até podia estar com medo mas nunca quis tanto o poder de fazer ela sofrer.

"Precisa de Sangue" - disse, era a mesma voz de antes na minha mente, sussurrando no meu ouvido.

Coloquei a mão nos ouvidos, a voz continuava a falar no meu ouvido.

Ao fundo escutei gritos, não sabia se eram as vozes ou se era real, eu já não sabia de nada, so queria gritar para que Charlotte parasse de fazer aquilo que a voz parasse.

"Você precisa de vingança"

- Você está escutando? Eu reconheço outra pessoa que as escutam - disse Ela gargalhando - Você é como eu, quer a morte, você sabe que precisa morrer não é? Ou você quer a morte de alguém? Esse é o único jeito de ouvi-las.

Eu olhei em volta e percebi que Percy, Thalia e Nico estavam pressos nas paredes, as cordas saiam das paredes e enlacavam, estava os prendendo, até suas bocas estavam amodacadas, e vi em seus olhos o quanto eles estavam com medo.

- Não, não quero nada disso.

- Foi assim que eu morri, eu sabia que tinha que morrer para me encontrar com ele, com o meu amor, então elas vieram, me dizendo o que fazer, elas são maravilhosas não são? vão fazer todo o sofrimento parar, vão te dar o poder para ninguém mais fazer você sofrer e ninguém mais vai mentir para você.

"Você precisa... Precisa de sangue, da morte de todos, presisa morrer"

- PARA! EU NÃO QUERO OUVIR.

- Claro que quer, se não não as ouviria, você quer chegar na sua filha?  Elas sabem como, se renda ao que elas dizem.

- Kristen não está morta.

- Ela é só um espírito agora, fraco demais para voltar ao seu corpo, eu já consegui, mas algo está me impedindo. Quando a última barreira cair o corpo de Kristen vai ser meu, todo meu para o resto da minha vida, pense você pode ir até ela, vai ser feliz com sua filha.

- Vou te impedir.

No mesmo momento as vozes ficaram mais altas na minha mente, gritavam no meu ouvido.

- Você disse que elas não te deixavam pensar, quanto estava no corpo de Kristen, disse que elas te controlam.

- Eu não estava pensando bem, fazia muito tempo que elas não paravam, que eu podia pensar por mim, mas agora, enquanto eu as escuto o que elas dizem, elas querem Sangue, querem que eu puna os mentirosos, todos eles merecem morrer, me diga o que elas querem de você?

- Sangue, elas querem que eu mate a todos querem que eu me mate, para salvar Kristen, para impedir a você.

Elas não pareceu feliz com a minha resposta, seu sorriso murchou e mudou de forma, era um velho agora, ela estava totalmente seria, toda a sua "felicidade" de minutos antes tinha desaparecido.

- Não diga que não merece morrer, isso é o que mais você merece, mentirosa, por que não CONSEGUE PARA DE MENTIR? Bem então viva o que você quer.

Então ela andou para trás se misturando com a escuridão, e sumiu.

As cordas que os prendia na parede os soltaram e desaparecendo, eles caíram no chão tocindo, as cordas podiam não os matar, mas mesmo assim tinha apertado demais.

- O que ela quis dizer? - gritou Thalia se virando para mim, os olhos em chamas - O que você está escondendo de nós?

- Thalia fica calma, não é nada. - disse Percy tentando acalma-la vindo até mim.

- Não é nada? Como posso saber se isso é verdade mesmo?

- Você quer realmente saber o que Kristen me contou? - perguntei, passando as mãos no rosto, pelo menos as vozes tinham amenizado um pouco, mas ainda as escutava, como uma voz no fundo da cabeça, não deixando eu esquecer.

- Diga.

- Nós temos que morrer para Charlotte parar.

- Annabeth eu estou grávida! - gritou irraivessida colocando uma de suas mãos na barriga sem nenhum relevo - Por que não nós disse isso? Você sabe o que fez?

- Nós não vamos morrer, vamos achar outro jeito.

- Como? Você mesma disse que esse é o jeito de faze-la parar, nós temos que morrer no processo, então como você vai fazer isso? - disse ela se afastando de mim e de Percy, nunca a tinha a visto tão brava, tive vontade de chorar, ela era a minha melhor amiga e saber que ele me odiava agora era... destruidor- você nos trouxe para cá, sabendo disso? Como pôde. Trouxe nos para o abate?

- Me desculpa se queria fazer sua afilhada sair do Coma!

- Não meta Kristen nisso, se não corresse sempre para o passado nada disso teria acontecido! Acha que eu não sei? Eu vi a caixa no chão da sua casa, e sei que você até visitou Cristiny no sanatório, foi sua culpa, se tivesse deixado o passado no passado nada teria acontecido.

- Eu segui em frente como Você Thalia, o que aconteceu não foi culpa minha - Menti, mesmo eu achando totalmente que tinha sido culpa minha, eu estava com muita raiva de Thalia para dizer o que eu realmente pensava.

- Parabéns Annabeth, por que esse seu seguir em frente nós condenou, você pode dizer o que quiser, mas eu sei que você nunca conseguiu esquecer, e Eu não vou deixar o meu bebé morrer por isso, não como os três morreram, não vou deixar que o que aconteceu com Julia, Travis e Conor aconteça denovo.

- Vou resolver isso.

Abria bolsa, sem saber muito bem o que estava fazendo, mas peguei a Lotte nas mãos, eu nem sabia o por que de ter a trazido comigo, mas felizmente fiz isso, já que para que desse certo eu precisava dela, da boneca de Charlotte.

Kristen estava em coma, ela era a única pessoa que conseguia falar com a Charlotte

Mas eu já tinha falado com ela, então eu ainda podia, pelo menos eu precisava acreditar nisso, esse era o único modo de conseguirmos ajuda.

O único modo de fazer com que saíssemos vivos dessa.

-Lotte? - perguntei olhando para a Boneca em minhas mãos, me sentindo um pouco idiota por estar falando com a boneca - Lotte eu preciso falar com você.

- Annabeth o que...? - Mandei um olhar para Percy para que se calasse.

Nada.

Eu esperei, por alguns minutos, mas nenhuma resposta veio, engoli o choro que queria sair.

Minha pequena dependia disso, eu já não tinha conseguido

- Por Kristen, por favor.

Então uma onda de dor atravessou minha cabeça, meus ouvidos começaram a zunir, e minha visão ficou difusa.

"Você tem que ser rápida, ela está quase aqui" - a voz de Charlotte preencheu minha mente.

- Onde está Kristen?

"Ela está aqui, ela está comigo"

- Você precisa me ajudar, como façoela acordar?

"Ela não vai conseguir de novo, não sozinha, o meu outro eu está tentando tomar posse do corpo dela, estou tentando ao máximo impedir isso, mas estou fraca"

- Me diga o que tenho que fazer.

"Pare-a, entes que ela consiga fazer o que pretende"

- Mas como? Kristen disse que nós somos o seu túmulo, então como vamos fazê-la parar?

"Vocês queimaram o meu túmulo, era a minha ligação a este mundo, a casa é o dela, nós não podemos ser destruídas sem que a outra vá junto, somos uma única pessoa, dois partes de um todo, vocês são a minha ligação por que foram vocês que queimaram o meu corpo, mas vocês não me destruíram, só me enfraqueceram, a casa está se destruindo, ela também está fraca agora, mas não tanto quanto eu, você tem que entender que vocês quadro também são partes de um todo, como o sangue, os ossos e o coração, só precisa de algo, alguma ligação, só isso que precisa, como apenas um quarto já basta uma gota de sangue já basta, adeus"

- Espere, por que ela? Por que a minha filha?

"Sua mente não vai agüentar por muito tempo"

- Por favor me diga.

"Por que ela é sua filha, como você tinha ela também tem o dom, é sensível aos espíritos, principalmente agora, enquanto é criança, eu tentei fazer com que ela fosse forte o suficiente para que O meu outro eu não conseguisse possuí-la, sinto muito falhei"

- Foi minha culpa, eu sei que foi.

"É muito difícil controlar um sonho, e você era adolescente naquela época o que deixou tudo mais difícil, eu não conseguia falar tudo o que queria, agora você sabe, você pode concertar, tem muitas coisas que você ainda não sabe, mas preciso ir se não você vai morrer, boa sorte"

Então aos poucos a dor sumiu, e eu consegui ver de novo.

Eu estava caída no chão, os olhos verdes me olhavam com preocupação, minha cabeça apoiada no colo de Percy.

- Meu deus, que bom que você acordou.

- O que aconteceu? – perguntei, percebia que minha cabeça estava virando e minha garganta estava queimando.

Me sentia como se tivesse sido atropelada, ou tivesse caído de uma escada muito longa.

"Sua mente não vai agüentar por muito tempo" – agora entedia o que Charlotte tinha dito, se ela não tivesse ido embora, teria mesmo morrido.

- Você caiu no chão e começou a se debater e a murmurar, parecia estar tento uma convulsão

- Preciso de água – pedi

- Aqui – disse Thalia friamente me entregando uma garrafa de água - O que aconteceu?

- Eu falei com Charlotte.

- O que? – Disse Percy sobressaltado.

- Calma, foi com a boa.

- Podia ser perigoso.

- eu estou bem.

- Que temos que fazer?

- Temos que queimar um quarto inteiro.

- e como faremos isso? A maioria do orfanato é feito de pedra.

Droga.

Tinha me esquecido desse detalhe.

A construção era praticamente toda feita de pedra e concreto, e isso não queimava.

- Vocês ficaram mais tempo aqui do que eu, não há nenhum lugar que seja todo de madeira?

- Talvez tenha um – respondeu Nico - Mas não sei se foi reformado, só fui lá uma vez.

- Onde fica?

- é na cozinha, era onde guardavam os utensílios.

- Vamos então - falei, mas quando fui em direção a saída, senti uma mão pegar o meu braço, me impedindo de sair.

- Annabeth espera, você não vai.

- Claro que eu vou! – falei sem acreditar que Percy queria mesmo que eu ficasse ali. 

- Vocês vão sair, eu e Nico damos um jeito com Charlotte.

- Não vou embora! Não sem antes fazer Kristen acordar.

- Annabeth é muito perigoso, não quero perder vocês duas. – olhei em seus olhos e quase aceitei, ele estava com medo e eu via isso transbordando em seus olhos verdes, mas não era medo por ele, mesmo ele sendo uns dos mais afetados pela Charlotte, e que as vozes fossem mais altas para ele, claro que ele estava pensando em mim e em Kristen.

E por isso eu o amava tanto.

- Não vai me perder, vamos conseguir que Charlotte pare antes que qualquer um de nós se machuque, por favor, Percy, Kristen precisa da nossa ajuda.

- Você vai ficar perto de mim, Okay?

- Okay - respondi vitoriosa, enquanto entrelaçava nossas mãos.

Olhei para Thalia que estava quieta, essa era a última oportunidade dela sair, por que assim que saíssemos dali, ela já não conseguiria mais sair do orfanato mesmo que quisesse.

"Você vai ficar?" - Quis perguntar, antes mesmo que eu perguntasse, ela suspirou, e acentiu.

Tentei não sentir o resquício de esperança que ela pudesse me perdoar. Mas no fundo eu sabia que ela podia estar o quanto que fosse brava comigo, mas com Kristen ela não iria deixar na mão.

{...}

Parecia que eu estava em um déjà vu, era a mesma coisa, mas agora nós não estávamos tentando sair, mas entrar ainda mais no orfanato.

Estávamos no corredor principal, Charlotte depois daquilo não havia aparecido de novo, mas ela prévia estra mais Brincando com a gente, podia ser talvez coisa da minha cabeça mas enquanto eu e os outros corríamos, eu via um vulto, como algo se mexendo na escuridão, mas era tão... Superficial, que nem parecia ser real, mas uma coisa que Charlotte tinha me ensinado era que não podia achar nada.

Mas a pergunta disso tudo era o porquê ela não fazia nada? Por que ficava apenas na escuridão, por que não atacava?

Entramos no refeitório, me lembrei de quando naquele dia no refeitório, quando Cristiny entreou por essa mesma porta e tudo aquilo aconteceu depois.

O lugar estava igual, parecia que nenhuma cadeira tinha sido movida do lugar, claro que tinha aquela camada de sujeita e descuido em todo o lugar, mas aquilo havia em todo o orfanato.

“Agora...” – disse a voz na minha mente, diferente de antes ela estava sussurrando, mas parecia feliz e satisfeita.

Parei quando senti um arrepio subir pela minha espinha, aquela mesma sensação de quando Charlotte tinha possuído Kristen.

Ela ia fazer alguma coisa.

Abri a boca mas minhas palavras foram abandonadas por um barulho estrondoso preencheu o silêncio, rachaduras começaram a aparecer em todo o teto, senti ser empurrada, e meu nome sendo gritado.

Meu apoiei na parede para conseguir me levantar, comecei a tossir quando respirei a poeira do ar que era tanta que quase não conseguia ver um palmo a minha frente.

Esperei que a poeira se a abaixasse, piscando os olhos para se acostumar com a escuridão que tinha ali, já que não sabia onde a minha lanterna tinha parado.

Foi quando eu escutei um gemido, eu sabia muito bem de quem era.

- Per-Percy - falei entre arfadas - Percy cadê você?

Como resposta ele chamando meu nome, tão baixo que quase não consegui ouvir.

Fui em direção da voz, piscando os olhos para se acostumarem mais rápido com a escuridão.

Quando consegui o ver, minha respiração ficou presa na garganta.

Corri até Percy e ajuelhei ao seu lado.

Senti algo molhado nas minhas mãos, era sangue

Me ajoelhei ao seu lado enquanto minhas lágrimas saiam sem parar dos meus olhos, e os soluços irrompiam da minha garganta.

"Não, não era para acontecer assim"

Junto com o teto havia caído também havia caído parte da mobília, e ela havia caido em cima de Percy, o prendendo provavelmente quando me empurrou do caminho

- Annabeth sai daqui - sussurrou ele com dificuldade.

- Percy, você está ferido. - falei entre soluços - preciso estancar isso.

olhei aquele ferimento, sem saber por onde comecar se eu fizesse algo de errado, aquilo podia piorar muito, mas não podia deixar daquele jeito, ele podia sangrar até a morte, além de quem o nosso caminho estava bloqueado por um buraco escuro, e levanta-lo também podia arretar uma série de problemas, então o que eu podia fazer?

- Annabeth para, me deixa aqui.

Sem escutar o que ele disse tirei minha jaqueta e coloquei em volta do pedaço de madeira de modo que não pudesse mudar a posição da madeira, e pressionei com a mão.

O pano logo começou a ficar avermelhado com o sangue.

Então me lembrei de Thalia e Nico, com a minha visão acostumada e com a poeira já baixa, agora eu sabia que eles não estavam mais ali na sala, o pensamento desesperado de que talvez eles tivessem sido esmagados pelo escombros me veio a mente.

Rapidamente me levantei, depois de ter deixado Percy estancando o sangue e me aproximei do buraco.

A escuridão ali era igual à escuridão que Charlotte havia feito depois que Thalia e Nico haviam fugido na primeira vez, e o que quer que Charlotte estivesse fazendo contra eles, não era nada bom.

- Thalia! - gritei desesperada que os escombros pudessem ter os acertado, mas não escutei nenhuma resposta da escuridão.

Peguei um pedaço de pedra do chão e joguei ali, a pedra simplesmente desapareceu na escuridão, e o som da Pedra chegando ao fundo, não chegou aos meus ouvidos.

- Vai logo! - insistiu Percy

- não vou te deixar de novo com ela! Você lembra o que aconteceu com você eu não posso deixar você aqui! - falei voltando para perto dele, estava muito preocupada com Thalia e Nico, mas tinha que cuidar do ferimento de Percy primeiro, antes que piorasse.

- Não vai acontecer nada comigo, vai ficar tudo bem, agora vai! Rápido!

Olhei em seus olhos, as orbes verdes cobertas de medo, mas por trás havia muita coragem, eu sabia que se eu fosse atrás de Charlotte e conseguisse acabar com ele de um vez, talvez os celulares voltassem a funcionar, eu podia chamar a ambulância, mesmo que eu ficasse ali agora não adiantaria nada se ele não fosse atendido por um médico

- Eu te amo - falei praticamente sussurrando.

- Eu também.

Me aproximei dele é juntei nossos lábios, foi um beijo rápido, mas mostrou tudo o que eu queria mostrar para ele, que ele não estaria sozinho ali, e que acima de tudo que o amava.

- fique bem - falei, sem esperar pela resposta dele desci as escadas o mais rápido que consegui, já que se parece voltaria e não teria coragem de sair novamente.

A cozinha não era bem mais uma cozinha, ali parecia ser o único lugar em que tinham desmobiliado depois de terem fechado o orfanato, ali agora só havia uma sala com bancadas sujas e vazias, e dois buracos que eram onde provavelmente ficavam a geladeira e o fogão.

Mas não havia porta alguma, alem da que eu tinha acabado de usar.

"Não tem que estar aqui"

As lágrimas inundaram meus olhos, eu estav em desespero

Tentei muito não entrar em desespero, mas aquela era última chance,

"Calma... Mantenha a calma e tudo ficará bem"

Respirei fundo.

E tentei me recompor, tentando achar possibilidades, aquele quarto tinha que estar aqui.

Era até ironico que eu quisesse tanto uma lanterna ou até uma vela, já que no começo da noite nós tínhamos quatro.

Comecei a me guiar pelas paredes, já que ali estava mais escuro do que nos outros lugares, já que não havia janelas, então praticamente só via os contornos das coisas o que dificultava ainda mais as coisas, mas me dava esperança, podia ter algo ali, eu só não conseguia ver.

Meu pé se agarrou em alguma coisa, fazendo me quase tropeçar.

Era uma passagem, quase que invisível aos olhos, provavelmente feita para terremotos,

Parecia mais um alçapão, mas só havia aquele lugar para ir.

Tinha que ser ali.

Precisei de muita força para fazer com que ela se abrisse, agora eu entedia o por que de Thalia nem Percy saberem daquele quarto, até me perguntei como Nico sabia dela.

Mas aquilo não importa, não agora.

Eu desci as escadas, elas rangeram com o meu peso, tentei iluminar o máximo o possível em volta, ela estava em algum lugar ali em baixo, isso eu tinha certeza.

Ela estava me esperando.

- Não posso te matar enforcada, mas posso te matar de outro jeito - disse Pollyanna atrás de mim, virei e ela estava ali, usando a forma de uma velhinha inofensiva, mas aquilo era apenas uma máscara.

Uma máscara para esconder o monstro.

Então os ventos começaram, eles rugiam a minha volta, quase não conseguia me manter em pé.

Tentei pegar a bolsa para acender o fósforo, mas muitos voaram da minha mão, fechei a caixinha rapidamente antes que perdesse todos.

- Charlotte! - gritei tentando sobrepor barulho do vento - Pare! Você não quer a paz? Você falou que não consegue pensar mais, deixe que eu te ajude, vou fazer as vozes pararem!

Não tive resposta nenhuma, os ventos apenas pareciam ter ficado mais fortes, mais furiosos.

Senti algo me bater com foforç não sabia muito bem o que era, foi rápido demais para mim ver masfoi tão grande que eu caí para trás, batento a cabeça na parede, e a boneca que tinha pego enquanto pegava os fósforos escorregou das minhas mãos.

O vento parou no mesmo instante.

A boneca tinha quebrado, o baque com o chão tinha sido tão forte que a quebrou em vários pedaços.

Charlotte desceu o seu olhar até os cacos de cerâmica caidos no chão e não fez mais nada.

Me levantei, mas cai de novo, o chão parecia estar mole, não tinha firmeza.

Então os cacos comeram a tremer e a se dissolver, e uma névoa negra começou a sair, como se a própria boneca fosse a fumaça.

Eu não conseguia fazer nada a não ser olhar, e parecia que Charlotte estava com o mesmo problema, já que nada ela fazia também, como se estivesse hipnotizada de algum modo.

Quando a boneca já tinha desaparecido, sem mais nenhum vestígio de caco no chão, esperei que a fumaça se dicipasse, mas ela não fez nada, continou ali, exatamente em cima de onde a boneca tinha caído, se movendo como ondas, sobrepondo a si mesma.

"Vou proteger vocês"

“Sinto muito, por tudo o que fiz a sua família"

Era a voz da Charlotte boa, foi tão de repente que eu nem consegui raciocinar quando fumaça se moveu, Charlotte começou a tropeçar para trás, tentando fugir, mas a fumaça era mais rápida.

Tudo depois disso parecia acontecer muito rápido depois disso, Charlotte mudava aparecia a cada minuto, a fumaça estava em volta dela, mas eu conseguia ainda a ver, estava parada sem se mexer um músculo, sua face em um grito de dor, mas nenhum som saia, foi então que eu percebi, ela estava regredindo por cada morte, por cada pessoa que tinha matado.

Não sei porquanto tempo fiquei ali olhando para ela, sem me mexer, mas eram muitos rostos, quando finalmente ela voltou a sua forma original, tudo parou, a fumaça parou de se mexer, parecia que o mundo tinha parado.

Mas nada parecia ter mudado, não de longe, mas em Charlotte tudo parecia ter mudado.

Seu olhar não estava raivoso, estava... Perdido, não como as outras vezes que ela não fixava o seu olhar, como se estivesse cega, agora seu olhar era como se estivesse morte como se não existisse ninguém ali dentro, nada além de uma casca vazia.

"Agora, queime todo esse lugar" - disse Charlotte em minha mente, fazendo a dor da minha cabeça aumentar – “Rápido não vou ter mais como te ajudar”

Mas eu não tinha tempo para isso.

Peguei a faca do chão e fiz um corte na minha mão, o sangue pingou no chão, manchando o piso de madeira, o corte queimava, mas eu precisava agir rápido.

Peguei o fósforo e o joguei bem em cima do meu sangue.

"Diga a Kristen que eu sinto muito" – foi a ultima coisa que eu ouvi antes que tudo explodisse em chamas.

Em menos de segundos tudo foi tomado pelo fogo, a fumaça desapareceu e a gritaria começou.

Charlotte estava mudando de forma, mas parecia não conseguir se manter por muito tempo em uma, lutando para que o fogo desaparece, mas quanto mais os ventos ficavam fortes ou quanto mais ela fazia os moveis caírem, mas o fogo aumentava.

"O lugar vai desabar " - pensei em desespero, quando via as vigas estralarem.

Como essa sala era em baixo do piso, se aquelas vigas não aguentassem o teto inteiro ia desabar bem em cima da minha cabeça.

Eu sabia que tinha que sair dali, e rápido, mas não aparecia certo, como Pollyanna, a parte boa de Charlotte estava se sacrificando para que nós pudéssemos fugir.

Eram tantas mortes.

- Me desculpe – falei – Charlotte eu queria poder te salvar, queria muito.

O calor junto com a fumaça estava subindo cada vez mais e mais, e logo a minha passagem de saída estaria fechada pelo fogo, eu precisava sair dali, e rápido.

Corri em direção a porta, mas braços me pegaram por trás pela cintura, fazendo me cair no chão, felizmente não em cima do fogo, mas do jeito que o fogo estava se espalhando, ele logo estaria ali também.

- Você vai junto comigo! – disse Julia enquanto me segurava, seu tom era enlouquecido - Morrerá, eu juro.

Mas em instantes não era mais ela, era a forma verdadeira de Charlotte.

Eu lembrava muito bem de como era antes, de como foi quando Charlotte segurou o meu braço pela primeira vez, mas dessa vez foi muito pior, os fleches vinham mais rápidos tomando toda a minha mente, na mesma hora parei de lutar para me soltar.

As vozes começaram a gritar na minha mente, pedindo por morte, pedindo por sangue.

Aquelas mesmas vozes me atormentava, durante todo o tempo em que eu estive dentro desse lugar

Olhei para o fogo, e estiquei a mão para ele.

O calor não foi nada desconfortável.

Eu queria morrer.

Era um necessidade urgente, eu queria que o fogo me consumisse, queria que tudo desmoronasse, o que ocorresse primeiro.

Que o mundo explodisse e todos morressem.

“Kristen morreria também” – pensei, foi como um copo de água no meio de sol escaldante.

Me agarrei a memória da minha filha e de Percy também, as imagens que Charlotte colocava na minha mente não se afastaram totalmente, nem as vozes, mas era pela minha filha e pelo meu marido que eu estava lutando.

Não iria falhar, nem perder essa batalha.

- Fique longe de mim.

"Você não tem como lutar comigo, você sacrificou a sua proteção, agora eu posso te matar"

"Sim faça isso" - disse a parte insana da minha mente

- Não me importo, eu vou sair daqui

"Nunca"

- Não estou pedindo permissão - falei fazendo força para me soltar - eu sei do ódio que você sentiu do seu pai, ele matou Thierry, não foi justo, mas você achar que me matar vai traze-lo de volta? Ou que matar qualquer um vai fazer alguma diferença?

"Pare"

- Você só se machucou com tudo isso - continuei a ignorando - tanto que se fragmentou não é? E isso tudo por que? Por que você tem ódio? Ou por que você tem medo das mentiras? Que as pessoas passem a ver como você é, o mostro que você se tornou depois da morte de Thierry? Você é tão ruim é cheia de armagura que até a sua parte boa é nociva para você.

"As vozes, elas nunca param, é culpa delas"

- desculpa, mas esse é o seu fim, fique em paz com tudo o que você fez

Os braços dela escorregaram tentando se  livrar de tudo o que eu tinha dito, e finalmente eu estava livre.

E nenhuma vez olhei par trás enquanto saia do quarto.


Notas Finais


Comentem <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...