História Who Killed You? - Epílogo

O dia não importa, só o ano, é incrível que tenha se passado um ano.

Um ano que eu fiquei em coma.

Eu acordei na cama do hospital a três dias, estava desnorteada e com a adrenalina no sangue.

Não parecia que tinham passado um ano, pelo menos não na minha mente.

Mas tinha.

Eu tentei levantar da cama, mas uma enfermeira me impediu, tentou fazer eu voltar para cama, mas me levantei do mesmo modo, e cai logo depois, minhas pernas estavam fracas e não conseguiam se manter em pé sozinhas.

Só assim eu voltei para a cama, com a ajuda a enfermeira claro.

A primeira pessoa que eu vi, foi Percy.

Foi só ai que eu percebi que tinha algo errado, ele parecia meio desesperado, me abraçou tão forte que tive que pedir para ele se afastar um pouco para poder respirar, ele estava com orelhas profundas e uma barba rala, como se esquecesse de fazê-la ou não tivesse tempo para isso.

Ele não me disse o que estava acontecendo, não até o medico me examinar e confirmar que eu estava bem, coisa que eu estava falando desde que ele havia entrado no quarto.

Foi então que ele me disse.

Um ano e dois semanas em coma.

Eu paralisei, Percy tentou me acalmar, mas eu não conseguia me controlar, as lagrimas caiam e a única coisa que eu conseguia pensar era em como Charlotte tinha conseguido roubar parte da minha vida.

Claro que nessa hora eu ainda não sabia.

Bem...

A tarde Percy disse que iria buscar Kristen na escola e a traria para me ver.

Eu fiquei nervosa, meu coração bombeava forte, para mim não parecia que não havia passado nem um dia, mas fazia um ano para ela.

E isso estava me assustando

Mas quando ela entrou pela porta, correndo em minha direção com aquele sorriso dela, todo o nervosismo sumiu e foi substituído por alegria.

Uma alegria tão grande que eu tive vontade de chorar.

Era pela aquilo que tínhamos voltado naquela casa, por isso que enfrentamos Charlotte de novo, por isso que eu tinha ficado um ano em coma.

Por aquele sorriso da minha pequena, e valia muito a pena.

A noite Thalia veio me ver, ela não parecia estar mais brava, já que pareceu muito feliz em me ver acordada.

Ela me contou do filho de três meses, que se chamava Jonathan, e como estava as coisas.

Mas foi quando saiu do quarto que eu finalmente perguntei sobre aquele dia.

Isso era algo que eu precisava falar com ela, não adiantava falar com Percy, ele tentaria me poupar do que realmente aconteceu.

E Ela me contou, me disse que teve que fazer tratamento por uns dois meses, já que a noite ela e nem Nico conseguiam dormir, disse que Kristen tinha ficado isolada, se culpando de ser culpa dela de eu ter entrado no coma, disse também que Kristen havia jogado fora a Lotte, já que sua amiga já não estava mais ali.

E ela respondeu a minha pergunta, a pergunta de que eu tinha medo de fazer e de receber a reposta.

“Charlotte foi destruída? Alguém a viu?”

“Ninguém mais a viu Annabeth, nesse ano todo não teve mais movimentação no orfanato, e ele já está com os dias contados, vai ser destruído, já que é um ponto de risco, você conseguiu Annie”

Eu não podia estar mais aliviada.

Charlotte tinha ido, de verdade dessa vez, e estávamos salvos.

Mas claro que eu conseguia deixar quieto, arranquei cada informação que Thalia podia me dar, pois sentia que ela estava escondendo alguma coisa.

Até que ela disse e eu preferi não saber o que era.

Aquela ligação que eu achava que tinha salvado nossas vidas era uma farsa, o que realmente nós salvou foi a mensagem de Thalia, Enquanto eu estava “falando” com a Charlotte boa, ela pegou o celular e mandou uma mensagem para a policia local, sem ninguém ver,  claro que a mensagem não mandou, mas quando Charlotte estava morrendo, a mensagem enviou, e isso

E aquele meu ato de tentar ligar para a ambulância, só me fez ficar esse ano em coma.

Não podia culpar Charlotte por não estar presente um ano na vida da minha filha.

Só podia culpar a mim mesma.

Foi naquele momento que Percy e Kristen entraram no quarto com o meu jantar, pedindo desculpas por terem  

Rapidamente decidi esquecer isso, pelo menos por enquanto, quando estivesse sozinha.

E aqui estou eu escrevendo outra maldita carta, enterrando todos os meus pensamentos aqui, para que pelo menos consiga um pouco de paz, mesmo que prevê.

Como a outra essa eu irei queimar, assim que eu sair do hospital, eu sei que devia esperar para quando  estivesse em casa, para pelo ter certeza que ninguém vai acha-la, mas eu precisava.

Preciso me livrar de tudo isso.