História Whorehouse Boy - Taekook - End of the day

Taehyung on

  Mais uma noite se passou, e mais uma noite lá estava eu, arrumando e limpando o local que seria aberto novamente pela noite. Os últimos clientes ainda saíam, assim como eu também podia ver alguns garotos de programa saindo acompanhados de outras pessoas, provavelmente a diversão deles continuaria em outro lugar. A música já havia sido desligada, e às luzes normais tinham se acendido. Eu, Seokjin e mais dois funcionários terminávamos de arrumar e deixar tudo pronto, eu estava exausto. A noite tinha sido cheia, ontem a boate lotou, não sei o que aconteceu mas o lugar bombou muito ontem, tanto que eu arrumava um quarto atrás do outro. Sem falar no barulho né, esse lugar já é barulhento normalmente, e quando enche então.. E esses barulhos não vem somente da música alta, mas sim dos sons que as pessoas fazem quando estão dentro dos quartos.. Já deu pra entender. 

 - Graças a Deus acabei, agora eu só preciso da minha cama - disse me espreguiçando após jogar o último saco de lixo fora.

 - Se você está precisando imagina eu - Jin disse tirando a gravata que usava, afrouxando sua gola - Hoje eu não durmo, eu hiberno - organizou o restante das cadeiras e apagou o restante das luzes que estavam acesas.

Terminamos o serviço, estávamos indo em direção à saída, quando Namjoon passa, e nos encara.

- Ainda estão aqui? Aish, parecem duas tartarugas - disse enquanto olhava o lugar já com as luzes apagadas.

- Vem trabalhar aqui então já que você é o espertalhão, aposto que limparia isso aqui tudo sozinho - Jin ironizou.

- Não obrigado, afinal, já sei porque o trabalho aqui demora tanto.. trabalhar com isso aqui é o mesmo que trabalhar sem ajuda - disse e apontou para mim com a cabeça. Me diz agora que ele não tem implicância comigo.

- Por quê você não volta a fazer o que estava fazendo antes e vá tomar conta da sua vida hein? Porra - Jin respondeu novamente, me puxando pelo braço e passando por Namjoon, que ainda me fuzilava com seus olhos.

- Qual o problema dele, mas que inferno! - Jin disse saindo comigo da boate - Quer tomar conta até do trabalho dos outros!

- Olha Jin, eu não sei porquê você se preocupa tanto, a implicância dele é comigo, não precisa se preocupar, eu mesmo o ignoro - eu disse.

- Acontece que e conheço o Namjoon há muito tempo, e eu sei que quando ele pega implicância com alguém ele não deixa mais a pessoa em paz, ele vai ficar te perturbando até o dia que você se encher e querer descontar nele, e aí ele vai se aproveitar e vai acabar com você! - ele disse com um pouco de raiva no tom da voz, logo em seguida respirando fundo.

 Eu passei um de meus braços pelo seu pescoço e fomos andando, não queria que Jin ficasse assim por causa de mim, o problema de Namjoon era comigo, e não com ele.

- Eu só tenho medo que o Namjoon faça algo ruim com você. - Ele disse, olhando pra baixo - Como ele sempre faz com as pessoas.

  Com certeza o Seokjin era o meu melhor amigo aqui dentro, eu realmente gostava muito dele, e saber que ele se preocupava assim comigo, como quase ninguém tinha se preocupado comigo antes era algo totalmente gratificante.

- Ele não vai fazer nada comigo, não se preocupe - Sorri e encostei minha cabeça em seu ombro enquanto andávamos por aquela rua que estava bem deserta. Ao mesmo tempo me surgiu uma dúvida, que foi meio inevitável de perguntar - Você é uma das únicas pessoas com quem o Namjoon conversa normalmente sabia? 

Ele me olhou com uma cara meio desanimada e disse - Aff, todos me falam isso.. Eu o conheço há bastante tempo, se ele também tivesse implicância comigo eu já tinha dado na cara dele - Não pude evitar e dei uma risada - Na verdade nós já até fomos amigos há algum tempo, mas ele andou mudando tanto que eu fiquei profundamente chateado com ele.. - pude ver que Jin tinha um semblante meio triste. Acho que tocar nesse assunto o deixava meio triste. 

 Fomos andando até chegar ao meu quitinete. Bem ali em frente tinha um ponto de ônibus, onde o Jin pegava o seu e ia para casa, então acabava que eu sempre vinha pra casa com ele. Entrei no sobrado, e automaticamente fui em direção às escadas que me levariam até o apartamento. Entrei em casa jogando minha mochila em qualquer lugar do quartinho, tranquei a porta e me joguei na cama, exausto de mais um dia de trabalho. Às vezes eu parava pra pensar e me perguntava. Como eu estaria se eu estivesse em uma faculdade, estudando para realizar o meu sonho de infância que era virar um ator, fazendo faculdade de Artes Cênicas.. Esse era um sonho que eu não desistiria tão fácil de seguir, porém era praticamente impossível realizá-lo na situação que eu estou agora.

 Tirei minha roupa e fui tomar um banho rápido, já que o cheiro daquele lugar ficava impregnado em todas as roupas que eu usava para trabalhar, cheiro de pessoas drogadas, mal intencionadas, cheiro de bebidas.. Esse era o cheiro da casa. Terminei o banho e saí do chuveiro me enxugando na toalha, pendurando-a na porta do box depois. Vesti uma cueca e peguei uma maçã para comer, já que era uma das únicas coisas que tinha naquela geladeira, e peguei meu celular também vendo se tinha alguma mensagem.

Meu celular não era nada luxuoso, mas também não era de botões. A primeira coisa que vi foi uma mensagem de minha mãe, que dizia "Filho, como você está? esses dias você não me ligou, fiquei preocupada! espero que esteja tudo bem aí. Seus irmãos também querem falar com você, eles não param quietos perguntando quando o TaeTae volta! Quando ver essa mensagem, ligue pra gente, estamos com saudades! Beijos meu filho, a mamãe te ama muito!" . Esse era o tipo de mensagem que fazia com que meu coração se enchesse de alegria e ao mesmo tempo de tristeza. Eu sentia muita, mas muita falta da minha família, era tudo o que eu tinha, e ver que eles se preocupavam comigo era o que mais me fazia continuar trabalhando para que eu pudesse vê-los bem. E minha mãe ainda mandou um vídeo dos meus irmãos dizendo que me amavam e que estavam com saudade. Como eles tinham crescido, eu estava até me sentindo velho. Ao mesmo tempo eu sentia um aperto no meu coração por estar tão longe deles, mas um sorriso involuntário surgia ao ver que eles estavam saudáveis e felizes, e isso era o que me mantinha bem.

Mandei umas mensagens respondendo, e disse que ligaria depois porque na hora eu estava muito cansado e precisava dormir. Desliguei o celular, apaguei a luz e me deitei, afim de relaxar a minha cabeça e descansar, porque amanhã começaria tudo de novo e eu precisava estar descansado e relaxado de qualquer situação ou pensamento ruim que pudesse atrapalhar o meu dia.