O dia logo amanheceu e o garoto ainda preocupado percebeu que sua melhor amiga não estava na cama. O medo subiu para a cabeça levando a possibilidade dela ter sido sequestrada. O barulho de sua respiração irregular que fazia seu peito subir e descer com desespero misturou-se com o som da descarga no banheiro. O mau cheiro aprofundou-se no membro do olfato do garoto, fazendo o mesmo ficar enjoado. Cheiro de vômito. Ele suspirou aliviado e andou regulando a respiração até chegar ao pequeno banheiro que havia no quarto imenso. Alliah tinha seus cabelos presos por um pincel em um coque frouxo para cima, deixando algumas mechas invadirem a visão da garota doente. Ela chorava. Não era o mesmo choro de quando ela ficava doente. Era... Diferente. Choro de desespero, de dor, de preocupação, como se ela estivesse escondendo algo do seu melhor amigo. E essa era a pior parte, pois ela realmente estava.
- Ei, não chora. - Ele passeou com as mãos pelas costas da garota que estava ofegante.
- Não quero que me veja assim. Sai logo, vai. - Ela insistiu, mas ele não foi embora. O que a preocupou ainda mais.
- Amigo para todas as horas, me entende? - Mais um pequeno passo em falho e ele iria descobrir o grande segredo que Alliah escondia.
- Tudo bem. - Ela perdeu a calma naquele instante. O pequeno aparelho ainda estava em sua mão.
- Está com febre? - Ele perguntou preocupado.
- Acho que não. - Harry negou com a cabeça depois de aferir a temperatura com a mão.
- O que aconteceu? - Ferrou para o lado da pequena Alliah.
- N-Nada. Só estava um pouco enjoada. - Ela sabia que seu melhor amigo desconfiava de que não era só aquilo.
- Tudo bem. Agora eu quero a verdade, por favor. - Pois é pae, ele sabia que não era aquilo.
- Você pode pegar um remédio para enjôo na minha mochila?
- Não muda de assunto.
- Não estou mudando. - Ela insistiu.
- Tem um remédio aqui mesmo. - Enquanto Harry foi pegar o remédio em uma caixinha da farmácia no banheiro, Alliah tentou esconder o aparelho atrás da privada. - O que é isso? - Ferrou Brasil!
- Isso o quê? - Ela colocou o aparelho no chão bruscamente.
- Não me diga que... - Ele descobriu. Agora é fugir, "Allinha".
- O que? Não tem nada aqui. - Ferrou de verdade. O amigão dela foi até ela e pegou o aparelho que estava do lado da privada.
Um teste de gravidez. Dois meses. Não, não era possível para Harry a ponto de fazer ele acreditar. O punho esquerdo do garoto cerrou, mostrando que ele estava com raiva. O coitado assustado chegou a uma conclusão enfim: O pai dela a estuprou. E foi isso mesmo que aconteceu. Três meses atrás o pai dela a pegou desprevenida, e além de espancar a coitada, também a estuprou e agora ela tem esse fruto mal amado.
- Alliah... - Uma lágrima escorreu pelo rosto da garota que estava de cabeça abaixada.
- Me desculpe. - Por que ela pediu perdão?
- Eu... - Harry foi interrompido pela porta que foi aberta, dando vista para Zayn que estava animado. Os dois se recomporam rápido para o outro amigo não perceber nada.
- Tá tudo bem por aqui? - Zayn colocou preocupação na voz.
- Claro. Por que não estaria? - Disse Alliah indo em direção ao amigo que estava na porta.
- E aí, Zayn. - Harry deu olá ;)
- Então... Estamos indo em um bar aqui perto. Quero saber se vocês também querem ir. - Os dois assentiram com a cabeça.
- Mas Louis não pode... - Harry afirmou confuso.
- Eu estou falando do Gray e do Cartney. - Harry suspirou aliviado.
- Deixa eu me arrumar então. - Disse Alliah fazendo sinal para Zayn sair. O seu melhor amigo ficou no quarto, voltando a estar preocupado e raivoso.
- Foi ele, não foi? - Ela assentiu com a cabeça.
- Não vai contar isso a ninguém. - Ela disse nervosa.
- Os meninos precisam saber, Alliah.
- Não! Só você sabe e vai continuar assim.
- Mas isso aí vai crescer e... - Foi interrompido pela garota decidida.
- Eu vou tirar isso daqui. - Disse Alliah tentando sair, mas foi puxada pelo braço.
- Você não vai abortar coisa nenhuma.
- Você não vai me impedir! O direito é meu! - Zayn escutou do andar de baixo e foi conferir se deparando com a seguinte fala:
- Você não vai tirar esse filho daí! - O garoto intruso paralisou quando viu Alliah o olhar.
- Filho?
- Droga. Zayn... Isso só foi uma brincadeira, tudo bem? - Harry tentou o enganar.
- Zayn. - Alliah correu já chorando e o abraçou. Ele ficou sem reação alguma.
- Alliah. - Tentou Harry.
- Harry, sai daqui! - O som saiu abafado por causa da camiseta de Zayn que a sufocava.
- Você não é como o seu pai.
Harry não disse mais nada e apenas saiu chateado com a situação. Daí começou aquele papo de "descobri o mundo" entre o Zayn e Alliah.
- Você está grávida? - O amigo perguntou carinhoso.
- Vamos falar sobre isso depois, okay? - Zayn assentiu com a cabeça. - Vamos para o bar?
- Não, você não pode beber.
- Ah! Até você Zayn? - Os dois caíram na gargalhada.
Enquanto desciam a escada um barulho de carro freiando os parou para pensar. Alliah correu para ver o que estava acontecendo e se deparou com Harry sangrando e se contorcendo no chão. Atingiu em cheio. Quem estava no carro? Albert Dion D'Claire, o pai de Alliah.
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