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História Why don't you back, Dean? - Feelings


Escrita por: umforadocomum

Notas do Autor


Hi, peoples!
Primeiramente, TEM SPOILER DO 11X23! Então, já sabem, né?
Essa idéia veio na minha cabeça hoje de manhã depois de uma conversa sobre esse episódio, e como eu não tinha nada pra fazer, tempo sobrando e por milagre de Chuck estava inspirada, resolvi escrever.
E um muito obrigada a minha irmã, linda e maravilhosa, pela capa. ❤
Espero que gostem!

Capítulo 1 - Feelings


Fanfic / Fanfiction Why don't you back, Dean? - Feelings

  O relógio marcava 06h da manhã. O silêncio do vazio fazia a melodia fúnebre do ambiente. Aquela quietude soava tão errada! Deveriam ter vozes, rindo ou resmungando, risos ou lamentações, mas deveriam ter vozes. Deveriam ter sons de passos ecoando nos extensos corredores. Mas não havia um ruído se quer! Nem o som do teclado do notebook ou a música estranha ligeiramente alta. Nada. Tudo o que se escutava eram as lamentações de alguém que mesmo não tendo nada, havia perdido tudo.
  Em meio a escuridão dos longos corredores vazios, Castiel fitava o nada. Imóvel e em silêncio. Apenas olhava, analisando cada detalhe daquele vasto nada a sua frente. Fazia muito tempo que não pisava ali. Semanas? Meses? Não. Um ano. Exatamente um ano. Nunca teve coragem de voltar a por os pés naquele lugar. Tudo ali trazia lembranças. E se Castiel aprendeu uma coisa em todos os seus incontáveis anos de vida, foi que lembranças machucam.
  Um ano. O que era um ano para um anjo? O tempo na Terra não era relevante. Mas para Castiel sim. "O anjo mais humano de todo o céu", era chamado assim pelos demais. Mas como podia ser diferente depois de tudo o que vivera com a humanidade?
  O som dos sapatos batendo contra o piso quebravam o silêncio. Alguns instantes e parava novamente, olhando hesitante para a porta a sua frente.
  Sua missão inicial era clara: resgatar uma alma da perdição e leva-la de volta a vida. E foi isso o que fez! Com a ajuda de outros anjos, desceu até o inferno e o puxou para a luz. Dean Winchester, o homem justo que caíra e começara o apocalipse, agora estava vivo novamente e graças a Castiel. No começo os desentendimentos eram frequentes. Dean era difícil de lidar! Tinha um gênio forte, um peso imenso sobre suas costas e uma falta de fé ainda maior. Não era por menos, já havia vivido desgraças demais para acreditar num futuro melhor já planejado e escrito por Deus. Mas aos poucos foram se aproximando, se conhecendo, e Castiel se tornara o melhor amigo que Dean já teve. Ganhara até um apelido, Cas. O anjo sorriu pequeno ao lembrar disso.
  Quando deu-se por si, Castiel se viu ainda em frente aquela porta com a indecisão pairando em sua mente, abria ou não? Seus dedos tocaram a superfície gélida da maçaneta e um arrepio de surpresa percorreu a pele coberta pelo casaco usual, deixando isso de lado logo após, girando-a devagar e tendo total visão do quarto a sua frente. Tudo estava exatamente como lembrava ser nas poucas vezes que adentrara aquele lugar: a cama arrumada ainda com a mochila desgastada em cima, o armário com algumas camisas xadrez de cores variadas, camisetas simples de cores neutras, jaquetas de couro e calças jeans claras, alguns discos e fitas cassetes de bandas que Cas nunca ouvira falar antes e a velha decoração de armas que dava ao cômodo a cara do Winchester mais velho. Quem olhava aquele lugar, teria certeza de que alguém vivia lá. Mas Cas sabia que não. Por mais que aquela aparência o iludisse levemente, Cas não era ingênuo.
Os olhos azuis percorriam cada detalhe daquele quarto minuciosamente. Tudo ali exalava Dean Winchester! Talvez fosse isso que afastava o anjo de lá.
  "Cas, amigo, eu preciso de você!" A voz do Winchester percorreu o vazio e a memória daquela frase dita anos atrás, quando ainda estavam no purgatório, ecoou em sua cabeça. Era isso que Castiel temia ao se aproximar do bunker.
  Quando Deus curou seu receptáculo tempos atrás, ele o curou por completo, inclusive restaurou sua graça. Cas era de novo um anjo. Um anjo completo, com asas e tudo! Mas diferente dos demais, Cas sentia, e sentia muito!
  Cas deixou seu corpo descansar sobre a velha cama, sentindo a maciez do colchão confortando seu corpo ao sentar. Como se para aliviar o cansaço, esfregou a mão pelo rosto, apertando levemente os olhos. Voltar ali estava sendo mais difícil do que pensava. Involuntariamente sua mente o levou para a lembrança que mais queria esquecer...
  Eram tempos difíceis, Amara, a irmã de Deus estava solta na Terra buscando vingança e destruindo tudo o que Deus havia criado. Sam e Dean haviam a libertado num ato impensado por parte de Sam de livrar o irmão da marca sangrenta de Caim. A marca era a chave da prisão onde Amara estava. Quando  Dean livrou-se, a escuridão saiu vingativa e mais poderosa do que nunca.
  Cada acontecimento passava como um vídeo clipe na mente do anjo. A fumaça que tomava a cidade e deixava todos aqueles que a respiravam furiosos e assassinos,  Lúcifer enganando Sam e o levando para a jaula, seu primeiro encontro com a irmã de Deus e cada palavra de desprezo por parte dela, Dean e ele tentando salvar o caçula, o momento em que distraiu Lúcifer para que não matasse Dean, sendo atacado em seguida, e o instante exato em que aceitou que o verdadeiro rei do inferno tomasse seu corpo e saísse vagando por aí. Uma atitude impensada, hoje Cas admitia a si mesmo, um erro. Mas naquele tempo, era a maneira que encontrou de ser útil. Depois disso as memórias eram bem vagas. Era mantido em um pequeno espaço em seu próprio consciente enquanto o arcanjo comandava seu receptáculo. Sua próxima lembrança era dele acordando com Dean o olhando ao seu lado num galpão empoeirado. Haviam tentado deter Amara, mas falharam. Mesmo com todo aquele poder unido, falharam. Deus estava morrendo e Lúcifer fora mandado para algum lugar fora de seu corpo. E tudo o que aconteceu depois fazia parte de tudo o que Castiel lutava todos os dias nesse um ano que se passou para esquecer.
  Com Deus morrendo, o sol, fonte de toda luz, energia e vida, também estava com suas horas contadas. A morte do sol significava a morte de todas as criaturas, sem excessão. Só havia um jeito de parar isso, matando Amara com uma bomba de energia feita com almas. Mas para isso, alguém precisaria chamar sua atenção e se aproximar. E esse alguém seria Dean, que tinha uma certa ligação com ela devido a marca. Aceitar carregar aquela bomba era assinar seu atestado de óbito. A bomba era instalada em seu coração e bastava um simples toque de dedos para que explodisse, destruindo a escuridão e a si mesmo. E Dean aceitou.
  — DEAN! – A voz do anjo saia arrastada, como se rasgasse a garganta. O grito foi um ato impensado, Castiel sabia disso. Com a boca entre aberta sentiu um gosto salgado tocar levemente seus lábios. Salgado e molhado. Com as costas da mão limpou o canto da boca. Era isso. Em centenas ou milhares de anos de existência, agora Castiel chorava pela primeira vez. Ele nem ao menos sabia que isso era possível! E o pior, é que aquela sensação o aliviava. Quando as lágrimas escorriam, Castiel se sentia livre. Tinha muita angústia enclausurada em seu peito, muita dor, e naquele momento sentiu tudo aquilo mais forte do que nunca. — Por que você fez isso, Dean? – Silenciou como se esperasse por uma resposta que sabia que não viria. — Por que sempre fazia isso? Colocava o mundo na sua frente, na frente da sua vida, como se não fosse nada! – Apertava o nódulo de seus dedos com força enquanto falava. — Deus, seu filho da puta! É isso que você é, um grande filho da puta desgraçado! – Gritava agora com a cabeça erguida para o alto. Uma voz na sua cabeça gritava que aquilo era blasfêmia, Cas sabia que era. Mas mais fodido do que já estava? Não, nunca ficaria. — Egoísta, egocêntrico e infantil! Essa era uma briga sua e da sua irmã. Nenhum humano ou anjo tinha a ver com isso. Vocês tinham que resolver entre vocês, só entre vocês! O Dean era uma boa pessoa, o melhor ser humano já criado por você, seu imbecil! Ele pecou? Pecou. Errou? Muito. Mas ele era muito melhor do que eu, e muito melhor do que você também! – Respirou fundo. — Dean nunca pensou nele mesmo. Sempre nos outros. Ninguém o odiava como ele mesmo. E você tem culpa nisso! Podia ter aparecido antes ou ter assumido a sua responsabilidade com o mundo que você criou, e não joga-las nas costas de dois humanos. – De onde tudo aquilo tinha saído? Estava preso esse tempo todo dentro do anjo e ele não sabia como por pra fora e por isso se sentia tão mal? Tudo aquilo era muito novo para ele. Castiel era um anjo novamente, um anjo completo! Não deveria sentir aquela dor, não deveria sentir saudade, não deveria chorar, não deveria sentir. Mas sentia. Sentia cada fibra de sua essência querer morrer, querer se destruir. Sentia um bolo de palavras, sentimentos e sensações emboladas em sua garganta. Com certeza cairia de novo por blasfemar assim. Ou quem sabe já não estava caindo, por isso se sentia tão humano?
— Por que você tinha que ser assim, Dean? Por que não podia ser mais egoísta como qualquer humano e deixar que o mundo se virasse sozinho? Por que sempre se entregou tanto? Pelo Sam, pelo mundo e até por mim, que nunca dei valor a isso. Até por mim que já sucumbi ao poder e te trai mesmo quando eu sabia que você confiava em mim, mesmo quando eu via você indo contra todos seus instintos por lealdade. Droga! Nenhum de nós mereciamos sua vida! – A voz do anjo agora era baixa. As lágrimas escorriam levemente, como se acariciassem cada feição daquela casca. — Hoje faz um ano desde que você partiu... Eu... Eu achava que você voltaria. Porque você sempre voltava. Porque você não voltou dessa vez, Dean? – Mais uma vez pausou como se esperasse que de repente Dean aparecesse do nada e dissesse que era só uma brincadeira, que estava vivo esse tempo todo. Mas não era assim. — Sam e eu tentamos de tudo! Eu sei que você não iria querer isso. Mas não podiamos ficar parados. Devíamos isso a você... Mas tudo foi inútil! – Mordeu o próprio lábio. — Nenhum demônio podia traze-lo. Nem mesmo por um pacto. No céu ninguém sabia de nada, ou se sabiam, não quiseram falar. E Chuck, Deus, nunca mais apareceu. Nada do que Sam e eu tentamos deu certo! E por falar no Sam – continuou falando, mesmo sabendo que ninguém o ouviria – ele ainda caça. Eu pensei que ele largaria e tentaria uma vida normal como sempre quis, mas ele mudou muito. Ele já não tem mais esperança nenhuma em nada. Ele bebe muito também, inclusive deve estar em algum bar bebendo agora. Eu queria o velho Sam de volta... – Suspirou. — Eu gostaria de ter os velhos tempos de volta. Quando a maior preocupação era prender Lúcifer. Quando éramos nós três. Quando eu aparecia atrás de você de repente e você se constrangia com a minha proximidade. – sorriu breve ainda com os olhos marejados – quando eu ainda podia falar com você de verdade. – ficou em silêncio por alguns instantes. — Tem tanta coisa que deveríamos ter conversado... coisas que eu nem sequer entendo. Coisas que eu sinto aqui dentro há muito tempo e nunca soube como te dizer. Talvez tenha a ver com aquilo que você me disse no carro aquele dia... mas Dean, eu não sinto como se você fosse um irmão, eu não sei explicar... Tentei falar isso pro Sam, mas acho que ele não me entendeu muito bem. Isso de sentir ainda é novo pra mim. Sam disse que você sentia o mesmo por mim, mas como? Você me disse que eramos irmãos, e isso parece tão diferente do que o que eu sentia pelos meus irmãos ou mesmo pelo Sam. Tão diferente... – Sentia seus olhos pesarem, era uma sensação diferente. Já não chorava mais. Sentia seu corpo pesar mais do que aparentava e deixou-se aconchegar na cama, deitando de lado. Seu olhar caiu em um pequeno porta-retrato onde ficava uma foto de Dean ainda criança junto a Mary. — Eu gostaria de conhecer seu céu... será que eu já apareci nele? – Sua voz era mais baixa ainda. — Dean, você faz tanta falta... – Foi tudo o que disse antes de deixar o cansaço tomar conta de seu corpo. Mas ele era um anjo, não deveria dormir...
  No instante em que Castiel caiu no sono, uma brisa leve tirou o cabelo grudado em sua testa. E no vazio invisível aos olhos, Dean estava lá, com a velha jaqueta marrom que pertencia ao pai e rosto sem nenhuma cicatriz, ao lado do anjo apenas olhando-o com uma expressão serena nos lábios.
  E dessa vez era Dean quem velava o sono de Castiel...


Notas Finais


E ai, o que acharam? 😱😱
Hein? Hein?
Gostaram? Amaram? Detestaram? Odiaram?
Contem pra Bea!
PS: Tenho umas cem - mentira, não chega a isso - fanfics pra terminar, e espero ter coisa nova pra postar logo logo. Ou quem sabe não tenha um ataquezinho de criatividade e idéias e escreva mais uma oneshot em breve?
De qualquer forma, beijão e até a próxima!


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