História Why You? - O Alicerce da Felicidade

O Alicerce da Felicidade

- Eu realmente acho que a vida está muito ocupada para querer cuidar de mim direito, esses dias eu parei para refletir e percebi o quanto injusto o mundo e as pessoas ao meu redor são comigo, não que eu esteja reclamando que minha vida é uma grande merda, na verdade, estou sim, mas sempre que reclamo com alguém, sempre me respondem coisas como “ pelo menos você tem comida e um teto para morar”, reconheço que tem pessoas que vivem em uma situação muito pior do que a minha, mas mesmo com isso, algumas delas são felizes, e isso é o que importa não é?, Na maior parte da minha vida eu sempre tive tudo o que queria, mas nenhum bem material é o bastante para preencher esse vazio, entende? As pessoas pensam que só por eu ter dinheiro eu sou automaticamente obrigado a ser feliz, mas não é bem assim – Ignorem totalmente os devaneios de uma pessoa que está sobre o efeito de álcool, isso está sendo um vexame e extremamente ridículo. Espero não me lembrar disso tudo amanhã.

- Entendo Tae, mas por que não consegue ser feliz? Por que esse vazio?  – Jungkook estava sendo meu confidente no meio de uma balada ao invés de estar dançando e se divertindo como qualquer pessoa normal, maldita hora que me deixei levar pelo Jimin e acabei parando aqui.

- Falta algumas coisas muito importantes para eu conseguir ser feliz pelo menos por um momento Kook – Choraminguei me jogando em seus braços, porque já não estava mais nem aguentando meu próprio peso.

- Me diga o que te falta Tae, talvez eu possa até ajudá-lo com esse seu problema  – Jungkook vai ficar na área vip do céu por estar me aturando nesse momento tão vergonhoso e constrangedor.

- Me falta amor, paz, confiança, carinho, família, perdão – Sorri triste encarando o seu rosto que estava meio confuso por minha visão estar meio embaçada e o escuro não me ajudava muito também – Mas agora o que mais me falta é um copo de vodka e dançar até eu não sentir mais minhas pernas – Ri o puxando para ficarmos de pé e o levei para o meio de toda aquela gente.

 Se tem uma coisa que eu me mataria para ver apenas uma vez, essa coisa seria ver Park Jimin dançando ao som de uma música desconhecida todo suado e com um sorriso sacana no rosto, esse menino é um pornô em pessoa, já posso morrer, minha vida está ganha, eu o agarraria ali mesmo, mas meu coração de Jiseok shipper não me deixa fazer isso, então me contento em só olhar mesmo.

- Está tentando seduzir o Hoseok ou todo mundo mesmo? – Perguntei um pouco mais alto, mas não recebi nenhuma resposta porque a boca dele acabou de por invadida pela língua do Hoseok, totalmente desnecessário deixar alguém sem nenhuma resposta.

 Me juntei ao Jungkook no seu mundinho gótico e solitário e comecei  a mexer meu corpo conforme a música tocava.

- Você está parecendo um drogado Tae – Jungkook riu e colocou as mãos na minha cintura me acompanhando nos movimentos totalmente aleatórios que eu estava fazendo com os olhos fechados e com a cabeça jogada para trás.

- Kook – O chamei voltando minha atenção para ele – Estou cansado disso, vamos andar por aí – Joguei meus braços ao redor do seu pescoço para manter meu equilíbrio que estava bem pouco.

- Vamos abandonar o Jimin aqui se comendo com o seu amigo Hoseok? – Perguntou risonho.

- Já estava na hora disso acontecer, vamos logo Kook – O puxei para fora, mas parei no meio do caminho – Espera aqui, já volto – Corri até o bar e peguei uma garrafa de vodka mostrando ela para Jungkook que riu balançando a cabeça negativamente.

- Bebe isso como se fosse água Taehyung – Riu me puxando para fora – Você não presta mesmo.

- Meu querido, foram muitos anos de solidão e pratica, com o tempo e com a minha companhia você aprende a lidar bem com esse gosto forte – Abri a garrafa e o entreguei, engoliu fazendo uma careta engraçada, e a noite se passou assim, duas pessoas nada lúcidas dividindo uma garrafa grande de vodka e vagando sem rumo pela cidade.

***

 Eu não odeio muitas coisas nesse mundo, até porque acho desnecessário odiar pequenas coisas ao seu redor sem motivo algum, mas eu odeio principalmente acordar em pleno domingo de resseca e com o sol batendo na minha cara para melhorar meu dia que já começou com um pé esquerdo, e ainda tem um morto encima de mim, espera...

- MEU DEUS – Gritei assustando Jungkook que foi parar no chão com uma cara nada boa, levantei o cobertor e vi que estava de roupa, menos um problema para minha grande lista.

- Não precisava gritar caramba – Reclamou massageando as têmporas.

- Desculpa, fiquei assustado, não é todo dia que acordo com alguém encima de mim – Disse sarcástico e revirei os olhos.

- Certo, certo – Massageou mais uma vez a cabeça – Me lembra de nunca mais beber – Murmurou baixinho.

- Então não seja mais meu amigo, porque se continuar sendo vai ser quase impossível não fazer isso de vez em quando pelo menos – Suspirei me sentando na cama – Como chegamos aqui? Eu não me lembro dessa parte.

- Você disse que estava cansado e não queria dormir sozinho, então vim pra cá por insistência sua, que vergonha, você chegou aqui todo escandaloso e gritando para qualquer pessoa que estivesse na casa ouvir.

- O que eu gritei? – Engoli em seco com medo da resposta que viria dele.

- Foi mais ou menos assim – Riu um pouco – “Yoongi hyung você foi muito mal comigo, eu te odeio, mas agora o Jungkook vai me fazer feliz!” – Riu caindo da cama e eu só consegui me deitar novamente e me esconder entre as cobertas com uma vergonha que não cabia em mim – Você ia falar mais alguma coisa, mas eu joguei meu sapato em você para que calasse a boca ou pelo menos parasse de gritar – Disse risonho tirando a coberta somente do meu rosto – Fica tão fofo vermelho desse jeito.

- Vai se foder Jungkook.

- Com todo o prazer – Riu de si próprio e eu acabei rindo junto me esquecendo por um momento que a qualquer hora do dia eu teria que encarar Yoongi. Apenas queria um buraco para me enterrar agora, nada mais, isso é pedir muito?

- Vamos logo, tenho que fazer algumas coisas hoje – Mentira, só queria ficar sozinho em minha bolha gigante de vergonha.

- Tudo bem – Levantou se espreguiçando, fiz o mesmo – Não sei onde deixei meu sapato – Revirou o quarto todo, mas só achou um par.

- Deve estar lá embaixo, vamos – O puxei pela mão e abri a porta – Yoongi... O que quer aqui? – Perguntei envergonhado vendo o mais velho parado em frente á porta com o punho em levantado para bater na mesma, mas eu acabei abrindo antes.

 - Só vim entregar isso – Disse com a cabeça baixa, quase não ouvi e estendeu o sapato para Jungkook – O café está na mesa – Falou e saiu andando pelo corredor.

- O que será que deu nele? – Perguntei pelo modo abatido em que ele estava.

- Talvez o anão perdido da Branca de Neve tenha ouvido o que você disse ontem – Soltei um suspiro frustrado – Relaxa Tae, isso vai passar, vamos comer, estou morto de fome – Me puxou para fora do quarto.

- Espero que passe mesmo – Murmurei para somente eu ouvir.

 Que lindo funeral esse, ou café da manhã, como preferirem, o clima estava tenso demais para o meu brilho suportar isso, então depois do Jungkook ir embora, me levantei e fui caminhar pelos terrenos da casa.

- Tae – Ouvi me chamarem e olhei para Yoongi que estava vindo em minha direção totalmente sem jeito.

- Diga, cante, fale, encene, faça mímica ou até mesmo faça rap, mas diga logo, quero ficar um pouco sozinho – Me sentei sobre a grama e ele se sentou ao meu lado.

- Eu ouvi o que você disse ontem – Fechou os olhos com força e os abriu depois de um tempo.

- Sinto muito por isso Yoongi, eu estava fora de mim ontem – Respondi envergonhado.

- Não peça desculpas por isso, o que disse é verdade não é Tae? Você me odeia – O encarei sem dizer nada – Eu me arrependo muito pelo o que fiz para você.

- Isso é passado, mas, infelizmente, o rancor eu não consegui deixar para trás, você me feriu de um jeito descomunal e não é qualquer desculpa que você disser vai me fazer te perdoar – Me levantei arrumando a roupa que estava meio amassada.

- Você vai mesmo ser feliz com o Jungkook? – Se levantou me encarando.

- Minha felicidade não é baseada e nem controlada por outra pessoa, só eu posso ser capaz de me fazer feliz – Sorri e voltei a caminhar pelo jardim.