Acordei mais cedo do que eu queria. Nem perdi meu tempo ligando pra Luisa, sabia que ela estaria dormindo. E fiz normalmente minha rotina: Banho, roupa. Só mudei na comida, pois não cozinhei, fui no bar que tinha na esquina de casa e comi qualquer coisa lá. Fiquei o tempo todo pensando no Jensen. Quando voltei em casa, vi um bilhete em cima da mesa. Estava escrito: "Me liga, Jensen" e tinha seu número de telefone. Fiquei pensando em ligar, mas estava muito cedo.
JENSEN NARRANDO
Eu estava saindo de uma balada, estava quase dando partida no carro quando vi a Julie, quase caindo de bêbada do outro lado da rua. Fui imediatamente ajuda-la, ela quase caiu nos meus braços. A levei pra casa, e quando chegamos, ajudei-a a subir as escadas. Ela sentou na cama e ficou me olhando, com aqueles lindos olhos. Não resisti e a beijei.
- Desculpa, não pude me controlar- Eu me recuei e passei a mão na cabeça
- V-Você já pode ir agora- ela apontou mais pra parede do que pra porta- Obrigada p-pela carona- Ela gaguejava muito.
- Disponha- Disse saindo do quarto. Eu não estava arrependido do que tinha feito, só que eu não sirvo pra ela.
Fui pra casa e bebi whisky. Acabei dormindo depois disso.
Levantei e fui pro hospital, era meu turno. Foi quando me avisaram que o Jared estava de licença e eu teria que ficar durante um mês cobrindo o turno dele.
JULIE NARRANDO
Decidi não ligar.
Eram 15:00 quando recebi uma ligação do Jared
- Oi, Julie. Adivinha quem tá de férias- Ele suspirou- Exatamente, euzinho aqui
- Sério? Nossa, quem me dera se eu pudesse tirar férias- Pensei em como seria quando eu parasse de estagiar.
- Logo vai, passa rápido. Quer fazer alguma coisa hoje?
- Quero, vamos sair pro parque.- Sorri- Fazer um pouco de exercício já que você tá fitness.
- Não tô fitness. - Ele riu - Passo aí em 10 minutos, fica pronta.
- Beleza- Eu mexia no guarda roupa tentando achar uma roupa confortável
- Até mais - Ele desligou e eu joguei o celular na cama. Peguei minha roupa mais confortável e a vesti.
Desci e sentei no sofá, olhando pra mesa, onde estava o bilhete que Jensen havia deixado. Logo ouço a buzina do carro do Jared. Entrei no carro e fomos conversando sobre coisas aleatórias. Como sempre.
Chegamos e fomos caminhando.
- Não tinha percebido como aqui é bonito- Eu olhei pra ele e sorri.
- Você nunca repara em nada, isso não é novidade- Ele brincou.- Mas a única coisa bonita que to vendo aqui, é você- Ele deu um soco fraco no meu braço
- Que? Ta querendo descer pro fight?- Brinquei, dando um soco mais pra fraco do que pra forte nele. Mas não tinha feito nem cosquinha nele, pois aqueles braços....
- Eu te quebro em 2 minutos- Ele riu- Baixinha
- Olha, pode dizer que eu sou baixa, mas por favor, me chama de hobbit, fica menos gay- Eu ri
- Ok, Hobbit- Ele corrigiu- O que fez ontem?- Meu coração gelou quando ele disse isso.
- Que?
- O que você fez ontem- Ele repetiu com o tom de voz mais alto
- Ah, eu fui pra uma balada com a Luisa, mas voltei mais cedo que ela...- Pensei pra dizer, e resolvi não contar- Peguei um táxi. Estava tão exausta que caí na cama.
- E hoje?- Ele olhava pra frente, fixamente.
- Nada, o de sempre. Só que fui naquele bar de esquina pra tomar café.- Sorri, fazendo ele olhar pra mim- E você, o que fez hoje?
- Acordei faz umas 3 horas. Só comi- Ele voltou a olhar pra frente
- Então- Eu tirei um baralho da bolsa e sentei no banco mais próximo que tinha ali.
- O que você ta fazendo?- Ele parou e ficou olhando pra mim
- Descansando?- Sorri forçado
- Quis dizer, com esse baralho- Ele se sentou ao meu lado.
- Vou fazer uma mágica.- Olhei pra ele- Vou prever as cartas que você vai tirar.- Tirei duas cartas do baralho.- Agora segura o baralho e coloca uma carta em cima da outra sobre o banco, você pode parar quando quiser- Ele ficou uns segundos colocando as cartas em cima do banco, eu coloquei a carta virada pra cima, marcando onde ele tinha parado- Agora pode fechar com o resto do baralho. Faz a mesma coisa pra gente guardar essa carta.- Ele ficou mais alguns segundos empilhando as cartas. Quando parou, eu coloquei a carta e ele fechou o baralho.- Agora- Eu abri o baralho em cima do banco- As cartas ficaram marcando a carta que você escolheu como um marca-páginas. - Eu puxei as cartas e as cartas que estavam em cima delas- Eu disse que ia prever as cartas que você iria tirar, certo?- Ele acenou com a cabeça- Bom, não tem como eu prever exatamente a carta, pois existem 4 naipes diferentes no baralho. Então, eu previ com naipes diferentes, mas da mesma cor- Eu virei as cartas e eu tinha acertado.
- Caralho- Ele soltou
- Caralho não, mágica- Rimos- Já posso ganhar dinheiro com isso
- Já- Ele brincou.
- Vamos tomar sorvete?- Fiz biquinho pra ele
- Vamos- Ele se levantou e me ajudou a me levantar.
Fomos na sorveteria que ficava próxima ao hospital. Era a melhor da cidade. Dividimos uma banana split. Ele me levou pra casa umas 18:30. Ele ficou comigo, fazendo companhia.
- Vou cozinhar- Ele levantou e eu fiquei espantada com a atitude dele. Ele não costumava cozinhar.
- Que milagre é esse?- Me levantei junto com ele e o acompanhei até a cozinha
- Milagre não, eu moro sozinho e tenho que me virar de vez em quando- Ele sorriu e foi pegando as panelas- O que vocÊ quer comer?
- Boa sorte, não tem nada em casa. Você vai ter que fazer igual minha mãe, terá que fazer brotar comida- Minha mãe sabia cozinhar com o que tinha
- Vou usar a imaginação- Ele abriu a geladeira.
Ficamos conversando por horas, até que ele trouxe a panela. Ele conseguiu, tinha feito um risoto com várias coisas, que eu nem sabia que tinha na geladeira.
- Tá de parabéns- Sorri- Eu não conseguiria fazer isso- Realmente, ele tinha se superado.- Seu cabelo te dão super poderes, ou te fazem pensar melhor
- Eu sei- Ele passou a mão nos cabelos, mexendo eles e fazendo careta- Amo meu cabelo- Ele riu
- Que diva- Rimos.
Comemos o risoto. Pensei como o Jensen se saía na cozinha, e acabei me lembrando do beijo que ele tinha me dado noite passada. Mas logo mudei o foco, pois engasguei e soltei arroz pelo nariz. Foi uma cena que não desesperou o Jared, mas o fez rir muito. Ele sempre ria das minhas desgraças.... Ah... A amizade. Deve ser Deus ou o meu cérebro me castigando por pensar tanto no Jensen quando estou fazendo qualquer coisa. Realmente, tenho que voltar a focar nas coisas que estou fazendo, se não, vou fazer tudo errado e de qualquer jeito. Esse amor tá machucando.
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