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História Wildest Dreams - Aint Nobody - Capítulo Único


Escrita por: venicequeen_

Notas do Autor


Enquanto eu escrevia isso apareceram quatro goteiras bem em cima da minha cama, alguém faça-me o favor de explicar
Meu quarto tá uma bagunça pq eu tive que mudar a cama de lugar pq ONDE EU IA DORMIR PORRa
Tô meio revoltada pq hoje tivemos uma conversa sobre aborto na sala de aula e meus colegas falaram cada bosta que olha, chegou a me dar dó
mas ignorem isso
boa leitura :*

Capítulo 1 - Aint Nobody - Capítulo Único


Haviam luzes piscando, musica alta e pessoas se esfregando umas nas outras em baixo de um globo de luz e um piso preto e branco. Eu estava numa festa.

Mas não era uma festa normal, era uma daquelas festas de quinze anos de garotas que ainda aparentam ter doze, aquelas que tem plaquinhas com os dizeres “só saio daqui se for de samu” ou até “#timedassolteiras”, doces com enfeites desnecessários e um puto bolo que se duvidar era feito de E.V.A e papelão.

Eu não sabia de quem era a festa e nem sabia o porquê de estar lá, mas com certeza havia um motivo.

Ando pela multidão e encontro minha melhor amiga sentada em uma das mesas afastadas da pista de dança. Aproximo-me e vejo que ela não está sozinha, há um garoto junto com ela. Abraçado nela. Trocando beijos com ela. Mas tudo bem, eu já estou acostumada.

Não reconheço o garoto, talvez por nunca ter visto ele na vida ou talvez pelo fato de que eu nem prestei atenção no rosto do infeliz quando cheguei na mesa e me sentei ao lado de Letícia.

Por algum motivo ela só me olha e desvia, não fala comigo. Deve ser porquê eu já estou aqui faz um bom tempo e ela já tenha falado comigo antes, eu não sei, na verdade as coisas estão bem estranhas. Eu não tenho ideia do que está acontecendo.

Vejo que em um outro lado do salão, também afastado dos seres dançantes, tem bancos e algumas colegas de aula minhas, resolvo ir até elas. É melhor do que ficar aqui segurando vela.

Enquanto ando até lá, presto um pouco de atenção na decoração. É tudo roxo, lilás e branco, desde os panos que são pendurados na parede para esconder as manchas de mofo do local até os das mesas, os doces e o bolo escandaloso, que eu ainda não sei se é de verdade, com o numero 15 enorme. Há uma mesa grande, onde parecem estar os pais da aniversariante e os avós. Outras mesas espalhadas pelos cantos com vasos de flores roxas e pessoas com tanta maquiagem e spray de cabelo que aquilo chegava a parecer um circo.

Há um banner enorme perto da entrada com o rosto de uma garota que não me parece estranha, mas como tudo estava confuso e estranho eu acabei não reconhecendo-a também. Devem ter me dado alguma droga.

Chego na frente das minhas colegas e elas estão conversando sobre garotos. Típico. Assim como Letícia, as garotas me tratam como se eu já estivesse lá há muito tempo, mas aquilo não me importa. O que me importa é que havia uma garota do lado delas, que eu também parecia reconhecer de algum lugar. Acenava para mim sorrindo. Aceno de volta.

- Vem aqui! – Ela me chama e eu obedeço. Me observa por um tempo e percebe que eu não consigo reconhecer quem ela é. – Lembra de mim? – Pergunta.

- Mais ou menos. Minha noite tá bem confusa. – Respondo.

- Fala sério. – Ela diz rindo. – Nós havíamos se conhecido pela Letícia, e conversávamos quase todas as noites no skype. Éramos melhores amigas, não se lembra disso? Eu lembro de como você era, ainda tenho algumas fotos suas.

E foi como cair de um muro e dar de cara no chão. Reconheci o rosto que dominava as pastas do meu computador, já que eu salvava suas fotos para admirar por horas. Lembrei das nossas conversas e as coisas que tínhamos em comum. Eu lembrei daquela criaturinha.

A criaturinha de cabelos escuros e compridos, olhos que parecem pérolas negras, nariz redondinho e uma boca que dá vontade de morder. A criaturinha que eu havia passado um ano inteiro obcecada, mas isso parecia não fazer diferença na vida dela. A criaturinha que havia voltado do inferno para atormentar minha vida. Outra vez.

Com seus 1,68, uma calça jeans escura que marcava direitinho aquelas coxas grossas e a bunda enorme, uma camiseta do Oasis com as mangas cortadas e um all star azul sujo e riscado, estava ali, a criaturinha do inferno, meu primeiro amor, minha primeira ilusão, Lana.

A Lana que me enviava músicas que eu nunca tinha ouvido, mas de algum modo sabia que eu ia amar todas. A Lana que jogava minecraft comigo durante as madrugadas das minhas férias. A Lana que conversava comigo sobre os shows das nossas bandas favoritas que passavam na televisão. A Lana que sempre tinha uma solução para os meus problemas. A Lana que aparecia nos meus pensamentos durante as aulas de matemática e me fez quase rodar de ano. A Lana que me fez escrever uma musica para ela falando que eu não a amava mais e não aguentava nem ver mais a cara dela, mas ela sabia muito bem que era mentira. A Lana que eu amava mais que tudo. A Lana que era a razão pela qual eu não desistia daquela vida de merda. A Lana que ninguém nunca vai amar tanto quanto eu amei. A Lana que desapareceu do nada e ainda me deixou no vácuo no skype. A Lana que eu não esperava ver depois de tanto tempo.

- Lembrou? - Pareceu ter notado minha expressão mudar de “não tô entendendo nada” para “caralho!”. Assenti com a cabeça. – Senta aqui. – Ela aponta para um espaço que havia no banco ao seu lado e eu me sento.

- Porquê parou de falar comigo? – Perguntei seca.

- Na verdade eu nem sei, acho que você estava me ferrando demais. – Faço uma cara de desentendida e ela sorri, como eu sempre imaginei que fizesse nas nossas conversas. – Nós conversávamos o tempo inteiro e eu acabava sem tempo para me dedicar a escola, então achei melhor me afastar de tudo.

Peguei minhas esperanças de que eu a ferrava de uma maneira emocional como ela me ferrava, joguei na privada e dei descarga feito bosta. Ela podia ter dito “eu havia me apaixonado por você, e isso estava me deixando louca.” porquê, criaturinha dos infernos, foi isso o que você fez comigo. Você me deixou louca.

- Achei que tinha sido por causa daquela piada idiota que eu havia feito no aniversário do John Frusciante. – Disse tentando não parecer triste.

- Eu nunca entendi aquilo. Porquê me dar feliz natal?

- Fazem piada por ele ser parecido com jesus, era aniversário do John, ele havia nascido naquele dia, natal é o nascimento de jesus, entendeu?

- Achei que estivesse ficando louca. – Disse depois de rir um pouco.

- Achei que havia achado que eu estava ficando louca. Achei que havia me ignorado por estar ficando louca. – Ela ficou em silêncio. – Depois daquele dia eu notei que você havia parado de falar comigo, pensei em ir perguntar o motivo, mas você havia me deixado no vácuo, e eu não aceito isso. Ninguém me deixa no vácuo. – Ela voltou a rir. – E depois de mais ou menos um mês, quando aquilo já estava me incomodando, eu fiquei com raiva e te excluí do meu skype.

- Eu percebi. Fiquei triste.

- Você me deixou pior, acredite.

Ficamos um tempo em silêncio, eu encarava a decoração ridícula e ela encarava as pessoas dançando.

- Eu senti sua falta. – Ela disse depois de um tempo e eu senti meu coração disparar. Eu a admirei por um instante e fiquei encarando algo distante pensando no que dizer. – Você sentiu a minha?

Voltei a olhar para ela sem saber o que dizer. Era mais fácil por trás da tela do computador. Nunca imaginei que o dia em que fossemos nos encontrar seria desse jeito, e eu queria que não fosse.

Pensei em milhares de coisas para dizer. Poderia ser sincera e cantar A Thousand Years para que ela tivesse uma noção do quanto eu sofri, poderia dizer só um sim sem graça e causar um  pouco de mistério, ou poderia dizer que não e fazer ela sentir toda a dor que eu senti. Mas eu não fiz nada disso. Eu a beijei.

Eu a beijei porquê era o que eu jurei que faria quando a conhecesse. Eu a beijei porquê era o que eu sempre quis fazer. Eu a beijei porquê queria saber se o que eu sentia por ela era correspondido. Eu a beijei porquê já não sentia mais medo da resposta. Ou eu a tinha, ou eu havia a perdido para sempre. E já havia me conformado com a pior das opções.

O mundo pareceu parar quando eu senti a mão dela no meu pescoço. Não sofreria mais. A criaturinha era minha. Me separei dela e encarei aqueles olhos que pareciam precipícios tentando decifrar o que ela estava sentindo sem precisar de palavras, mas eu não conseguiria. Aquela garota continuava um mistério para mim.

- Lana, me diga o que está pensando. – Disse ofegante e passando a mão pelo seu pescoço e seus cabelos.

- Você não tem ideia de quanto tempo eu fiquei esperando por isso. – Falou tão exaltada quanto eu e voltou a me beijar, dessa vez com mais vontade, mais desejo. Bocas se conhecendo e línguas procurando aconchego na cavidade alheia. Ela me queria o tanto que eu queria ela. E eu não podia estar mais feliz.

Em um movimento rápido ela me arrasta para o banheiro feminino me puxando pelo braço, e quando me dou conta já estamos em uma das cabines nos beijando loucamente e passando a mão no corpo uma da outra.

Ela coloca a mão dentro da minha saia, invade minha calcinha e me provoca. Enfia uma mão na minha blusa e aperta meus seios. Aperto sua bunda e tento fazer com que o atrito ente nossos corpos fosse maior. Nossos corpos podem estar colados e eu ainda vou puxar ela para mais perto.

- Lana, me fode logo. – Digo separando o beijo e não contendo os gemidos causados pelas suas carícias, ela sorri maliciosa.

- Calma, bebê. – Diz e volta a me beijar.

Não me contenho e a empurro do outro lado da parede.

- Desgraçada. - Puxo seu cabelo e deixo um chupão em seu pescoço. Coloco minha mão dentro de sua calça como ela fez comigo,  e repito alguns de seus movimentos, ela geme no meu ouvido.

Começo a sentir algo forte, algo me incomodando, algo que me fez apagar daquele momento. Tudo fica escuro e eu abro meus olhos. Encontro uma figura masculina deitada na minha frente, sinto um corpo me abraçando e peitos roçando nas minhas costas. Olho para cima e vejo um ventilador de teto, uma janela e o sol nascendo. Me sento no colchão, reconheço o lugar e começo a entender o que aconteceu.

Tudo foi um sonho.


Notas Finais


desculpa qualquer coisa


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