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História Wildfire - Adeus - I


Escrita por: MyLittlee

Notas do Autor


Gente, desculpem a demora. Eu estava sem tempo, por isso ainda nem respondi os comentários, vou viajar mas volto logo e já posto o outro e respondo todas vocês. Inclusive sempre leio todos, e muito obrigada por me cobrarem e não me abandonarem <3

Segurem o lencinho e ouça, ´´Read all about it, pt.III - Emile Sandré´´ porque esse capítulo tá só lágrimas!.

PS: dsclp os erros eu escrevi pelo celular!!!

Capítulo 20 - Adeus - I


Eu saio da sala de Charlotte me sentindo imensamente mal. 
 Calliope havia mentido para mim? Sim. Teria sido a primeira vez? Eu não sei. Sinto uma culpa enorme tomar meu corpo, por lembrar do sentimento repulsivo que havia sentido pelo meu pai ao ouvir que ele tinha sido o culpado dela nunca ter me procurado. Sim, eu sabia que ele teria sido capaz de ter feito aquilo e eu acreditava fielmente que ele o tivesse, mas o que o diferenciava de Calliope? Ela também havia mentido, certo?. 

   Ao mesmo tempo, outras questões gritavam em minha mente. Calliope havia mentido por mim, certo? Para me dar uma prótese nova, para eu parar de me machucar e sentir dores intensas, para melhorar minha vida. Ela sabia que eu nunca teria como pagar e queria me ajudar. Era uma mentira boa, não era? Mas porque ainda parecia tão errado?.

   Eu me sinto enjoada enquanto caminho pelo corredor do hospital, quando ouço a voz família a minhas costas:

-Arizona... 

    Eu me viro e arfo. Calliope está parada, me encarando. Ela arfa e tem os olhos vermelhos.

-Calliope. - É só o que consigo responder, me sentindo estranha.

   Ela se aproxima de mim, eu tento falar algo mas ela me abraça antes que eu tenha chance.

-Ariz... - ela fala com o rosto em meus cabelos, me abraçando forte. Eu deixo seu cheiro me preencher de ternura, para só depois permitir que o ódio e raiva tomassem conta. Me afasto imediatamente dela, a empurrando. Calliope me olha confusa.

-Eu sei o que você fez. - eu digo com raiva.

-Do que você está falando? - Ela pergunta, nervosa. - Arizona...

-Não, Calliope, você é uma mentirosa! Uma grande mentirosa! - eu aponto para ela com raiva. 

-A... - ela abre a boca, mas a fecha sozinha. Eu vejo que ela em choque, mas minha cabeça está tão preenchida por pensamentos turbulentos que só o que eu consigo fazer é continuar falando.

-Eu sei que você mentiu para mim sobre a perna, que não foi o hospital quem me deu, que você me obrigou a ficar com algo que você me deu quando eu te odiava! 

-Eu não te obriguei a nada! - a voz dela é um sussurro.

-Obrigou sim, você não me falou a verdade e me obrigou a ficar com algo que você estava me dando!

-É tão desprezível assim aceitar algo que eu te dei, Arizona? - ela diz ainda baixo.

-É desprezível que você minta para mim, Calliope. 

-Arizona... - ela dá um passo à frente, se aproximando de mim.

-Eu não quero ouvir suas desculpas. Você é uma mentirosa, e eu nunca mais vou acreditar em nada que você falar. Nada. Entendeu?.

Ela fica em silêncio.

-Arizona, o seu pai deu entrada no pronto socorro com parada cardíaca e múltiplas lesões no corpo. Ele se jogou da janela de seu quarto, na queda ocorreram as lesões e a parada. Ele está sendo operado por Maggie agora, mas eu vou entrar na sala de cirurgia, e depois de mim Meredith. Espero que você acredite nisso, porque infelizmente é verdade. - ela fala as palavras rápido e séria, e antes que eu tenha tempo de entrar em choque, passa por mim, trombando.

    Eu fico parada no meio do corredor sem entender o que está acontecendo. Meu pai... Se jogado da janela? Mas... Por que? Eu não conseguia entender. Minha mãe sempre estava com ele! A janela devia ter grades! A janela não tinha grades?. Eu não sabia. Eu nunca tinha reparado no quarto suficiente para saber. Eu nunca sequer fiquei muito tempo nele. Eu sequer ia ver meu pai, ou cuidar dele, e se eu tivesse talvez teria previsto que a janela sem grades era extremamente perigosa para um paciente com Alzheimer. Eu deveria ter previsto não como médica, mas como filha.

   Ás palavras culposas passam por minha mente até eu chegar na sala de espera. Assim que minha mãe me vê, corre para me abraçar. Ela chorava e soluçava como só a havia visto uma vez, como quando Tim faleceu. Eu não consigo falar nada, apenas abraçá-la e lembrar como tudo ali era familiar. Toda a culpa em meu peito, toda a dor, tudo que eu sentia queimar como ácido dentro de mim.

 FLASHBACK ----->

-Meu irmão? - eu pergunto a enfermeira pela 15ª vez.

-Arizona, você ainda está em observação. 

-Eu entendi essa parte, mas eu quero saber o que aconteceu com meu irmão! Ele se machucou muito? - eu pergunto com medo. Sabia que levaria a maior bronca, mas a pior parte era imaginar que eu havia machucado Tim de alguma forma. Tudo parecia um pesadelo. 

-Vamos esperar a médica chegar. Ela vai te explicar tudo. - a enfermeira responde.

-Explicar o que? Como trocar os curativos dos machucados? Acho que minha mãe vai preferir fazer isso, na verdade ela vai ficar tão louca comigo que nunca mais vai deixar eu levar Tim para esquina! - eu digo com pesar, pois Tim estudava na escola da esquina e eu amava levá-lo ao colégio quando podia. A enfermeira apenas me olha.

   Só 30 minutos mais tarde a médica entra no meu quarto. Minha mãe vem logo atrás dela, a cabeça baixa, os cabelos loiros escondiam sua cara. 

-Mãe? - eu digo, aliviada e tensa ao mesmo tempo. Ela não me olha, vira o rosto para a janela e novamente eu não consigo encara-la. 

-Arizona, eu sou a doutora Caroline Litmann, é um prazer te conhecer.

-Obrigada, doutora. Mas eu quero mesmo saber do meu irmão. Na verdade, eu acordei faz pouco tempo, nem ao menos consigo sentir minhas pernas por causa da anestesia e meus braços estão dormentes. No entanto minha cabeça está boa, e eu posso ouvir sobre meu irmão, não me prive como a enfermeira fez nos últimos 30 minutos. - eu encaro a enfermeira furiosa. - como ele está?

-Arizona... - a médica se aproxima de mim. - você estava do lado do motorista, e o caminhão que atingiu vocês bateu diretamente no lado do carona, onde seu irmão estava. Se você estivesse sentada no mesmo lugar que ele, também não teria resistido, a batida seria demais para ambos...

Eu sinto minha cabeça formigar friamente, e meu coração acelerar.

-Também? Seria demais? Do que você está falando? Onde está Tim? - eu falo rápido e nervosa. - Mãe? Mãe o que está aconteceu?

É a primeira vez que minha mãe me encara, agora eu consiga vê-la: o rosto está inchado e vermelho, e ela chora. Chora muito. Chora tanto que os soluços fazem com que seu corpo se sobre de forma involuntária, e ela gema alto como se sentisse a maior dor do mundo.

-Seu irmão já chegou ao hospital em óbito. Eu sinto muito, Arizona. - É tudo o que a médica diz. É a última coisa que eu ouço antes de tudo ficar preto.

FLASHBACK OFF ---->

   Eu fico parada ao lado da minha mãe, relembrando aquele dia e sentindo meu corpo inteiro queimar. Eu não sabia o que fazer. Em um minuto eu estava gritando no corredor com Calliope, no outro eu estava orando silenciosamente para que meu pai sobrevivesse. Aquilo parecia um pesadelo. Tinha que ser um pesadelo.
 
    Minha mãe se levanta, acho que ela vai usar o banheiro. Eu não sei porque ela não diz nada. E mesmo que falasse, eu duvido que seria capaz de ouvir. 
   
   Nesse instante, eu sinto alguém sentar com força ao meu lado. Sinto o cheiro dela e viro imediatamente. Calliope não me olha.

-Ele está bem até agora. Aguentou firme a cirurgia no coração, a minha parte e agora tem que aguentar firme Meredith. Eu acredito que ele vai conseguir. Ele é forte. - Calliope diz. Eu não sei o que responder. Me sinto aliviada como filha, mas como doutora eu sei que não havia acabado. Bastava um segundo para que ele se fosse. Poderia estar acontecendo ali, naquele instante, ou daqui um minuto. Mesmo assim, eu balanço a cabeça em afirmação, e continua a encarando. Porque de alguma forma aquilo me fazia sentir um pouco mais confortada.

-Eu não paguei sua perna sozinha. - ela fala, ainda encarando o nada. - o seu pai tinha uma conta no banco onde ele depositou dinheiro desde que você foi embora para a África. Não era muito, pois ele dividia entre ela e sua pensão, mas elas tinham motivos diferentes. A conta era apenas para a perna, e a pensão para que você pudesse se virar quando voltasse para cá. Ele sabia que estava doente mas sabia que um dia você voltaria, mesmo que ele não pudesse ver, queria se assegurar que você teria o melhor. - eu apenas a encaro novamente. Eu não sei o que falar. Sabe quando você está descendo a escada no escuro, e não sabe se tem outro degrau? Sabe aquela sensação? Multiplique-a em 100x, e você saberá o que eu estava sentindo.  - Eu sei disso tudo, porque ele me procurou para ajudar. Ele não disse o motivo, mas disse que havia visto uma matéria sobre mim em uma revista médica, e sabia que eu era a melhor da área. Ele me explicou metade da história. No final, só o que eu sabia era que quando você voltasse ia me procurar, e eu devia usar esse dinheiro para te ajudar. Me passou todas as informações da conta e quando a doença ficou muito agressiva, transferiu todo o dinheiro para uma conta minha. Sua mãe também sabia, mas nós nunca tivemos muito contato. Quando você voltou, tudo foi explicado e eu finalmente entendi o motivo daquilo tudo. Foi quando eu comprei a perna. Eu não te dei nada, Arizona. - é a primeira vez que ela me olha. - eu contribui sim, mas não foi um quarto do valor dessa prótese. Eu apenas completei o que faltava, porque era muito pouco, o resto foi seu pai. Eu não te dei nada. Foi ele. Eu apenas quis te ajudar, e me desculpe se eu menti para você ou te enganei. Eu devo ser uma grande mentirosa sim, mas essa mentira foi para o seu bem. E foi porque havia muito mais pessoas envolvidas. - Calliope continua, ressentida. 

-Calliop... - eu começo, mas sou interrompida.

-Arizona! - Meredith diz se aproximando. Eu me levanto imediatamente, sentindo minha testa formigar frio.

-Meredith, como ele está? O que aconteceu? - eu pergunto nervosa. É a primeira vez que falo uma frase completa em horas.

-Nós terminamos a cirurgia, ele aguentou firme, mas seus órgãos e corpo estão muito cansados. - Meredith suspira. - Arizona, eu já conversei com sua mãe, mas sinto que com você posso ser mais direta e sincera com você. O seu pai está muito fraco. Ele não vai resistir a essa noite. Eu sinto muito, muito mesmo. Algo o manteve vivo naquela sala de cirurgia, ele teve várias paradas, e mesmo assim voltou. Algo forte o manteve e eu não sei o que é, mas sei que deve ser feito rápido. 

-Eu sei o que é. - Calliope diz, e eu a encaro. - ele está esperando que você o perdoe.



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