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História Wildfire - Uma boa...


Escrita por: MyLittlee

Notas do Autor


Oi amores, espero que gostem. Obrigada pelos comentários <3

música: Kiss it Better - Rihanna.

Capítulo 23 - Uma boa...


  Eu não falo nada. Apenas a olho. Chocada. Ás palavras não se desenvolvem em minha mente e muito menos em minha boca. Tudo que eu consigo pensar é:

 

´´Eu estou grávida´´

 

´´Eu estou grávida´´

 

´´Eu estou grávida´´

´

 

Calliope estava grávida. Calliope Torres estava grávida.

 

Meu Deus, Calliope estava grávida.

 

Calliope

grávida.

 

Calliope estava grávida.

Calliope estava grávida.

Calliope estava grávida.

 

A frase gritava em minha mente e não me deixava entender mais nada. Como aquilo era possível? Meu Deus, Calliope grávida. Eu... Eu simplesmente não sabia como reagir.

 

-Por favor, Arizona – ela diz, a voz embargada pelas lágrimas. - Diga algo.

 

Eu ouço suas palavras mas não sei o que fazer. De todas ás coisas, aquela era a única que eu nunca imaginei, não daquela forma. Como eu poderia falar algo sobre aquilo se eu sequer entendia o que estava acontecendo.

 

-Bom... - eu me forço a falar. - é isso que dá ser bissexual.

 

Calliope me encara sem entender, e eu mesma não entendo o que havia acabado de falar.

 

-Calliope... - eu me forço de novo, tentando não ser idiota como da outra vez. - Parabéns!

 

-Parabéns? - ela pergunta confusa.

 

-É, parabéns pelo seu bebê. Eu... desejo felicidades a você e Mark. - eu digo, finalmente saindo do meu estado de choque, mas ainda com o olhar perdido. Tento passar por ela e ir embora daquele lugar, mas Calliope me para, segurando em meu braço e me forçando a ficar ali.

 

-Espere, Arizona. - Ela diz, a voz em suplica. - Eu também te amo.

 

Novamente, eu fico sem palavras. O que diabos aquilo importava agora? Ela estava grávida de Mark Sloan. O que diabos me amar tinha a ver com aquela bagunça toda?.

 

-O que... isso tem a ver com... sua gravidez? - eu pergunto, confusa.

 

-Tem tudo a ver. Eu quero que você fique comigo. - ela escorrega a mão que apertava meu braço até minha mão, a levando a sua barriga ainda lisa. - eu quero que você esteja com a gente.

-Calliope, você está brincando, certo? - eu pergunto, a encarando.

 

-Não, Arizona, não! - ela continua. - eu quero você. Nós finalmente podemos ficar juntas, só nós duas, e termos uma família. Eu quero você comigo nessa, porque eu preciso de você para ser feliz. Eu quero que você seja mãe da minha filha, que você seja minha família. Eu quero compartilhar tudo isso com você. - Ela chora enquanto fala. - Você pode, por favor, aceitar ficar conosco?.

 

Eu a encaro, por alguns segundos, sem saber o que fazer. Eu amava Calliope sim, e por toda a experiencia de anos sabia que jamais ia deixar de am-la. Mas aquilo era demais. Eu não queria ser mãe, eu jamais quis ser mãe, exceto quando conheci Erick. E mesmo ali, eu sentia a dor de estar longe dele, e não suportaria sentir isso por outro alguém. Tim havia me mostrado o primeiro amor materno, e o que eu fiz? O matei! Erick havia me mostrado o segundo amor materno, na África, quando eu o criei a maior parte de sua vida, quando ele tinha em mim seu porto seguro, quando todas as palavras dele eu havia ensinado a proferir, quando eu o trouxe ao mundo. E o que eu fiz? O abandonei!. O que eu poderia oferecer a essa criança, quando o destino deixava claro que a minha repulsa pela maternidade era porque eu não havia nascido para ser mãe. O que diabos eu tinha a oferecer ao filho de Calliope, senão uma montanha de dores e de traumas?. Eu não podia fazer aquilo. Não só porque eu me sentia traída por Calliope, mas porque eu não havia nascido para aquilo.

 

-Calliope, tem coisas... Que simplesmente não tem que acontecer. Que não foram feitas para estarem juntas. Nós somos como duas pilhas de polaridades iguais, e talvez o nosso amor seja o que faz elas ficarem iguais. Mas, o que acontece com duas pilhas de polaridades iguais? - Calliope apenas me encara. Eu tiro a mão da sua barriga. - Elas se repulsam, Calliope. Como nós fazemos, o tempo inteiro. Porque nós não nascemos para ficar juntas.

 

Dizendo isto, eu saio da sala, deixando Calliope boquiaberta e sozinha. E eu sei que ali, finalmente, havia sido o ponto final de nossa história.

 

 

 

 

.x.

 

 

Após meu encontro com Calliope, ela nunca mais tentou se aproximar de mim. Eu havia de longe, com Mark, o seu sorriso encantador e os ´´Parabéns´´ de todos os médicos do hospital. Eu via todos nos encarando com dó, pensando na história não vivida. E ás vezes, eu mesma pensava. Pensava que poderia estar com Calliope, na consulta pré-natal, segurando sua mão. Ou seu cabelo nos enjôos frequentes. E a abra-ça-la na hora de dormir. Mas depois eu usava os argumentos que dei a Calliope a mim mesma, e tentava manter os sentimentos gritantes em silêncio.

 

Já haviam se passado 3 meses desde a nossa conversa. Calliope e Mark estavam tentando ficar juntos, pela criança, eu acho. Ou apenas por se sentirem sozinhos. Assim como eu, Lexie não havia aceito a situação de madrasta, e pulou fora do seu relacionamento com Mark. Algumas vezes nós compartilhávamos o banheiro para chorar, ou iamos ao Joe´s e riamos de nossas histórias desastrosas. Numa dessas noites, entramos em comum acordo que Calliope e Mark haviam nascido um para o outro. Isso porque, nada na nossa história havia dado certo e na de Lexie e Mark também não. Tudo juntava os dois e eu acreditava fielmente que aquela criança tinha de ser gerada. Isso dava mais motivação para que eu e Lexie ficassemos longe deles: aquela criança merecia um pai e uma mãe completos. Uma família. E não seriamos nós que iriamos interferir nisso.

 

-Arizona? - A voz atrás de mim me tira dos meus devaneios.

 

-Pois não? - eu pergunto, me virando.

 

 

-Você pode cobrir uma consulta pré-natal? Minha filha está passando mal em casa e eu preciso ir agora. - A drt.Fox pergunta, aflita.

 

-Claro, não se preocupe. Depois me fala se está tudo bem com ela, ok?

 

-Ok! - a mulher sai antes que eu consiga vê-la, apenas deixando comigo o prontuário e o número da sala dela, já que tinhamos pouquissimo contato. Eu dou apenas o tempo de tomar meu suco, e me levanto.

 

Entro na sala olhando para baixo.

 

-Boa tarde... - eu digo, e quando levanto a cabeça para encarar meus pacientes, vejo uma Calliope nervosa mordendo o lábio, e um Mark Sloan sério.

 

Ah, sério, destino? Sério mesmo?.

 

-O que...? - Calliope pergunta, mas parece tão em choque que não é capaz de terminar sua fala.

 

-Ah, a doutora Fox teve um problema, então eu serei a médica de vocês hoje. - eu digo tentando parecer o mais profissional possível, e dando-lhes até um sorriso. Forçado, mas um sorriso.

 

Em silêncio, preparo todo o equipamento e por fim sento na cadeira, a empurrando para o lado de Calliope. Ela me encarava o tempo inteiro, admirada.

 

-Certo, vamos ver esse bebê. Vocês já sabem o sexo?

 

-Não, na verdade estamos esperançosos que essa consulta o revele. - Mark diz, animado.

 

-Ah, então vocês querem saber? - eu pergunto os encarando, eles me olham confusos. - Tem casais que gostam que seja surpresa.

 

-Ah, nós não... - Calliope começa, mas corta a si própria. - nós não queremos surpresa. Obrigada.

 

Coloco o gel frio em sua barriga, e começo o exame. O pequeno feto aparece na câmera, de apenas 4 meses. Eu consigo ver que ele é perfeito e isso me da um alivio enorme. Nunca desejaria mal algum aquela criança, e era impossível não sentir afeto sendo ele filho do amor da minha vida. Era extremamente difícil ficar sabendo de informações sobre ela pelos outros, mas sempre aliviante saber que estava tudo bem.

 

-Hm... Acho que estou vendo algo... - eu digo aproximando a câmera.

 

Sim, eu conseguia ver perfeitamente. O pequeno ´´V´´ no meio das perninhas.

 

-Parabéns, vocês serão papais de uma pequena princesinha. - Eu digo me virando a eles e dando meu melhor sorriso.

 

-Eu sabia! Eu sabia! - Calliope diz supercontente, batendo palmas. Mark também ri alto e abraça, comemorando. De repente, eu sinto que estou sobrando ali, apenas vendo a felicidade do casal. Eles também percebem, porque logo se afastam como se fossem culpados de algo. Mas eles não são. Eu estou sobrando ali.

 

-Está tudo bem com a princesinha de vocês, ela é perfeita. Vou sair e deixar vocês sozinhos para comemorar. - eu digo, me levantando e saindo rápido da sala.

 

 

Ando em passos rápidos até a saída do hospital, sentindo todo o ar sufocante a minha volta. Sim, tudo parecia sulfocante. Calliope grávida. Calliope e Mark. Calliope e uma menininha. Calliope e a minha mente traídora que insistia em me imaginar junto a ela, e agora a pequena garotinha. Calliope, Calliope e sua bebê, Calliope e Mark, Calliope e...

 

Sinto um tranco e meu corpo se desequilibrar. Eu quase caio mas a pessoa que eu esbarrei me segura com mãos fortes.

 

-Arizona! - Charlotte diz, sorridente.

 

-Oi, baby. - Eu digo sorrindo, dando lhe um selinho.

 

Oh, sim, agora vocês devem estar confusos. Bom, muita coisa muda em três meses. Durante todo esse tempo, charlotte esteve ali. Então, como eu poderia não lhe dar uma chance?.

 

-Eu tenho uma notícia maravilhosa! Na verdade, era para ser uma pergunta mas como tenho certeza que você dirá sim, eu já confirmei e organizei tudo. Você vai ficar tão, tão, tão feliz. Meu Deus! - Ela falava tudo rápido atropelando as palavras, e eu não conseguia entender nada com nada.

 

-Espere, Charlotte. Calma. - eu digo, com as mãos em seu rosto. - Diga devagar o que é essa notícia maravilhosa, para que eu possa entender.

 

-Nós, vamos, para, ÁFRICA!!!.



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