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História Wildfire - Primeiro olhar - Callie Torres


Escrita por: MyLittlee

Notas do Autor


Oi gente, mas um capítulo quentinho direto do forno 🙂 espero que vocês gostem, e comentem. Ah, eu sei que algumas palavras mudam o sentido, ou estão erradas, mas o teclado do meu notbook está quebrado e eu escrevo no bloco de notas, passo para mim mesma no facebook e posto. Ou seja: corretor+pressa, já sabem né?

Perdoa os erros e não me abandona, gata!

Capítulo 4 - Primeiro olhar - Callie Torres


Fanfic / Fanfiction Wildfire - Primeiro olhar - Callie Torres

Meu coração acelera. Minhas mãos soam. O tempo parece parece parar enquanto meus olhos estão no dela. É como se eu retrocedesse há anos atrás, quando eles significavam tudo. E agora... Ainda parece significar tudo. Mas não significam. Não deveriam. Não depois de tantos anos.
Mesmo assim, eles me prendem como teias. E eu não consigo dizer nada.
Ela também não diz.
Ela apenas me olha.
Ela sorri.
O sorriso de Calliope Torres. Eu fiz inúmeros poemas sobre ele. Eu o imaginei mil vezes. Eu sofri inúmeras vezes de saudade dele. Eu ainda sentia. E eu nunca imaginei encontrá-lo dessa forma.
Agora, eu o vejo. Anos depois. Ela está ali. E não diz nada. E Deus me ajude mas eu também não consigo dizer nada.
—Arizona Robbins! -ela é a primeira a falar, e vem em minha direção, me abraçando. Eu continuo estática. - Quando eu vi o nome lembrei de você, mas nunca pude imaginar que era você mesmo. E é! Meu Deus!.
Eu estou parada. Não a abraço de volta. Não sei o que fazer.
Quantas vezes eu sonhei com isso anos atrás? Milhoes de vezes! Todas as noites! Todos os dias! Imaginava encontrá-la no metrô, na esquina de minha casa, na frente da faculdade. Eu imaginei muito e em vários lugares diferentes. No começo, até a imaginava na África. Quando ele chegou, a imaginei segurando Erick, dizendo me que ele era lindo e deveríamos levá-lo para casa, como sempre foi meu sonho. Erick na verdade me fez pela primeira vez sonhar em reencontra-la feliz, na maioria das vezes eu a ignorava. Saia do vagão de metrô, trocava de calçada. Jogava um sorvete na cabeça dela e mandava ela não me procurar.
Mas ela nunca me procurou, nunca me encontrou, o destino jamais nos juntou e eu entendi que não era para acontecer.
Mas agora, tantos anos depois, ela estava ali, e eu não entendia nada. Mas ao perceber que ainda estou parado, decido agir e dou-lhe batidas nas costas. Ela se afasta, e de repente, eu sinto-me triste.
—Olá... - é só o que eu consigo dizer. Ela fica em silêncio sem saber o que falar, mas o sorriso aberto não saiu do seu rosto.
—Quanto tempo! 
—É mesmo. - eu respondo.
—Você é pediatra?
—sou.
—Eu sou ortopedista. -ela diz sem graça.
—Pensei que fosse ser advogada.
—Eu larguei a faculdade pouco depois da ultima vez que nos falamos. - a última vez que tínhamos nos falado, nós terminamos.
—Eu vi sua mãe algumas vezes no hospital.
—foi ela que me arrumou esse emprego.
—É, ela é bem próxima de Richard.
—Bem próxima?
—Sim, você não sabia?
—Nem o conheço. -ela me olha confusa. - estive fora por muito tempo.
—Ah, eu imaginei.
Ela responde isso e longos segundos se sucedem.

—Vamos sentar. - ela diz e vai até o fundo da sala, onde está sua mesa. A sala é grande e cheia de equipamentos, eu me sinto mal de ir até onde ela está.
—Richard marcou essa consulta de emergência para você, visto que você começa a trabalhar hoje, e só me disse que era essencial você ser atendida no primeiro horário. - ela fala sem prestar atenção em mim. Isso me fere um pouco. A forma como em poucos minutos ela age naturalmente, como se fossemos amigas que não nos víamos há alguns meses. Não é assim para mim. Meu coração continua acelerado e minhas maos suadas. Eu sinto que estou... Em choque. 
—Eu voltei ontem, minha mãe que é desesperada. Já quis que eu viesse trabalhar hoje. 
—Ah, acho que isso é culpa de Richard. Ele já está procurando um bom pediatra a algum tempo e só da furada. Onde você trabalhava antes daqui?
Fico quieta.
—É complicado. - é a única coisa que eu respondo.
—você vai ficar parada aí pra sempre?.
—Ah. 
Percebo pela primeira vez que ainda estou estática no mesmo lugar, e que deveria andar até ela. Mas isso me dá náuseas.
Demorou muito tempo para que eu me acostumasse a não ter uma perna. Me sentia incompleta e depois, defeituosa. E embora depois de tantos anos tenha me acostumado, agora me parecia errado aparecer desse jeito. Sempre imaginava encontrá-la por cima e agora só sentia que a estava encontrando defeituosa. Era horrível e eu não tinha para onde correr. Tinha de andar para frente.
Um BIP interrompe meus pensamentos. Callie me olha com os olhos arregalados.
—Acho que nós temos que ir.

CALLIE TORRES:

Minhas mãos, de repente, soam demais. Eu nunca imaginei encontrá-la depois de todos esses anos. Na verdade, o maior dos meus medos era encontrá-la um dia em uma maca de hospital, machucada, entre a vida é a morte. Isso me perseguia, e todas as garotas que eu havia atendido com o nome de "Arizona" me davam calafrios antes de vê-las. Embora não fosse muito comum, já que esse não era um nome comum, nunca aconteceu, até agora. 
Minha história com Arizona havia sido complicada. Quando a conheci ela tinha 15 anos, e eu vinte. Ela estava no primeiro ano do ensino médio, e eu, no primeiro ano da faculdade de direito. Ela era uma criança perto de mim, mas toda sua maturidade me encantava. Fazia apenas um ano que Erika havia quebrado meu coração, e me parecia improvável gostar de alguém. Mas eu estava gostando dela, e todos os sonhos de Arizona, pareciam se tornar os meus. Seu sorriso era o mais lindo do mundo!. Eu a amava loucamente, e os primeiro três meses foram os melhores da minha vida. Quando eles passaram, meus medos passaram também - já que Erika havia terminado comigo no 3º mês de namoro, e eu achava que Arizona ia fazer o mesmo. - mas ela não o fez, e tudo correu bem. A mãe dela me aceitou de braços abertos, embora minha família nem desconfiasse do nosso namoro. O pai dela, eu nunca cheguei a conversar. Eles eram... Complicados. E Tim, bem, ele era um amor. O garotinho mais lindo do mundo, e o amor da vida de Arizona e da mãe - e até do pai, pelo que ela me contava - eu o adorava e ele me adorava. Tudo parecia ótimo, e eu era muito feliz ao lado de Arizona. Pelo menos nos primeiros três meses tudo foi bom, e eu gostava dela de verdade. Parei de sair nos fins de semana, até esqueci o que era balada, e principalmente Erika. Fui o primeiro beijo, amor e transa de Arizona. Isso alimentava meu ego e ainda mais meu amor.
Mas, após o primeiro, Arizona começou a estudar fervorosamente. Ela queria ser médica e o pai decidirá que deveria fazer por conta própria. Sendo uma aluna mediana, ela não conseguiria tão fácil, e sabia disso. Foi então que começamos a nos encontrar apenas de fim de semana, e logo de domingo. Isso acabou fazendo me sentir em um relacionamento muito instável, ou estável demais. Eu a amava mas não era tão feroz. Os beijos eram calmos, e eu tinha carência de eletricidade, adrenalina. Queria ir para a balada, queria vê-la na semana, queria beija-lá e transar com ela no meu quarto da faculdade enquanto minha colega dormia. E ela, só queria estudar e estudar. E mesmo com tudo isso, eu ainda a amava, e foi por esse amor que fiquei mais um ano com ela. Mas, pouco antes dela fazer 18 anos, Erika voltou para Seattle. Ela havia ido morar em outro país com os pais quando terminamos, onde a nova namorada da época morava. E naquele momento, bem, ela estava de volta. E me querida de volta.
Esse foi o start para que eu e Arizona desmoronássemos de vez. Erika voltou com tudo que eu, por um, tive carência. Assim que a vi as chamas que eu sentia falta com Arizona voltaram, a adrenalina de fazer algo errado, me deixava excitada. E quando eu vi já estava envolvida demais.
Decidi, por tudo que Arizona e a mãe haviam sofrido com o pai dela, recuar. E fui sincera ao terminar com ela para ficar com Erika. Eu me lembro bem do dia, embora não goste de recordar. Eu não sabia que estava tão errada ao quebrar seu coração, e foi apenas alguns meses depois que eu percebi, quando já estava com Erika algum tempo, que percebi que o que eu e Arizona tínhamos não era nada cômodo ou pacato, como eu imaginava. Era amor, um amor calmo, um amor difícil, um amor à distância. Mas um amor que eu nunca sentiria por ninguém.
Eu sabia no entanto, que era tarde demais para ir atrás dela. E que as consequências das minhas escolhas não tinham volta. Então continuei com Erika, e tentei esquecer tudo que aconteceu.
Mas agora que ela estava bem ali na minha frente, tudo que podia fazer era relembrar tudo, e sentir saudade. Uma saudade que eu nunca pensei ter sentido. E cada vez que eu sorria a olhando, era por felicidade, e mesmo assim, um choque iminente.
Arizona havia mudado, de todas as formas possíveis. Quando terminamos, e portanto, a última vez que a vi, ela estava quase fazendo 18 anos. Era uma menina, e agora, uma mulher. Seu cabelo loiro estava longo e bagunçado, meio cacheado de sua forma natural, mas como ela nunca usou. Ele estava queimado pelo sol, deixando-o meio dourado, e moldando sua pele branca como uma moldura em um porta-retrato, embora agora sua pele estivesse um pouco mais escura, eu imaginava que fosse causada pelos raios solares, isso explicaria também as sardas que se espalhavam claras por sua bochecha naturalmente corada. Eu não sabia por onde ela tinha andando, mas podia ter pistas só por olhá-la. Ela não sorriu, estava rígida e pela postura podia imaginar que o motivo da consulta era algo com a perna direita. Alguma fratura não curada era meu palpite.
Eu tentava agir normal, enquanto por dentro era só turbilhões de sensações. Eu queria decifra-la, mas não só seu físico como tudo nela por dentro parecia ter mudado. Ela era outra pessoa, e isso me dava calafrios. Saber que ela era a Arizona Robbins com quem eu iria trabalhar, me dava calafrios. Mas o que mais me deixava nervosa, nem era a frieza de seus olhos azuis, ou seu rosto ainda mais lindo do que quando ela era uma adolescente.
O que me amedrontava, era o calor esquecido que agora, eu sentia novamente em meu peito.

BIP 
—acho que nós temos que ir.

Eu levanto da minha mesa em instinto, e corro abrindo a porta, Arizona vai bem atrás, me seguindo. Ambas corremos até o PS, e quando entramos a situação é caótica. À macas chegando por todos os lados com crianças, coloco um avental e dou um a Arizona, junto à luvas.
—Não sei se já tenho autorização para trabalhar.
—Se você está aqui, é porque tem. - respondo já indo até Alex, ela vem logo atrás.
—O que aconteceu? - pergunto.
—Um atirador em uma escola. - Sinto um tremor habitual de todas as vezes que algo assim acontecia, e não sei nem ao menos o que responder. - Arizona, desculpe te colocar em uma situação dessas tão cedo, mas precisamos de todas as maos possíveis, você acha que consegue?
—Sim, trabalhei muito em trauma nos últimos anos. Deixa comigo. - ela responde e eu a olho. Sua voz está mais grossa, mas não é isso que me deixa confusa, mas sim sua resposta. Com trauma? Pensei que ela sempre quisesse ser pediatra, e era o que estava escrito em sua ficha. Então como ela trabalharia em trauma? 
Não a tempo de pensar na resposta, logo uma maca entra, nela uma criança parecia sufocar. Arizona e Alex correm até ela, enquanto eu corro a outra que uma criança com um machucado na cabeça. De longe, enquanto examino o garoto rapidamente, ouço a voz de Arizona e Alex.
—Alex, de-me o bisturi. -A olho enquanto ouço os batimentos cardíacos do garoto, a cena toda passa em segundos, mas tudo parece em câmera lenta: Arizona pega o bisturi das mais de Alex, e rasga sua calça jeans do meio da coxa com o bisturi e terminando o trabalho rápido com as mãos, ela enfia as mãos na fenda que abriu e em um segundo sobe em cima da maca e senta em cima do garoto, fazendo massagem cardíaca em seu peito. Alex vira a maçã para levá-la ao centro cirúrgico de emergência, e é só aí que eu percebo o porquê do rasgo na calça: Uma perna de plástico está caída no chão, e quando a maca vira, vejo a quem ela pertencia.

"o meu maior medo sempre foi encontrá-la machucada em uma maca. Entre a vida e a morte, e agora eu percebo que alguma dia e de alguma forma, ela já esteve assim."



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