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História Wildfire - Eu nunca vou te perdoar.


Escrita por: MyLittlee

Notas do Autor


E aos fantasminhas, apareçam viu? Eu to vendo vocês aí, me deem um oi e digam o que estão achando. Eu não mordo kkkkk

Ps: me perdoem pelos erros, eu estou constantemente na rua (pq estudo o dia todo em lugares diferentes) e com o teclado do meu notbook, escrevo o capitulo pelo celular, depois só copio e colo aqui.

Espero que vocês gostem e não me abandonem.

Capítulo 7 - Eu nunca vou te perdoar.


ARIZONA

É 03:30am e eu ainda estou de plantão, tive algumas operações de emergência, mas no geral fiz cirurgias em crianças que eu já havia conhecido outro dia e inclusive, já estavam marcadas antes mesmo de eu chegar em Seattle. Todas receberam seus respectivos pirulitos de chocolate, e todas correram bem. Era uma delicia voltar à ativa, mesmo que na África eu ainda atendesse crianças, e seus pais, e as vezes até seus animais, era diferente de estar em um hospital. Vivendo tudo de novo. Eu amava aquilo, mas fazia muito tempo que eu tinha ficado tanto em pé depois de ter perdido minha perna. E embora na África eu fosse acostumada às frequentes dores, e até aqui, sempre parecia doer mais que as vezes anteriores.
Eu aproveito a calmaria e o silêncio tanto no ps, quanto no BIP, para que antes que alguma criança passasse mal, ou alguém me encontrasse para conversar -porque agora já sou amiga de todos- e entro em uma sala. Ligo sua luz e sento na cadeira que está no fundo da sala. Deixo as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Parece que minha perna está pegando fogo! Dói muito, muito. Fazia tempo que ela não doía tanto, e talvez eu devesse ter seguido o conselho que minha mãe havia me dado naquela tarde quando liguei, e pegar leve no início. Mas era o meu trabalho. E as dores, eram ossos do ofício. Na verdade, eu acreditava e aceitada fielmente ela ser parte do castigo do que havia feito com Tim.
Mas às vezes doía tanto que eu não conseguia imaginar merecer algo desse tipo.

A porta se abre. Olho imediatamente.

—Ah, desculpe. Vim pegar algumas fichas. -Callie responde rápido. Só quando termina, ela me olha.- Arizona? Você está bem?
Seco as lágrimas.

—Estou, só descansando um pouco enquanto a loucura não volta.

—E por que você está chorando? -ela me pergunta, já entrando na sala e fechando a porta.

—Só dor de cabeça.

Ela apenas me olha por alguns segundos.

—Você está com dor na perna.

—Não estou, não. - Eu respondo tentando dar um sorriso falso.

—Eu sei que está. -Callie responde, e sem ter mais forças para mentir, deixo mais uma ou duas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Ela se agacha na minha frente.

—Posso te ajudar? -Pergunta. Seus olhos são suplicantes.

—Não.

—Por favor. -ela súplica de novo.- É o meu trabalho.

Eu a olho por alguns instantes, e posso ver a sinceridade em seus olhos. A verdade é que dói tanto, e estou tão machucada, que não tenho como recusar. Me levanto da cadeira, abro minha calça e deixo ela cair nos meus pés. Lamento imediatamente não estar usando uma calcinha sexy, mas sim uma cheia de morangos.
Calliope olha para minhas pernas. Não com pena, nem diferença. Ela olha com algo mais, que eu não consigo decifrar. Morde os lábios. E eu ainda estou em pé quando ela passa a mão quente por toda a extensão da minha perna completa. Desde o calcanhar, até minhas coxas. Sinto seu toque quente e meus olhos se fecham no mesmo instante. Ela deixa a mão escorrer para baixo de novo, e depois para cima, aperta minha coxa.
Embora seja muito bom, é errado.

—Essa é minha perna boa. -eu digo. Ela me olha, morde o lábio de novo.

—Desculpa, eu não havia percebido. -ela sorri amarelo, e eu também sorriu com a piada. Ela perde um segundo apenas me encarando, ainda com o sorriso no rosto. E depois pede para que eu sente, e começa a massagear aonde fica a minha cicatriz. No começo está tão dolorido que dói, mas depois o calor de suas mãos, junto aos movimentos e a eletricidade que só seu toque poderia me causar, me levam ao céu. Eu fecho os olhos, e deixo-me levar pelo êxtase e calmaria.

É como estar no paraíso.

FLASHBACK ONN

—Hey, baby.
Eu entro saltitante no quarto de Callie, dando-lhe um selinho e colocando minha bolsa em sua mesa de estudos.

—Isso está uma bagunça. -eu digo e começo a empilhar os livros e arrumar os papéis que estavam jogados de um lado para o outro.

—Arizona... - Sua voz soa ao fundo, eu ignoro. Continuo arrumando suas coisas. Ela espera alguns segundos em silêncio, e fala de novo.

—Arizona. -Ela diz um pouco mais alto.

—Espera, já estou terminando. -Eu falo. Não queria virar. Podia sentir o clima tenso que nos cercava no último mês explodindo. Calliope havia se afastado de mim, não me tocava mais, quase não conversávamos e ela nunca ia me ver. Sempre que eu tentava beija-lá, ela se afastava. Sempre que eu tentava toca-lá, ela se encolhia. Arrumava desculpas para não dormirmos juntas, e quando eu começava a beijar seu pescoço e puxa-lá para mim, afim de transarmos, ela sempre se afastava e arrumava uma desculpa para ir embora. Nas poucas vezes que transamos, foi diferente. Totalmente diferente. De um jeito ruim.
Então eu sabia qual era o próximo passo.

—Arizona. - ela diz baixo e pausadamente.

—Ok! -eu digo e me viro. Ela continua sentada na cama, na mesma posição que eu a havia encontrado quando cheguei. Me encarava com os olhos molhados, e uma postura fria. -O que você quer?

—Nós precisamos conversar.

—Eu estou aqui, Calliope. Então apenas diga. Diga o que você tem pensado que a fez se afastar. Diga que sua ex namorada voltou, e você quer ficar com ela. Diga que não me quer mais. Apenas diga para que eu possa ir embora e possamos parar com esse teatro.-Eu falo agressiva, minha voz já é trêmula e eu não consigo controlar as lágrimas que descem pelo meu rosto.

—Não é assim, Ari... 
—NÃO É ASSIM? PELO AMOR DE DEUS CALLIOPE, VOCÊ NEM AO MENOS ME TOCA MAIS! ME DÊ OUTRO MOTIVO QUE NÃO SEJA ELA! 
—Eu... Eu não queria que fosse assim. -uma lágrima escapa pelos olhos dela. - Eu não queria...

A olho boquiaberta.

—Callie, você... Você me traiu?

—Não, não Arizona, eu juro que não. -Ela levanta e vem até a mim rápido, coloca suas mãos em meus ombros e me encara. - Eu... Eu não queria que isso acontecesse. Mas eu amo.

—VOCÊ O QUE? -Eu tiro suas mãos imediatamente dos meus ombros.

—ARIZONA, POR FAVOR! - Ela diz chorando, tenta colocar suas mãos em meus ombros novamente, mas eu as tiro com grosseria. - NÃO TOQUE EM MIM!

Eu me afasto dela, ando para longe, minhas mãos bagunçam meu cabelo, eu olho para cima tentando controlar as lágrimas. Mas não dá. Um buraco parece se formar em meu peito. E dói! Uma dor física! Uma dor física. Eu choro tentando engolir os soluços, mas dói tanto, tanto, tanto.

—Arizona, por favor. Me perdoe, por favor. -Callie chora. - Por favor.

—EU NUNCA VOU TE PERDOAR, NUNCA, VOCÊ ENTENDEU? - grito, e me afasto, puxando minha bolsa com toda minha força e levando todos os papéis que estavam em sua mesa junto, todos caem no chão, junto com eles o nosso porta-retratos juntas. Eu o havia dado quando completamos um ano de namoro. Ele cai no chão e quebra, os pedaços de vidro se espalham pelo chão. Eu olho para ele, e depois para Calliope. Ela faz o mesmo, e nos encaramos por alguns segundos.

—Eu nunca vou te perdoar, Calliope. E eu nunca mais quero te ver na minha vida. Nunca mais.

—Arizona...

—NUNCA MAIS!

Dou as costas para ela, e saio do quarto batendo à porta com toda minha força. E saio correndo pela rua, sem direção alguma. Eu só corro, sentindo o vento frio bater com toda força em meu rosto, até não aguentar mais e cai de joelhos no chão. Os soluços atingem meu corpo, e eu só consigo chorar alto, e soluçar até perder o ar. E quando recuperar, soluçar mais.

Minha única certeza naquele momento, era que eu nunca iria perdoar Calliope Torres.

FLASHBACK OFF

Abro os olhos. As mãos de Calliope ainda me fazem ir ao céu, mas a lembrança me lembra que aquilo não era certo. Ela não deveria me tocar depois de tudo. Eu não deveria sorrir a ela, ou ser amiga dela, nem qualquer coisa do tipo. Eu nunca deveria perdoa-la, e eu não ia.
Tiro sua mão da minha perna rápido e com grosseria. O sorriso dela imediatamente desaparece de seu rosto.

—O que... -ela começa, mas eu a corto.

—Nós não podemos fazer isso. ISSO -dou ênfase no "isso" - não vai acontecer.

—Isso o que? -Calliope pergunta confusa.

—Isso, Calliope. Nós não vamos ser amigas.

—Mas Arizona...

—Você não vai ser minha médica, muito menos minha amiga. Somos apenas colegas de trabalho, e só. Não passa disso e não vai passar disso.

Calliope fica apenas me encarando por alguns segundos.

—Eu não entendo o motivo disso. Nossa história aconteceu há anos, eu...eu acredito que podemos ser amigas sim.

—Dê-me minha prótese. -Eu digo, ela me olha um pouco perplexa, mas pega a perna e me entrega em silêncio. Eu a encaixo, suprindo um gemido de dor, mas deixo escapar um gemido.

—Eu posso te ajudar com isso. -Calliope diz.

—Eu não quero sua ajuda.

Me levanto, deixando Calliope ainda ajoelhada no chão, apenas me encarando. Caminho até a porta sem olhar para trás, e quando a abro, volto a olhar para Calliope.

—Eu não quero ser sua amiga, Calliope.



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