Quando chegamos no hospital Yuki e eu esperamos perto das portas abertas do terraço, enquanto Gd anunciava nossa presença para a recepcionista.
Estava nervosa por finalmente conhecer Alessandro Lucazzone, e também nutria forte antipatia por hospitais, a ponto de ter um ataque de pânico, isso so lembrava minha irma.
— É isso, aqui estamos — disse Gd, apontando para a porta fechada.
— O senhor Lucazzone deseja falar a sós com a senhorita Heize — disse Gd para Yuki.
— Você ainda tem tempo para sair correndo — sussurrou Yuki para mim, ignorando o advogado.
Umedeci meus lábios ressecados e entrei no quarto, deixando Yuki do lado de fora.
o velho estava sentado em uma cadeira de rodas perto da alta janela, Quando a porta se fechou atrás de nós, o velho moveu a cabeça, seus olhos brilhantes tão afiados quanto gelo.
Alessandro Lucazzone decidiu falar comigo.
— Ola Heize
. — Como está, senhor? — Inclinando-me para ele, peguei os dedos estendidos e deixei que ele beijasse o dorso da minha mão. Seu aperto era frio e seco, mas não desagradável.
— A minha sobrinha tão bonita. Já me sinto melhor — ele disse
— Obrigada por me convidar.
— Alessia, traga-nos chá. — Ele acenou de maneira assertiva para a enfermeira e a observou enquanto ela passava pela porta, e então fez sinal para que Gd chegasse
mais perto. O advogado colocou seu ouvido ao lado da boca do velho, mas no silêncio do quarto eu podia ouvir sua voz sussurrar:
— Dê-me alguns minutos com ela.
— Vou esperar do lado de fora — disse
— Por favor. — O sotaque do velho era pesado quando deu um tapinha
na cadeira ao seu lado, oferecendo-me um assento. — Nós não temos muito tempo. Alessia voltará logo e ela não vai nos deixar em paz de novo.
Dei a volta em torno do velho e me sentei, sem saber o que dizer.
— Você me faz lembrar a minha querida esposa, Younha — Alessandro começou. — Você é
igualzinha a ela. Queria que as duas tivessem se conhecido. Ela teria adorado você, porque sempre quis ter uma filha. — Seus olhos embaçaram, relembrando das coisas enquanto viajava de volta no tempo. — Ela era tão forte e gentil. Tão linda por dentro e por fora.
— Sinto muito pela sua perda — sussurrei
— Ela morreu há dez anos, mas eu me lembro de Younha como se fosse ontem, ela amava a mansão. Às vezes, essa é a única coisa de que me lembro, mas não conto a ninguém, porque se o fizer, tudo estará perdido. — Seu olhar focou em mim e, por um momento, seus olhos voltaram a ficar afiados. — Você é minha única herdeira, Heize. E não deve vender esse imóvel, e jamais o faça para as pessoas erradas.
Alessandro apertou minha mão com suavidade, segurando-a enquanto seus olhos se encontraram com os meus.
— Prometi à minha mulher que manteria a propriedade dentro da família. Minha saúde vem se deteriorando e sei que um dia, muito em breve, não vou acordar de novo. Meu maior desejo é garantir a felicidade da minha esposa mesmo no além-túmulo e respeitar seu desejo. Por favor, prometa-me que cuidará da propriedade, quando eu me for e ela se tornar sua.
— Eu prometo — sussurrei, reforçando todo o sentido dessa palavra e muito mais. — Não vou lhe decepcionar.
Alessandro e eu conversamos por cerca de uma hora, durante a qual ele quis saber tudo sobre minha vida.
A enfermeira entrou para lembrá-lo de que era hora de sua medicação e terapia.
— Obrigada, Alessandro — disse. Ele sorriu e seus dedos trêmulos tocaram minha bochecha
suavemente.
— Eu que lhe agradeço, Heize. agora que você está aqui, posso por fim descansar.
Meus olhos de encheram de agua chame-me de ingênua, porque eu gostava de acreditar no lado bom das pessoas, mas eu sabia que as alegações de Tae sobre Alessandro Lucazzone não podiam ser verdade, respirei fundo para recuperar a compostura, e voltei para Gd e Yuki.
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