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História Wings Collection - Kim Taehyung - Stigma


Escrita por: GaBs_Caratdeul

Notas do Autor


Como eu disse, acho que ninguém lê,BUT
Vou postar mesmo assim

Boa luitura 'u'

Capítulo 3 - Kim Taehyung - Stigma


Fanfic / Fanfiction Wings Collection - Kim Taehyung - Stigma

“It was the first fissure in the columns that had upheld my childhood, which every individual must destroy before he can become himself.” – Demian

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Casa de Kim Taehyung, Daegu

Taehyung actually

 

         Certo, esse é o momento de confessar tudo. Eu entendo. Os hyungs se oferecem para me ajudar, os dongsaengs também. Eles vêm notando que meu sorriso já não é mais o mesmo, e isso é ruim. Quer dizer que eu não tenho conseguido fingir direito. Infelizmente, isso já faz algum tempo.

            Antes minhas mentiras eram mais convincentes, e nem eram de todo mentiras; quando estava com eles, era como se um raio de esperança me atravessasse. Porém, mesmo com esse raio de esperança ainda em minha vida, ele parece ter perdido o brilho. Isso me dói muito.

            Certo, certo, vou parar de ficar enrolando. Eu só peço que tenham paciência e atenção para o que eu vou contar agora, não é sempre que eu tomo coragem para isso.

            Eu venho mantendo isso em segredo há muito tempo.

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            Vou te contar uma coisa: minha vida nunca foi a das mais fáceis.

            Quando eu era mais novo, era natural eu querer uma imagem masculina para me espelhar. E foi isso que eu vi naquele homem que ficava ao lado da minha mãe. Via sua força, sua imponência, como ele era forte e superior a tudo que estava ao meu redor.

            Minha atenção era completamente voltada à ele. Eu amava quando minha mãe falava que meu pai estava chegando, que ele iria me deixar na casa de um amigo e iria me buscar mais tarde, que iria dar uma volta comigo.

            Eu não via o sorriso cheio de medo de minha mãe quando estava ao lado de toda a imponência dele.

            Eu não via o tom de desespero em sua voz quando falava que ele estava voltando do trabalho.

            Eu não via o olhar de dor sempre que ela me via sair com meu pai pela porta.

            Eu não via a expressão de alívio quando ele dizia que iria dar uma volta comigo.

            Eu não via que minha mãe sofria tanto.

            Conforme fui crescendo finalmente fui entendendo o que acontecia à minha volta. Não precisei de muito para entender porque minha mãe não se sentia bem com meu pai por perto.

            Meu pai era bêbado. Saía de manhã, voltava apenas à noite. E quando não estava embriagado o suficiente para apagar assim que chegasse em casa, batia em minha mãe.

            Descontava tudo nela: raiva, ódio, rancor, sofrimento, tristeza, dor. Tudo em forma de socos, chutes, tapas e pontapés. Eu deveria ter por volta de 10 anos quando presenciei aquela cena.

            Infelizmente, aquela cena se tornou tão rotineira quanto eu ir me deitar chorando. Ouvia a força do impacto dos golpes desferidos contra minha mãe, os gritos e o choro que a mesma soltava. Doía tanto ver ela machucada daquela forma.

            Minha mãe nunca permitiu que eu fizesse nada quanto às brigas. No fim, sei que o que ela mais queria fazer era me proteger, mas me machucava tanto ver como ela ficava cheia de dores e de hematomas depois...

            Eu sei que eu resisti a contar toda essa situação, mas agora vou deixar vocês saberem de tudo. Eu não posso mais suportar isso agora. Por que eu não poderia dizer, então?

            Mãe, pode chorar. Eu não consegui te proteger.

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            Quando tinha 14 anos foi a primeira vez que me meti no meio da briga.

            Meu pai chegou extremamente embriagado, foi quebrando coisas pelo caminho. Chegou até minha mãe e começou a espancá-la, sem dó nem piedade. Eu cheguei em casa naquele momento.

            Empurrei o mais velho e maior que eu, deixando ele desorientado por algum tempo. Nesse intervalo, aproveitei para tirar minha mãe com cuidado do local e trancar ela para fora, porque eu sabia que ela iria me impedir se pudesse.

            Eu nunca havia apanhado tanto na minha vida, nem mesmo em brigas de escola, quanto apanhei naquela noite.

            Levei empurrões, socos e chutes muito fortes, tapas. Ele até mesmo chegou a tirar o cinto e me bater, e foi nesse momento em que eu me permiti gritar.

            Não consegui revidar em momento algum.

            Depois de algum longo tempo, ele caiu inconsciente no chão. A dor predominava em meu corpo todo.

            Então eu chorei.

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         As brigas continuaram da mesma maneira. Minha mãe infelizmente chegou em casa algum tempo antes que eu, e meu pai já estava lá. Quando cheguei já não havia nada que eu pudesse fazer.

            Seu corpo frágil e delicado estava caído no chão, gelado.

            E ele estava apagado no chão, no lado oposto.

            Me sinto mal até hoje quando falo desse assunto. Me dói muito saber que, se eu tivesse chegado um pouco mais cedo, ela estaria aqui hoje, ao meu lado.

            Liguei para a minha irmã mais velha, qua morava fora da Coréia do Sul, e contei o que havia acontecido. Ela veio para cá o mais rápido possível.

            Por umas duas semanas, após a morte da omma, eu e minha irmã tivemos paz e sossego. Mas como tudo o que é bom, essa paz durou pouco.

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            Não demorou muito, meu pai voltou a beber. Dessa vez, quem sofria com sua violência era minha irmã. Uma vez que minha mãe morreu quando eu tinha 16 anos, minha irmã se tornou praticamente uma segunda mãe para mim.

            Assim como fiz com minha mãe, eu a protegi de meu pai. Ficava cheio de marcas, precisava dormir junto de minha irmã para assegurar que ele não iria machucar a mais velha. Eu fiz isso.

            E se me perguntassem se eu me arrependi algum dia, eu responderia, com toda a certeza do mundo, não.

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            Desde esses dias horríveis, eu tenho estado ferido, de qualquer maneira. Realmente não aguento mais suportar tudo isso sozinho.

            Pode chorar se quiser, é só que... Eu realmente lamento muito. Por tudo o que aconteceu. Se eu pudesse ter trocado de lugar com a minha mãe naquele dia, eu o faria sem pensar duas vezes. Agora, só me resta chorar porque, novamente, não consegui protegê-la.

            A ferida só vai ficando mais profunda a cada dia, como pedaços de vidro quebrado, e eu não posso reverter tudo isso. Meu coração se machuca todos os dias. Minha mãe que foi punida em meu lugar, ela, que era tão delicada e frágil.

            Logo ela...

            Se eu pudesse falar com meu pai agora, que está preso e lúcido, e que não para de chorar por tudo o que fez com nós três, eu o mandaria parar de chorar e me dissesse apenas uma coisa: se ele sempre disse que não tinha coragem de bater em sangue do seu sangue, então porque bateu em minha irmã? Por que bateu em mim?

            Me desculpe, pai...

            Esqueça tudo o que eu falei. Que direito eu tenho de te dizer para fazer isso ou aquilo?

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            Me desculpe, minha mãe. Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, eu não consigo... Está me chamando de pecador por ter revidado e batido em meu pai? O que mais eu tenho que te dizer para me perdoar, mãe?

            Me desculpe, minha irmã. Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, você sabe muito bem que vou falhar nessa missão, não sabe? Então pode chorar... Mas, por favor, seque meus olhos.

            Meus meninos foram como uma salvação para mim. Vocês são a minha luz.

            Essa luz, por favor, ilumine meus pecados. Onde eu não posso voltar ou reparar, o sangue vermelho está fluindo, manchando toda sua trilha. Cada dia mais profundas as feridas, sinto que estou morrendo todos os dias.

            Por favor, me deixe ser punido em seu lugar.

            Por favor, perdoe meus pecados.

            Por favor.

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Deo gipi, deo gipi, sangcheoman gipeojyeo

Doedollil su eobneun kkaejin yuri jogak gata

Deo gipi maeiri gaseumman apajyeo

Nae joereul daesin baddeon

Yeonyakhagiman haetdeon neo

 - Stigma, V

           



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