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História Winter Melts it All - Snow


Escrita por: eveelima

Capítulo 2 - Snow


- Rin. – Ele disse, chamando sua atenção de volta para o rosto dele. – Talvez você não me conheça tão bem como pensa.

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Ela demorou cinco segundos inteiros para digerir as palavras que ele lhe dirigiu. Mesmo depois de tomar mais tempo para analisar seu contexto, ainda não conseguia se convencer de que havia compreendido.

- O-o o que quer dizer, senhor?

- Não tenho certeza. – Ele respondeu em voz baixa, e se virou de costas para ela, se afastando para o lado oposto do coreto.

Rin precipitadamente foi logo atrás dele, precisava dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas no exato segundo em que ela estava perto o bastante para tocá-lo e fazer com que olhasse para ela, ele resolveu que tinha algo a dizer também e se virou, fazendo com que a garota desavisada se chocasse contra o peito dele, devido a súbita mudança do movimento. Ele rapidamente a segurou, por reflexo, pela cintura, para evitar que o choque a fizesse cair para trás. O mesmo reflexo a fez se agarrar aos braços dele ao mesmo tempo. Ela tentou recuar imediatamente ao perceber o que estava fazendo, tocando nele sem permissão, mas as mãos de Sesshomaru continuaram firmes em sua cintura, mantendo-a colada ao peito dele.

- Senhor Sesshomaru... – Ela sussurrou, com medo de que se falasse alto demais, ele perceberia o que estava acontecendo e o momento se despedaçaria.

Estava tão frio ali fora, e ele era tão quente pressionado contra ela. Ela queria ficar ali, com Sesshomaru e sua pelagem mantendo-a quente e protegida.

Sesshomaru percebeu que agora que ele tinha as mãos sobre ela, ele não parecia encontrar dentro dele a vontade de soltá-la. A princípio, quando ele olhou para ela naquela noite, ele havia apenas reparado no modo como ela se vestira, mas agora, ele só via como ela estava bonita vestida assim. Não havia sido a primeira vez, nem de longe, que uma fêmea havia se chocado contra ele “acidentalmente” naquela noite, mas era a primeira que ele não queria repelir. Ou arrancar a cabeça.

Um floco de neve solitário pousou no cabelo cor de meia noite dela, bem visível contra o fundo negro, Sesshomaru o expulsou com uma mão mais uma vez, mas dessa vez, sua mão ficou ali, os dedos se enterrando lentamente entre os fios de seda negra. Ele observou a humana fechar os olhos, se permitindo relaxar sob seu toque. Ela parecia nervosa antes, mas não agora. Na verdade, ela estava tão entregue, que Sesshomaru não tinha certeza se ela conseguiria se manter de pé se ele não estivesse suportando o peso do seu corpo com o outro braço em sua cintura. Ele se permitiu deslizar a mão delicadamente para a lateral do rosto dela, percorrendo a pele macia com as pontas dos dedos, sendo cuidadoso com as garras.

A nevasca estava violenta agora, mas esquecida para os dois. Rin tinha voltado a apoiar as mãos nos braços de Sesshomaru, por não saber mais onde seria adequado coloca-las com a estranha proximidade que eles compartilhavam agora. Ele não parecia se importar, então ela não se importava também. Nem um pouco. Ela não conseguia decidir se deveria aproveitar esse momento, que provavelmente nunca mais se repetiria de novo, para fazer o que ela sempre desejara, que era tocá-lo; ou se ela devia ficar o mais quieta possível para não correr o risco de arruinar tudo. Ela nunca ia se perdoar se não fizesse o primeiro ou se acontecesse o segundo.

- Senhor Sesshomaru. – Ela disse novamente, decidindo que era mais seguro, nesse caso, simplesmente perguntar.

Ele não disse nada, apenas continuando a percorrer os dedos pelo rosto dela. Rin sabia que o silêncio era um sinal para que ela prosseguisse.

- Eu queria lhe pedir algo, - Ela anunciou, mantendo a voz baixa e delicada. – Mas não sei se me atrevo.

Ele a olhou seriamente nos olhos com isso, ficando perfeitamente parado.

- Você sempre se atreveu a perguntar de tudo. – Ele comentou. – Por que se acatar agora?

- O senhor se engana. – Ela respondeu em um fio de voz. – Há inúmeras coisas que eu queria muito lhe pedir, e nunca, jamais, me atrevi.

- É mesmo? – Ele questionou, um leve divertimento em seu tom de voz, com um toque de curiosidade cuidadosamente escondido por baixo da sua seriedade casual. – Se é esse o caso, me pergunto o que seriam essas coisas. E porque você viu necessidade de omiti-las.

Rin não conseguiu evitar desviar o olhar, abaixando o rosto para esconder o rubor que ela sabia que estava lá. A mão de Sesshomaru rapidamente se moveu para o seu queixo, delicadamente erguendo-o para que ela voltasse a olhar para ele.

- Nunca me ocorreu que mantinha coisas em segredo para mim. – Ele disse, obviamente sondando para fazê-la confessar.

Rin não gostava de ser colocada contra a parede. Por um instante ela esqueceu que estava tentando ser delicada para não arruinar o momento.

- E o que é essa situação, senhor Sesshomaru, - Ela sinalizou com os olhos para as mãos dele sobre ela, um ato que ele nunca havia praticado antes. – Se não evidência de que o senhor provavelmente vinha escondendo coisas de si mesmo?

Ele não gostava da acusação na voz dela, mas manteve a calma. Estava confortável tê-la junto a ele naquele momento, e ele não pretendia mudar isso, independente do rumo que a conversa tomasse.

- Talvez. – Ele cedeu, para a surpresa dela. – Mas você não tinha um pedido a fazer?

Ela não imaginou que eles voltariam a isso. Mas ele não dava nenhum sinal de que iria de repente ter um surto de bom senso e perceber o que estava fazendo ali envolvendo uma humana como ela. Ela se sentia mais confiante sabendo que ele não pretendia correr e deixa-la ali sozinha.

- Eu... – Ela hesitou por mais um momento, mordendo o lábio inferior. – O senhor... Me permitiria?

Ela perguntou finalmente, aproximando uma mão do rosto dele para mostrar do que ela estava falando. Sesshomaru compreendeu rapidamente que ela pretendia mimicar as carícias que ele lhe concedia. Sem dizer uma palavra, ele apenas aproximou o rosto de sua mão, sua palma era quente contra sua bochecha gelada pela nevasca.

Rin sentiu um choque elétrico passar pelos seus dedos ao encostarem na pele dele. Ela percorreu seus dedos delicadamente, traçando as marcantes linhas gêmeas nas bochechas do youkai, que mantinha os olhos suavemente fechados, os lábios entreabertos. Rin sorriu com a expressão relaxada dele, permitindo que seus dedos deslizassem em direção às orelhas pontudas, cautelosamente acariciando atrás das mesmas, usando as pontas das unhas.

No primeiro momento, Sesshomaru se sobressaltou com a carícia, abrindo os olhos, para logo em seguida os fechar novamente, suas orelhas élficas se inclinando para trás involuntariamente, sua cabeça se inclinando na direção do toque.

Ele nunca havia dado a ninguém antes a liberdade de tocar nele desta forma, e a reação de seu corpo ao toque foi uma surpresa até para ele mesmo. Ele sentia que podiam ficar a noite toda naquilo, não querendo que ela parasse nunca mais. Sesshomaru estava completamente maravilhado com o quão bom aquilo podia ser.

Rin o observou, divertida, notando tons de diversão sutilmente se mostrando nos lábios dele também.

- O que o diverte, meu senhor? – Ela questionou, curiosa.

- Isso é melhor do que parece. – Confessou.

- Fico feliz que lhe agrade. – Rin comentou com um sorriso doce, continuando a ministrar suas carícias.

Na verdade, o que realmente divertia Sesshomaru era o fato de que ele estava se comportando exatamente como um cão comum ao ter alguém coçando suas orelhas, imaginando que só lhe faltava abanar o rabo estupidamente e se atirar ao chão de barriga para cima.

- Obrigada por me deixar fazer isso. – Rin agradeceu gentilmente, abaixando sua mão, sentindo que já tinha abusado demais da boa vontade de seu senhor.

Sesshomaru, porém, não parecia concordar, guiando a mão dela de volta para sua posição anterior. Ele ainda não havia tido o bastante.

- Não pare.

Rin obedeceu prontamente, mais que satisfeita em continuar. Aquilo era como um sonho para ela, algo com que ela fantasiara infinitas vezes.

- Gostaria de experimentar? – Sesshomaru ofereceu, aproximando uma mão da lateral do rosto dela sugestivamente.

Rin apenas assentiu imediatamente. Ele podia tocá-la o quanto quisesse, a hora que quisesse. Por favor, sim!

E ele o fez, começando vagarosamente, suas garras afiadas passando suavemente pela pele delicada.

- Então? – Ele perguntou, curioso para saber se ela podia sentir o que ele sentia.

- Hmm... eu não sei... – ela ponderou brevemente, sem saber exatamente o que ela deveria estar sentindo.

Obviamente, o toque era bom, como tudo que Sesshomaru fazia, é claro. Porém, pela reação que ele tivera quando ela o acariciou, Rin teve a impressão de que o nível de satisfação dela não era exatamente comparável com o dele, ele devia ser consideravelmente mais sensível.

Todos os pensamentos dela se silenciaram imediatamente quando ela sentiu. Sesshomaru se aproximou, seu hálito quente soprando contra a bochecha dela em uma nuvem de névoa branca. Lentamente, com um toque quase tão suave quanto uma brisa, os lábios dele encostaram na orelha dela, percorrendo o perímetro externo do lóbulo até a ponta. O coração dela batia tão rápido que ela jurava que podia ouvir.

- E agora? – Ele perguntou de novo, fazendo com que ela se arrepiasse completamente ao ouvir sua voz grave tão perto assim, a respiração dele fazendo cócegas, causando calafrios que nada tinham a ver com a nevasca que os envolvia. De fato, ela parecia estar pegando fogo por dentro.

- Hmmm... – O som saiu por sua garganta antes que ela pudesse se controlar. Antes, ela o havia usado em um tom pensativo, mas agora, a interjeição carregava apenas prazer.

- Assim é melhor. – Sesshomaru respondeu, ainda com os lábios pressionados contra a orelha da humana.

Sesshomaru sabia que estava indo longe demais, se deixando levar pela situação, mas não conseguia evitar continuar a provocá-la; ela tinha um cheiro tão bom quando ele a tocava assim...

Ele desceu, pressionando o nariz contra a lateral exposta do pescoço dela, inspirando profundamente. Sim... tão bom!

Sim, ele definitivamente estava indo longe demais, mas Rin não parecia se importar nem um pouco, inclinando sua cabeça para o lado oposto, expondo completamente sua garganta para ele. Enquanto ele se aproveitava momentaneamente da entrega de sua protegida, Sesshomaru recordou por um instante que havia um grande evento acontecendo em seu castelo, a apenas alguns metros dali. Evento este onde ele deveria estar presente como anfitrião, visto que era oferecido em sua homenagem. Não demoraria muito até a sua mãe notar sua ausência e vir atrás dele, e ele realmente não queria ser interrompido agora, muito menos voltar à festa. Definitivamente, não.

Ele conhecia um lugar onde eles certamente não seriam interrompidos, porém... Sem risco de interrupção, em completa privacidade... O que ele poderia fazer com essa frágil humana que estava se derretendo em seus braços, apesar do clima de inverno?

Isso não poderia acabar em nada bom...

Ele decidiu que era melhor se manter ali, e se afastar da garota antes que fosse tarde, mas assim que seus sentidos captaram a aproximação não só de sua incômoda mãe, como também de uma outra fêmea que certamente seria tão incômoda quanto, ou ainda mais, ele se viu segurando a mão de Rin rapidamente, a puxando em direção a saída do coreto.

- Vamos. – Ele disse, simplesmente, recebendo um olhar confuso da jovem em resposta.

- Senhor Sesshomaru?

- Está muito frio aqui fora, vamos para dentro. – Ele esclareceu, usando a primeira desculpa na qual pôde pensar, enquanto arrastava Rin pela neve, ela correndo para acompanhar seus passos apressados.



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