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História Winter Melts it All - Snowstorm


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Vocabulário:
Guinomi - Aqueles "copos" japoneses, que parecem uns pires (ou, pelo menos, é isso que o Google diz)

Capítulo 4 - Snowstorm


Rin não precisou de mais convencimento. O seguiu prontamente, observando tudo ao seu redor, o ambiente visível apenas pela luz do luar que penetrava através da enorme janela aberta, e uma mais que bem-vinda lareira que ardia no fundo do quarto. Era a lua crescente. A primeira do inverno. O dia do nascimento de seu senhor.

Sesshomaru concedeu a ela o tempo que ela precisasse para se ajustar ao ambiente, deixando-a analisar toda a mobília e decoração por conta própria enquanto ele se dirigia a uma mesa baixa que ficava próxima ao seu escritório, com todos os pergaminhos que ele estava estudando na noite anterior ainda jogados por cima da mesma, pois ele já havia matado servos no passado por tirar suas coisas do lugar sem permissão, e ele não se orgulhava disso, mas hoje nenhum deles ousava mexer em nada, por mais bagunçado que estivesse.

Ele se sentou no futon graciosamente, de frente para a mesa, afastando os pergaminhos com uma mão para abrir espaço. Assim que ele pegou um guinomi que era mantido ali para que ele bebesse, Rin correu até ele, se ajoelhando no futon logo a sua frente e abaixando a cabeça.

- Por favor, senhor Sesshomaru, deixe-me servi-lo! – Ela pediu, quase desesperada.

- Muito bem. – Ele concedeu, erguendo o elegante recipiente, que Rin habilidosamente encheu com sake que havia em uma garrafa logo ao lado.

Sesshomaru tomou um pequeno gole da bebida, observando a humana que estava sentada logo a sua frente, as mãos dela sobre seu colo, parecendo deslocada. Ele percebeu que não havia um guinomi extra, visto que ele raramente recebia convidados em seus aposentos pessoais, e quando o fazia, eram sempre anunciados, para que os servos pudessem trazer bebidas e alimentos para todos.

Rin olhava para seu lado esquerdo, curiosamente analisando uma tapeçaria na parede, e se sobressaltou quando viu algo lhe ser oferecido pela sua visão periférica. Ela virou o rosto para ver, chocada, Sesshomaru lhe oferecendo de seu próprio guinomi para que ela bebesse com ele. Ela, beber no mesmo recipiente que seu senhor acabara de usar! Aquilo não podia ser real.

- S-senhor, e-eu... Não precisa, por favor...

- Permita-me. – Ele insistiu, ainda oferecendo, mas a posição do copo, tão perto de seus lábios, deixava claro que a intenção não era que ela o pegasse com as próprias mãos, mas sim que ela bebesse na mão dele.

Diante da insistência, ela não hesitou em atender à sua oferta, delicadamente tomando um pequeno gole, Sesshomaru segurando seu queixo com a mão livre para inclinar sua cabeça de acordo com a inclinação do copo. Ela acabou bebeu todo o conteúdo, fechando os olhos com força para suportar o sabor amargo. Nunca fora a maior apreciadora de bebidas alcóolicas, e Sesshomaru nunca gostara que ela as consumisse, de qualquer forma.

Enquanto ela se recuperava, Sesshomaru colocou o copo vazio de volta sobre a mesa, e apoiando a cabeça sobre um cotovelo, em um ar casual, perguntou:

- Agora... onde tínhamos parado mesmo?

Rin corou imediatamente, lembrando-se de tudo que transcorrera no coreto mais cedo naquela noite, e procurando responder a pergunta dele, ela recordou vividamente da sensação inimaginável de ter seu amado senhor Sesshomaru percorrendo o nariz pelo seu pescoço.

Ao sentir o cheiro dela mudar de volta imediatamente para o do clima anterior, Sesshomaru não pôde se conter. Rin se sobressaltou ao vê-lo se debruçar sobre a mesa, seus rostos a centímetros um do outro.

- Eu acredito que eu me lembre... – Ele respondeu a si mesmo, fazendo com que ela corasse mais ainda. Que cor deliciosa...

Ele aproximou o rosto ainda mais, podia sentir sua respiração rápida saindo pelos lábios semicerrados e indo de encontro aos seus. Ele podia beijá-la ali e ninguém jamais saberia, era engraçado pensar que dentre todas as fêmeas que ele podia ter trazido até ali naquela noite, ele havia escolhido a única que faria sua mãe querer arrancar os cabelos. Não que ele se importasse com a opinião dela, mas ela podia ser bem irritante quando estava insatisfeita com alguma coisa.

Ele cogitou não fazer nada disso, simplesmente dizer a ela que a companhia havia sido muito agradável e que ela já podia se retirar, assim ele poderia terminar essa noite com uma cicatriz mínima em seu orgulho, mas algo que ele poderia recuperar facilmente. Mas qual era a utilidade de se ater ao orgulho, ao próprio pudor, quando absolutamente todos acreditavam que ele e Rin eram amantes? Mesmo que ele não a tivesse em sua cama esta noite, não mudaria as fofocas que se seguiriam amanhã. Se ele ia ser cobrado do mesmo jeito, poderia ao menos ser cobrado justamente.

E o cheiro dela o estava deixando simplesmente louco.

Sesshomaru estava perto demais para hesitar agora. Ele só precisava chegar um pouco mais perto...

Rin observou, paralisada, enquanto ele se aproximava, incapaz de mover um músculo sequer. Mas, no exato instante que precedeu o que viria a ser seu primeiro beijo, ela recuou impulsivamente, sem ao menos compreender o porquê. Ela estava tão nervosa que não conseguia nem mesmo controlar suas reações.

Não era como se ela não quisesse aquilo mais do que qualquer coisa no mundo!

Sesshomaru apenas parou, a encarando com uma sobrancelha erguida. Não fazia sentido para ele, o cheiro da humana não mentia. Ela o desejava, isso era certo.

- Eu... Me desculpe. - Rin pediu em um fio de voz. As mãos dela tremiam.

- Deseja se retirar? - Ele ofereceu, percebendo o nível de nervosismo dela. Talvez ela não estivesse pronta...

- Não! - Rin quase gritou em sua ansiedade. – Eu só...

Ele a observou curiosamente. A timidez dela apenas o atiçava ainda mais, e ele não achava que isso fosse sequer possível. Como essa simples garota humana era capaz de deixá-lo nesse estado, ele não fazia ideia.

Ele pousou ambas as mãos sobre os ombros dela, lentamente deslizando a pelagem para removê-la, deixando-a cair ao chão. Estava quente ali dentro, ela não precisaria mais daquilo. Ele a olhou de cima a baixo novamente, avaliando. Talvez ele devesse fazer algo a respeito das elegantes sete camadas do quimono dela também...

Não podendo mais se conter, ele tentou mais uma vez, esperando desesperadamente que ela pudesse se controlar dessa vez, visto que seu desejo por ele era claro como água. Não havia motivo para ele ser rejeitado, e ele não aceitaria tal possibilidade.

Antes que ela tivesse tempo de processar o movimento, ainda sentindo falta do peso da pelagem que fora removida, os lábios dele estavam sobre os dela.

Sesshomaru a beijou suavemente, quase inocentemente. Ele não deixaria transparecer, mas o fato de ele realmente ter feito isso, e não apenas mantido a vontade dentro de sua imaginação estranhamente fértil naquela noite, era tão chocante para ele quanto estava obviamente sendo para ela. Rin tinha os olhos arregalados, a postura alerta e desajeitada.

Apesar da peculiaridade de toda aquela situação repentina, Sesshomaru ainda considerava tal postura inaceitável. Humana ou não, Rin era uma fêmea, e uma que o vinha atiçando com seu aroma desejoso. Se ela o queria, tal timidez não seria tolerada.

Tomando mais uma vez a iniciativa, Sesshomaru se inclinou mais sobre ela, abrindo passagem pelos lábios hesitantes, afastando a pequena mesa entre eles para o lado. Uma vez que o obstáculo fora removido, ele imediatamente se aproximou dela, puxando-a para mais perto pela cintura com intensidade o bastante para fazer a garota arfar com o choque, o som abafado pelos lábios exigentes dele.

Rin não podia evitar o calor que se instalara em seu corpo. Ela podia sentir seu próprio coração batendo repetidamente contra suas costelas com uma força que era quase dolorosa. Ela não se lembrava de ter estado nervosa desse jeito alguma vez na vida, mas a persuasão de seu senhor era irresistível, a deixando cada vez mais à vontade a medida que ela começava a se acostumar com a ideia de que sim, ela realmente estava beijando o grande e intocável senhor Sesshomaru. Em seu primeiro ato de autoconfiança, Rin se permitiu envolver seus braços ao redor do pescoço dele, se colando mais ainda ao peito dele. Deuses, como ele era quente! De repente todas aquelas camadas de quimonos sobrepostos começavam a se tornar grandes inconvenientes.

Percebendo o pequeno gesto de entrega de sua protegida, Sesshomaru se permitiu tomar um passo em frente, já completamente inebriado pelos próprios instintos, e mais que tudo, pela estranha diferença que fazia para ele que a pessoa a quem ele pretendia consumir totalmente naquela noite fosse coincidentemente a única pessoa pela qual ele já viera a nutrir algum tipo de sentimento profundo em sua longa vida. Sesshomaru nunca antes imaginava que havia alguma correlação entre relacionamentos físicos e relacionamentos sentimentais, mas pouco a pouco ele começava a perceber o poder avassalador que essa mistura de ambos poderia desencadear.

Sim, era uma completa surpresa para ele que o fato de que ele apreciava e protegia Rin a todo custo tivesse algum impacto no tamanho do desejo sexual que ele podia sentir por ela. Fora essa estranha e improvável combinação de desejos o que levara o seu pai a se envolver tão profundamente com a princesa humana também? De repente, ele finalmente achava que podia ao menos começar a compreender o porquê...



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