História Wishing I Was 23 - Capítulo 13

***

*Elliot Michel*

Dizem que quando a gente ama se entrega. Eu não acreditava, achava uma baboseira, quem já se viu se entregar, ou melhor viver para o outro.

Pois bem, eu estava redondamente enganado, eu, Elliot Michel, amei um garoto, o mais lindo que já vi. Eu me entreguei a ele e tudo que recebi em troca foi a desilusão.

Então, o que virão agora é um gay. Um gay amado e enganado...

*Ally Dawson*

Quando cheguei a cozinha vi todos a mesa, ao me ver Austin dá um sorriso.

-Bom dia, família.- sorri de volta para Austin.

-Quando você chegou?- perguntou meu pai, ele parecia irritado.- Lembro-me bem de ter dormido às três e você não chegou.

-Papai...

-Eu estava com ela, Lester. Fomos para a casa do Dez.

-Ah...  - foi tudo o que meu pai falou.

Ontem quando saímos da boate fomos andar na praia até o dia amanhecer, no caminho para casa, paramos em uma padaria e quando chegamos aqui só Bianca estava em casa. Dormi um pouco e logo depois fui a casa do Elliot, passar o dia dormindo e assistindo filmes com ele e Trish.

-Desculpa ter sumido ontem.- pedi.

- Tudo bem, liguei para o Elliot quando não consegui falar com você.

-Tudo bem.

***

Fui até meu quarto pegar minha mochila, só percebo que fui seguida quando vejo Austin me agarrar e beijar minha boca com vontade.

-Onde está Bianca?- perguntei o abraçando.

-Teoricamente me esperando pegar sua bolsa. – ele beijou minha testa.- Quero te levar em um canto depois da aula.

-Que canto?

-Uma surpresa.

-Uh, que misterioso. Tudo bem, como vamos fazer?

-Vou pedir para sair mais cedo, Bianca vai ter que voltar para casa sozinha, te espero a duas quadras da escola, tudo bem?

-Fechado, agora temos que ir.

-Infelizmente.- ele segurou meu cabelo e me depositou um selinho na boca.

***

-Não entendi o motivo de você vim com a gente.- falou Bianca, sendo chata mais uma vez.

-Bianca, Ally vem comigo quanta vezes quiser, eu já levava ela outras vezes. Agora que trabalho lá, não vejo problema ela ir comigo.

-Você ficou grávida e ficou bem mais chata. Eu, hein!- reclamei.

Austin sorriu, Bianca me olhou irritada.

-Austin, você vai deixar essa ninfeta falar assim comigo?

-Como disse? Você me chamou de ninfeta? Olha só, sempre te respeitei por você ser a escolha do Austin, mas eu não vou deixar você me tratar assim.

Austin parou em um semáforo e eu aproveitei para abrir a porta do carro e sair.

-Porra, Bianca.- ouvi Austin gritar antes de bater a porta do carro.

Eu andei por alguns segundos até ouvi Austin me chamar, ele parecia cansado. Droga, eu estava fazendo cena, uma daquelas bem desnecessárias, deveria ter deixado a provocação dela para lá, como todas as outras.

-Desculpa, eu vou voltar para o carro. Estou fazendo...

Parei de falar quando o vi fazendo sinal para um táxi, abrir a porta do carro e me mandar entrar. E eu entrei, derrotada, mas então, eu o vi entrar e bater a porta. Meu coração disparou quando ele indicou o local ao motorista.

-Austin...

-A Bianca dirige, eu estou bastante puto para ficar no mesmo carro que ela.- ele me puxou para ele e beijou minha testa. Sussurrou.- Bianca está nos seguindo, se não fosse por isso te dava um beijo.

-Não queria causar problemas.

Austin sorriu e beijou minha testa mais uma vez.

-Você já causou um grande problema, boneca.

Não deixei de sorrir, Austin flertando e sendo carinho era engraçado.

Curti o resto do percurso em silêncio, apenas abraçada a ele. Ao chegarmos na escola, ele imediatamente saiu do táxi. O caminho até a entrada do colégio foi estranho, alguns sorriam olhando para seus celulares, outros olhavam horrorizados.

Vejo Tony passar por mim, vestido com casaco e capuz. Um garoto gargalhou ao vê-lo.

-Bichinha.- sussurrou debochado. Tony o ignorou, mas o garoto era insistente.- Ah, não vai embora, vem cá nos contar como é quando seu namorado te pega de jeito.

-Parem.- falei me aproximando.- Vocês não podem tratar ele assim, seus imundos.

-Imundo é esse gay, raça nojenta. Todo gay deveria ser morto, eu sabia que aceitar Elliot daria nisso.

-Raça nojenta? Gabriel, você é um lixo. Um pedaço de merda que anda. Homofóbico do caralho.- gritei.

-O que está acontecendo aqui?- perguntou Austin se aproximando.

-Essa escola é a pior que já vi, aceitar gay e lésbicas...

-Ei, pode parar, a sexualidade dos outros não interessa a ninguém. Você tem apenas que respeitar.- falou Austin.

-Tanto faz, só não quero que ele encoste em mim, vai que essa merda é transmitido com o toque.- debochou o garoto e seu grupinho sorriu.

-Repete seu...- tentei andar, mas Austin me segurou.

Eu estava irritada, queria quebrar aquele cara mesmo não tendo força alguma para tal feito.

-Para.- pediu Austin, sussurrando em meu ouvido.

-Não, eu quero enfiar minha mão na cara dele.

-Pare de se debater, Ally.- pediu mais uma vez.

-Tá tudo bem, pode me soltar.

Austin me largou, mas eu não parei. Me segurei no garoto e agarrei seu cabelo.

-Tirem essa louca de cima de mim.- gritou o carinha.

-Preconceituoso. Idiota. Seu imundo.- berrei.

A essa altura já havia gente por todo lado nos observando. Austin me puxou, mas ainda mantive meus dedos no cabelo do garoto.

-Já chega, Ally, diretoria agora.- gritou Austin e enfim conseguiu me tirar de cima do garoto.

***

Sai da sala do diretor com a folha amarela ridícula na mão. Diretor idiota, eu não estava defendendo Elliot ou Anthony, estava sendo justa com aquele homofóbico de merda.

Não andei muito até encontrar Austin parado de braços cruzados, não me parecia contente.

-Então...

-Detenção.- falei baixo.

-Parabéns, você estragou nosso programa depois daqui.

-Não foi minha intenção, eu juro. Mas eu não podia aceitar...

-Elliot fez um vídeo, toda escola já viu ele e Tony juntos.

-Como?

-Isso mesmo, Elliot jogou baixo, Ally. O site da escola foi invadido e o vídeo foi postado. Uma merda enorme.

-Elliot não faria isso.

-Ele fez, o próprio conversa com a câmera.- abri a boca para defender Elliot mais uma vez, mas Austin tira o celular do bolso e coloca o vídeo.- Viu? Como eu disse, ele jogou baixo.

No vídeo, Elliot vestia as roupas que estava na festa de sábado, ele estava em seu quarto. Estava bêbado. Depois que para de falar, as imagens íntimas dele e Tony fazem todo o resto do vídeo.

-Merda!

-Pois é, tenho que dar aula agora.

-Austin, espera.- ele parou e me olhou.- Podemos fazer o que você queria depois que eu sair da detenção.

-Esquece, a gente se ver em casa.