História Wishing I Was 23 - Capítulo 17

Cause when I look back on it
Life lacked the sonic
A quiet kinda solitude

Tell me how'd you do it
You added the music
I never heard a song like you. - Laura Marano (Boombox)

***

 Desci a escada de casa parecendo um zumbi, se tivesse um apocalipse, com toda certeza eu seria confundida com um. Tinha olheiras profundas e não havia colocado nenhuma maquiagem para disfarçar, meu cabelo estava preso em um coque mal feito, não tive coragem de pentear quando sair do banho.

Cheguei na sala de jantar e encontrei todos a mesa, inclusive Austin. Bianca me olhou e sorriu.

-Bom dia.- falei

-Nossa Ally, você está horrível.- constatou Bianca.

-Ai jura? - fiz cara de tedio.- Não enche Bianca, não estou com paciência hoje.

-Pra mim você está linda.- falou Austin sorrindo.

-Não precisa mentir, eu estou um lixo.

-Eu concordo com o Austin. Você dormiu bem?- perguntou papai.

Olhei para Austin e não deixei de sorri. Ele havia voltado e dormido comigo agarradinho.

-Sim.

Austin olhou para sua panqueca um pouco vermelho, meu loirinho havia ficado com vergonha.

-Vai ver o Elliot?

-Vou assim que sair da escola, tudo bem?

-Claro. Austin, você vai com ela?

-Vou. – respondeu.

-Ótimo.

-Austin, você lembra que estamos fazendo quatro meses não é? – falou Bianca.

-Estamos?

-Austin! Nosso filho está fazendo quatro meses.

-Ótimo, mas Ally precisa de mim agora. Quando ele nascer toda minha atenção será para ele.

-O que? Hoje tem uma consulta, você não foi a nenhuma comigo e sempre por causa dessa ninfeta.- gritou batendo na mesa.

-O que disse?- perguntou meu pai levantando.

-Lester, calma. – pediu Mimi.

-Calma? Mimi, você não pode me pedir calma. Ela sabe o que significa ninfeta? Minha filha não é uma ninfeta.

-Como não? Você não ver como sua filha olha para o Austin?

-Bianca, já chega.- pediu Austin.

Não estava acreditando no que aquilo havia se formado. Papai e Bianca estavam brigando.

-Eles são irmãos.- constatou meu pai, ele gritava.

-Não são. Ela gosta dele, está escrito na testa dela.- ela olhou para mim com ódio.- Eu não aguento mais você.

-Bianca...- começou Austin, mas eu o interrompi.

-Ótimo, porque eu estou indo embora. Agora!

-Onde você irá ficar?- perguntou Mimi, ela parecia calma, como se agora tudo o que importante era Bianca.

-Onde ela irá ficar? Ela ficará a aqui na minha casa. Quem sai é ela.- ele apontou para Bianca.

-Sua casa? Essa casa é minha!

-Mãe! Gente, por favor, vamos ter calma.- pediu o loiro.

Papai olhava para Mimi, seus olhos passava bem seu sentimento. Mágoa, Mimi havia feito aquilo. Ela a ama de verdade.

-Ally, vá até seu quarto... ou melhor, o quarto que Mimi te emprestou e arrume sua mala. Vamos embora.

Levantei correndo e sai da sala de jantar. Eles poderiam vim a se separar por minha culpa, mas eu não estava ligando Bianca era uma cobra e Mimi estava a defendendo.

-Ally, espera.- pediu Austin.

Eu não o esperei, continuei a andar até chegar ao meu quarto.

-Eu vou embora, eu aguentei Bianca antes, mas agora não vou.

-Antes?

-Bianca não é burra, Austin. Ela sempre soube que eu gostava de você.

-Ela era assim você antes?

-Sempre foi, eu não vou mais aguentar.- não guardei todas as minhas roupas na mala, tinha muita coisa.- Depois venho pegar o resto.

Austin vai até meu criado mudo e pegou as chaves, veio até mim.

-Aqui pegue a sua. Vá pra lá, você precisa pensar e eu vou ficar com você.

-Você vai?

-Vou, Bianca jogou sujo e eu estou apaixonado por você.

Eu paralisei, estava olhando para ele jogando seu noivado fora e preferindo a mim. Meu coração agora dançava em meu peito.

-Eu te amo.- falei antes de ir até ele e beijá-lo.

Era tão fácil agora, eu podia abraçá-lo e beijá-lo, ele não fugiria. Agora ele retribuía e eu o amava.

Sua boca estava com gosto de café. Nossa línguas se tocavam com calma e delicadeza.

***

Austin carregava minha mala, eu havia pego apenas o necessário, depois o loiro levaria tudo o que restou. Ele segurava minha mão quando descemos.

-Você não vai embora.- gritou Mimi, sua voz não negava o quanto ela estava chorando.

-Como não? Você defende essa ai e ainda quer que eu fique?

-Você não precisa ir embora, Lester. Bianca irá.- falou Austin.

-O que?- falamos juntas.

-É isso mesmo, acabou Bianca. Você não respeita minha família e eu estou farto disso.

-Amor, você não pode fazer isso.

-Claro que posso, na verdade já estou fazendo. Não irá faltar nada para meu filho, muito menos minha presença na vida dele, mas eu não sou obrigado a te aguentar.

-Austin...

-Vou ligar para sua mãe, deixe suas coisas prontas.

-Austin...- Ela tentou falar mais uma vez e como antes ele a interrompe.

-Nem adianta falar nada a decisão já foi tomada. – ele olhou para a mãe.- Você tratou Ally mal, mãe. Ela não merece isso, muito menos por culpa da Bianca.

-Austin, Bianca terá um filho seu.- falou Mimi.

-E eu estou feliz, mas eu tenho obrigação de ficar com ela. Vou levar Ally até a casa da Trish, ela ficará lá até Bianca ir embora ou até esfriar a cabeça.

-Tudo bem.- falou papai sem nem ao menos reclamar.- Me ligue sempre e não demore a voltar.

***

-Você terminou com Bianca, percebeu o que aconteceu? Você agora é só meu.- Austin sorriu enquanto olhava para o caminho a sua frente.- É maravilhoso saber que você não vai mais beijar ela.

-Não, eu não a beijava desde que começamos a um mês atrás.

-Jura?- perguntei encantada com aquele detalhe.

-Sim.- ele parou no semáforo fechado e me olhou sorrindo largo.- Não consegui.

-Você tentou?

-Não iria consegui mesm o. Agora, eu sou seu namorado.

-Não é, seu idiota.- ele sorriu e voltou a olhar o caminho quando o semáforo ficou verde.

-Por que não? Qual a dificuldade de aceitar que já sou seu namorado?

-Você não pediu a mim.

-Ally, você aceitar ser a minha namorada?- perguntou girando o volante para a esquerda chegando na rua da escola.

-Não.

-Ally!

-O que? Esse pedido foi péssimo.

-Nossa, garota chata.- falou quando paramos no estacionamento da escola. Eu sorriu e beijei sua bochecha, saindo do carro logo depois.

.***

Trish não havia vindo hoje, e ela era a única amiga que eu tinha.

-Hey.- falou alguém sentado ao meu lado, olhei e lá vi Mack sorrindo para mim.- Nossa amiga, você está acabada.

-Mack.- sorri e abracei minha amiga.- Achei que tinha ido para LA de vez.

-Minha mãe não se adaptou, eu não me adaptei. Acabamos voltando, ela falou com o diretor e ele disse que minha vaga só seria disponibilizada para outro aluno no fim do ano letivo, então aqui estou eu de volta.

-Isso é o máximo.

-Cadê a Trish?

-Ela não está bem...- Então eu contei o que havia acontecido com nossa amiga.

-Nossa, Elliot é aquele seu amigo que você postou várias fotos, certo?

-Sim.

-Mas ele nunca escondeu ser gay.

-Eu sei, mas o ataque foi vingança, tenho certeza.

-Existe gente ruim nesse mundo.

-É como esse idiota.-Tony passava agarrado com a Lulu, mas tinha um olhar triste. – Ele é o ex do Elliot.

-Idiota mesmo.

***

Estava novamente no carro do loiro, como sempre olhava fixo com atenção no trânsito. Eu não iria ver Elliot, Austin disse que me levaria amanhã, mas hoje eu tinha que arrumar o apartamento com ele.

-Mack voltou.- falei animada abrindo o embrulho do chiclete e colocando na boca do loiro.

-Eu sei, ela está na minha turma no último horário. Amor, Logan está se comportando?

Um frio passou pela minha barriga me fazendo estremecer a pergunta me fez lembrar da ameaça na boate.

-Ah, normal eu assisto a aula e ele finge que eu não existo.- coloquei meu próprio chiclete na boca.

-Maravilha.

-Você irá ficar comigo?- perguntei mudando de assunto.

-Vou, mas antes vou passar lá em casa, preciso saber se Bianca foi embora e como está o ânimo da dona Mimi.

-Eu não queria chateá-la.

-Você não fez.- ele fez uma bola em seu chiclete.- Ela só está chateada porque queria Bianca lá. Mamãe quer mais um neto do que eu um filho agora.

-E se eu der um neto a ela.- falei corada e Austin deu um sorriso estourando outra bolha que havia feito.

-Sem chance, eu não vou engravidar você. Ao menos não agora.

-Tudo bem, eu não queria mesmo.- respondi feito uma garotinha.

-“ Eu não queria mesmo”- falou sorrindo debochando de mim.- Relaxa, neném, em seis anos você estará com um lindo barrigão.

-Seis anos?

-É, mas não deve pensar em filho, você ainda é virgem.

-Podemos resolver isso hoje, no nosso apartamento.

-Não me tente, menina.- ele sorriu.

-Me diz qual a diferença de ser em um mês ou hoje.

-Trinta dias é a diferença. Dezessete ano, é uma enorme diferença. Amor, calma. Seu aniversário está tão pertinho.

-No dia do meu aniversário não terá desculpa. Me ouviu? Eu quero você a meia noite.

-Sim, senhorita.- ele se aproximou quando paramos no semáforo e beijou minha boca lentamente.