História Wishing I Was 23 - Capítulo 22

You don’t have to face your fears alone
‘Cause whenever you’re in trouble
I’ll know. - Austin e Ally (Superhero)

***

 Bati na porta da minha amiga várias vezes, não sabia bem do que se tratava, mas ela parecia triste ao celular. Trish abriu a porta sorrindo fraco.

-Sua mãe disse que você passou mal.- a abracei e beijei sua testa.- Você está melhor?

-Sim, foi só um enjoou. Entra.

Fiz o que ela pediu. Olhei o quarto atentamente fazia dias que eu não vinha aqui, sua decoração agora era de zebra, minha amiga adora tudo o que é estampa de animal.

No canto tinha um violino pendurado para parede, instrumento esse que ela toca com perfeição, eu até tentei continuar com minhas aulas de violino, mas desistir por ser bem complicado.

-Como é morar na Sonic Boon novamente?- perguntou sentando no pequeno sofá com capa de zebra.

-Normal, eu morava lá com meus pais. Não lembro muito bem. Mas não está sendo ruim, meu quarto é confortável. Porém, tenho certeza que você não me chamou para falar da minha nova moradia, o que está acontecendo? Você não vai a escola a dois dias.

-Ando não me sentindo bem a alguns dias, amiga. Eu vômito tudo o que como, no começo imaginei que fosse alguma virose, mas então meus peitos incharam e eu estou atrasada.

Ela concluiu abaixando a cabeça e olhando para as mãos.

-Amiga?

-Acho que estou grávida.- fala.

Ela levantou e segurou minha mão, me puxando até o banheiro dela. Apontou para a bancada lá havia três testes de gravidez.

-Trish...

-Já fiz todos, mas não quis conferi.

Os exames estavam todos tampados com a tampinha azul e variados nos impedindo de ver o resultado.

-Quer que eu veja?

-Por favor.

Peguei o resultado na mão, estava tão nervosa que se me dissessem que aquilo era uma bomba eu acreditaria. Olhei os três e ambos davam o mesmo resultado.

-Você está grávida, amiga.

Vi Trish cair ajoelhada e encostar na porta, corri e a abracei.

-E agora?- ela soluçou.

-Dez é um cara legal, ele vai te apoiar.

-Não, ele... ele vai querer me matar.

-Não vai, amiga.

-Vai. O filho não é dele, nós nunca fizemos nada.

-O que? E de quem é?

-Eu não posso contar.

-Claro que pode, Trish, seu namoro está em risco.

-Não posso, amiga. Por favor, não insiste.- pediu.

Suspirei, ela não queria me contar. Eu respeitaria.

-Tudo bem. Vai contar ao Dez?

-Não agora, preciso pensar.

-Tudo bem. Eu estou com você, não vou te deixar só.

Meu celular chamou minha atenção ao vibrar no meu bolso.

“Já tomou sua pílula hoje?”

Austin havia a feito a mesma pergunta que me fazia sempre para se se certificar eu tomasse a pílula direitinho. Aquele dia eu havia lembrado sozinha

-Você já falou com o Austin?

-Não, acho que agora é de vez.

-Eu não acho. Você o ama demais e o sentimento parece ser recíproco. Vocês deveram conversar.

-Austin comprou um apartamento para nós.- vi Trish ficar de queixo caído.- faz um mês. Terça Bianca apareceu lá dizendo que ela havia escolhido aquele apartamento para se livrar de mim.

-E você acreditou? Está na cara que é mentira.

-Mentira ou não, ela sabia da existência do apartamento.

-Conversa com ele, amiga.

-Pode até ser, mas agora não.- olhei o relógio no pulso, já era cinco da tarde logo Mimi estaria em casa. – Amiga, eu preciso ir. Vou na casa da Mimi pegar o que falta e uns documentos dela, papai irá dar entrada no divórcio.

-Foi sério então.

-Muito sério. Preciso ir.- levantei e Trish me acompanhou, enxugando as lágrimas.- Você pode me ligar se precisar de mim. Tudo bem?

-Eu sei.

***

Abri a porta da casa de Mimi sem bater, segundo papai não havia ninguém em casa apenas a empregada que vinha dois dias na semana.

Ao entrar me surpreendo, eu sentiria saudades de ali, havia criado um laço com aquele lugar, com os donos dali também, mas havia arruinado tudo com um amor idiota.

Entrei na cozinha e encontrei a empregada tirando bolo do forno. O cheiro era de cenoura, eu adorava bolo de cenoura.

-Oh senhorita Ally, já arrumei sua mala está no seu antigo quarto. – fala ao me ver.

-Obrigada Gaby, tem alguém em casa?

-Não, senhorita.

-Tudo bem, obrigada.

Subi a escada lentamente, me sentia cansada. Ao chegar no andar de cima em frente a minha porta, travo e olho para a porta do quarto do loiro.

Lentamente andei até lá, queria sentir o cheiro dele a ultima vez, eu não conversaria com ele, como havia dito a Trish, não conseguiria resistir com ele tão perto.

O medo de girar a maçaneta era grande, não pretendia voltar ali, mas meu coração desejava aquele último contato.

 Não precisei abrir a porta, ela se abril sozinha, ou melhor Austin abriu me pegando totalmente desprevenida.