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História With Every Heartbeat - Aparências


Escrita por: Sapatomics

Notas do Autor


Olá, pessoal. Trago mais um capítulo desse romance policial. Quero agradecer a que está lendo, quem comenta, favorita e acompanha. Enfim, ao apoio de todos. Espero que continuem gostando da fic. Boa leitura!

O rapaz da foto é o Lancelot.

Capítulo 4 - Aparências


Fanfic / Fanfiction With Every Heartbeat - Aparências

Seus passos eram cada vez mais rápidos e apertados. Ainda não entendia muito bem porque cargas d’água fora se embrenhar em um bairro como aquele. Não era de seu feitio frequentar esses lugares. Na verdade, nem mesmo tinha o costume de sair de casa. Exceto quando ia visitar algumas colegas no clube ou jogar pôquer com Úrsula, Victoria e Kristin. Um hábito que se iniciara na época que ainda era casada com seu falecido marido.

 À medida que apressava seus passos, ela podia jurar que estava sendo seguida. Talvez fosse só impressão, ou quem sabe medo, já que a rua estava deserta e era um final de tarde. Apertou a bolsa contra o corpo. No entanto, isso não parecia lhe acalmar. Por fim, virou a esquina com uma rapidez surpreendente. Deparou-se com um homem que cheirava muito mal, uma mistura de álcool com tabaco. Suas roupas eram sujas e seu sorriso mostrava os dentes apodrecidos, além de alguns feitos de ouro. Estava apenas ele ali, então os piores pensamentos passaram por sua cabeça.

- Olá, coroa bonita. O que faz por aqui? – a voz rouca ecoou pela rua, fazendo seu corpo estremecer em desespero e angústia.

- Não é da sua conta. Deixe-me passar. – mesmo com receio, encarou o homem mais alto, e que era um tanto quanto robusto.

- Qual é, senhora. Não tem tempo para um papinho? – à medida que o sujeito ia se aproximando, Cora recuava alguns passos.

- Ei, não mexe com ela!

Mal pôde ver que ele avançava em sua direção, quando um rapaz atacou o maltrapilho. Devido ao dia que começava a escurecer, e à sujeira e má iluminação da rua, não conseguia identificar quem era o outro. Este parecia bem mais novo. Um corte de cabelo estranho, algumas tatuagens pelo corpo, roupas largas e escuras. Enquanto ambos se emaranhavam no chão em uma verdadeira briga, onde o mais novo parecia estar ganhando, sua primeira reação foi apenas ligar para a polícia. Havia uma delegacia próxima dali e era para lá que iria. Afinal, não sabia se podia confiar no outro. E se ele também fosse um bandido? Era melhor não arriscar.

 

***

 

As investigações tinham começado de vez, depois da sua conversa com seu irmão Emma estava completamente focada no trabalho. Jane havia tentado falar com ela algumas vezes, mas não conseguira nada. Como a loira parecia estar cuidado de tudo, resolveu ir até a cafeteria relaxar um pouco. Ao chegar, uma mulher elegante lhe abordou. Ela estava enfurecida e provavelmente tinha algo haver com o moço que a seguia, ele não parecia muito feliz em estar ali.

— Com licença, eu estou há horas tentando prestar uma queixa. - Jane tentou avisá-la que aquele não era exatamente o seu trabalho e que ela era apenas detetive, mas a outra não lhe deixou terminar. - Eu estava indo me encontrar com algumas amigas, quando fui assediada por um homem asqueroso, até que esse verdadeiro moleque apareceu. Os dois estavam brigando como verdadeiros bandidos dessas gangues espalhadas pela cidade. Onde já se viu isso?

— Qual é o seu nome? - Jane perguntou ao rapaz.

— Lancelot. – o rapaz alto e de dreads respondeu suspirando, afinal, não era incomum que enfrentasse aquele tipo de situação, mesmo não que tivesse culpa.

— Minha senhora, por qual rua você estava passando e onde o outro senhor que você mencionou está? – revirou os olhos impaciente por estar fazendo um trabalho que não era seu. Além de sentir o preconceito na voz da mais velha.

— Foi levado por um dos outros policiais, mas ninguém toma providências. Não me falam nada e também não entendo porque ele ainda está solto. – apontou para o mais novo, ainda visivelmente irritada.

Enquanto Cora Mills dava mais detalhes sobre o que sofrera, Maura apareceu e se juntou a Jane. Como ela sabia que esse não era seu trabalho, não ligou muito para a presença da mais velha e de Lancelot. Colocou sua mão na cintura da amiga e disse baixo, talvez não baixo o suficiente, que estava lhe procurando. O sangue subiu à cabeça da mais velha, que imediatamente parou de falar e percebeu a mão da médica na cintura da detetive.

— O que é isso? Eu achei que essa era uma delegacia de respeito, eu venho aqui prestar uma queixa e sou atendida por uma incompetente.  E ainda se agarra com a sua namorada, ou seja, lá o que for à minha frente? Isso está muito errado. – esbravejou apontando o dedo para ambas.

— Eu tentei lhe falar que esse não era o meu trabalho, mas você não pareceu me escutar. Além disso, se o homem já foi levado, a senhora não tem mais nada o que fazer, além de esperar para ser atendida. E por favor, namorada? Você não sabe nada da minha vida. – disse a morena, enquanto levava a mulher até a portaria, fechando a porta sem ao menos olhar para trás.

Cora foi seguida por Lancelot e Maura ficou estática em seu lugar. Quem era aquela mulher que se dirigia a ela dessa forma tão hostil? Seus sentimentos por Jane não passavam de amizade. Já a policial ainda estava parada à porta. Por que ficara tão irritada de repente? Ela já havia sido desrespeitada outras vezes, por que essa reação agora? Resolveu ir para sua sala, focar em seu trabalho o restante do dia, mas a única coisa que conseguia pensar era no por que daquela mulher ter achado que ela e a Maura estavam juntas.

- Sabe, eu já me deparei com muitas pessoas do seu tipo. Mas a maioria eram mais gratas do que a senhora. – Lancelot resmungou, pegando suas coisas que tinham sido levadas por um policial e colocando em seus bolsos.

- Ora, seu...

- Passar bem. – interrompeu Cora, saindo apressadamente dali.

A mais velha não sabia o que dizer, nem como se sentir em relação ao que acontecera. Não confiava em pessoas como aquelas, mas sentia-se estranhamente culpada. Mesmo sem querer admitir, o rapaz estava certo. Poderia ter sido menos rude. No entanto, ainda sem saber o que fazer e bastante confusa, apenas esperou que fosse atendida. Queria voltar para casa, tomar um banho e esquecer aquele dia. Mas principalmente, aquele rapaz tão atraente, que lhe intrigava naquele momento.

 

***

 

Rizzoli ainda se encontrava bastante irritada com a situação de horas mais cedo. Claro que já tinha enfrentado pessoas como aquela tal de Cora antes, mas pela primeira vez perdeu o controle. Algo a incomodava bastante e não era apenas o que a senhora tinha dito. E sim outros pensamentos que lhe rondavam. Por que as pessoas sempre insinuavam que ela e Maura tinham algo além de amizade? Isso era um absurdo.

Claro que isso a deixava assustada. Afinal, não eram de fato nada além de melhores amigas e colegas de trabalho. Por ano estavam juntas naquele Departamento, mas era algo que não queria dizer nada. O mesmo acontecia entre ela e Vince, ou Emma. No entanto, não se sentia a mesma quando estava com eles. Ainda com toda a intimidade que compartilhava com o Sargento e sua parceira, não chegava aos níveis que tinha com Maura. A médica a conhecia tão bem. Talvez melhor do que sua própria mãe. Isso sim era deveras amedrontador. Tentando afastar tais ideias absurdas, desceu novamente para um café. Para sua infelicidade, e total confusão, Maura também estava ali. Provavelmente tomando um chá.

- Já terminou as análises de Katherine? – indagou assim que se colocou ao lado da outra.

- Sim. – suspirou um pouco abatida devido ao cansaço. – Vocês conseguiram localizar o sujeito que estava com ela?

- Ainda não. Ele não aparece nas filmagens, não temos nada em seu celular e segundo sua irmã ela tinha um notebook. Mas não encontramos nada em sua casa.

- Talvez ele tenha levado quando deixou o corpo. – Jane achava tão adorável a expressão pensativa da amiga, mas precisava se concentrar em outra coisa que não fosse isso.

- Acho que estamos ilhados nisso. Talvez devêssemos voltar na cena do crime. – deu de ombros, escutando a loira soltar um muxoxo em aprovação. – Então, aquela senhora mais cedo. Com certeza, falta um parafuso a menos.

- Creio que não. – Maura parecia analisar a situação como fazia com os corpos em sua mesa. – Sua postura é bastante próxima ao estereótipo que se forma sobre mulheres que se envolvem com outras mulheres. Além disso, estamos sempre próximas.

- Então você concorda com ela? – engoliu em seco. – Quero dizer, acha mesmo que passamos uma visão errada?

- Por que seria errado?

- Não digo nesse sentido. – revirou os olhos, um pouco aliviada por Maura não ter percebido seu nervosismo.

- Foi apenas um mal entendido, Jane. – pegou na mão da morena, apertando levemente e lhe sorrindo de forma calorosa. – Você é minha melhor amiga, a pessoa mais próxima que tenho aqui e espero que seja assim por um bom tempo. – completou se levantando e se preparando para ir embora.

- Ainda bem que te achei! – um Frederick esbaforido adentra pela porta da lanchonete, com alguns papéis na mão. – Desculpe doutora Isles, mas preciso que venha comigo. É rápido, só que não podemos esperar até amanhã.

- Claro. – sorriu para o rapaz, que passava a mão nos cabelos ruivos e molhados de suor. – Boa noite, Jay.

Virou-se e saiu seguindo seu assistente rumo ao seu laboratório, que se encontrava no piso inferior, deixando para trás uma detetive pensativa e um tanto quanto decepcionada. Aquilo não era exatamente o que Jane queria ouvir, mas talvez nem ela mesma soubesse o que esperava.

 

***

 

Seus passos duros e rápidos ecoavam pelo galpão. Já estava cansado de esperar pela ligação de seu mestre. Encarou o corpo inerte da mulher. Aquela que seria a próxima obra de arte do homem, que pouco conhecia. No entanto, sentia-se tão conectado com ele. Como se fossem destinados a estarem juntos, trabalhando em conjunto naquilo que seria o mais perfeito dos planos. Mordeu os lábios rosados, já ficando impaciente pela demora. Ele já deveria ter entrado em contato há quase uma hora.

Era tarde da noite. O momento perfeito para agir. Ainda mais porque provavelmente sua convidada acordaria em breve. O efeito do sedativo não duraria muito mais. Apertou o celular entre a mão grande, passou os dedos pelos cabelos negros e alinhados. Bufou agoniando, ainda andando em círculos. E se ela despertasse? Deveria matá-la antes de seu mestre chegar? Ou apenas dar mais um pouco da dose do remédio? Começaria o trabalho antes de ele autorizar? Em todos os casos, as conseqüências seriam desastrosas. Finalmente o telefona toca, lhe despertando de seu transe.

- Mestre Hannibal? – atende ansiosa, já esperando pelas seguintes ordens. Claro, o pseudônimo não lá dos melhores, na verdade era bem ridículo em sua opinião, mas era o filme preferido dele e por isso não contestaria.

- Prepare a dose. Em breve estarei aí. Concluiremos mais um passo em nossa obra.

- Pode deixar.

- Não deixe marcas, não faça nada com ela. – o tom frio e cortante não deixava espaço para discussões. – Seja merecedor de sua recompensa.

- Sim, mestre.

Não houve despedidas, apenas guardou o celular no bolso de sua calça social. Aproximou-se da mesa metálica, onde a mulher estava deitada ainda inconsciente. Ao lado, em uma pequena bandeja, alguns instrumentos cirúrgicos e o vidro de sedativo. Adicionou uma dose cavalar na seringa, injetando rapidamente na veia da mulher. Um sorriso sádico preenchia seus lábios, os olhos esverdeados fazendo contraste com a tez morena. Acariciou os cabelos da mulher, enquanto abaixava seu rosto próximo ao dela.

- Hoje parece uma ótima noite para cortar.

O galpão foi preenchido pelo som de risadas. Enquanto do lado de fora, um carro estacionava trazendo o monstro que deixaria Boston aterrorizada.  


Notas Finais


Enfim, nos vemos na próxima! Até mais. =)


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