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História With Every Heartbeat - Almoço Entre Irmãos


Escrita por: Sapatomics

Notas do Autor


Olá, pessoal. Desta vez eu demorei bastante, mas tenho motivos para isso. Nos últimos meses ando bastante ocupada com muitas coisas pessoais, embora eu tente evitar que isso afete meu desempenho como escritora. Enfim, sem entrar em muitos detalhes, quero dizer que apesar do bloqueio criativo em que me encontrava e das dificuldades cotidianas, estou voltando ao meu ritmo aos poucos.

Tentarei atualizar com mais frequência, mas sem promessas! Obrigado pela atenção e paciência de todos. Espero que gostem do capítulo. Boa leitura!

Capítulo 5 - Almoço Entre Irmãos


Três dias se passaram desde que James contara à Emma toda a verdade. A loira ainda não tinha conversado com Jane ou qualquer outra pessoa. Mesmo que quisesse, não conseguiria compartilhar isso com ninguém. Não o fato de que fora sequestrada e depois abandonada, mas o fato de como se sentia em relação ao passado. Afinal, a vontade de conhecer os pais biológicos e suas origens já estava enterrada há anos.

- Está tudo muito parado durante esses três dias. – Jane comentou jogando uma bolinha de papel no lixo. Levantou os braços em comemoração ao acertar.

- Isso é bom. – Korsak sorriu.

- Não estou reclamando.

- Você sempre reclama.

Os três se renderam às risadas. Era verdade, o mau-humor da morena era tão característico, que seu comportamento era considerado estranho quando ela não fazia alguma piada irônica ou estava quieta. No entanto, o clima não estava tão leve assim. Os detetives ainda estavam com um caso em aberto. Algum que parecia longe de se concluir.

- Algo está lhe incomodando, Emma? – Vince era muito bom em ler as pessoas.

- Temos um assassino solto, provavelmente com alguma psicopatia e nenhuma pista.

- Ele ainda não agiu, o que é estranho. – disse Jane franzindo o cenho.

- Na verdade, não. Um cara como ele é muito cuidadoso. Gosta de planejar e se preparar. Acredito que um dos prazeres seja observar a vítima antes do ataque. – Emma suspirou incomodada com a situação.

- Será que ele as conhece antes? – Korsak indagou, levantando uma questão que todos compartilhavam.

- Provavelmente.

Continuaram discutindo os próximos passos que tomariam. A ideia era tentar impedir que possíveis vítimas fossem feitas, claro que os detetives sabiam que esse maníaco não ficaria parado. Korsak e Jane começaram a criar teorias sobre aquilo que já possuíam. Porém, Emma estava um pouco distraída. Os arquivos de James estavam sobre sua mesa. Ela deveria lhe fazer uma visita? Tentar estabelecer uma aproximação e colocar em dias o que tempo que perderam?

Na verdade, Emma não sabia nem se estava preparada para conhecer sua mãe biológica. Ainda se lembrava como era sentir mágoa por pensar que fora abandonada. Sua cabeça fervilhava com tantas dúvidas. No sábado aconteceria um jogo de futebol entre os oficiais e o pessoal do laboratório. Era seu jogo preferido, mas Jane sempre queria baseball. Claro que seu desempenho era horrível, ela sempre se irritava e começava a reclamar. No fim, a disputa entre oficiais e peritos terminava em cerveja no Dirty Robber. Uma ideia invadiu a loira, que se pôs de pé.

- Aonde vai? – Jane não assumia, mas era deveras curiosa.

- Daqui a pouco é horário de almoço, já que nada novo apareceu vou resolver um assunto. – disse enquanto pegava sua jaqueta de couro vermelha e saía apressada.

- Swan sempre foi fechada, mas é impressão minha ou ela anda cheia de mistério? – Korsak coçou a barba e comeu uma rosquinha, sujando a boca de açúcar refinada.

- Não sei. – deu de ombros, voltando sua atenção para o computador. – Mistério mesmo é como nenhuma formiga ou rato encontrou a Fantástica Fábrica de Chocolate que existe na sua gaveta.

O mais velho lhe repreendeu com o olhar, fazendo a morena soltar uma gargalhada. Provocar o parceiro era um dos seus passatempos favoritos.

 

 

***

 

 

Tomar um banho quente. Definitivamente, era disso que o homem precisava. Em uma hora olharia um apartamento para comprar ou alugar. Precisava pelo menos sair daquela pensão, ou não poderia trazer sua mãe. Colocou uma calça preta e começou a secar os cabelos com a própria toalha. Ironicamente, mesmo com as reclamações que tinha com a demora de suas antigas namoradas em escolher uma roupa, ele mesmo demorava muito para se arrumar. Estava quase terminando, quando o som da campainha lhe alertou.

- Olá? – disse um pouco incerto. Com certeza, não esperava que ela lhe procurasse tão cedo.

- Olá. – respondeu timidamente, analisando com o olhar o interior do cômodo. – Posso entrar?

- É claro.

Balançou a cabeça, tentando voltar à razão. Deu espaço para que a loira passasse. Emma se acomodou em pé no centro do quarto. Este que consistia em uma cama de casal com colchas marrons, uma mesinha com um rádio relógio digital, um abajur, um armário pequeno para colocar roupas, um banheiro simples e uma janela que dava para a rua. Nada muito sofisticado ou que combinasse com o estilo de James. Claramente, uma indicação que o rapaz não pretendia ficar ali por muito tempo. Exceto pelas roupas e objetos espalhados pelo cômodo.

- Então, não que eu não esteja feliz com sua presença aqui, mas não imaginava que viesse tão cedo. – James afirma se aproximando e jogando a toalha na cama.

- Bom, digamos que eu estava, e ainda estou digerindo tudo o que me disse. – resolveu ser sincera, embora escondesse a enorme confusão interna que sentia. – Mas não é exatamente sobre isso que venho falar com você.

- Sério? O que te traz aqui?

- Podemos almoçar em algum lugar? – colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça, já demonstrando certo nervosismo. – Vi que você está se arrumando, não quero atrapalhar seus compromissos.

- Não, não. – respondeu rapidamente e começou a procurar uma camisa para vestir. – Eu estava saindo para ver um apartamento, mas nada que não possa esperar. Se você quiser pode até me acompanhar, talvez eu precise de uma segunda opinião.

- Apartamento? Você vem para Boston em definitivo? – franziu o cenho.

- Sim. E a nossa... – pigarreou antes de continuar. – Nossa mãe também vem comigo.

- Entendo.

Saíram da pensão em silêncio. James sabia que Emma precisava de um tempo, ele também precisaria se estivesse na mesma posição. Sugeriu um restaurante naquela mesma rua, para onde ambos foram a pé. O rapaz gostava dali, principalmente devido à música e ao estilo dos frequentadores. Algo bem parecido com os lugares que ele frequentava em Storybrooke, que não eram muitos. O ambiente não era muito iluminado, os raios solares adentravam nas janelas largas. Um balcão se estendia ao fundo, onde bebidas e copos estavam guardados em prateleiras. Acima das mesas, em uma das paredes, uma bandeira com o logotipo de um clube de motoqueiros local estava pendurada. As músicas, em sua maioria, eram rocks antigos e mais pesados.

- Aqui tem o melhor frango com purê de batata do país. – James comentou em nítida animação, ao se sentar em uma das mesas com a irmã.

- Curti o lugar e o som. – sorriu balançando levemente a cabeça e as pernas no ritmo da melodia. – Já tinha vindo aqui antes? Quero dizer... De me procurar?

- Não, é a minha primeira vez em Boston. – deu de ombros, chamando uma garçonete, que rapidamente os atendeu flertando descaradamente com Emma. – Olha só, você mal chegou e já está fazendo sucesso. – disse assim que a moça se retirou.

- Adoraria que eu tivesse o mesmo efeito em outra pessoa. – respirou fundo e encarou as próprias mãos. – Enfim, quero te fazer um convite?

- Qual? – resolveu ignorar o que a loira disse, pois tinha percebido que ela não estava aberta ao assunto. – Nem sei e já estou dentro.

- Calma. – acabou rindo do jeito irreverente do rapaz. – É que algumas vezes por ano temos um jogo de futebol entre os detetives e o pessoal do laboratório de perícia.

- Os nerds agora são bons em esporte?

- Para você ver como o mundo está moderno. – entrou na brincadeira do irmão ao tomar um pouco da cerveja que a mesma garçonete lhe trouxe. – Então, aceita?

- Sem dúvidas. – assentiu quase virando a caneca inteira. – Eu preciso sair e conhecer mais a cidade, me enturmar com algumas pessoas por aqui.

- Conheço alguns lugares, podemos marcar alguma coisa.

- Fechado.

O almoço não demorou a ser servido. Antes de sair, de forma nada sutil, a garçonete ruiva e de olhos amendoados, deixou seu número de telefone escrito na palma da mão da detetive, que não conseguiu lhe dizer nada. Por mais acanhada que tivesse ficado, era bom ser cortejada por alguém. Sorriu com as bochechas rubras, observando enquanto a moça se afastava em um rebolado sensual. Inevitavelmente não pôde evitar comparar seus olhos com outros que conhecia muito bem. Mesmo que procurasse em outros lugares, jamais encontraria um tom tão penetrante e marcante quanto o de Regina Mills. Suspirou afastando tais pensamentos, era melhor assim.

Encarou sua mão mais uma vez: Helena Florrick. Talvez ela realmente ligasse um dia. Continuou sua conversa com James, que agora parecia ainda mais enérgico do que o normal. Talvez pelo convite, ou pela oportunidade de passar mais um tempo com sua irmã. Ainda precisava voltar para o trabalho, mas não faria mal que ficassem mais algumas horas ali. Era bom para se distrair do último caso, que tanto lhe tirava o sono.

 

 

***

 

 

Gold já estava impaciente quanto ao caso de Katherine. As pistas eram bastante confusas e não se encaixavam em nenhuma das teorias levantadas pelos detetives. Mesmo assim, Regina sabia que logo o Departamento conseguiria prender o assassino. Mesmo não querendo admitir, a morena tinha consciência que Emma era ótima em casos como aquele. Uma verdadeira especialista sobre o comportamento de psicopatas. Mas não era só isso que deixava a promotora estressada há tanto tempo. E sim o fato de não conseguir tirar a loira de meus pensamentos.

Regina era casada, tinha um filho e uma vida pública. Não precisava de um escândalo em sua carreira e muito menos se arriscar com alguém do trabalho. No entanto, não sabia explicar o que sentia quando ambas se encontravam. Ela pensava que a odiava, aquele sentimento que temos assim que colocamos os olhos em uma pessoa pela primeira vez. Mas talvez apenas estivesse enganada.

Respirou fundo e jogou os relatórios em sua mesa de forma brusca. Já era véspera do fim de semana e no dia seguinte haveria o tradicional jogo entre oficiais e peritos. Um entre mulheres e outro entre os homens. Quem perdesse, pagava duas rodadas de bebidas naquela, que em sua opinião, não passava de uma espelunca, mais conhecida como Dirty Robber. Embora admitisse que por muitas vezes gostasse de ir até ali com os detetives e colegas de trabalho.

Obviamente, o jogo era uma desculpa para encher a cara e fazerem algazarra. Além disso, havia uma leve disputa interna entre os dois grupos. A morena não entendia muito bem e sinceramente não estava muito animada para ver aquilo, mas era preciso que ela fosse. Gold quem costumava a aparecer nesses jogos, mas ele estava demasiado ocupado consolando os pais de Katherine e dando entrevistas em jornais. Regina tinha uma relação especial com seu próprio chefe, já que seu pai o conhecia antes mesmo que ela nascesse.

Chegou em casa e apenas a luz da cozinha estava acesa. Da sala podia ouvir as risadas de Daniel e Henry, seu pequeno príncipe. A única pessoa na vida que ela amava incondicionalmente. Seu filho lhe trouxe esperança, a chance de ser menos infeliz na vida que levava. No entanto, a morena sabia que estava nesta situação por sua própria culpa. Pela falta de coragem em assumir quem verdadeiramente era. Foram suas escolhas erradas que lhe levaram até ali e não demorou muito para que ela construísse barreiras para seus sentimentos.

- Mas que bagunça é essa? – fingiu irritação ao adentrar na cozinha e encontrar suas panelas sujas, restos de comida pelo balcão e farinha nas roupas de ambos.

- Olá, mãe. – Henry sorriu e veio correndo lhe dar um abraço. – Meu pai e eu estamos tentando fazer sua lasanha, mas acho que não deu muito certo.

- Infelizmente, só você consegue fazer essa receita com suas mãos de fada, Regininha. – Daniel se aproximou lhe dando um selinho. – Essas belezuras não nasceram para manusear nenhum fogão. – completou levantando as mãos.

A promotora não conseguiu segurar o riso. Daniel era seu melhor amigo desde que tinham oito anos de idade. E assim como ela, o rapaz levava aquela vida por puro medo de se assumir para sua família. Era um acordo que fizeram ainda na faculdade, quando prometeram proteger um ao outro e se apoiarem pelo resto de suas vidas. O seu jeito sempre animado e divertido fazia dos dias da morena um pouco mais alegres. Claro que quando estavam em público ou com suas famílias, mantinham as aparências. Mas quando eram apenas os três podiam relaxar. Henry estava ciente de toda a situação e do casamento de fachada. Apesar da confusão inicial, hoje o garoto entendia e apoiava a decisão dos pais.

- Você devia saber cozinhar. Para quem já morou sozinho, você está muito fresco. – provocou seu amigo. Era sempre assim entre os dois.

- Maléfica. – Daniel mostrou sua língua e voltou para seus afazeres.

- Mãe, não é amanhã que tem aquele jogo entre seus colegas de trabalho?

- Sim, meu pequeno. – assentiu, beijando seus cabelos. Ele já estava quase do seu tamanho, mesmo tendo apenas treze anos. – Por quê?

- Eu estava querendo ir. É a última semana de aula, então não tenho que estudar mais nada por enquanto. Além disso, quero ver Emma e Jane jogando. – sorriu de forma travessa.

Apesar de isso lhe deixar um pouco tensa, Henry gostava bastante dos detetives. Principalmente de Swan, a pessoa que a promotora tentava se distanciar o máximo que seu trabalho lhe permitia. Porém, seu filho lhe conhecia e sabia que ela não conseguiria resistir aquele olhar pidão e doce que lhe lançava sempre que queria algo.

- Está bem, deixo você ir. – revirou os olhos ao vê-lo comemorar. – Agora, o mocinho vai tomar um banho e depois descer para o jantar.

Observou Henry subir as escadas. Assim que se virou para terminar a catástrofe que ele e o pai tinham feito em na cozinha, encontrou o olhar malicioso e analisador de Daniel. Ela reconhecia aquela expressão. Era a mesma que ele fazia sempre que eu a morena se interessava por alguma mulher. O que queria dizer que perguntas inapropriadas surgiriam em breve.

- Não começa. – ralhou passando por ele e indo até onde a massa da lasanha descansava.

- Então Regininha, não existe ninguém que te conheça melhor do que eu. – comentou como quem não quer nada, fingindo que estava analisando suas próprias unhas. – Todas as vezes que escuta o nome da Emma ou quando encontra com ela, você fica nervosa e inquieta. Mesmo tentando manter a postura de esposa fiel, sempre observei seus olhares nada discretos para o corpo da loira.

- Não sei do que você está falando, querido. – fingiu preparar o recheio.

Aham, me engana que eu gosto. – passou a mão nos cabelos de um jeito delicado, como ele adorava fazer quando podia se soltar mais. – Não sou nem um pouquinho sonso. Sei exatamente que você sonha com aquela deusa nórdica e deve acordar com fogo na perseguida.

- Daniel! – repreendeu seu amigo lhe dando um tapa no braço. – Olha essa boca!

- Só falo verdades, amiga. – sorriu maliciosamente. – Quando você resolver dar uns pegas na Swan, eu quero saber todos os detalhes. – piscou enquanto dava pulinhos de alegria, como se fosse uma garota adolescente.

A promotora revirou os olhos e decidiu ignorar seu comentário. Jamais se envolveria com alguém do trabalho, pois não podia se arriscar desta forma. E mesmo que ela fizesse isso, a última pessoa em quem pensaria era Emma Swan. Pelo menos era aquilo que Regina tentava dizer a si mesma há alguns meses.


Notas Finais


Até a próxima! :)


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