1. Spirit Fanfics >
  2. With Every Heartbeat >
  3. Ciúmes

História With Every Heartbeat - Ciúmes


Escrita por: Sapatomics

Notas do Autor


Olá, pessoal. Antes de mais nada, quero agradecer a quem favoritou, comentou ou está apenas acompanhando. É gratificante saber que algo que você escreve é apreciado.

Enfim, espero que gostem do capítulo de hoje. Boa leitura!

Capítulo 6 - Ciúmes


O campo onde aconteceria o jogo não era profissional, mas era rodeado por arquibancadas, onde algumas pessoas se encontram. Estas eram apenas amigos e familiares do pessoal do Departamento. Jane, como sempre, já dá sinais de sua irritação costumeira. Futebol não era seu esporte favorito e ela certamente não jogava muito bem. Porém, era sempre escalada porque corria bastante. Tenta inutilmente se alongar, pois seu corpo ainda está mole devido o sono. Por que diabos ela está acordada tão cedo em sua folga?

- Começamos em dez minutos, meninas. – Mulan avisa.

A moça de traços orientais era do Esquadrão de Bombeiros. Como não havia muitas mulheres como oficiais e peritas, Emma convidou o outro departamento para que os times não ficassem desfalcados. Além disso, possuía uma amizade forte com Mulan. No começo tinham se estranhado, pois se conheceram no meio de uma confusão em um incêndio criminal, onde moradores de um prédio haviam morrido. Porém, no decorrer da investigação desenvolveram um forte laço. Jane dizia que Mulan era caidinha pela loira, mas esta descobriu que não era verdade. A bombeira era apaixonada por Aurora, uma das paramédicas. Porém, esta era casada com Philip um policial militar.

- Eu não acredito. – Jane comenta revirando os olhos escuros. – Ela nem sabe jogar.

- Quem? – indaga Emma se virando para onde sua amiga olhava.

Maura vem caminhando em direção ao campo. Os peritos usavam o uniforme vermelho com branco, enquanto os oficiais o azul com amarelo. No entanto, a médica parece ir para alguma festa. A maquiagem não é muito marcante, pois está de manhã. Os cabelos presos em um rabo de cavalo bem ajeitado. Como acessório, traz uma bolsa Prada pendurada no braço, as meias combinando com o uniforme e brincos pequenos nas orelhas.

- Então Maura? Vai fazer muitos gols hoje? – Emma tenta evitar a ironia, mas era quase impossível enquanto segurava o riso.

- É esse o objetivo do jogo não, detetive? – sua carinha de confusão é extremamente fofa na opinião de Jane, mas ela resolve afastar esse pensamento.

- Pense pelo lado positivo, Maur. Se alguém quiser te dar uma falta, é só você dar uma bolsada na cabeça da pessoa. – a morena diz com seu típico sarcasmo.

A médica apenas ignora o comentário, repreendendo a melhor amiga com um olhar. A verdade é que não consegue parar de olhar para o corpo de Jane. Mesmo sendo mais magra que Swan e mais alta, a morena também possui os músculos definidos, e a pele com seu bronzeado natural lhe dão um ar ainda mais sensual. Rizzoli é o tipo de mulher que não precisa de muito para estar linda, e parece não ter noção de sua própria beleza.

Susie vem logo atrás de Maura. Ao contrário da médica, a asiática se veste conforme manda o esporte. Inclusive suas chuteiras são profissionais. Emma sabe que por trás dos óculos e da aparência nerd, Susie é um perigo. Entendedora de todas as regras e amplas estratégias, das quais sempre fez uso. Sua inteligência supre sua falta de força física e mesmo sendo pequena, a mulher é extremamente ágil. Por isso em campo, ambas se desafiavam. A disputa entre peritos e oficiais é conhecida entre aqueles que assistem ao jogo. E o saldo de jogos está empatado com cinco vitórias para cada time.

Mulan convidara Rosa, uma das atendentes do Dirty Robber, para ser a juíza. Segundo as jogadoras, ela seria alguém neutra no meio de tanta rivalidade. Mesmo tendo treinamento para condicionamento físico na academia, a maioria dos peritos é subestimada, pois passam muito tempo no laboratório e quase não saem a campo, apenas para a análise de cenas de crimes. No entanto, os oficiais se enganam em achar que seria um jogo fácil. Enquanto usam de força e velocidade, os outros usam de jogadas inteligentes e raciocínio rápido. Criam assim, uma partida equilibrada e bonita de ser vista.

 

 

***

 

 

Regina chega um pouco antes de o jogo começar. Henry falta dar pulinhos ao seu lado. Logo Frankie vem ao seu encontro, engatando uma conversa animada com o garoto. Devido aos encontros que tinham pelos corredores do Departamento, quando o garoto visitava a mãe no trabalho, ou em eventos sociais, ambos compartilham uma grande afinidade por gostarem de super-heróis. A promotora reconhece Emma de longe, parece que a loira é sempre a primeira pessoa que via quando chegava a algum lugar. Jane está ao seu lado. Leva alguns minutos para avistar Maura, e não consegue segurar o riso ao vê-la. Definitivamente sua amiga ficaria no banco de reservas. Susie está logo atrás e então um rapaz desconhecido surge.

A morena estranha, pois ele é incrivelmente parecido com Emma. Ainda mais por ter os cabelos grandes e loiros como os da detetive. Se soubesse que Swan tinha um irmão, com certeza pensaria que fosse aquele. Mas Regina pensa que não é caso. Vê o grupo andando em sua direção. Até mesmo a forma como o rapaz anda é idêntica à da loira. Maura é a primeira a lhe cumprimentar com um beijo no rosto, Susie e Jane apenas acenam e Emma lhe olha com a mesma expressão carrancuda e fechada de sempre.

- Promotora Mills, eu quero que conheça meu irmão, James.

- Olá. – o rapaz oferece sua mão, e mesmo atônita ela retribui o aperto. – Prazer, James Watson.

- Regina Mills. – quase gagueja.

- Emma fala muito de você. – James em poucos segundos percebe a troca de olhares entre as duas, e resolve verificar suas suspeitas. Sente uma cotovelada em suas costelas, o que apenas lhe dá vontade de rir.

Antes que a morena possa responder, escuta uma voz conhecida lhe chamando. O que Daniel faz ali? O pessoal do Departamento já o conhece, mas não é do feitio do rapaz aparecer em todos os encontros e festas. Pelo canto do olho, ela estranha Emma enrijecer o corpo assim que Daniel vem em sua direção e lhe dá um beijo na bochecha. Odeia imaginar algo que não tenha absoluta certeza. Por isso, decidi ignorar o que pensa ter visto.

- Você esqueceu seu celular no carro. – entrega o aparelho para a esposa. – Olá. – acena a todos os outros, recebendo sorrisos como resposta. E claro, um olhar mortal de uma Emma furiosa e se corroendo de ciúmes. – Prazer, Daniel Carter Mills. – direciona sua atenção em particular para o loiro à sua frente.

- James Watson. – oferece sua mão, sentindo formigar ao encostar-se à pele macia de Daniel.

Os dois homens mal disfarçam enquanto vasculham com o olhar o corpo um do outro. James é mais alto que Daniel, embora o empresário fosse mais forte. A atração parece mútua, mas Regina logo pigarreia para que o melhor amigo e esposo recobre a compostura. Emma se encontra tão nervosa, que nem repara na expressão do irmão. Já Jane, Maura e Susie começam a conversar sobre o jogo. As três se afastam em direção ao campo, enquanto Rizzoli diz que a médica deveria ficar no banco por não saber jogar. Embora todos soubessem que é apenas seu protecionismo falando.

- É novo no Departamento, James? – Daniel não pode evitar a curiosidade. Mesmo porque logo pediria para Regina dar um jeito de lhe arranjar o número de rapaz.

- Não. – sorri gentilmente. – Sou irmão gêmeo da Emma. – passa o braço pelos ombros da loira amuada ao seu lado.

- É mesmo? Não sabia que a detetive Swan tinha parentes biológicos. – é conhecimento de todos que Emma fora adotada.

- Digamos que certos assuntos não são do interesse de certas pessoas. – lança seu melhor olhar cortante. – Vou me preparar para o jogo. – passa por entre Regina e Daniel, deixando que seu ombro bata no do homem. Rapidamente o esposo de Mills massageia o local, mas seu semblante é de pura diversão.

- Uou! Nunca tinha visto Emma tão mal-humorada. – Frankie comenta ao se aproximar com Henry, que apenas dá de ombros não entendendo nada do que acontece ali.

- Pelo jeito a senhorita Swan precisa aprender bons modos. Você deveria ensinar isso à sua irmã, senhor Watson.

- Por favor, me chame só de James. – ajeita os longos cabelos, gesto esse que Daniel acha incrivelmente sexy.

- Bom, eu tenho que ir. Preciso resolver umas coisas no escritório. – dá um breve selinho em Regina, o que não escapa ao olhar atento de Emma que observa os dois de longe, mesmo que tentasse evitar isso. – Novamente, foi um prazer lhe conhecer, James Watson. – aperta a mão do loiro, resistindo à tentação de lhe dar um beijo nos lábios.

- Acho melhor ir mesmo, querido. – Regina tenta disfarçar seu comportamento suspeito, mas sem muito sucesso.

- Até mais, Daniel. Espero que nos encontremos por aí. – James lhe concede uma piscadela e um sorriso maroto.

Antes que Swan pudesse indagar o irmão sobre sua simpatia com o marido da promotora, Henry vem correndo ao seu encontro. Ela adora o menino, mesmo que esse disparasse a falar sem ao menos deixá-la responder suas inúmeras perguntas. Enquanto Henry tagarela sobre suas apostas para o jogo daquele dia, e sobre como adoraria ir com ela e com Jane em uma partida do Red Sox, ela faz poucos comentários e sorri meio sem graça. Regina obsera a cena, sentindo seu coração se aquecer e uma sensação confortável no peito. Aquilo é totalmente diferente de qualquer outra coisa que tenha sentido nos últimos tempos. Balança a cabeça, desviando sua atenção para qualquer coisa que não fosse os dois.

Assim que o jogo começa, Henry volta a conversar com Frankie e ambos trocam ideias com James, outro fã de quadrinhos. O entusiasmo dos três é nítido, ainda mais acompanhado dos gritos em relação aos lances da partida. Maura logo se põe ao lado de Regina. Ainda está aborrecida por Jane ter conseguido convencer às meninas a não lhe colocarem no time. Claro que sabe que seu desempenho é horrível, mas há um motivo para estar ali. Queria deixar Rizzoli orgulhosa, mostrando que não é apenas algum gênio sem habilidades para outras coisas. No entanto, ela jamais admitira que tudo aquilo é por Jane.

- Acho que ela estava preocupada que você se machucasse. – comenta Regina.

- Por que diz isso?

- Apenas um palpite. – dá de ombros. Não é de hoje que observa que a amizade das duas tem algo a mais, embora ambas ignorassem isso.

- E você? Não vai jogar?

- Com certeza, não. Primeiro porque não gosto desses esportes de contato. Acho extremamente perigoso. Segundo porque não aguentaria Swan como capitã do time.

- Sei. – Maura sorri. Pode não ser muito perspicaz com sua própria vida, mas é boa em ver o que acontece com os outros. – Ela pelo menos tem espírito de liderança.

A morena se prepara para responder, quando sente seu sangue ferver e um baita incômodo lhe atinge. Mulan pula nas costas de Emma, comemorando o primeiro gol do jogo. Cerra os próprios punhos, controlando sua vontade de ir até lá e arrancar a asiática de perto da outra. O jogo volta a rolar, e Regina se vê cada vez mais nervosa com as mulheres que parecem se aproveitar da ocasião para se esfregar em Emma. “Precisa dessa proximidade toda?” pensa uma Regina furiosa.

A gota d’água é quando uma loira abusada aproveita uma pequena pausa, se aproxima de Emma e lhe dá um beijo demorado na bochecha. Regina se prepara para ir tirar satisfações com a mesma, quando percebe olhar curioso e divertido de Maura sobre si. Vira o rosto procurando disfarçar suas emoções. Enquanto isso, a partida continua a todo vapor. Henry vibra com cada lance, e mesmo que goste dos dois times, é visível que torce pelos oficiais. No segundo gol marcado, belíssimo por sinal, feito por Emma em um lance onde encobria a goleira, o menino não se aguenta e corre para dar um abraço apertado na loira.

Regina sorri encantada com a cena, mas ainda não se esquece das carícias trocadas entre Swan e a outra. Morde o lábio inferior. Onde está com a cabeça? Não dever se sentir assim por alguém que nem ao menos gosta. Maura também está com cara de poucos amigos. Há uma ruiva de cabelos curtos que não sai de perto de Jane, mesmo ambas sendo de times diferentes. Parece que a moça se aproveita de sua marcação para passar as mãos pelo corpo da detetive. Pelo canto do olhar, Regina pode observar Maura ficando extremamente vermelha. Sabe que a outra fica com urticárias quando mentia então essa é sua chance de saber mais dos verdadeiros sentimentos da médica.

- Você deveria disfarçar mais seus ciúmes. – fala baixinho, apenas para Maura escutar.

- Eu não... – Regina lhe lança um olhar como se dissesse “Não minta para mim”. – Bom, talvez eu tenha.

- Deveria deixar Jane saber. Afinal, ela falta arrancar a cabeça de qualquer um que se aproxima de você.

- Nós somos amigas. É normal que haja ciúmes quando estamos em relacionamentos amorosos. Pelo menos deve ser. – abaixa o olhar, Regina nota ali um semblante triste.

- Acredite. Não se trata apenas de ciúmes saudável entre amigas.

Maura não responde. Sua mente fica ainda mais confusa. Se parasse para reparar, com certeza certos comportamentos de Jane não condizem apenas à amizade. Além disso, aquela senhora havia pensado que as duas eram um casal. Agora Regina enche seus pensamentos com esses comentários misteriosos. Antes que possa raciocinar mais sobre o assunto, Susie faz um gol. Muito bonito também, passando a bola por debaixo das pernas de uma zagueira e acertando um chute com efeito no cantinho da rede. Susie vem correndo em sua direção e ambas gritam como duas adolescentes, comemorando com pulinhos.

Minutos depois, outra funcionária do laboratório empata o jogo. No fim, foram um total de quatro gols, dois para cada time. Apesar do empate, Henry está empolgado. Realmente, fora um jogo acirrado e bonito, repleto de lances dignos de profissionais. Regina se prepara para chamar o filho para irem embora, quando uma cena faz seu coração bater furioso. Mulan, a loira abusada e outra morena de cabelos longos pulam no pescoço de Emma. Dão-lhe beijos e abraços. As três iniciaram uma conversa animada e a promotora se corrói com sentimentos negativos. Porém, não daria essa satisfação para detetive, então se mantém onde está.

 

***

 

 

Emma está suada e cansada, o jogo fora realmente intenso. De todas as pessoas do mundo, a última que ela pensou em ver por lá era Elsa. Claro que o clima ficou um pouco tenso, elas possuem uma forte amizade, mas dormiram juntas várias vezes na juventude. E o que mais a surpreendia era Regina demonstrar ciúmes por isso, pelo menos era o que James tinha lhe contado quando saiu do campo. Talvez fosse apenas impressão do irmão, e por via das dúvidas era melhor deixar para lá. A loira então decide tomar um banho, definitivamente lhe faria bem àquela hora. Quando está para entrar no chuveiro, sente uma mão nas suas costas, que logo reconhece como Elsa.

- Precisa de ajuda? - ela diz em um tom carregado de malícia.

 - Não... Não! Definitivamente não!

- Estou brincando, Swan. Mas qual o problema? – o sorriso divertido em seu rosto entrega sua brincadeira.

 - O problema vai ser se alguém me pegar transando no vestiário. – faz uma careta ao tentar reproduzir a cena em sua mente.

- Sei. E por acaso isso não tem nada a ver com certa morena que queria me atacar cada vez que eu chegava perto de você? – arqueia uma sobrancelha em nítida implicância.

- Não viaja Elsa. Aquela ali é casa e tem um filho. Jamais olhará para mim.

- Não foi o que eu percebi. – rebate notando o semblante abatido da amiga. – Sabe o que eu acho? Que ela é atraída por você, e convenhamos que casamento não seja motivo para impedir ninguém de nada. Talvez possamos usar esses ciúmes ao seu favor. Eu vou ficar por aqui durante um tempo mesmo. – dá de ombros e ajeita os cabelos esbranquiçados.

- Regina é toda certinha. Jamais trairia Daniel. Eu não vou ser aquela a destruir isso. – tudo o que menos precisa naquele momento é ser amante de alguém, por quem nutre verdadeiros sentimentos.

- Tá, você quem sabe. – deposita um beijo na bochecha da detetive. – Vou visitar mamãe, que me disse que sente sua falta, e depois nos encontramos.

- Avisa que em breve eu irei até lá. – grita antes que a amiga saía do vestiário.

- Pode deixar! – Elsa lhe acena antes de ir, deixando uma Emma pensativa para trás.

 

 

***

 

Regina conversa com Maura, ambas sentadas na arquibancada, quando vê aquela loira, que conhecia Emma, sair de dentro do vestiário. Ela não consegue parar de se perguntar se a detetive está lá também. Afinal, não a tinha visto após o jogo. Naquele momento, se odeia por sentir ciúmes. Ela tem um marido, de fachada, mas tem. Daniel sempre a apoiou em tudo. Enquanto Emma lhe tira dos eixos, lhe faz querer jogar tudo para o alto e finalmente viver a vida como sempre desejara. Talvez para se aventurar nos braços da mesma.

 Isso era errado. Não apenas pelo seu casamento, mas também porque elas nunca foram muito próximas, toda vez que conversavam o ar ficava pesado, e elas sempre se implicavam. Além de tudo, Emma não sabe sobre sua sexualidade, as chances de algo acontecer são até então mínimas. Depois de falar com a Maura e não dizer nada sobre sua irritação, ela resolve que iria ao vestiário. Alguma desculpa teria que arranjar. Falaria do caso, ou sobre qualquer outro assunto relacionado ao trabalho. A única coisa que ela tem certeza é que não conseguia parar de pensar em Swan.

Porém, não está preparada para cena que presencia no vestiário. Definitivamente não imaginaria ver Emma só de toalha. Seus seios não são muito fartos, mas de um tamanho proporcional ao seu porte atlético e alto. O abdômen é definido, assim como os braços, sobretudo na altura dos ombros. As costas também pareciam desenhadas à mão, mas Regina vê apenas uma parte das mesmas, devido ao vapor do chuveiro recém-desligado. Engole em seco com aquela belíssima visão, sentindo sua pele queimar e começar a suar. O dia não está quente, mas a promotora sabe que aquele calor nada tinha a ver com o tempo. A outra mulher se vira para pegar algo em sua mochila, dando de cara com Regina.

- Oh, merda! – Swan engole em seco com as bochechas extremamente coradas. Claro que está envergonhada com a presença da morena ali. Já tinha sonhado inúmeras vezes com Regina lhe vendo nua, mas não exatamente naquela situação.

- Desculpe, não queria assustá-la.

A promotora se apressa em se virar, esperando que a loira se cobrisse. É a primeira vez que presencia Emma tão tímida e acha aquilo adorável.  No entanto, ao se lembrar daquela desconhecida saindo do vestiário lhe deixa com os nervos à flor da pele. Provavelmente Swan não deve estar nua apenas para tomar um banho. Mas como ela pode se sentir daquela forma em relação a alguém que não lhe pertencia? Precisa se livrar daquela sensação estranha que estava lhe afetando desde que começara a trabalhar com Emma.

- Bom, se você quiser se virar, já pode.

- Certeza, Swan? Não quero ter uma visão desagradável. – provoca em um tom um pouco rude demais. Arrepende-se ao ver o pequeno traço de tristeza no olhar da outra, mas logo Emma se recompõe.

- O que veio fazer aqui além de me insultar? – começa a guardar suas roupas na mochila. Já tinha tomado seu banho e só queria sair dali o mais rápido possível. Deveria se acostumar com a hostilidade da promotora, mas seu coração sempre prega peças em sua mente.

- Quero saber quando irão resolver o caso.

- Olha, você sabe que Jane, os outros e eu damos duro para evitar que novas vítimas sejam feitas. – diz entredentes, pois se sente bastante pressionada em relação ao assunto.

- Parece que não está sendo suficiente.

- Não me diga como fazer meu trabalho, senhora Mills. – fala com irritação enquanto se aproxima lentamente da morena. – Deveria me agradecer por lhe dar casos que fizeram sua carreira.

- Como ousa, Swan? – bufa dando dois passos em direção à detetive. Os olhos castanhos brilhando de fúria e desejo. – Fui eu quem restaurou a confiança nesse Departamento. Ou você acha que apenas prender um suspeito é suficiente? Quem monta os processos? Apresenta as provas e convence o júri?

- Provas essas que eu descobri junto com os demais. Vocês promotores acham que são os donos do mundo, enquanto desprezam o trabalho de quem realmente se arrisca nas ruas.

- Infelizmente temos que trabalhar juntas, Swan. Porque se a escolha fosse minha, jamais precisaria olhar para essa sua cara! – Regina sabe que está sendo bastante ofensiva, mas não consegue se controlar perto da outra.

- Oh, querida, você deixa isso bem claro sempre que me vê. – afirma amargamente e sorri sem vontade nenhuma.

Ambas sentem a respiração quente uma da outra, causando arrepios em seus corpos. Regina começa a se sentir mal por ofender Emma, mas estranhamente sua vontade é de feri-la ainda mais. Toda essa confusão lhe deixa transtornada. Percebe que os olhos verdes encaram seus lábios. Afasta-se antes que faça alguma loucura. Sem dizer uma só palavra, sai do vestiário com as pernas bambas. O perfume de Emma é uma mistura de canela e algo almiscarado. Não consegue se livrar das imagens da loira seminua. Henry lhe espera enquanto conversa animadamente com Mulan. Despedindo-se de forma um pouco grosseira, agarra o braço do filho e caminha em direção ao carro. O jogo havia acabado e ela não tem obrigação nenhuma em continuar ali.

- Não vai para o Dirty Robber, Regina? – indaga Maura estranhando a expressão nervosa da outra.

- E o que farei naquela espelunca?

- Vamos, mamãe. Por favor. – Henry junta as mãos fazendo uma carinha encantadora. Ele é um dos poucos que sabe como dobrar a morena.

- Só alguns minutos.

Não tem como resistir quando o filho faz aquilo. Talvez fosse até bom. Assim poderia tomar uma dose de whisky para se acalmar antes de ir para casa. Claro que deveria suportar Emma mais uma vez, porém o lugar não é tão pequeno assim, e muitas pessoas estariam aglomeradas por ali. Reza para que as duas não se esbarrem.

 

 

***

 

Uma Emma muito emburrada sai do vestiário. É incrível como um encontro com a promotora pode acabar com seu dia. Nutre sentimentos pela morena, e mesmo que não goste de deixar isso lhe afetar, às vezes é simplesmente inevitável. Sente-se magoada por saber que nem ao menos bonita Regina lhe considera. Pior ainda é saber que a outra lhe odeia e ainda mais o fato de tê-la como colega de trabalho. Mas o que poderia fazer? Não pediria transferência apenas para atender aos caprichos da mulher. Seus amigos, que considera como uma família estão todos ali e Emma adora ser detetive. Tinha nascido para isso.

- Que bicho te mordeu? – James indaga com um sorriso divertido no rosto. Observara Regina entrando no vestiário, mas é melhor não comentar nada.

- Nenhum.

- Sei. Acho que esse bicho usa terninhos sociais e tem cabelos negros. – remexe as sobrancelhas sugestivamente.

- Não sei do que você está falando.

- Típica frase de quem sabe exatamente do eu estou falando. – gargalha com o olhar mortal que a irmã lhe lança. – Olha, sei que nos conhecemos há alguns dias. Mas não precisa ser gênio para ver a imensa tensão sexual entre você e a mandona Mills.

- Mandona Mills? – encara o irmão, deixando um sorriso escapar.

- Eu falei só cinco minutos com a mulher e já sei que é osso duro de roer. – balança a cabeça negativamente. – Outra coisa, meu gaydar não falha. Ela joga no seu time e o marido joga no meu.

- Você é...?

- Bissexual. Embora ultimamente eu ande me relacionando mais com homens. – deu de ombros com um olhar indiferente. – Porém, não é da minha vida que estamos falando agora. O que quero dizer é que aquele casamento não passa de uma farsa. Talvez os dois saibam um do outro, ou eles levam uma vida dupla.

- Dessa vez seu gaydar falhou, James. Os dois são o casal modelo de Boston.

- Querida, eu sei muito bem como as pessoas podem ter medo de assumirem quem são e acabarem levando uma vida que não lhes pertence. – responde com a voz um tanto quanto embargada. Por alguns segundos, Emma vislumbra sofrimento em seu olhar, mas logo seu irmão lhe sorri.

- Eles têm até um filho.

- Claro, eles tem todo direito de formar uma família. – fala de forma convicta. – Talvez eu esteja me precipitando, mas já vi muita coisa nessa vida. Se fosse você, eu passava a observar para ver se tenho razão, meu bem.

- Mesmo que isso fosse verdade. O que eu seria dela? Amante? – desviar o olhar para esconder seu desapontamento.

- Jamais. – levanta o queixo da irmã para que lhe visse. – Regina estava se mordendo de ciúmes de você com as meninas, Emma. Talvez para ela só precise de alguém para lhe ajudar a sair do armário. Pode parecer apenas uma tensão sexual, mas eu sinto que há algo além.

- Eu...

Emma está a ponto de responder o irmão. Quer lhe dizer que já tinha sofrido demais para se arriscar por alguém, ainda mais se esse alguém tinha acabado de lhe dizer que lhe odiava. No entanto, sua resposta é interrompida por um telefonema da Central. O serial killer tinha atacado novamente.


Notas Finais


Deixem-me saber o que acharam. Até a próxima! =)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...