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História With Us - Capitulo XXIII


Escrita por: danny_lolita e Sayumin

Notas do Autor


Olá :) Voltamos xD

Bem este é um capitulo muito especial. Agora vamos perceber algumas coisinhas xD

Era para ser um capitulo muito triste e chocante, mas acho que não ficou nem triste nem chocante... enfim xD

Esperemos que gostem :D

Vemo-nos lá em baixo o/

Boa leitura

Capítulo 23 - Capitulo XXIII


 

Tailândia 1997 - 20 anos atrás


 

Era uma noite quente de verão. Não havia uma única nuvem no céu a esconder todas as estrelas que brilhavam no céu. Podia ser uma noite agradável para ainda estar a brincar na rua com outras crianças. Mas para Kunpimook, um pequeno rapaz de apenas seis anos, era mais uma noite de pesadelo.

Estava escondido dentro do armário, tentando não tremer nem respirar alto de mais para que não dessem por si.

O choro era tão intenso, que se tornava uma tarefa difícil. Felizmente, o barulho dos gritos e das coisas a partirem-se, ajudavam abafar o som.

Ele devia estar habituado àquele ambiente. Era assim, praticamente, todos os dias. O seu pai era um alcoólatra e um drogado. Não trabalhava e gastava todo o dinheiro, que a sua mãe conseguia arranjar a limpar casas das vizinhas, em drogas, bebidas e prostitutas. Ele tinha o negócio de venda de droga, mas esse dinheiro nem se conseguia ver. Porque assim que ele o tinha, gastava-o. Ultimamente também tinha começado a fazer apostas ilegais. E isto eram só as coisas que a criança de seis anos tinha conhecimento.

Tudo isso afetava o estado em que o homem chegava a casa. Todas as noites, agredia a mulher e o filho. Os roxos pelo corpo já eram cores que não desapareciam. O corte que o pequeno Kunpimook tinha na testa, sempre que queria cicatrizar, de alguma maneira voltava abrir.

Para o pequeno, o pior nem era a tareia que recebi ultimamente do pai. Era mais o que ele lhe obrigava a fazer. Obrigava-o a fazer coisas que o pequeno se recusava, e era por isso que o pai lhe batia.

Mesmo sendo novo, era obrigado ajudar o pai nos negócios da droga. Ele ia para os becos durante as noites para vender a mercadoria, e já por duas vezes tinha sido obrigado a engolir pequenos saquinhos cheios de droga, para poder viajar até outras cidades. Eram horríveis aqueles dias.

E era por isso que estava a esconder-se naquela noite. O seu pai queria sair do país e estava-o a obrigar a engolir um monte de drogas para ir consigo. Ele tentou fugir, mas por consequência, o pai conseguiu apanhá-lo e bater-lhe algumas vezes. Isso até a sua mãe chegar e dar oportunidade de se esconder.

Agora, lá estava a pequena criança tailandesa, encolhida no roupeiro e escondida entre roupas penduradas. Tremia como se estivesse a presenciar um terramoto e os seus soluços altos pediam ajuda a alguma alma divina que o quisesse proteger naquela horrível noite de verão.

Ouviu um grito alto da sua mãe e todo o barulho cessou. Isso poderia significar calmaria, mas Kunpimook sabia bem que o pior estava por vir. O diabo tinha passos firmes e andava em direção do roupeiro.

A porta abriu-se bruscamente e o sorriso malévolo do homem fez com que a criança gritasse ainda mais alto. Isso foi a oportunidade perfeita para o homem o agarrar pelo pescoço e introduzir os pacotinhos de pó branco pela garganta abaixo. Usou a mão suada e suja de sangue da mulher para tapar a boca do filho, impedindo que ele cuspisse os sacos. A mão que lhe apertava a garganta, agora deslizava para baixo, forçando o ato de engolir.

Os olhos da criança eram apenas esferas de água sobre uma superfície vermelha. A sua tez começava a ficar roxa pela falta de ar, até que ele finalmente cedeu e engoliu aquilo.

- Lindo menino. - O homem sorriu e despenteou os cabelos do filho. Apertou-lhe o ombro e puxou-o para fora do roupeiro. Obrigou-o a lavar a cara e vestir as suas melhores roupas para irem para o aeroporto.

Antes de saírem, o homem levou o filho para a sala onde o sangue da sua mãe ensopava lentamente o tapete. Tinha vários hematomas por todo o corpo mas o pior era um corte na testa.

- Se entrarmos bem no avião, eu chamo uma ambulância. Mas se tentares alguma coisa, vais te juntar a ela. Estamos entendidos?

- S-sim. - A criança tremia e não conseguia desviar o seu olhar do corpo da mulher. Tinha uma vaga sensação que nem os médicos a conseguiriam salvar nesta altura. Ainda mais contando com o tempo que demorariam a chegar ao aeroporto e a entrar no avião. - Eu não vou fazer nada. Chame já a ambulância… por favor.

O homem gargalhou e empurrou o ombro da criança para saírem de casa. Era óbvio que a sua intenção nunca foi salvar a mulher.

O caminho até ao aeroporto foi feito em completo silêncio. Só se ouvia o motor velho do carro. O senhor não gostava de música por isso nunca ligava o rádio e a criança estava ameaçada para não chorar.

Kunpimook ia encolhido no banco de trás, agarrado à barriga. Estava enjoada e achava que a qualquer momento poderia vomitar. Ainda não tinha comido nada durante todo o dia, o que fazia com que o mal estar se intensifica-se.

Apesar do calor, foi obrigado a levar um cachecol para esconder as marcas de dedos que rodeavam o seu pescoço fino. O calor, a fome, a agonia, o desespero… Tudo o deixava doente.

- Vamos! - O homem segurava a porta de trás para Kunpimook sair. A criança nem tinha reparado que já estavam no parque de estacionamento. - E mete um sorriso nessa cara! - Avisou baixinho, com uma ameaça subentendida.

Sairam do carro e foram para a sala de embarque. O homem segurava os bilhetes nas mãos e a mão da criança na outra. Quem visse de longe acharia que eram uma família feliz.

Uma mulher juntou-se a eles e avisou ao Kunpimook para a tratar por “mãe” durante aquelas “férias”. Ao ombro, levava uma mochila de criança com um Pikachu. Era uma mãe tão atenciosa que carregava a mochila do seu querido filho.

Kunpimook só queria chorar com tudo aquilo mas a sua paca saúde naquele momento não lhe dava forças nem para abrir a boca.

O casal seguiu feliz, cada um levando uma das mãos da criança. Os adultos passaram pela máquina de detenção de metais sem problemas, mas tiveram que largar a criança para isso e, ao ver-se sem sustento, Kunpimook desmaiou.

O homem só reparou que algo estava errado, quando viu os seguranças aproximarem-se onde o filho anteriormente estava. Avançou apressado para o local, fingindo-se de pai preocupado, quando a sua única preocupação eram as drogas no estômago da criança.

Como o Kunpimook não acordou sozinho, teve que ser levado para o hospital, mesmo com muitos protestos do homem e da mulher, que acabaram por se tornar exagerados e suspeitos ao olhar dos seguranças.

Quando voltou a acordar, estava deitado numa cama de hospital. Os médicos explicaram-lhe a sua fraca saúde e os procedimentos que tiveram que fazer para remover a droga do seu organismo. Mas nada disso era importante para a criança. Ele sabia que ia continuar naquela vida assim que saísse dali. Pelo menos era assim que pensava até lhe dizerem que o seu pai tinha ido preso, juntamente com a mulher que se tentára fazer passar por sua mãe e mais umas pessoas ligadas ao negócio. O hospital tentou falar com a sua mãe biológica, mas como Kunpimook imaginara, a senhora não tinha resistido aos ferimentos.

Finalmente, Kunpimook permitiu-se chorar alto enquanto uma enfermeira o tentava consolar com carinho, explicando que iria para um orfanato muito simpático, onde iria arranjar bons amigos e ter uns pais que o iriam amar.

A criança já nem sabia porque chorava. Se era de dor por ter perdido a mãe e o pai, as únicas pessoas na sua vida ou se era de alívio, por finalmente estar livre daqueles monstros.

Apesar da dor da perda, ele não era muito chegado à mãe. Era verdade que ela o protegia quando o seu pai gritava com ele e o agredia, mas na verdade, ela apenas não gostava dos gritos, porque isso chamava atenção dos curioso que passavam na rua.

Tal como o seu pai, a sua mãe era um pedaço podre da sociedade.

Porém apenas algumas vítimas e o pequeno Kunpimook é que conheciam aquele lado horrendo da mulher. E ela era a maior culpada de o pequeno, mesmo com tão tenra idade, não tenha nenhum amigo. Todos fugiam dele, todos tinham medo de falar com ele. Pela escola só circulavam rumores de que ele era filho de dois demônios. Contudo ninguém sabia a verdadeira razão. Aqueles que se atreviam a dirigir-lhe alguma frase, essa era repleta de ódio e rancor.

Esse pesadelo tinha começado há alguns anos, quando ele tinha levado a casa um dos seus amiguinhos da escola. Ainda era uma altura calma naquela casa.

Porém nesse dia a sua mãe tinha começado a ter umas atitudes estranhas com os seus amigos. E Kunpimook só deu por isso quando uma noite, ele viu a sua mãe a fazer coisas a um dos seus amigos, enquanto ele chorava muito. Ela apenas o mandava calar e proibia-o de contar seja o que for a alguém.

Esse amigo nunca mais falou consigo, e até mudou de escola por razões desconhecidas.

Contudo aquilo voltou-se a repetir. E várias vezes ele via a mãe a continuar a fazer coisas a rapazes pequenos. Mesmo ele ter deixado de ter amigos, a sua mãe levava para casa outras crianças, algumas mais velhas que ele, outras mais novas. E o cenário sempre se repetia, e eles saiam de lá a chorar e assustados.

Mas só mais tarde é que se apercebeu do que acontecia. A sua mãe violava crianças.

 

*GOT7*

 

A morte da mãe e a prisão do pai, fê-lo seguir para um lugar que conseguia ser um pouco melhor que a sua casa. O orfanato.

Tinha sido diagnosticado com depressão e stress pós trauma. Por isso todas as semanas uma das senhoras do orfanato tinham-se de deslocar com ele até uma clínica perto para as suas consultas. Porém, não havia grandes melhoras.

O primeiro mês que lá viveu foi horrível, ninguém falava consigo, a comida era horrível, dividia o quarto com mais dez rapazes, e as senhoras que tomavam conta deles, eram todas autoritárias e só lhes davam ordens.

Aquele lugar estava repleto de crianças com traumas de infância. A maioria, assim como ele, esperava ansiosamente que uma família o quisesse adotar, outras já tinha desistido da felicidade.

Kunpimook só queria ter uma família feliz que o ama-se. Diferente da sua verdadeira família.

Mas os meses iam passando, e nenhum casal o queria. Isso só fez com que a sua depressão fosse agravada.

- Kunpimook, vamos rápido. Estamos atrasados para a escola. - Grita Lisa, a única amiga que ele tinha no orfanato.

Ela tinha vivido a sua vida praticamente lá, mal nasceu a sua mãe tinha-a abandonado à porta do orfanato. Por isso, ela era das poucas dali que não era tão depressiva. Era amiga de todos, e era o pequeno raio de luz na vida da maioria das crianças solitárias. Por ter a mesma idade que Kunpimook, tinha-se auto-intitulado melhor amiga dele.

Kunpimook rapidamente aparece a porta do local, pronto para ir para a nova escola. Mesmo já estando ali há um mês e alguns dias, só tinha tido autorização para poder ir às aulas agora.

- Estás nervoso com o primeiro dia? - Pergunta Lisa, enquanto puxava o amigo pela mão.

- Um pouco. - Ele não era de falar muito nos últimos tempos. Mas ela não se importava. Por isso é que o caminho até a escola foi cheio pelo monólogo dela, e monossílabas dele.

Por azar, não ia ficar na mesma turma que a amiga. E por azar pior, tinha calhado na pior turma da escola toda.

Foi lá que o pesadelo número dois começou.

Cada dia que passava ele continuava a piorar a depressão. Lisa continuava a falar com ele todos os dias, e iam juntos para a escola. Mas ele cada vez falava menos.

No orfanato, continuava a pressão e a competição entre todas as crianças para ver quem seria o próximo a ser adotado. E ele ia perdendo a esperança.

Na escola, assim que descobriram que ele era adotado, começou o bullying. Todos os dias acontecia alguma coisa. Nos dias mais calmos, apenas os livros eram rasgados, ou faziam-lhe uma rasteira quando ele passava com a comida do almoço. Nos dias piores ele levava uma sova, idênticas às que ele levava do pai.

*GOT7*

 

- Kunpimook!

A criança levantou-se do chão que lavava e viu uma das senhoras que cuidava das crianças do orfanato aproximar-se apressada.

- Estão ali uns pais que te querem ver. Tira esses trapos e veste uma roupa bonita e vai ter ao escritório da diretora. - Disse de um só fôlego. - Não nos desiludas desta vez!

O pequeno tailandês abriu um sorriso esperançoso e correu para os dormitórios. Não eram todos os dias que algum adulto queria conhece-lo para ser seu futuro pai. Das outras vezes que o chamaram, ia tão nervoso que não falava nada, e os adultos acabavam por levar uma criança mais faladora e fofa, aos olhos deles.

Lisa dizia que apenas ainda não tinha chegado a vez deles. Ela acreditava que seriam adotados juntos e viveriam como irmãos para o resto da vida.

Por essa razão, a menina tinha um enorme beicinho de amuo e olhos marejados quando Kunpimook passou por ela para entrar na sala. O rapaz sentiu-se mal e fez todo o caminho de cabeça baixa. Não queria deixar a amiga sozinha.

- Kunpimook! - Sorriu a diretora falsamente quando a criança entrou. - Vem conhecer estes senhores simpáticos.

Kunpimook aproximou-se do casal e fez uma vénia de mãos juntas enquanto se apresentava.

- Tão educado. - Sorriu a senhora.

O pequeno permitiu-se sorrir com esse comentário e finalmente levantou os olhos para ver aqueles que poderiam vir a ser seus pais. Vestiam roupa formal e eram tão bonitos que podiam ser atores de cinema.

Falaram algumas coisas aleatórias durante algum tempo. O casal sorria de tudo o que a criança dizia e Kunpimook não podia estar mais feliz. Até aquela perguntar aparecer.

- Gostavas de ser nosso filho? - O homem tinha um olhar esperançoso enquanto apertava a mão da mulher. Pareciam mais nervosos que a própria criança.

O sorriso de Kunpimook foi o suficiente para o casal o abraçar e encher de beijos e promessas de felicidade.

- É mesmo a sério? Eu vou ter uma família? - Perguntou a criança entre lágrimas de alegria.

Os adultos concordaram sorridentes. Adoraram aquela criança.

- E a Lisa pode ser minha irmã? Ela vem conosco, não é? - Continuou sorridente. Mas o sorriso dos adultos murchou.

- Quem é a Lisa? - Perguntou a senhora com calma. - Tua namoradinha?

- Não! Ewww! - Respondeu com cara de nojo. - É a minha irmã, aqui dentro.

O casal entreolhou-se preocupado e olhou para a diretora que encarava Kunpimook com ódio.

- Eles não são irmãos de sangue. São apenas muito chegados. - Explicou a diretora.

- Ela pode vir viver conosco? - Voltou a insistir a criança. Estava tão feliz que nem percebeu o clima pesado que se tinha instalado.

- Não pequenino… Nós só queremos adotar um menino. - Explicou a senhora com um sorriso simpático.

Os lábios de Kunpimook formaram uma linha reta e inexpressiva. Os seus olhos fintaram a porta, onde sabia que Lisa o esperava e voltaram a olhar para o casal.

- Ela está lá fora. Não a querem conhecer? Vão adora-la!

- Nós só queremos UM menino. - Explicou o senhor, dando ênfase à quantidade.

- Mas…

- Queres ficar com a tua irmã? - Perguntou a senhora com um olhar triste.

Kunpimook fez que sim com a cabeça. Na sua inocência, pensava que os iam levar aos dois, mas logo viu que estava enganado quando o casal se despediu de si e pediu à diretora para ver outro rapaz.

- E eu…? - Perguntou perdido, quando viu outro rapazinho entrar.

- Tu vens comigo. - Sussurro a senhora que tinha trazido o rapaz. Agarrou no braço de Kunpimook com força e levou-o para a cozinha que, devido ao horário, estava vazia. O casal nem reparou que a criança que tinham adorado estava a ser arrastada violentamente. Estavam mais ocupados a mimar o novo futuro filho.

- Tens noção do que acabaste de fazer?! - Gritou a mulher, empurrando-o contra a parede. - Finalmente alguém queria levar-te embora daqui e tu preferes ficar!? Tu és bom da cabeça?! Vais acabar por envelhecer aqui, ninguém te vai querer! A culpa de ficares aqui é toda tua, rapaz! Ninguém te quer e a culpa é tua!

- Eu não quis… - Choramingou enquanto agarrava o braço que tinha batido fortemente na parede.

- Cala-te! A culpa é toda tua. Repete comigo. “A culpa é minha” - Ordenou, agarrando-lhe no braço magoado e apertando-o.

- Aaah! A-A culpa… é minha. - Contorceu-se de dor enquanto chorava alto.

- Outra vez!

- A culpa… a culpa é minha…

- Nunca esqueças isso. - Aproximou o seu rosto do de Kunpimook e cuspiu as palavras num sussurro.

Esse episódio foi a gota de água. Todo o seu lado emocional começou a desabar mais e mais. Foi o limite para a sua mente. Todas as noites, ou todos os pedaços que se via sozinho, começou a automutilar-se enquanto repetia que a culpa era sua. Fazia automaticamente e só tomava consciência disso depois de ver o estrago que tinha feito nele. Os seus braços e barriga eram constantemente arranhadas por si. Ele queria que a dor física fizesse esquecer a sua dor no coração. Mas nunca contou a ninguém sobre o que ele fazia. Nem Lisa alguma vez desconfiou.

E assim passou um ano no orfanato. Já falava mais com Lisa e com Chittaphon, um novo rapaz da sua idade, que tinha sido retirado aos pais à uns meses.

Não tinha parado com as suas crises de auto mutilar-se, mas ele fazia esforços para ninguém ver. Não queria ser um estorvo para mais pessoas. As suas mãos agora estavam sempre com luvas ou com ligaduras nas mãos. Os amigos já tinham-se questionado de o porquê, mas ele apenas desculpou-se de como queria criar um estilo próprio.

Então que chegou o dia que tanto esperava…Uma família iria adotá-lo.

Tinha desistido de querer viver com Lisa, após ela discutir forte e feio com ele quando descobriu a verdade. Ela prometeu que mesmo que um deles fosse adotado, seriam melhores amigos para sempre.

Ele não podia estar mais radiante. Depois de tantas reuniões com outras famílias, uma tinha gostado dele. Já tinham passeado os três várias vezes juntos. para conferir se seria uma adoção segura. E ele adorava os novos pais. Eles eram tão atencioso com ele.

Porém a mudança não foi um mar de rosas. A sua nova casa era longe do orfanato, o que o fez mudar de escola. Mas todas as semanas conseguia ligar para o orfanato para falar com os amigos.

A sua nova casa era enorme. Os seus novos pais eram empresários e tinham muito dinheiro. A casa era uma mansão, que até piscina tinha.

Ele não podia estar mais feliz. Até as suas crises tinham passado. Todas as suas feridas anteriores tinham desaparecido praticamente por completo.

Mas a felicidade durou apenas um mês.

Ele descobriu a verdade por ter sido adotado por aquele casal. Ele apenas servia como uma nova tentativa para o fracasso que era o casamento deles.

Eles tinham decidido adotar para cobrir o enorme vazio que era o seu casamento. Acharam que uma criança seria o ideal para os unir novamente. Porém só durou um mês, porque depois tudo voltou a ser como era antes de Kunpimook ir viver para lá.

Eram discussões atrás de discussões. Gritos altos que assustavam a criança, que fugia sempre que eles começavam a discutir.

O ambiente em casa era de cortar à faca, os pais adotivos mal falavam durante o tempo que estavam juntos, e sempre que falavam era para mandar bocas e para discutir. Kunpimook tentava não se meter. Passava tão despercebido que os adultos começaram a esquecer-se dele.

Esqueciam-se de o ir buscar, de o levar à escola, das reuniões de pais, as visitas de estudo, e algumas vezes de avisar que tinham jantar de negócios e ele ficava sozinho em casa a comer uma taça de cereais, única coisa que ele sabia prepara sozinho.

- Kunpimook, por aqui ainda? - O rapaz segue em direcção da voz e vê o único amigo que tinha feito depois de ser adotado.

Nichkhun Buck Horvejkul, era três anos mais velho que ele, e era um veterano popular na escola. Desde do primeiro dia que tinha simpatizado com o mais novo, e andava sempre com ele para todo lado quando podia.

Mas naquele dia, Kunpimook não queria que o amigo o visse. Ele tinha voltado aos maus hábitos, e as suas mãos estavam todas ensanguentadas. Ele estava ali à espera dos pais há mais de duas horas, e com o stress de ter sido deixado sozinho, tinha começado a chorar e arranhar as mãos até arrancar carne.

- Oh meu deus, o que se passa? - Pergunta quando chega perto do mais novo. - Foste tu que fizeste isso?  

Kunpimook tentou em vão fugir. Mas o mais velho foi mais rápido para o apanhar. E mal estava nos braços do amigo, esse começou logo analisar as suas feridas.

- Desculpa, a culpa é minha. - Diz Kunpimook começando a tentar livra-se dos braços do mais velho.

- Porque fizeste isto? Tinhas me dito que tinhas parado de te magoar. - Pergunta preocupado. Ele abraça o mais novo de forma mais protetora, o que faz com que ele deixe de chorar e acalme-se quase que por magia. Ele já sabia de tudo sobre o mais pequeno. E por isso queria poder guardá-lo e escondê-lo dentro de um potinho, longe do mundo cruel que o perseguia. - Os teus pais?

- Esqueceram-se de mim. - Diz mais calmo.

- Bem, não faz mal. Eu levo-te, pode ser?

- Obrigado, P’Khun.

Ele não sabia porque, mas desde do primeiro dia que o conheceu, sentia que podia confiar nele. Nichkhun tinha sido o primeiro a quem ele tinha contado toda a sua vida, e contava todos os seus problemas. Ele via o mais velho como um irmão mais velho que nunca tinha tido.

- Não tens de agradecer, pequeno. Mas promete-me uma coisa. Não o voltes a fazer. Tu tens o meu número, se te sentires triste ligas-me logo. Não interessa as horas que sejam, ligas-me e eu vou ter logo contigo.

- Porque és tão bom comigo P’Khun? Eu não presto. Tudo é culpa minha...

- Não é nada. Tu és um pequeno anjo na terra. Só que tens te cruzado com pessoas más. Um dia vais encontrar mais alguém que perceba o quão especial tu és. Uma pessoa que, assim como eu, veja o quanto maravilhoso és, e que vai proteger-te sempre. Mais do que eu tenho conseguido proteger-te. Mas vou sempre continuar a fazer o meu melhor.

Kunpimook começa a chorar ao ouvir aquelas palavras tão bonitas proferidas pelo mais velho. Emocionado, deposita um beijo na bochecha do mais velho, mas depois esconde-se envergonhado no abraço desse. Nichkhun risse com atitude fofa do amigo, e abraça-o mais fortemente até esse acalmar-se.

- Gosto muito de ti P’Khun.

- Eu também, pequeno Mook.

O mais novo sentia-se muito melhor após a conversa que tinha tido com o amigo. Só tinha ido para casa, após o mais velho ter tratado das suas mãos.

Contudo assim que entrou em casa toda a sua felicidade desapareceu. A sala estava uma confusão e cheia de malas. Os seus pais estavam cada um sentado num sofá afastado, não se olhavam e nem se falavam. Cada um tinha ao seu lado uma pessoa, que o pequeno rapidamente identificou como advogados.

Noutro sofá, estava uma assistente social do seu antigo orfanato. E não foi preciso ser muito inteligente para saber o que se estava a passar.

Tinha sido abandonado novamente…

Os seus pais adotivos iam-se divorciar. E tinham decidido devolvê-lo ao orfanato. Porque nenhum deles queria ficar com ele.

A assistente social, olhava para ele de cima abaixo, como se o acusasse de ter falhado com o seu papel de filho.

E ele próprio sentia isso. Era tudo culpa dele novamente.  

Contudo, o regresso dele para o orfanato foi bem pior. Se antes as senhoras já não gostavam dele. Agora que foi “devolvido” tudo piorou.

Mas o pior de tudo foi perder os amigos. Na noite que tinha ido embora, foi obrigado a devolver o telemóvel aos pais, onde tinha guardado o número de Nichkhun, e assim perdeu o contacto dele.

Lisa e Chittaphon já tinham sido adotados. E ambos tinham ido para muito longe.

Na realidade, já eram poucas as crianças no orfanato que ele conhecia. Ele agora era o mais velho do local. Em alguns meses ia fazer oito anos. E com essa idade já ninguém o iria adotar. Era como se fosse regra de adoção. Quando chegavam aos sete/oito anos, já ninguém os queria. Já eram velhos demais e pouco fofos para formarem novamente uma família que os ama-se.

E novamente tudo começou a desabar.

Já não tinha ninguém para o acompanhar para a escola, por isso deixou de ir. Saia do orfanato de manhã e passava os dias na rua a andar sem destino. A senhoras do orfanato nem queriam saber disso.

Com as semanas a passar, nem se importavam de lhe pôr comida na mesa. Ele se quisesse comer tinha de ir preparar algo para si. O orfanato passou a ser apenas um local onde dormia e tomava banho.

Numa manhã ele tinha decidido. Ele ia tentar ir até à sua antiga escola procurar por Nichkhun. Ele precisava de ver o seu amigo. Precisava de força para continuar aquela vida.

Todo o seu corpo estava com feridas abertas. Muitas delas nem paravam de sangrar. Mas ele pouco se importava com elas. A maioria delas, já nem as tratava.

Já estava andar há muito tempo, e cada vez mais sentia-se perdido. Não reconhecia nenhuma das ruas por onde tinha andado há horas.

Cansado e com fome, senta-se à beira de um passeio num jardim. As pessoas passavam por ele, e algumas lançavam-lhe algumas moedas, achando que ele seria um pedinte. Porém Kunpimook não ligava a isso, recolhia as moedas e ficou ali à espera para ter o suficiente para comprar alguma comida.

Quando já ia para desistir, alguém se agacha até ele. Assustado olha em direcção ao senhor a sua frente. Ele não parecia perigoso, mas para alguém como Kunpimook toda gente crescida metia medo. Porém não se mexeu do lugar e nem fez menção de fugir.

- Estás bem? Alguém te bateu? - Pergunta o senhor ao olhar para as feridas do pequeno. Porém esse não responde. - Não tenhas medo de mim. Sou médico. Olha, trabalho ali no hospital.

O senhor aponta para o hospital que estava atrás de Kunpimook. Ele próprio nem tinha reparado nele. Com mais atenção olha em volta e repara que está numa zona rica. Bem parecida à que viveu há uns meses. Secalhar, o seu amigo podia andar por ali.

- Tu não tens medo de mim, pois não? - O senhor volta a perguntar, e Kunpimook apenas negou com a cabeça. Ele não sabia porque não tinha medo, mas o senhor à sua frente tinha um sorriso tão confortante e paternal que era difícil não resistir. - Então vens comigo até ao hospital para te tratar das feridas? Lá também posso dar-te comida. Tu tens fome, não tens?  - Kunpimook confirma, antes de aceitar a mão que o senhor lhe estendia.

Ele sabia que não podia seguir estranhos. Mas o senhor era médico. Os médicos eram boas pessoas, não eram? Mesmo que o senhor falasse um tailandês estranho, não era isso que dizia que ele seria um criminoso.

Mas os seus medos foram rapidamente esquecidos quando entrou no consultório do senhor e ele com todo o cuidado tratou das suas feridas.

Ele falava da sua vida toda. Tinha dito que chamava-se Raymon Tuan e tinha quatro filhos. Dois meninos e duas meninas. E que ele era americano, mas estava ali a trabalhar durante seis meses.

Kunpimook ficou a saber toda a história de vida e sobre os filhos do senhor. Porém, ele não disse nem uma palavra.

O senhor Tuan tinha-lhe oferecido uma refeição no refeitório do hospital. Ele sempre tinha ouvido horrores da comida do hospital, mas para uma criança que estava há dois dias sem comer, sabia melhor que comida de anjos.

- Queres que ligue aos teus pais para te virem buscar? - Pergunta enquanto o observava a comer?

Mas ele só nega com a cabeça rapidamente.

- Então queres que te leve a casa?

Novamente nega, e levanta-se da mesa com intenção de ir embora antes de mais perguntas.

- Ok, ok, não pergunto mais nada. Só uma coisa. Dizes-me o teu nome?

Kunpimook fica a olhar para o senhor sem saber se devia ou não de lhe dizer o nome. Porém a sua boca parecia que não fazia questão de responder.

- Então vou-te chamar Bambam. - O pequeno apenas olha admirado para o senhor, mas acaba por concordar com aquilo. - Então Bambam, tem cuidado com as feridas, ok? Se te magoares outra vez podes vir aqui, à minha procura.

Kunpimook, apenas curva-se com uma vénia de agradecimento, e sai rapidamente do local. Preferia não se envolver com adultos novamente.

Assim foi passando o tempo. Tinha feito dois meses que tinha conhecido o médico, mas nunca mais o voltou a ver.

Continuava a ir para aquelas zonas. Mas sempre longe do hospital. Ele apenas queria encontrar algum dos amigos, e tinha metido na cabeça que era naquele local, onde aparentava viverem famílias felizes, que eles estavam.

Mas já tinham passado dois meses e ainda não tinha tido sinais de ninguém. E isso deixava-o cada vez pior em relação aos seus auto ataques.

Já não comia nenhuma vez no orfanato, toda a comida que conseguia ou era oferecida por estranhos, ou roubada em lojas. Ele tinha aprendido a viver nas ruas. Já conseguia roubar até carteiras e telemóveis. Tinha aprendido a vendê-los a um senhor que estava sempre numa esquina. Era dinheiro fácil e dava para comprar alguma comida. Mas a maioria ele juntava para poder sair do orfanato e ter uma casa só para ele. Mesmo não sabendo quanto, ou como, se compraria uma casa.

Já tinha sido apanhado pela polícia algumas vezes enquanto roubava comida. E esses dias acabaram muito mal. Além da polícia não ser muito compreensiva com ele, sempre que o levavam de volta para o orfanato ele sabia que as senhoras estavam à espera com o cinto do castigo.

Depois da sova, passava dois dias no quarto escondido por debaixo dos cobertores enquanto se arranhava e repetia em voz baixa, vezes sem conta, “a culpa é minha”.

Naquele dia, caia uma chuva muito forte, e o pequeno estava na rua desprotegido da chuva. Estava novamente no bairro. Mas os últimos dias nada corria bem. Não comia pelo menos há dois dias. E mal conseguia andar. Praticamente arrastava-se.

- Bambam? - Aquele chamamento rapidamente chamou-lhe a atenção. Ali estava o médico a correr na sua direcção enquanto segurava um guarda chuva.

Ele nem tinha reparado que estava deitado na calçada.

- Oh meu deus, pequeno. O que aconteceu? Vá, anda comigo. - Kunpimook ainda tentou levantar-se, mas já estava sem forças para isso.

O médico fecha o guarda chuva, manda-o para o chão pega no pequeno ao colo. Sai a correr em direcção ao hospital, sem se importar com o objeto abandonado.

- Bambam vai falando comigo, sim?

- Sim. - Responde pela primeira vez.

- O que te dói?

- Tudo. - Ele respondia tão baixo que nem sabia se o mais velho o entendia.

- Há quantos dias não comes?

- Dois… acho.

- Meu deus, não pode ser. E os teus pais?

- Não...tenho… pais. - Foi a última coisa que se lembrou antes de desmaiar na entrada do hospital.

Acordou algumas horas depois. Já estava num quarto de hospital, a levar soro. Ao seu lado o Dr. Tuan estava sentado numa velha cadeira.

- Finalmente acordaste. Tu estavas muito fraco. Vou chamar a enfermeira para trazer-te comida. Também já chamamos alguém do teu orfanato. Vêm cá buscar-te não tarda.

- Não, por favor não. Não me deixe ir para lá. - Pedia, enquanto se ajoelhava na cama. - A culpa é minha. Não chame ninguém.

Ele começou a entrar em pânico, tentava tirar o soro, e arranhar as mãos, mas foi impedido pelo médico.

- Calma Bambam. Calma. Eu não vou deixar que te façam mal. Porque não queres ir?

- Ninguém me quer. Já ninguém me quer adotar. Eu não presto para ser família de ninguém. Lá não gostam de mim também. - Dizia enquanto chorava sem se importar de parecer um bebê.

- É por isso que estás todos os dias aqui? Tu foges de lá? - O pequeno confirma, estranhando o facto do mais velho saber que ele andava por ali. - Queres saber como eu sei que estás aqui muitas vezes? Bem eu vi-te a roubar comida ali na loja. Várias vezes. Então já tinha pedido aos senhores que apontassem tudo o que levasses sem pagar que eu ia lá depois pagar.

- Desculpe, a culpa é minha. A culpa é minha. - Diz a chorar novamente muito admirado. Ele afinal não roubava. Toda a comida era paga por aquele médico.

- Não chores. Eu gosto de ti pequeno. Para mim pareces um pequeno anjo na terra. - Aquela expressão fez o pequeno congelar. Era o mesmo que Nichkhun dizia de si.

Sem importar muito que fosse mal interpretado, o pequeno salta da cama para o colo do médico e abraça-o com medo que fugisse.

- Eu não quero ser mau menino. - Dizia enquanto tentava parar de chorar.

- Tu não és. Só estás perdido. Olha, vou-te fazer uma pergunta estranha. Tu gostarias de vir comigo para a Coreia do Sul?

- Coreia? Porquê?

- Para seres o meu filho mais novo.

Kunpimook nem acreditou que aquilo era verdade. Aquele médico, pai já de quatro filhos, queria adotá-lo? Ele aceitou logo, obviamente. Ele sempre sentiu uma presença paternal em relação a ele. Ele iria ser novamente adotado e iria fazer de tudo para não ser abandonado novamente.


 

Coreia do Sul 2000 - 17 anos atrás

 

A adoção tinha sido muito complicada. No orfanato, ficaram furiosos quando souberam que ele estava no hospital. Mas não conseguiram fazer muita coisa assim que o Dr. Tuan disse que o ia adotar. Para elas até foi um alívio verem-se livres dele.

Porém, o complicado foi o que veio a seguir. Como ele era médico americano, que trabalhava por alguns meses na Tailândia, que assim que saísse de lá ia viver para a Coreia do Sul. Os papéis e os advogados foram complicados. E só cinco meses depois é que conseguiram legalizar a adoção.

Mas ele nesse tempo tinha-se mudado para casa do seu futuro pai. Ele tinha passado a ensinar-lhe inglês e coreano. E o pequeno era tão inteligente que aprendeu rapidamente as duas línguas sem problemas.

Ele só tinha conhecido ainda a sua futura mãe. Ela era tão doce, que assim que o viu, percebeu logo porque o marido queria adotar aquela criança. O pequeno tambem senti-se logo apegado a ela

Kunpimook, começou a ser tratado por Bambam por todos, e ele até gostava da alcunha.

Finalmente tinha chegado o dia de conhecer os seus irmãos. Estava nervoso, não sabia se iam gostar dele.

- Bambam, bem vindo a casa. - Diz o Dr.Tuan quando abre a porta da enorme mansão onde iria viver. - Meninos, chegamos! - Grita assim que fecha a porta.

- Bambam, meu amor, que saudades. - A senhora Tuan foi a primeira a aparecer e pegar no menino ao colo. Ele era baixo e magro de mais para a idade que tinha.

De repente quatro crianças apareceram a correr. As duas meninas, Grace e Tammy, eram mais velhas e eram gêmeas. Tinham um sorriso enorme no rosto ao verem o pequeno. Atrás vinha um rapaz um pouco mais novo que ele, Joey. E a seguir vinha o mais calado de todos, aquele que o olhou de cima a baixo, mas que iria tornar-se o seu melhor amigo entre os irmãos, Mark.

Todos gostaram dele. E ele gostou de toda a sua nova família. Kunpimook acreditava que agora nada podia correr mal. Ele iria fazer de tudo para não ser abandonado novamente. Ele faria de tudo por aquela família. A sua família seria a primeira em tudo.

*GOT7*

 

Quando começou a escola, foi muito complicado adaptar-se. Nenhum dos irmãos era da sua turma. E ele já não ia à escola há muito tempo.

Não conseguiu fazer amigos. Mas também ninguém metia-se com ele. Apenas para o resto dos alunos ele não existia.

Nos intervalos, ele não queria chatear os irmãos, por isso ia sempre para a biblioteca. Ele tinha decidido que seria médico como o seu pai. Por isso aproveitava para estudar muito, para ter as melhores notas de todos.

No entanto, um dia reparou num rapaz que sempre estava lá também. Eram sempre os dois sozinhos. O rapaz aparentava ser mais velho que si, mas mais novo que Mark. Usava óculos grandes e tinha sempre a cara enfiada em livros.

Não sabia porquê, mas algo nele o atraia. Por isso, sem justificação plausível, foi-se sentar na mesma mesa que ele.

- Olá. O meu nome é Bambam. Sou novo por aqui. - Não sabia de onde tinha tirado a coragem de falar. Apenas algo dentro dele disse que ele queria ser amigo daquele rapaz.

O rapaz tira os olhos do livro, e olha admirado para o rapaz sentado à sua frente. Bambam achou que ele ia ralhar ou gritar consigo. Mas ele fez o oposto, sorriu. Um sorriso tão sincero. Algo que o aquecia por dentro. Fazia lembrar-se dos seus antigos amigos na Tailândia.

- Olá, eu sou o Jinyoung.

*GOT7*

 

Os anos foram passando. E para sua felicidade, nunca mais tinha sido abandonado.

A sua amizade com Jinyoung mantinha-se solida. Eles eram tão unidos que o mais velho sabia sobre o passado obscuro de Bambam.

Com a sua família também ia bem. Ele tratava-os como família, e tinha ficado muito próximo de Tammy e Mark. Mas todos os seus irmãos, até Joey, o tratavam como o bebê da família. Faziam tudo por ele.

Até que algo maravilhoso aconteceu.

Certo dia, Tammy tinha juntado toda a família para apresentar o seu novo namorado. Ela já tinha os dezassete anos, e jurava a pé juntos que seria com ele que iria casar-se.

Porém ninguém esperava que o jantar corre-se assim. Todos estavam na mesa impacientes à espera dela e do namorado. E assim que eles entraram, Bambam começou a tremer enquanto algumas lágrimas caiam disfarçadamente dos olhos.

- Família. Este é o meu namorado Ninchkhun. Também é tailandês como o nosso Bambam. - Apresenta Tammy. O rapaz assim que ouve que alguém tinha a mesma nacionalidade que ele, olha-o. Porém ele congela ao ver quem se tratava,

Ambos não acreditavam no que viam. Depois de tantos anos.

Bambam levanta-se da cadeira rapidamente, e corre para abraçar o amigo que não via há anos.

- Eu não acredito que te encontrei finalmente! - Diz Nichkhun enquanto abraçava o seu pequeno após tantos anos.

- Eu tinha tantas saudades, P’Khun! - Diz Bambam em tailandês.

- Estou tão feliz, Mook. Eu disse que ias encontrar alguém que te ama-se como eu. Tu encontraste uma família feliz. Estou tão feliz!

O resto da família só observava admirada e sem entender. Eles falavam tailandês, e o único que sabia a língua era o Dr. Tuan, que apenas sorria ao ver o seu filho feliz. Conseguia perceber que o namorado da filha tinha sido um grande amigo do seu pequeno.

E agora ele não podia estar mais feliz por os ver novamente juntos.

Bambam tinha conseguido, tinha encontrado o amigo e ter uma família que o amasse assim como ele é.

Continua...


Notas Finais


Então o que acharam?
Agora já entendem o Bambam? Esperemos que sim. Tudo tinha uma explicação

Digam o que acharam deste especial :D

Até a próxima o/
Kissu**+


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