História With You - Chave

Passei a semana colocando meu plano em prática, tudo aos poucos e calculado. Cada pequeno avanço que eu tinha com Jace, fazia com Raphael e Sebastian, assim ninguém iria desconfiar de nada.

Já era sexta, quase no fim da minha última aula e decidi mandar uma mensagem para Jace.

“Finalmente sexta à tarde (aleluia)

-Clary”

Alguns segundos depois meu celular vibrou.

“Pelo visto tem planos maravilhosos para o fim de semana, compartilhe.

-J”

“Ainda não sei, mas pelo menos não tem aula.

-Clary”

Não recebi resposta, então quando a aula acabou tive a deliciosa surpresa de ve-lo me esperando.

-Ola você. - ele disse me lançando um sorriso torto.

-Oi você. - agarrei seu braço, ele não se importou, andamos assim pelos corredores até pararmos em frente à uma máquina de refrigerante.

Pegamos nossas Cocas e paramos em um banquinho.

-Você convidou Mason para a viagem? - ele me pergunta meio sem jeito.

-Claro que não, por que você achou que eu faria isso? - Jace desviou seu olhar do meu e eu soube a resposta. - Você convidou a Maia, não é mesmo?

-Não. Quer dizer sim. - suas mãos passeiam por seu cabelo perfeito, ele parece nervoso. -Eu estava conversando com Alec sobre isso e ela apareceu, eu achei que não teria problema.

-Claro que não tem problema, você não pode ficar tanto tempo sem sua distração não é mesmo?! - Comecei a levantar mas ele segurou meu braço.

-Não faz isso, pensei que as coisas estavam melhorando. Somos amigos Clary, essas coisas não podem afetar você. - seu tom de voz era tranquilo, o que me irritou ainda mais.

-Mas afetam! Eu fiquei louca quando te vi sair pra encontra-la! Saber que ela pode ser sua, que ela pode ter você, isso me destrói. - abaixo minha cabeça, envergonhada com o que acabei de admitir.

-Ela não é minha Clary. - ele levanta meu queixo fazendo com que o encarasse. -Eu não quero mais ninguém, só o que eu não posso ter.

-Bom, isso não te impediu de transar com ela, não é mesmo? - finalmente tomei coragem para falar sobre aquele dia.

-Eu menti. Eu não tenho nada com a Maia faz tempo. - procuro em seu rosto qualquer sinal de que esteja brincando, mas não encontro. - Eu fiquei com tanto ciúmes, queria que também se sentisse assim. Me perdoa, não devia ter te magoado assim.

Seus olhos voaram para minha boca, assim que seus lábios encostaram nos meus, fomos interrompidos.

-Jonathan. - um homem muito bonito e bem vestido parou na nossa frente.

-Pai. - ele diz e automaticamente começo a ver a imensa semelhança entre eles.

-E a senhorita é? - ele me pergunta e estende a mão para mim.

-Sou Clarissa Fray. - seus olhos se arregalaram por um segundo, droga ele conhece minha família.

-Valentim Morgenstern, reitor da universidade. É um imenso prazer ter uma Fray estudando conosco. - Sinto o olhar de Jace queimar em mim, ele deve estar se perguntando de onde seu pai ouviu falar dos meus. -Se me der licença, preciso trocar algumas palavras com meu filho.

-Claro. - Jace se levanta e segue o pai. Os dois viram no corredor.

Alguns minutos depois ouço a voz do Sr. Morgenstern se sobressair.

-Acabou seu tempo Jonathan. Eu queria que você mudasse por bem, mas se isso não acontece será por mal. - alguns segundos em silêncio, imagino que Jace deve estar falando, então seu pai volta a gritar. -Você tem até segunda pra escolher. Medicina ou direito!

-Você sabe o que eu quero fazer pai! Quero ajudar pessoas, resgatar crianças de lares ruins.

-Jonathan você precisa deixar o passado pra trás, se sua profissão se basear nele então você não andará pra lugar nenhum.

Jace volta pisando duro, seu rosto está tenso, mas seus olhos não encontram os meus.

-Preciso ir. - ele diz e me deixa sozinha.

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Liguei para Jace umas mil vezes, não respondeu minhas mensagens. Decidi que não ia ficar em casa, então coloquei meu shorts jeans, uma bata e meu Converse, e fui com Izzy e Simon para a festa.

Assim que cheguei encontrei Sebastian, resolvi ficar com ele e deixar o casal em paz. Pegamos nossas cervejas e fomos até a pista de dança. Miley Cyrus estava tocando e começamos a dançar no ritmo da música.

-Como vão as coisas com Mason? - ele pergunta.

-Tudo na mesma, nós não temos nada realmente. Não estou muito afim de compromisso com ninguém agora. - Ninguém além de Jace, completo mentalmente.

Continuarmos a dançar por um longo tempo, e estou mentalmente agradecida por Sebastian não tentar forçar nada entre nós. Minha vida amorosa já é complicada o bastante.

Isabelle aparece e pede licença para ele, me puxando de canto.

-Preciso te pedir um favor imenso.  -ela diz receosa.

-Claro, o que foi?

-Jace está completamente fora de si. Queria que ele passasse o fim de semana lá em casa, assim fica longe das festas e, principalmente, da bebida. - ela segura minha mão - Mas só se isso não for um problema pra você.

-Não será problema nenhum. Eu me preocupo com ele, acho que sei porque bebeu tanto. -Izzy balançou a cabeça e rapidamente adivinhou.

-Ele brigou com Valentim de novo, não é mesmo? - Concordo com ela. -Bom, vou leva-lo para casa.

-Não, fica com Simon. Eu já ia embora mesmo, deixa que eu cuido dele.

-Tem certeza? - ela pergunta desconfiada.

-Absoluta.

Me despeço de Sebastian e saiu a procura de Jace. Não o encontro em lugar nenhum, então suponho que deve estar em seu quarto.

Subo as escadas e vou direto até lá, a porta está destrancada, então entro sem pedir permissão. Erro meu.

Jace está sentado na beira da cama, mas não está sozinho. Maia está no seu colo, beijando seu pescoço e puxando seus fios loiros.

Penso em sair correndo, mas percebo que ele não está tocando-a. Seus braços estão caídos, um de cada lado do seu corpo. Jace está mesmo muito bêbado.

-Sai de cima dele agora. - Maia se vira para me encarar. Finalmente consigo ver o rosto de Jace, pela sua expressão está totalmente confuso.

-Quem você pensa que é lindinha? - ela da uma risada arrogante, e sai do colo dele é fica de pé ao seu lado. Sua blusa está puxada para baixo, seus seios totalmente a mostra, mas ela não parece se importar. -Jace não estava reclamando, eu só saiu daqui se quiser. -Maia segurou mais uma vez seu cabelo, fazendo com que seu rosto virasse em sua direção, quase tocando seus seios.

Bile me subiu a garganta, lágrimas ameaçavam rolar pelo meu rosto, mas eu as segurei. Eu não precisa me humilhar assim. Virei em direção a porta, mas sua voz me parou.

-Não. - Jace disse, sua fala era arrastada. -Maia, você sai.

-Porra. Sabe que só piora as coisas pra você assim. - ela ajeita a roupa e sai batendo a porta.

Sentei ao seu lado, sem saber o que dizer. Alguns minutos depois, lembro do porquê vim procura-lo.

-Você tem uma mochila? - ele me olha confuso, mas não diz nada. Só aponta para uma gaveta.

Começo a colocar algumas camisetas, calças, e tudo o que ele pode precisar. Fecho a bolsa mas lembro que esqueci de uma coisa.

-Vai me fazer procura-las ou vai ser bonzinho e pagar algumas pra mim? - ele ainda esta com cara de tonto, mas levanta e abre um gaveta. Pega algumas cuecas e deposita na mochila. -Otimo, agora vamos.

-Eu ainda não entendi o que está acontecendo. - ele parece se esforçar pra falar casa palavra.

-Não vou explicar nada agora, com seu nível de álcool você não entenderia de qualquer maneira.

-Desse jeito fica parecendo um sequestro. - ele caí na gargalhada.

-Okay, como você quiser. Chave do carro. - abro a mão, ele pega-a do seu bolso mas exita.

-Você é péssima no volante. - reviro os olhos e rouba a chave da mão dele, sem nenhuma dificuldade. -Hey! - ele protesta.

-Posso até não ser a melhor motorista, mas seus reflexos estão uma merda hoje.

Pego a mochila e vou rumo a porta, Jace me segue, retira a bolsa do meu ombro e abre a porta pra mim. Vamos até seu carro e seguimos até minha casa sem conversar. Quando estaciono na frente Jace pega minha mão.

-Não precisa fazer tudo isso. Isabelle pediu?

-Ela me perguntou se você podia passar o fim de semana aqui. Mas eu quis cuidar de você.

-Não quero te incomodar. - ele passa a outra mão no cabelo. -Eu sou um inútil.

-Não, não é. Eu quero cuidar de você Jace, quero ficar perto do jeito que eu conseguir. - solto minha mão da sua e seguro seu rosto. -Deixa eu fazer isso?

-Tudo bem, mas primeiro tenho que te dizer uma coisa. - seu rosto fica sério, ele parece instantaneamente sóbrio.- Se ainda assim quiser que eu fique, então eu farei. - meu coração disparou. Ele ia me contar, e eu não tenho certeza se ainda quero ouvir as palavras saírem de sua boca.