Despertei com o som das ondas e o canto das gaivotas, que se comunicavam entre si. Passei suavemente minha mão sobre a cama, em busca de Demi, que não estava na cama. Me sentei e olhei por todo o quarto para ver se a via por ali, estiquei meus braços à cima da cabeça espreguiçando o corpo.
– Demi? – Chamei-a e não obtive resposta.
Levantei e caminhei para o banheiro para fazer minha higiene matinal, sai do banheiro arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo, enquanto caminhava pelo corredor que dava acesso para a sala.
– Cara Mia? – chamei assim que cheguei na sala.
– Na cozinha!
– Bom dia, Cara Mia! – depositei um beijo em sua bochecha e logo me sentei ao seu lado na mesa.
– Bom dia, Mon Cher. Mas acho que já se passou do meio dia – comentou enfatizando o mas, soltando um risinho.
– Não tem problema. – ri junto – mas me diz. Por que não me acordou? – perguntei.
– Eu queria preparar o Café primeiro, mas quando estava indo te chamar você apareceu. – explicou.
– Entendi. – peguei uma torrada. – Agora mudando completamente o assunto. – mordi um pedaço da torrada – A senhorita trouxe biquíni? – perguntei de boca cheia mesmo e ela negou tomando um pouco de seu suco. – Imaginei. Depois de tomarmos o café, vamos comprar um biquíni pra você. – informei – Vamos fazer um puta passeio no mar hoje.
Ela apenas concordou e depois disso conversamos sobre assuntos banais enquanto comíamos. Assim que terminamos o café eu pedi para que ela fosse se trocar e enquanto ela foi fazer isso eu limpei a mesa e lavei a louça.
– Pronto! – Demi apareceu na minha frente em um pulo quando entrei no quarto.
Olhei minha namorada dos pés à cabeça e por favor, imaginem em uma pessoa sortuda. Imaginou? Espero que tenham imaginado certo porque essa pessoa sou eu. Demi vestia um vestido branco delicado e simples, nos pés ela calçava as chinelas pretas.
– Você está linda, meu amor! – a abracei pela cintura e lhe roubei um selinho. – Vou me trocar e nós já vamos – avisei indo até o closet e pegando meu biquíni dentro da mochila e uma saia indiana.
Saímos da pequena loja de mãos dadas e Demi estava fascinada com a beleza do lugar. Estava parecendo uma criança, seus olho brilhavam e não conseguia olhar uma coisa por mais de um minuto, apontava para o que ela achava bonito ou diferente.
A caminhada não foi muito longa, assim que chegamos ao píer procurei por Mike, o homem que cuidava da lancha da família.
– Olá, você é o Mike? – perguntei para homem que trajava uma bermuda jeans escura e uma camisa florida. Deveria estar na casa dos 40 anos. Ele balançou a cabeça em concordância. – Sou (seu nome). – me apresentei.
– Oh, quanto tempo. – exclamou enquanto arrumava o boné preto na cabeça. – veio trazer a namorada para um passeio? – sorri e concordei com a cabeça.
– Queria saber se tem como dar uma volta com a lancha – expliquei minha presença. Ele sorriu.
– Claro que tem, vou pegar as chaves – ele se retirou. Olhei para Demi e sorri a abraçando por trás.
– você tem licença para pilotar uma lancha? – perguntou demonstrando sua insegurança.
– Claro, meu amor. – beijei sua bochecha. – pode confiar em mim.
Apertei ela em meus braços e ficamos olhando a paisagem do porto enquanto Mike não chegava. Quando chegou, nos entregou as chaves e me alertou sobre o clima que ultimamente estava mudando de uma hora para outra e me aconselhou a qualquer coisa parar na ilha que estiver o mais perto possível de nós. Agradeci e levei Demi até a única lancha vermelha com branco que estava por ali, ajudei ela a subir na lancha.
Coloquei as chaves na ignição, ligando a lancha em seguida, manobrei ela com cuidado saindo de perto do píer, quando me afastei do píer mudei a alavanca que fez a lancha acelerar e fui guiando o volante para não batermos em nenhum barco que estava ali perto de nós.
– Você tem certeza que sabe pilotar isso? – ouvi a pergunta de Demi e soltei um leve risinho.
– Cara Mia, já falei que tenho a licença para pilotar – eu já estava guiando a lancha por área onde não tinha barcos e lanchas ancorados. – Venha aqui ver melhor a vista – pedi. Ela estava sentada no bando atrás de mim, sei que ela não estava vendo tudo por ali. Regulei a velocidade.
– pare de acelerar! – danou comigo ao parar do meu lado.
– Calma, eu estava regulando pro motor dar merda e ficarmos encalhadas aqui. – expliquei e a olhei, ela me olhou desconfiada ri de sua desconfiança. Comecei a diminuir a velocidade para paramos.
– Ai porra, por que estamos parando? O motor está dando merda? – perguntou nervosa.
– não, eu que estou parando mesmo. – segurei sua mão. Quando a lancha parou, desliguei a chave e puxei Demi pela mão para ela ficar entre mim e o volante. – Vou te ensinar.
– não é uma boa ideia, amor – senti seu nervosismo. Coloquei suas mão sobre o volante.
– é fácil – Beijei seu ombro, coloquei as mãos sobre a cintura dela – vire a chave, depois mova um pouco a alavanca ao lado no volante. – ela fez tudo o que falei. – Isso, está indo bem. Uma mão no volante e a outra na alavanca. Ela com ela que controlamos a velocidade, volante é a nossa direção – ela balançou a cabeça de vagar
– até que é fácil – comentou sorrindo – já sou profissional! – exclamou quando soltei sua cintura e fiquei ao seu lado.
Continuei a indicando a direção e o que ela tinha que fazer ou não, logo o medo dela passou e estava até querendo levar a aceleração ao máximo. Rodeamos umas duas ilhas e tiramos fotos. O tempo começou a querer fechar, então peguei a direção para voltarmos para o píer, chegando perto eu parei alguns metros do píer e ancorei a lancha ali, o tempo não estava muito fechado ainda, então poderíamos ficar mais um pouco por ali.
– quero pilotar mais vezes, isso é bom! – comentou se sentando no banco que estava antes, me sentei ao seu lado e sorri.
– e você cheia de medo, toda bobona. – brinquei. Ganhei um tapa, que ardeu meu braço e me fez reclamar de dor. – te ensino a pilotar e ainda ganhei um tapa, em vez de ganhar um beijo – fiz drama.
– é que você mereceu, mas também merece um beijo – segurou meu rosto com as duas mãos me fazendo virar para ela e selou nossos lábios.
Não enrolei com esse selinho, pedi passagem para aprofundar o beijo que ela também não tardou em ceder. Um beijo nem lento, nem rápido. Romântico talvez um pouco, tentei passar por aquele beijo o meu sentimento por ela, minhas mãos foram para seu rosto de imediato fazendo uma pequena caricia sobre suas bochechas macias, levei uma mão para entre seus cabelos os segurando levemente. Senti um pingo de agua no meu nariz e logo senti outro atrapalhar nosso beijo. Olhei para cima assim que separamos o beijo e vi que estava começando a chuviscar.
Nós olhamos e soltamos um riso. Me levantei e liguei a lancha a levando para o píer. Mike já estava a nossa espera para prender a lancha, algo que ajudei ele. Eu e Demi entrelaçamos nossas mãos, trocamos olhares e sorrisos e começamos a correr para tentar evitar a chuva.
– Tchau Mike, Obrigada! – gritamos juntas já correndo.
De longe ouvimos ele se despedir rindo. Corríamos e quando víamos algo para nos proteger da chuva nos direcionávamos para o local, ficávamos por três minutos no máximo, contávamos até três pra voltarmos a correr.
Quando chegamos vimos que a correria não tinha adiantado de nada, estávamos molhadas, na verdade, encharcadas. Assim que entramos em casa, nós olhamos e começamos a rir do nosso fracasso.
– Vamos tomar um banho e depois vou fazer algo para comermos... – sugeri e ela assentiu me puxando pela mão escada à cima.
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