"O som metálico ecoava pela pequena sala, arrepiando Anastásia.
- Ah.. Oi _ Ela encarou o rapaz que carregou na noite anterior _ Eu queria.. Agradecer.
- ... _ Ele ergueu o olhar, fitando-a.
- Obrigada..
O moreno assentiu e voltou a afiar a lâmina da espada.
- Como.. Como se chama?
- Majestade, deveria descansar _ Ele apoiou os braços nos joelhos, encarando-a.
- É.. Tem razão..
Ele assentiu e voltou a afiar a lâmina.
- E onde fica o quarto?
- Pelo amor de Deus! _ Ele a olhou com o cenho franzido.
- Venha querida _ O grisalho tocou os ombros de Anastásia _ Ele não é muito sociável.
- É.. Eu percebi _ Ela o seguiu até um dos quartos _ Por que ele é assim?
- o Natanael tem uma história triste, como todos aqui _ Ele sorriu brevemente _ Descanse.
- Obrigada _ A ruiva sorriu e sentou-se na cama, vendo-o fechar a porta."
>>>
- Natanael Lamartine? _ Apollo brincava com a espuma colorida do capuccino artesanal, Ana havia adotado aquilo como hobby.
- É, um francês que perdeu os pais na investida dos bolcheviques, há relatos de que ele e os colegas estiveram com a grã-duquesa por um tempo.
- Ele e a Anastásia estavam saindo? _ O moreno abriu um sorriso esperançoso.
- Não posso afirmar isso, não se anime a toa _ Ela colocava a espuma lentamente na outra caneca branca, finalizando o desenho e entregando a Ryan _ Aqui.
- Valeu _ Ele sorriu e assoprou brevemente _ Acha que pode me desenhar?
- Não abusa _ Ana encheu sua caneca com café puro e sentou-se no sofá, ao lado de Apollo.
- Certo.. Então de algum jeito eu faço parte da história?
- Pois é _ Hiddley tocou a espuma e levou o dedo até a boca.
- Isso é bom; ótimo, na verdade _ Apollo deslizou os dedos pela coxa da ruiva.
- Apollo.. _ Ana lhe lançou um olhar repreensivo.
- Desculpe - Ele afastou a mão, sorrindo torto.
- Então.. Estão saindo? _ Ryan segurou uma das imagens, tentando disfarçar o ciúme.
- Não _ A ruiva levantou-se e puxou a escada, subindo para o sotão.
- Cuidado, vai queimar o papel com todo esse ciúme fluindo pelas suas veias _ Apollo abriu um sorrisinho cínico.
- Cala a boca, Williams! _ Ryan subiu para o sotão, sendo seguido por Apollo.
- Ah, falando em Natanael.. Eu achei uma coisa nova no diário da grã-duquesa _ Apollo o tirou do casaco e o abriu.
"Finalmente consegui sair daquele inferno..
Krigor me seguiu até um trecho e me pegaria se não fosse Ivan.
Ele me levou para um lugar que chama de 1918, em homenagem à morte da minha família..
Estão tratando Alexei com todo o cuidado e.. Eu conheci uma pessoa, Natanael Lamartine, ele é da França.. É totalmente calado e um pouco esquentado, as expressões são muito confusas e.. Intrigantes, de certa forma.. Completamente diferente de Dimitri que era tão aberto.."
- Isso foi meio piegas.. _ Ryan franziu o cenho.
- Só não entendo duas coisas _ Apollo passou a página, estava vazia _ Como é que isso sempre acontece com o diário?
- E a segunda? _ Hiddley lambeu o bigode de espuma colorida.
- Por que você teve aqueles sonhos mas eu nunca tive nenhum? _ Ele franziu o cenho, indignado.
- Eu fui o noivo _ Hiddley sorriu convencido.
- E morreu _ Apollo sorriu debochado.
- Cala a boca _ uma veia saltou na testa de Ryan.
- um belo tiro no peito, até ouço o som..
- Já chega _ Ana os olhou _ Apollo, não provoca.
- Hm.. Okay _ Ele abriu um breve sorriso.
A conversa foi interrompida por um barulho no canto do sotão, todos viraram-se para olhar.
- O que foi isso?
- Sei lá.. _ Ryan deu de ombros.
Ana balançou a cabeça e voltou a olhar o quadro, a grã-duquesa havia mudado a posição, agora olhava para o fundo do sotão.
- Mas o quê.. _ Ela levantou-se e tocou o quadro, vendo os olhos azuis vidrados em algo atrás de si.
- Gente.. _ Apollo puxou levemente o casaco de Anastasia.
- O que foi? _ Ryan levantou-se e se aproximou da ruiva, analisando o quadro.
- Gente..! _ Williams chamou novamente, desta vez puxando a camisa de Hiddley.
- A grã-duquesa.. Ela ta olhando pro fundo do sotão.. _ Ana procurou mais alguma mudança na pintura.
- Gente!
- Veja, tem reflexos nos olhos.. _ Ryan pegou uma lupa, analisando os olhos da pintura, minucioso.
- Que reflexos? _ a ruiva franziu o cenho, tomando a lupa e analisando outros detalhes da pintura.
- acho que.. O de alguém se movendo bem.. Atrás de nós? _ Ele arqueou as sobrancelhas _ não faz sentido.
- O fato da pintura ter mudado não faz sentido algum.
- Bom, tem sobrenatural envolvido, então..
- GENTE!
- O QUE É?? _ Ana e Ryan o olharam, irritados.
- .... _ Apollo apontou para uma parte da parede no fundo do sotão.
A ruiva deixou a caneca na mesinha e se aproximou da parede, tocando a frase entalhada na parede de madeira.
"Nos veremos em breve.."
Anastasia arregalou brevemente os olhos e encarou os rapazes que devolveram o olhar incrédulo.
Continua..
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.