História Without you. - Talk with me

Ana estava sentada no sofá, bebericando o café em sua caneca e observando Apollo ir de um lado a outro; ele gesticulava animado, contando sobre o sonho.

- E eu segurei uma arma!! _ Ele abriu um sorriso, assemelhava-se a uma criança que acabou de ganhar um doce.

- Segurou, é? _ Ryan sorriu em sarcasmo puro _ E atirou em alguém?

- Não.. _ Apollo abaixou os braços e pegou a caneca, encarando o café _ Não apareceu nenhum bolchevique, então não atirei..

- Imaginei _ Hiddley levou a caneca até a boca, bebericando o capuccino.

- Cala a boca, cafézinho colorido _ Williams se sentou, emburrado.

- Okay, meninas _ Ana apertou a caneca _ O que descobriram?

- Eu comparei a caligrafia no diário com a escrita na parede, é da grã-duquesa _ Ryan deixou a caneca na mesa.

- E ela me contou sobre um livro em que um homem morre, mas decide possuir um ente querido pra avisar a família que eles correm perigo.

- Isso ajuda em que? _ Hiddley franziu o cenho.

- Ryan _ A ruiva o advertiu.

- Não, é sério! Ele conseguiu se comunicar com a grã-duquesa, poderia ter feito algo útil!

- Pelo menos eu estive lá!

- E foi totalmente inútil, teve a chance de reunir informações preciosas, mas desperdiçou segurando uma arma e limpando o quarto do Lamartine! _ Ryan apontou o dedo no peito de Apollo.

- Eu descobri muitas coisas importantes!

- Como o quê?

- Durante a minha ronda eu encontrei uma coisa importante.

- Repito, como o quê?

- Um quarto do pânico! _ a briga foi interrompida por um barulho na cozinha.

- ..... _ Ryan e Apollo se entreolharam, encarando Ana logo em seguida.

- tudo bem, eu vou _ a ruiva se levantou e deixou a caneca na mesinha, seguindo para a cozinha.

Os dois correram até o taco de baseball mas Ryan foi mais rápido, ele sorriu de canto e Apollo deu a língua, seguindo-o até a cozinha.

- E ai.. O que é? _ Hiddley parou no batente da porta e encarou as costas de Ana.

- Um copo.. Caiu do escorredor, eu prefiro acreditar que foi o vento _ ela suspirou e pegou a vassoura, juntando os cacos na pá e jogando-os no lixo.

- O vento faz aquilo..? _ Apollo apontou o armário que abria-se lentamente e um copo levitou até fora do armário, caindo no chão.

- Que maravilha.. _ Ana rosnou e juntou os cacos, jogando-os no lixo _ Mais sujeira pra limpar.

- Nossa, sua incredulidade me assusta _ Ryan sorriu, irônico.

- concordo com o cafézinho colorido.

- Quer parar de me chamar assim?

- Não _ Apollo sorriu de canto.

- não vou baixar ao seu nível, é capaz de eu chegar no inferno _ Ryan revirou os olhos.

- Aproveita e fica por lá.

- se derrubar mais um copo meu.. Juro que te chuto daqui, filha da mãe _ Ana guardou a vassoura e a pá, encarando os rapazes.

- Isso ai, botou moral _ Ryan sorriu.

- Magoou os sentimentos dela _ Apollo franziu o cenho.

- É mesmo? _ A ruiva abriu um sorriso irônico _ Talvez você queira morrer e consola-la.

- Ciúmes? _ Ele sorriu ladino.

- Você prefere que eu tire esse sorriso como? Soco ou taco de baseball?

- Não ta mais aqui quem falou.. _ Apollo ergueu as mãos em rendição.

- Ta, você falava sobre um quarto do pânico, onde fica? _ Hiddley deixou o taco ao lado do sofá e o encarou.

- Eu me esqueci.. _ Williams esboçou um sorriso torto.

- Maravilha..

- Mas sei que a casa é bem maior do que pensam _ Ele afastou a mesinha e apontou a porta no chão.

- Quantos compartimentos secretos tem essa casa? _ Ryan franziu o cenho _ pior que filmes de espiões.

- Bom, vamos ver no que vai dar _ Anastasia abriu a gaveta e pegou uma lanterna _ Quem vai primeiro?

- Olha só.. Deu minha hora _ Ryan afastou a manga do casaco e encarou o pulso _ Tenho que ir cuidar do antiquário.

- Só nesses momentos você lembra que não é grudado na Ana, né? _ Apollo revirou os olhos e abriu a porta, saltando pra dentro.

- Feche a porta quando sair _ Anastasia foi logo depois, ligando a lanterna _ Do que exatamente você lembra?

- Que lá em cima não é a parte principal.. Aqui era, mas foi soterrada _ Ele ligou a lanterna do celular e empurrou o armário velho, abrindo uma porta, um monte de poeira subiu e o fez tossir _ Aqui era o quarto do Natanael.

- E qual é a do armário? _ Ela abanou a mão a frente do rosto, afastando a poeira.

- Alguém deve ter tentado esconder a porta _ Apollo iluminou o local e se aproximou, segurando uma foto que estava grudada no espelho, mostrava Natanael com sua arma _ Ele era muito calado, na verdade.. Lembrava mais você.

- E o quarto da grã-duquesa?

- Era onde você dorme _ Ele saiu do quarto e a puxou pra fora, fechando a porta _ por aqui.

Apollo seguiu por um corredor e parou no fim dele, afastou brevemente o retrato na parede e uma porta se abriu um pouco abaixo, ele se agachou e a abriu, entrando.

- Narciso! _ Anastasia se abaixou e iluminou o lugar _ Onde vai dar isso?

Ele a puxou pra dentro e acendeu as luzes, desligando a lanterna do celular. O quarto era todo de ferro maciço, havia uma cama no canto do quarto e uma escrivaninha logo ao lado, havia um envelope em cima dela.

- É o quarto do pânico. Não tinha isso aqui.. _ Apollo se aproximou e tirou a poeira do envelope amarelado, vendo a caligrafia elegante de Anastásia _ É pra mim..

- Como pode ser pra você? Ninguém veio aqui depois da Anastásia _ Ela franziu o cenho.

- Exatamente.. _ Ele a olhou.

- O que diz ai?

"Querido Apollo, seja você quem for, se for.. Encontre o livro, o livro que comentei com você.. Ele é importante, não contei por acaso.
Eu não tenho muito tempo pra explicar, mas aquilo que me contou, se for tudo verdade.. Estarei tentando te alertar, eu te ajudarei a encontrar, só por favor.. Fale comigo"

- Os copos.. _ Ele encarou a ruiva.

Continua..