- Obrigada.. _ Naomi segurou a xícara de café e bebericou, olhando Apollo que parecia não se importar com a presença dela _ Eu.. Sinto muito ter aparecido assim.. Mas você sumiu por tanto tempo.. Fiquei preocupada.
- Eu já disse, você é uma estranha pra mim _ Ele encostou-se no sofá, cruzando os braços.
- Por que decidiu vir agora? _ Ana sentou-se um pouco mais distante dos dois.
- Eu.. Bem.. Não posso culpar o Apollozinho.. _ Ela mordeu o lábio.
- ‘Apollozinho’? _ A ruiva arqueou a sobrancelha.
Naomi enrubesceu sutilmente e afastou a franja, encabulada.
- É um apelido carinhoso..
- Não me chame assim, nunca mais _ O moreno rosnou, indo para a cozinha.
- Espera- _ Naomi se deteve, apertando levemente a xícara _ Eu amo muito o Apollo.. Me dói ver que fui tão fácil de esquecer..
- Como você disse, não foi culpa dele _ Ana se levantou e aproximou-se da porta _ Foi antiético da sua parte não o procurar mais cedo, agora eu o estou ajudando com as memórias.
- Mas eu e o Apollozinho-
- Apollo _ a ruiva a cortou _ Pra você é Apollo ou Sr. Williams, por favor, saia da minha casa.
- Eu e o Apollo somos um casal! Éramos antes de tudo isso acontecer.. Se ele se lembrar tenho certeza de que vai dizer que me ama! _ Naomi deixou a xícara na mesinha e se levantou, pegando a bolsa.
- SE ele se lembrar e SE ele disser que te ama, vou sair do caminho de vocês _ Ana abriu a porta _ Saia.
- isso é tão rude! _ A morena passou por ela e saiu da casa.
A ruiva fechou a porta e massageou as têmporas.
- ... Ana _ Apollo se aproximou, olhando-a _ Olha.. Eu me lembro dela..
- .... _ Ela franziu o cenho e o encarou, surpresa _ Por que não disse nada?
- Eu não queria estragar nossos momentos, Ana.. Eu não a amo, nunca amei.. Meus pais queriam que eu me casasse com ela por causa da posição social..
- Apollo.. Vai embora _ Ela apontou a porta.
- Mas eu-
- VAI!
Ele engoliu o nó que se formou em sua garganta e assentiu, saindo da casa da ruiva. Ana correu para o quarto e abriu o armário, espalhando as tralhas pelo chão até encontrar seu ursinho remendado.
- ... _ Ela se jogou na cama e o abraçou, encolhendo-se _ Parece que somos só nos dois.. Sempre foi..
>>>
- Namorada? _ Ryan arqueou a sobrancelha, fritando os ovos e o Bacon em uma frigideira.
- .. - É, eu sabia que ela existia mas pensei que não precisava me preocupar.. Céus.. A Ana deve me achar um idiota agora.. _ Apollo enfiou os dedos nos cabelos, desalinhando os fios.
- É, só não entendi o motivo de estar na minha casa a essa hora da manhã _ Hiddley colocou os ovos com o bacon no prato e levou até Krigor que nem esperou pra atacar.
- Ryan, por favor, eu estou em crise.. Eu e a Ana fizemos amor, eu tirei a virgindade dela e no dia seguinte a Naomi aparece?!
- Posso resolver isso _ Krigor abriu um sorriso de boca cheia.
- Krigor, nem tudo se resolve com uma arma _ Hiddley sorriu suavemente e o beijou na testa.
- Resolve sim _ Williams sorriu, irônico _ Mas traz um pouco mais de problemas.
- Então não resolve _ Ryan abriu a torneira da pia e começou a lavar o prato sujo.
Krigor o abraçou por trás e o beijou na bochecha.
- Ok, estou indo embora _ Apollo virou-se de costas e caminhou roboticamente até a porta, abrindo-a e saindo.
- Até que enfim _ O soldado virou Ryan para si e o beijou nos lábios, sentindo-o retribuir.
>>>
Williams respirou fundo e apertou levemente o buquê de flores entre os dedos, tocando a campainha.
- ... _ Ele prendeu a respiração quando ouviu o som da porta sendo destrancada e mordeu o lábio ao ver as esmeraldas que tanto amava _ Ana.. Oi..
Ele notou o ursinho em sua mão esquerda e o olhar apático que logo misturou-se a um sorriso sarcástico.
- Sua namorada sabe que está dando um buquê pra outra mulher? _ Ela cerrou brevemente os punhos, tentando ao menos parecer indiferente.
- Sabe, principalmente por que minha namorada é ‘A outra mulher’ _ Apollo se aproximou um pouco mais e tocou a bochecha da ruiva com a ponta dos dedos _ Eu amo você.. E só você..
- Se está dizendo isso pra fazermos aquilo de novo eu- _ Ana foi interrompida pelos lábios do moreno, ela apoiou as mãos em seu peito, fazendo menção de empurra-lo, mas o enlaçou no pescoço e puxou para si, afrouxando o aperto no braço do ursinho de pelúcia.
Ele afastou-se e a olhou nos olhos, colando as testas.
- Ontem foi maravilhoso, vamos repetir muitas e muitas vezes.. Mas não significa que eu só queira isso.. Eu quero ser seu companheiro acima de tudo _ Apollo abriu seu famoso sorriso, aquele capaz de deixar Anastasia( e provavelmente o mundo inteiro) desconcertada _ Você é a grã-duquesa para o meu Natanael..
- Eu nem vou comentar o quanto isso ficou engraçado.. _ Ela cobriu a boca, contendo uma risada, e segurou o buquê, puxando-o pra dentro.
>>
Ryan tentava alcançar uma caixa no alto de uma pilha, sem qualquer sucesso, sentiu a sombra sobre si e viu Krigor a pegar, entregando a ele.
- Aqui.
- Obrigado _ Hiddley sorriu e o beijou na bochecha, analisando os retratos.
- Ok, sabemos que nem todos ali eram rebeldes russos.. Mas o Natanael não se encaixa em nenhum grupo social _ Ana franziu o cenho, encarando as pesquisas que fez na noite passada _ Estamos deixando passar algo..
- Lamartine? Estão pesquisando sobre o Natanael Lamartine? _ Krigor a olhou.
- é, ao que parece ele é importante _ Ryan sentou-se no chão e separou os retratos, procurando mais fundo na caixa _ Ana..
- Hm? _ Ela o olhou.
- Encontrei uma coisa _ Hiddley segurou um retrato antigo e assoprou a camada grossa de poeira, tirando o resto com um paninho.
Aquele era nada menos do que Natanael com um uniforme francês e medalhas por combate, ele era condecorado.
- Ele era coronel? _ Ana franziu o cenho.
- Marechal, veja o uniforme _ Krigor apontou os detalhes que diferiam o uniforme dele e o seu.
- Isso não faz o menor sentido.. Por que um Marechal se rebelaria? _ Ana abriu o compartimento e pegou o diário da grã duquesa, sentando-se na poltrona.
- Não sei, é uma patente difícil de alcançar.. Esse cara quase morreu muitas vezes _ Krigor alisou o queixo, pensativo.
>>>
“Natanael abriu brevemente a porta do quarto e olhou a sala, vendo-a vazia; ele saiu do e girou a chave da porta, saindo da base.
- ...? _ Anastásia colocou a cabeça pra fora do quarto e franziu o cenho, seguindo-o silenciosamente até uma clareira.
Viu um homem uniformizado se aproximar e tocar o ombro do moreno, falando com ele algo em francês, felizmente ela tinha uma boa fluência.
- Não podemos esperar muito mais tempo por você.
- Eu estou quase conseguindo, diga a eles que estarei entregando a cabeça desses nojentos em uma bandeja bem larga _ O linguajar de Natanael a surpreendeu bastante, ele falava como um legítimo soldado, ótimo, pareciam todos iguais.
- Marechal, é importante que esteja conosco na hora do ataque, o General de exército está perdendo autoridade, está um caos no acampamento.
- Alfredo, confie em mim _ Ele tocou o ombro do colega que suspirou e assentiu.
- Eu confio _ Alfredo tocou a mão do Marechal e afastou-se, saindo dali.
- ‘Marechal..?’_ Ela franziu o cenho e tentou ver melhor, acabando por pisar em um galho.
- Quem está ai? _ Natanael puxou um revolver de sua cintura e apontou para a árvore _ Saia com as mãos para cima!
A grã-duquesa saiu lentamente e apertou o vestido branco entre os dedos, olhando-o.
- Não é um rebelde..
- Céus.. _ Ele abaixou o revolver _ Você não..
- Você é um maldito Marechal, seu.. Mentiroso!!
- Anastásia _ Ele guardou o revolver e se aproximou _ Fale baixo.
- Mentiu para o Ivan, mentiu pra todos nós!!
- Anastásia! _ Natanael segurou a mão da ruiva que afastou-se.
- Traidor!! Confiamos em voc- _ Ela foi interrompida pelos lábios do moreno pressionados rudemente contra os seus.
Lamartine a encurralou contra a árvore e aprofundou o beijo, sentindo-a ceder lentamente e enlaçar seu pescoço, ele logo se afastou e a olhou nos olhos.
- Eu precisava me infiltrar, os bolcheviques tinham planos de invadir a França, não tínhamos espiões bons o suficiente então eu me ofereci _ Ele acariciou a bochecha da ruiva com o polegar _ Preciso que guarde segredo, ok?
- ... Eu não sei.. _ Ela fitou os olhos violetas tão singulares, gostava daqueles olhos _ Preciso.. Ser convencida.
Natanael sorriu brevemente e a beijou outra vez.”
Continua..
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.