Como em um doce conto de fadas, esta história começa de um jeito suave, com o amor.. Ou uma noite de bebedeira.
“O bar estava agitado como sempre, pessoas muito e pouco vestidas, alguns executivos de sucesso e outros que não faziam tanto sucesso assim, mas um homem em especial girava um copo de whisky e mantinha a cabeça baixa; a música soava calma, o que não abafava as vozes eufóricas dos clientes barulhentos.
- Dia ruim? _ A voz suave e enrouquecida, propositalmente, adentrou em seus ouvidos e ele ergueu o olhar para a linda mulher de cabelos e olhos acinzentados.
- Não, o dia foi ótimo _ Ele sorriu brevemente, mirando-a com os belos olhos esverdeados.
- E o que faz aqui sozinho? Creio que aquela seria sua mesa _ Ela apontou discretamente os executivos de uma mesa mais distante.
- Era pra ser _ Ele virou o copo e encarou a estante com mais bebidas _ Mas eles são esnobes demais.
- eu entendo _ Ela sentou-se e pediu uma tequila, sorrindo tranquilamente _ Também odeio pessoas esnobes.
- Como se chama?
- Ah, Diana _ Ela ajeitou os fios acinzentados _ E você?
- Lucian _ Ele sorriu brevemente.
A conversa fluiu de forma tranquila e não demorou muito para que ambos buscassem um lugar mais tranquilo, sussurrando palavras doces e outras mais vulgares, palavras essas que Diana gostava de ouvir.
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Os saltos pontudos batiam contra a calçada de forma rápida e logo ela chegou ao seu destino, bateu na porta e apertou o manto em seus ombros, tocando o ventre.
- Sim? _ Lucian arqueou as sobrancelhas e fechou a porta atrás de si _ Diana..?
- .. _ Ela encarou a aliança dourada no dedo anelar esquerdo dele e cobriu a boca, sentindo a garganta arder e as lágrimas banharem o belo rosto _ Seu.. Mentiroso..
- O quê..? _ Ele franziu brevemente o cenho.
- .. Prometeu o mundo pra mim e no final.. Você é casado? _ Ela afastou o capuz e ergueu o olhar, fitando-o _ Estou grávida de um cafajeste!
- Grávida?! _ Lucian agarrou os ombros alheios e a balançou brevemente, não era desagradável, só surpreendente _ Tem que ser mentira.. Me diga que isso é uma piada!
- Me solte! _ Ela o afastou bruscamente e correu beco a dentro.
Ele a seguiu com os olhos e entrou em casa, atordoado.”
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Diana abriu a porta de seu quarto e mordeu brevemente o lábio ao ver o garotinho de cabelos acinzentados sentado no chão com uma pequena fotografia em mãos.
- Querido.. _ Ela sentou-se ao seu lado e abraçou seus ombros.
- Como ele era? _ Ele encostou-se nela e apertou brevemente a foto do homem de cabelos castanhos e lindos olhos esverdeados.
- Ele.. Foi um grande herói _ Ela encarou a fotografia, amargurada por não conseguir esquecer Lucian _ Morreu ajudando muitas pessoas na guerra..
- Entendi.. _ Ele enfiou a fotografia na carteira da mãe e sorriu, olhando-a.
Diana analisou a expressão do pequeno, era tão parecido fisicamente com o pai, até mesmo os olhos verdes, só esperava que não fossem iguais na personalidade.
- Matt, desça e coma logo sua comida antes que esfrie _ Ela o beijou na testa e o viu correr porta a fora.
A acinzentada encostou-se na cama e cobriu os olhos, sentindo as lágrimas descerem por suas bochechas.
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Matt desceu correndo ao ouvir a campainha e abriu a porta com seu grande sorriso característico, desfazendo-o ao ver o homem da foto de sua mãe.
- .. Garoto, a Diana está? _ Ele apertou o manto, tentando escapar da chuva.
- Você.. Você.. Não está morto.. _ Ele arregalou os olhos.
- Matthew!! _ A mulher desceu rapidamente e parou na escada ao ver Lucian _ O que faz aqui?
Sua voz soou rude, amargurada e até mesmo.. Embargada.
- Diana.. Podemos conversar?
- Matt.. Vá para o quarto.
- Mas mãe-
- Vai!
O pequeno bufou e subiu as escadas, plenos 5 anos e não podia participar das conversas, pra que servia essa idade então?
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Matt desceu cuidadosamente e encontrou Lucian na sala com sua mãe, ambos estavam em frente à lareira e bebiam chocolate quente.
- Meu casamento acabou, Marta era estéril e não aceitava isso, então me culpava.. _ Ele deixou de lado a caneca vazia _ Diana.. Se me aceitar..
- eu disse a ele que você era um herói, que morreu na guerra _ Ela o olhou duramente _ Você estragou a minha vida.. Não vou deixar que estrague a do meu filho!
- Nosso filho! _ Lucian exaltou-se _ Ele tem meus olhos, meu sorriso, não pode negar isso!
- Isso não importa _ Diana levantou-se e o olhou, apontando a porta _ Saia da minha casa, da minha vida.. Nos deixe em paz!!
- Diana..
- SAIA!
- ... _ Lucian vestiu o manto e a olhou uma ultima vez antes de sair.
- ... _ Diana cobriu o rosto e deixou-se cair sentada no sofá.
- Por que fez isso? _ Matt a olhou.
- Querido..
- Disse que ele foi um herói.. Por que mandou ele embora?!
- Matt.. _ Ela o apertou brevemente contra o seu corpo e o garoto afastou-a, correndo e trancando-se no quarto.
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Diana cobriu a boca, horrorizada com a cena; Matt segurava uma pedra maior que ambas as mãos, havia manchas de sangue por todo o seu rosto e roupa, no chão estava uma garotinha de seus 3 anos, a face estava irreconhecível e uma poça de sangue a rodeava.
- .. Ela pegou meu carrinho.. _ Ele soltou a pedra e se aproximou de Diana.
- .. Querido, vem, temos que sair daqui.. _ Ela o puxou para casa e o levou para o banheiro, tirando as roupas ensanguentadas do pequeno e colocando-o na água.
As lágrimas caiam abundantes pelo rosto da acinzentada enquanto ela tirava o vermelho da pele alva do filho, sentiu os dedinhos de Matt em suas bochechas e o viu limpar suas lágrimas.
- Não chore mamãe, ela não vai fazer falta _ Ele abriu um sorriso radiante e recebeu um abraço forte, mas silencioso.
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Diana puxou a mão do pequeno e logo embarcaram no avião.
- Vamos repassar.. Meu nome agora é?
- Yukari _ Ele apertou o dinossauro entre os dedos.
- E o seu?
- Kaio _ O pequeno ajeitou-se na poltrona e encarou a janela, já haviam decolado a algum tempo.
- Ótimo _ Diana respirou fundo e mordeu o lábio.
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Matt chorava agarrado ao corpo de Diana, o sangue já manchava sua camiseta branca e ele nem parecia se importar, tudo o que importava naquele momento era o corpo amolecido de sua mãe.
- Garoto.. Vem.. _ Um policial o puxou e ele pode ver o corpo de Diana ser levado.
- MÃE! _ Ele estendeu as mãos em uma falha tentativa de que ela voltasse a segura-las.
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Matt atravessou os portões de ferro e correu rua a fora, fugindo daquela prisão que equivocadamente chamavam de orfanato para meninos, ele escondeu-se em um beco e respirou pesadamente, vendo os monitores passarem por ele.
- .. _ Ele respirou fundo e enfiou os dedos nos cabelos, a cena ainda repetia-se em sua mente.
“- Lucian, não, eu não posso falar agora! _ Diana parecia zangada, a mão apertava muito o volante.
- mãe.. A estrada _ Matt pode ver as bochechas dela ficarem vermelhas pela raiva.
- NÃO, NÃO PODE TOMAR MEU FILHO!!
No momento seguinte ela arquejou e virou o carro bruscamente, recebendo todo o impacto do ônibus.”
- .. _ Ele cerrou os punhos e entrou mais fundo no beco.
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Ele estendeu a identidade e pegou a tequila, bebendo-a tranquilamente e encarando de lado o homem de alguns fios acinzentados, mas ainda belos olhos verdes.
- dia ruim? _ Ele recebeu o olhar cansado de Lucian e logo o viu arregalar os olhos.
- Não.. O dia foi ótimo.. _ Ele afastou o copo e levantou-se _ Matthew..
O acinzentado agarrou a garrafa e a quebrou no balcão, avançando contra Lucian e cravando-a diversas vezes em seu peito; os gritos encheram o bar e logo Matt afastou-se, ensanguentado.
- Me confundiu com outra pessoa.. _ Ele abriu um sorriso de canto e a ultima coisa que Lucian pode ouvir antes de tudo escurecer foi: _ Meu nome é Kaio..
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- Kashi _ O policial abriu a cela _ Vamos.
O acinzentado levantou-se e saiu lentamente daquele lugar fétido e escuro, pegou suas coisas e saiu pelos fundos da delegacia; O policial espalmou um documento em seu peito e lhe entregou uma mochila.
- Você começa amanhã no colégio central de Halfway, não faça eu me arrepender.
- Valeu, Bill _ Ele colocou a mochila nas costas e saiu.
- Boa sorte, garoto..
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Matt girava a caneta entre os dedos, totalmente entediado, não deveria ter concordado com Bill sobre começar a estudar, era apenas o primeiro dia e ele já estava louco para voltar para a cela.
- Tsc.. _ Ele apoiou a bochecha na palma da mão e encarou a porta ao ouvir risinhos femininos, um grupo de garotas entrava na sala e ele logo ergueu o olhar para a garota que estava no meio.
Os longos cabelos escuros estavam trançados de lado e ela esbanjava um grande sorriso, os olhos escuros mais pareciam joias e ele podia jurar que seu coração deu um salto.
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E naquele momento, eu só sabia que aquele sorriso havia feito meu dia e toda a minha vida..
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- Elly, olha _ A azulada apontou discretamente para o rapaz com expressão estranhamente surpresa _ Ele tá olhando pra você.
- Iv _ A morena riu baixo _ Não seja boba..
Eleanor aproximou-se e se sentou ao lado do acinzentado.
- Oi, sou Eleanor _ Ela estendeu a mão _ É novo?
- .. Kaio.. _ Ele apertou levemente a mão da morena, cobrindo-a quase completamente e sentindo um arrepio quando as peles se tocaram _ Sou.
- Bem vindo _ Ela abriu um sorriso e corou brevemente com o olhar do mais novo colega.
Fim..
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