1. Spirit Fanfics >
  2. Without You >
  3. (Capítulo XI) Can't save everyone

História Without You - (Capítulo XI) Can't save everyone


Escrita por: SahhChan

Notas do Autor


Oláaaa de novo, minha gente linda x)

Bem, tal como prometido, aqui está mais um Capítulo...
Nunca é demais agradecer a quem passou a acompanhar, favoritou e comentou a Fic no último que foi postado. Um grande, enorme, repleto de amor OBRIGADA a todos vocês :3 Não imaginam como o vosso apoio tem sido importante para me manter entusiasmada para continuar essa aventura ;)

Entretanto, eu me iniciei noutra. Isso mesmo, já estou postando mais uma Fic Kai x Kei, aqui no Spirit. O nome dela é Killing Stalking, para quem queira passar a acompanhar também. Eu espero por todos vocês por lá, são super bem-vindos !! ^o^

Agora, sem mais, boas leituras =D

Capítulo 12 - (Capítulo XI) Can't save everyone


- Já devias conhecer-me o suficiente para saber que eu nunca te deixaria para trás.

Os olhos dele limitaram-se a fixar-me durante largos instantes, antes de, aos poucos, eu próprio acabar por quebrar o contacto, virando-os na direcção da rapariga. Rapidamente, analisei-lhe as marcas dos pulsos, tornando-se inevitável o observar do estado em que as roupas dela se encontravam, meio rasgadas em algumas das zonas perto do peito e da barriga. Fosse qual fosse o estrago que já lhe tinham tentado fazer, aqueles filhos de uma grandecíssima vaca já haviam começado alguma coisa.

Desviei a arma por uns momentos do encontro da figura de Okazawa, limitando-me a despir o meu casaco e a colocar-lho por cima dos ombros. A noite estava meio fria mesmo... E a julgar pela forma como eles a tinham ali enfiada naquela carrinha, não devia faltar muito para a miúda chegar a ficar, pelo menos um pouco, doente.

- Er... O-... Obrigada – ouvi-a dizer num tom meio rouco, como se tivesse passado tanto tempo a gritar que já nem a voz lhe saía direito garganta fora. Apertei-lhe dois dos botões do casaco, tentando deixá-la levemente mais confortável. Afinal... Todos éramos homens ali... Aqueles cabrões não tinham o mínimo respeito pelas mulheres, por todos os Santos!

- Não tens de agradecer... – respondi simplesmente, esboçando um meio sorriso na sua direcção. Não lhe pareceu difícil corresponder a esse gesto, embora eu ainda a notasse meio assustada. Mesmo assim, agora ela já não tinha razões para temer nada. Nem eu nem o Kei deixaríamos que nada lhe acontecesse, a partir dali.

O Kei...

Por momentos, os meus olhos voltaram a encontrá-lo. Não consegui prendê-los nos seus durante o tempo suficiente para lhe desvendar aquele tom baço que os assombrava, de repente. Ele parecia... Sei lá... Chateado com algo. Ou, talvez, desconfiado. Não sabia dizer. Em algumas coisas, eu já não conseguia compreender bem o que passava pela cabeça dele. Talvez... Isso se devesse ao facto de ele ser diferente, agora. Talvez... Ser um Ajin o tivesse mesmo tornado num ser humano meio... Estranho. Ou, ao contrário do que eu chegara a acreditar, talvez houvesse sido eu que nunca o havia conhecido direito, no fim de contas.

Afastei-me ligeiramente da rapariga, antes de encará-lo, fixamente. Endireitei-me quando ele abanou a cabeça, acabando por me virar as costas, dessa vez. Simplesmente dei uma média de dois passos, tencionando segui-lo. Ou, pelo menos, conseguir perceber o que lhe tinha dado, assim num repente.

- Kei, o que é que se passa? – somente perguntei. Ele virou-se na minha direcção, quase tão depressa quanto havia feito o oposto, antes disso. Os olhos dele pareciam disparar direitos a mim, acho que tê-lo-iam feito, se tal lhes fosse possível.

- Já podemos ir embora ou tencionas ficar a continuar com os galanteios? – questionou-me apenas, a voz subindo-lhe consideravelmente de tom perante o ar meio estupefacto com que eu lhe devolvia o olhar, sem perceber nada do que se estava a passar com ele, perante aquela reacção.

- O que é que...?

- Espero que estejas ciente de que não a podemos deixar vir connosco, Kaito.

Parei de repente. Os meus olhos perscrutaram a figura dele por alguns instantes, antes de a encararem a ela e novamente a ele, uma vez mais. Por um lado, ele tinha razão. Não seria fácil fugir e levá-la atrelada a nós. Ela iria atrasar toda a nossa fuga, além de que, tendo sido ela vítima de um rapto, os pais, a família, deveriam estar bastante preocupados à procura dela. Não poderíamos, simplesmente, levá-la atrás se saíssemos daquele lugar. Mas... Era o quê? Íamos deixar a rapariga ao pé daqueles monstros, depois do que eles tinham tentado fazer com ela?

- Também não podemos deixá-la aqui, Kei! – passei por cima da voz dele, aproximando-me um pouco, enfrentando-o – É só uma miúda indefesa. Se não tem a nossa idade, deve ter, pelo menos, a da tua irmã. Pensa no que farias se alguém maltratasse a Eriko desta forma, achas que te ficavas?

- A situação é diferente! – limitou-se ele a responder-me. Os olhos encararam-me da mesma forma, tão gritantes e intensos como os meus, quando os fixaram – A minha irmã nunca seria estúpida a pontos de se deixar vir atrás de uns tipos destes, como ela deixou. Já pensaste que pode ter sido ela a escolher estar aqui?

Abanei a cabeça, no mesmo momento.

- Nem tu acreditas no que estás a dizer, Kei, não sejas idiota! – atirei-lhe mesmo à cara, exaltando-me por completo, sem conseguir evitá-lo – Ou não te apercebeste minimamente do que os ouviste dizer lá dentro, quando falaram sobre terem uma rapariga aqui metida na carrinha?

- TU NÃO PODES SALVAR TODA A GENTE! – parei de repente quando ele me gritou, olhos nos olhos, tão perto e com uma tamanha intensidade que eu nunca lhe havia sentido na expressão, tendo-a bem presa em mim. Eu... Podia ter chegado à conclusão que, em diversas coisas, nunca o havia conhecido concretamente... Mas ele sabia bem como eu era. Sempre soubera. Eu era... Demasiado transparente. Nunca deixava ninguém para trás. Eu não queria deixar ninguém para trás. Fizera-o com a minha mãe durante praticamente seis anos. Não queria repetir-me e acabar por me arrepender de fazer uma merda dessas, de novo.

Acenei uma vez, engolindo em seco, ao de leve.

- Posso sempre tentar – respondi, simplesmente, com um encolher de ombros, preparando-me para ser eu a virar-lhe as costas, desta vez – Pelo menos, consigo dormir em paz quando encosto a cabeça no travesseiro, à noite.

Senti o quão depreciativa se mostrava a maneira com que ele encarava as minhas costas, enquanto me afastava, pela forma como a sua voz me soou aos ouvidos, em seguida.

- É precisamente por essa razão que acabas sempre sozinho.

Parei de novo, suspirando, de olhos fixos no chão. Optei por não comentar cada uma das palavras que ele havia dito. Era preferível nem, ao menos, começar. Na verdade... Eu preferia, francamente, ficar calado relativamente a cada uma delas. Antes que as antigas feridas voltassem a abrir de uma forma que nunca mais lhes permitisse que se voltassem a fechar, novamente. Não ia abrir a boca sobre o assunto. Ia calar-me. Ia apenas... Levá-los dali aos dois e depois de deixar a rapariga num lugar seguro, eu... Depois disso, eu e o Kei, nós... Nós acabaríamos por... Resolver tudo. Era isso mesmo...

E, então, voltaria tudo ao que era antes, desta vez...

- Não... Por favor...!

Levantei os olhos, de novo, na direcção dela. Okazawa voltara a alcançá-la, segurando a miúda à nossa vista pela cintura contra o seu corpo, barrando-o por completo para se proteger, caso eu caísse no impulso de acabar por disparar. Na mão, segurava a navalha com que os libertara, a ela e ao Kei, nem dez minutos antes, encostada ao seu pescoço. Olhei de relance para a minha mão direita, onde a arma ainda se achava, presa nos meus dedos trémulos. Tinha-me esquecido completamente que aquele filho de uma pega continuava no nosso encalço...

Que merda...!

- Larga-a – disse-lhe, simplesmente, antes de erguê-la e apontar-lha, sem pensar duas vezes.

O riso de Okazawa encheu o ar, rasgando-o como se quisesse cortar toda a brisa que do ar da noite tivesse origem, aos nossos ouvidos. Não ouvia a voz do Kei, embora soubesse que ele continuava a poucos passos de onde eu estava parado.

- Peço desculpa aos pombinhos, não vos queria interromper a discussão, mas acho que vou levar ao menos uma parte do que é meu – gracejou de onde se achava, acabando por atiçar mais a navalha na zona da pele do pescoço dela. Automaticamente, as minhas mãos tremeram mais, face ao movimento.

- Larga a miúda! – repeti.

- Sabes, o teu amigo tem razão, puto – respondeu-me, fazendo a pequena lâmina passar de encontro à cavidade do queixo dela – ... Tu não podes salvar toda a gente...

- LARGA-A!

O embate dos meus joelhos no chão foi bastante mais rápido do que a velocidade a que me apercebi de que as coisas se haviam passado, se é que eu era capaz de fazer tal coisa, nesse momento. No fundo... Que raio de merda estava a acontecer? Não sabia... Tinha sido tudo demasiado veloz para que os meus miolos se prestassem a conseguir acompanhar cada passo. Mas o grito... Esse, eu ainda o ouvia, tão estrondoso como de início.

Todo o cenário à nossa volta havia parado. Por minha vez, eu sentia os joelhos dormentes contra o chão, a cabeça vazia, a falta de força nos músculos e, simplesmente, não era capaz de traçar nem um simples movimento de piscar os olhos. Estava imobilizado. Não conseguia fazer mais do que ouvir a voz dele. Se é que era mesmo ele quem gritava. Não conseguia reconhecer o dono daquele tom. Talvez fosse mesmo verdade, diziam que os Ajin eram capazes de parar o tempo, de imobilizar os humanos com o seu grito, ao pressentirem o perigo por perto. E se o Kei era capaz de fazer algo assim... Talvez ele fosse mesmo menos humano do que aquilo que eu me forçara a acreditar.

As minhas mãos já não tremiam. Aos poucos, notava a arma ao meu lado no chão, quando consegui finalmente mexer os olhos, ao de leve. Ainda sentia o corpo meio dormente, ainda doía a respirar, mas eu já o conseguia fazer. Mas que... Raio...?

- Kai... Kai, anda!

Fui-me conseguindo pôr de pé, fazendo um esforço quase sobre-humano para me levantar e ser capaz de correr, dessa vez, quando ele me arrastou, praticamente, dali. Consegui olhar para trás de relance, vendo a rapariga deitada no chão, ao lado de Okazawa, que ainda não se mexia por conta da dormência a que continuava sujeito. Talvez... Fosse diferente para mim, talvez o Kei não me tivesse querido afectar tanto e, por conta disso, eu me houvesse conseguido mexer bem mais cedo do que seria suposto.

- Não podemos... Deixá-la ali, Kei... – ainda tentei dizer, querendo pará-lo e fazer com que ele me ouvisse, por uma vez que fosse. Vi-o pegar na arma que ficara exposta no chão, ao meu lado, e pô-la no bolso de trás das próprias calças.

- Chamamos a porra de uma ambulância e mandamo-los aqui, a miúda vai precisar de um médico e nós não temos como a ajudar, agora – sentenciou ele simplesmente, não olhando sequer na minha direcção, quase como se temesse que eu o fizesse mudar de ideias, por milagre – Mas nós vamos embora, os dois. Temos de pirar-nos antes de alguém chegar, ou somos nós quem vai precisar de ajuda e não ela.

Arrastou-me mato adentro, continuando pura e simplesmente a caminhar, sem olhar para trás. Não o voltei a contestar, limitando-me a segui-lo, dessa vez em silêncio, conseguindo ouvi-lo a chamar a ambulância – usando-se do meu telemóvel – entre os passos que íamos dando, à medida que nos embrenhávamos através dos arvoredos, cercados pela penumbra forte da noite.


Notas Finais


E aí? Opiniões? Críticas?
Acham que mereço? =P

Em princípio, postarei o próximo Capítulo na próxima semana. Ele já está pronto mas vou aguardar um pouco para ir dando uma revisada antes disso, por favor, entendam.

Até ao próximo Capítulo !!
Beijinhos a todos, meus leitores mais-que-lindos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...