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História Without You - (Capítulo XVII) Things I didn't do for you


Escrita por: SahhChan

Notas do Autor


:autora chega de fininho, ainda com o escudo que trazia em punho no Capítulo anterior:

Oiee meus amores, tudo bem com vocês?
Espero que sim ;)

Pois bem, eu sei que provavelmente muitos de vocês me odiaram no último "episódio" dessa aventura, mas espero que ainda queiram ler a continuação =P Vamos, por favor, dêem-me uma oportunidade, prometo que não se vão arrepender :3

Agradeço muito a quem leu, favoritou, passou a acompanhar, adicionou às Bibliotecas e comentou, mesmo que tenha sido para me lembrar que eu era bastante cruel - brincadeirinha, vocês são uns amores e entenderam bem as minhas ideias, no geral -, muito obrigada por isso, por sinal =)

Agora, sem demoras, vamos ao Capítulo e vejo-vos nas Notas Finais =D

Capítulo 18 - (Capítulo XVII) Things I didn't do for you


11.22 a.m

- Finalmente dignaste-te a atender, Nagai-Kun.

Senti o coração bater aceleradamente no mesmo instante em que a voz disse o meu nome do outro lado. Aquele era o telemóvel do Kai, como é que era possível que...?

- Como é que sabe que...?

- Ah, eu sei várias coisas. Uma delas é que o rapaz que viaja contigo é um humano e não um Ajin, como nós.

Virei os olhos na direcção dele, ainda adormecido ao meu lado. Não respirei. Tudo era uma questão de eu saber manter o sangue frio naquele momento e, sem dúvida, eu era um mestre nessa parte. Avaliando a situação, eu já sabia dizer duas coisas que podiam piorar ou melhorar as minhas hipóteses se eu soubesse maquiná-las e lidar com elas da maneira que fosse mais benéfica para mim: Um, o dono daquela voz era um Ajin e não me parecia estar encarcerado nas instalações do Governo para estar a falar tão à-vontade comigo daquela maneira, o que não deixava de ser curioso, porque me deixava a pensar que seria mesmo possível escapar-lhes por baixo das barbas. Eu não ouvia falar da existência dos Ajin desde que tinham apanhado aquele Tanaka Kouji e esse estava mais do que preso. Logo... Aquele que estava a falar comigo era outro tipo qualquer. Dois, ele sabia da existência do Kai. Sabia que eu estava com ele. Isso sim devia deixar-me meio que... Preocupado.

Mas eu preferi não me deter nessa pequena questão.

- Como nós?

Tive sangue frio suficiente para não engolir em seco perante a gargalhada sonora que ouvi, vinda do outro lado da linha. Fosse quem fosse, o sujeito parecia estar francamente a divertir-se com a situação ou, se não estava, era apenas bastante frito daquelas ideias.

- O quão fácil que é fazer a tua curiosidade manifestar-se – o homem fez uma pausa, ao mesmo tempo que a gargalhada se cessou, parecendo dar lugar a um tom tremendamente mais sério, que confesso que me dava uns certos arrepios – Gosto disso em ti, Nagai-Kun.

- Se me vais continuar a enrolar, vou-me despedindo – limitei-me a dizer, simplesmente, contendo um bocejo que não vinha nada a propósito, naquela altura. Ainda estava cansado, tinha os músculos demasiado doridos.

- Se fosse a ti não fazia isso, tenho uma proposta interessante para ti – estive perto de revirar os olhos, bufando de impaciência, em simultâneo.

- Passo. A única coisa que seria suficientemente interessante para mim neste momento além de uma boa noite de sono, seria...

- Poderes viver uma vida sossegada, livre das perseguições do Governo?

Calei-me, no instante em que aquela sugestão fez o meu cérebro despertar, quase que por obrigação. De facto... Aquela era a única coisa que eu queria, por isso mesmo tinha fugido, sem olhar para trás.

- Sou todo ouvidos.

- Muito bem – o tipo pareceu um pouco mais satisfeito, do outro lado – Há um armazém abandonado perto do local onde estás agora. A uns cerca de 5 quilómetros, mais ou menos.

Senti a testa franzir-se automaticamente, ao mesmo tempo que eu formava aquela pergunta na minha garganta.

- Como é que sabe onde...?

- Terás a resposta a essa e a todas as tuas perguntas quando chegares. Tudo a seu tempo, Nagai-Kun.

Contive a vontade de soltar um suspiro. Já devia saber que não valia de nada questionar as suas fontes, aquela espécie de doido não iria revelar nada sobre isso, por enquanto. Okay... Certo... Agora... Nada de revelar nervosismo... Guarda para depois essa parte, Kei.

- Certo.

- Ah... E outra coisa.

- O quê? – permiti-me perguntar.

- Talvez seja melhor deixares o teu amigo onde está. Não queremos que ele se magoe acidentalmente se este encontro correr mal.

“Magoar acidentalmente...”

Sim, podias fazer com que ele se magoasse acidentalmente, era uma boa razão. Claro que era.

... Era, não era?

Ou, talvez, só estivesses a ser um grande estúpido, porque ele iria odiar-te quando acordasse e não te encontrasse aí depois da noite que vocês tiveram.

... Idiota...

- Ah, por favor, cala-te! – parei no meio do caminho, gritando, já enervado de todo, levando as mãos à cabeça enquanto sentia o meu cérebro fritar dentro do crânio. Eu já não suportava aquela moinha, aquelas acusações mentais que eu próprio tecia a mim mesmo, desde a altura em que resolvera pegar nas coisas e abandonar aquela clareira, sem olhar uma única vez para trás. Baixei a voz depois, mantendo a merda da crise existencial reservada aos meus botões – Estavas a pensar nele, cérebro estúpido, só isso. Foi por uma boa causa.

Ou porque foste um idiota...

... Não, eu ia matar-me. Ia. Porque talvez se eu me matasse com qualquer coisa afiada que achasse por ali, o meu cérebro acabasse por desligar aquele canal da rádio e, quando eu voltasse à vida, a lengalenga que ia tocando naquela frequência já fosse outra e fosse menos cansativa...!

Okay, talvez essa não fosse uma tão boa ideia assim, eu precisava dos miolos a funcionar correctamente, as coisas não podiam correr mal agora, visto que eu ia a uma porcaria de um armazém qualquer, para me encontrar com um sujeito que nunca vira na vida e que ligara do nada para o telemóvel do Kai à minha procura. Não era nada assustador e muito menos tinha um quesito de suspeito, por aí além...! Sim, eu estava a ser irónico.

E sim, isso mesmo, o que é que podia correr mal no meio daquilo tudo? Talvez eu acabar de arrancar os cabelos, para impedir o meu cérebro de divagar ainda mais na merda na qual eu já estava tão agradavelmente encharcado até ao pescoço? Aquilo ia ser fácil, ora essa...!

... Não vai. Quem é que queres enganar?

Oh, vá lá, eu não fazia a mais pálida ideia de quem era aquele tipo louco! E se ele só me quisesse atrair para uma merda de uma armadilha, se só quisesse arranjar uma porcaria de uma forma de me apanhar e me entregar ao Governo e, para isso, tivesse vindo com aquela conversa toda para cima de mim de que era um Ajin e teria respostas e uma boa maneira de eu conseguir viver livre, longe das atenções alheias? Ele até podia estar a mentir no facto de ser como eu... Afinal, só haviam dois Ajin conhecidos ainda e os dois, pelo que eu sabia, eram mantidos cativos, algures, sob ameaça de serem perigosos para os humanos. Isso era público, toda a gente sabia! Então por que raio eu tinha caído naquela puta de intrujice? Eu era idiota?

Era. Sem dúvida. Estava tão desesperado por uma merda de uma saída daquela confusão toda, que só tinha conseguido atolar-me em mais bosta por mim acima, ao optar por vir ao encontro deste chanfrado. Eu só queria... A porra de uma oportunidade de começar de novo, de ser livre, de não ter a porcaria de um alvo nas costas, era pedir muito ser merecedor dessa merda?

Parei de repente, olhando para trás, indeciso sobre continuar o meu caminho ou não. Já devia faltar muito pouco para chegar ao tal armazém, embora eu já tivesse as minhas pernas bambas de cansaço e só me apetecesse parar e deitar-me um bocado. Eu nunca gostara muito de calor, sentia-me imundo e estava esfomeado. O que eu não dava por poder estar deitado, sossegado, debaixo de uma árvore, à sombra, perdido no silêncio e com um saco de gomas para poder devorar à vontade. Passaria o resto da minha vida assim, não pedia mais nada. Seria tudo perfeito se fosse dessa forma.

Mas, bem... Eu já não podia voltar atrás, não era mesmo? Qualquer coisa era melhor do que correr o risco de ser apanhado e, se houvesse uma hipótese de aquele homem ser mesmo um Ajin e saber uma forma de eu me esconder e desaparecer até as coisas acalmarem para o meu lado, eu iria vê-lo ao cabo do mundo, se fosse preciso.

Enxuguei o suor do pescoço e da nuca, voltando a puxar as mangas dobradas da camisa para cima, o mais que consegui. Ele de facto... Era bem mais entroncado do que eu, eu sentia-me um bocado a nadar naquele tecido. Detive-me um bocado de olhos postos na manga que dobrava naquele instante, fixando as marcas vermelhas do sangue dele ali. Ele... Era mesmo um palerma, era tão a cara dele magoar-se e não dizer nada só para não me deixar preocupado. Talvez... Na altura em que ele o fez, receasse que eu me pusesse a pensar em deixá-lo por conta daquilo, para não o magoar mais. Como se, alguma vez, em alguma porra de universo alternativo, eu me fosse preocupar se o magoava ou não.

Não era que eu não gostasse do Kai. Todas as coisas que eu havia dito eram verdadeiras. O meu pedido de desculpas tinha sido sincero. Às vezes, eu sentia-me bastante mal com o que tinha acontecido há seis anos atrás, com o facto de ele parecer sempre propenso a voltar a agir como quando éramos pequenos e eu me limitar a seguir a minha vida em frente, totalmente sobre os conselhos da minha mãe, que teimavam em dizer-me que ele não era boa rés e não me iria ajudar em nada, se eu quisesse ter um bom futuro. Tudo bem, eu reconhecia isso. Era egoísta o bastante para pensar assim, ainda mais depois da reviravolta que tinha assombrado a minha vida nas minhas últimas horas. Eu era egoísta, era calculista, não sabia retribuir favores, tudo bem. Eu aceitava que ele me acusasse, que nunca mais quisesse olhar na minha cara.

... A bem dizer até era melhor assim.

Eu nunca tivera nervos para ser aquele melhor amigo de que ele falava. Eu não era como ele. Não me importava minimamente se deixava alguém para trás, desde que as minhas costas estivessem salvas e eu me mantivesse no meu sossego, na minha segurança, mesmo que fosse só comigo. E não que ele não fosse um bom amigo... Na verdade, ele era a melhor pessoa que eu alguma vez conhecera... Mas, inevitavelmente, também era a mais burra de todas. Por muito que me custasse admiti-lo, começava a ver isso. Ele tinha acreditado sobre todas as possibilidades que o que acontecera entre nós seria o suficiente para me fazer ficar. Não pensara nem por um segundo que, talvez, pudesse haver algo que fosse mais importante para mim do que amor. Eu não me interessava muito por amor. Não tinha sido ensinado a agir consoante os meus sentimentos, a respeitá-los ou a permitir-me segui-los, alguma vez. Mas isso não queria dizer que não os tivesse, que não sentisse nada. Eu ainda conseguia sentir. Isso, mesmo eu sendo a porcaria de um Ajin, ou uma tábua sem coração como era, ainda me sentia capaz de fazer. E não era fácil.

Ou ele julgava que tinha sido plenamente fácil deixá-lo, desta vez?

Não, não tinha. Porque cada passo que eu me afastava, aquelas imagens da noite anterior assaltavam a minha cabeça como pedras a quererem tomar conta do meu cérebro estúpido e a dor que me cortava o peito era tão afiada como punhais, a penetrarem-no sem dó nem piedade. Por muito que ele fosse burro, que todas as vezes eu voltasse a fazer a mesma merda, tudo me levava a ele. Tudo me fazia temer por ele e eu odiava essa sensação. Porque tornava-me demasiado dependente. É claro que mais tarde ou mais cedo eu teria de abandoná-lo. Ele podia magoar-se a sério, podia ferir-se ainda mais e isso não podia fazer parte dos meus planos. A bem dizer, seria bem mais fácil escapar se a fuga fosse arriscada e cada risco que eu me tinha de prestar a correr para isso, podia levar à morte. E, no meu egoísmo... Eu não podia permitir que o Kai morresse. O Kai não. Ele, eu não podia perder.

Por isso, sim. Ir embora era, sem dúvidas, a melhor opção que eu podia tomar. Ir embora, deixá-lo sem telemóvel – de modo a não poderem rastreá-lo, porque, confesso, aquele maníaco ter o número dele e saber a nossa localização com tanto detalhe, tinha-me deixado de pé atrás – e no meio do nada, sozinho. Quanto menos pessoas soubessem onde ele estava melhor. Dar-lhe-ia o tempo necessário para se recompor e escapar dali. Porque eu sabia que ele se ia recompor depois daquilo. Mesmo que nunca mais olhasse na minha cara, o que eu sinceramente já esperava. Talvez isso fosse necessário, pela segurança dele. Para dizer a verdade, nós estaríamos melhores separados naquele momento. Eu só tinha de rezar internamente para que aquele idiota fosse para casa do avô e ninguém o conseguisse ligar a mim.

Fui vendo o armazém aproximar-se ao longe, suspirando e olhando para as horas no telemóvel, antes de percorrer o cenário em volta, atentamente. Não via ninguém nas redondezas, o sítio, de facto, estava deserto. Só esperava que não fosse uma emboscada, que os meus instintos que me gritavam a plenos pulmões, como se pressentissem uma ameaça iminente, estivessem absolutamente errados. Tinha de haver uma esperança para mim. Eu não ia desistir até conseguir encontrá-la e não ia ser um tipo louco que se ia meter no meu caminho, sem eu dar luta alguma.


Notas Finais


Eeee pronto... Podem voltar a ficar com raiva de mim outra vez, eu deixo xDD

:autora dá uma risada bem maléfica da vida:

...
..
.

Okay, parei.
Perdoem-me.

Bem, este Capítulo do Kei já estava prometido há milhentos e eu resolvi que estava na altura de o inserir e, um pouco, ao seu ponto de vista. Não se preocupem, porque a história vai voltar a ser narrada pelo Kai, mas a visão do Kei era mesmo absolutamente necessária, neste momento - até para vocês não me matarem a mim, não é? Com o Kei já é diferente, posso sempre viver com a morte do Kei, ele acaba sempre por voltar, é um Ajin xDD Está bem, parei de divagar...

Mas, e então? Alguém consegue adivinhar quem ligou para o telemóvel do Kai? Rsrs' aceitam-se apostas xDD - Óbvio que toda a gente vai saber quem é, neh, mas eu posso sempre sonhar que consegui criar um suspensezinho .-.

Muito obrigada por terem lido até aqui, espero que tenham gostado ;)
Críticas construtivas são aceites, já sabem como funciona, a caixa dos Comentários está super aberta para me dizerem tudo o que quiserem, eu agradeço o carinho =D

Tentarei postar o próximo em breve, rezem muito para a inspiração e a criatividade não escassearem aqui deste lado, porque sim, eu sou daquelas que precisa E MUITO disso x)

Até ao próximo Capítulo !!
Beijinhos <33


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