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História Without You - (Capítulo XVIII) Survival game


Escrita por: SahhChan

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem? :3
Espero que sim...

Mais uma vez, acho que tenho que desculpar-me convosco, sei que não tenho sido a melhor das autoras, porque, bem, ando bastante atrasada e faço-vos esperar milhentos anos por um Capítulo... Mas, infelizmente, não tenho mesmo quase tido tempo para escrever - isto de ser adulto e ter de trabalhar para sobreviver torna a vida de um autor um caos --' - por isso, sim, desculpem-me MESMO =(

Agradeço muito a quem, mesmo assim, não desistiu da Fic e continua a ler, favoritar, comentar e adicionar às bibliotecas - eu estou a ver-vos, meus fantasminhas lindos, muito obrigada por me darem uma oportunidade e a esta minha humilde história ;)

Agora, sem mais, vamos ao Capítulo e vemo-nos nas notas finais, como sempre x)

Capítulo 19 - (Capítulo XVIII) Survival game


De facto, nada daquilo agora me estava a soar nada bem.

... É... Isso mesmo, aquela porra não me estava a agradar mesmo nada. Não mesmo.

... Okay, talvez eu tivesse de admitir que, desde que a minha vida passara de pacífica a quase transformada num jogo qualquer, no qual eu tinha de passar todo o tempo em modo survival, dava por mim a ser quase paranóico relativamente à maioria das coisas mais simples. Certo, ainda não haviam passado tantas horas assim desde esse feito, mas eu já me sentia mais que escaldado com cada uma das últimas situações que fora praticamente forçado a atravessar. E isso não me estava a deixar pensar direito, os meus neurónios estavam a trabalhar em modo poupança e eu detestava sentir-me um mentecapto em termos de inteligência porque, bem, habitualmente, eu era tudo menos um.

Talvez aquela coisa de ser um anormal estivesse, definitiva e assustadoramente, mesmo a mexer-me com o cérebro, porque eu sentia-me um filho da puta de um inútil e essa parte conseguia piorar tão mais os meus nervos, que eu, simplesmente, não conseguia deixar de martelar no assunto. O que era mau, pois precisava de estar no auge das minhas capacidades mentais... Mas não estava a conseguir fazê-lo.

Certo. Tudo bem. A coisa poderia ser fácil.

Por muito inexperiente que eu fosse, podia sempre tentar ler o sujeito mal o encontrasse, mesmo que deter algum do meu precioso tempo a analisar os outros com o olhar nunca alguma vez houvesse sido, de facto, o meu forte. A uma primeira vista, ele não me soara a mais do que um doido varrido, mas eu podia sempre dar uma hipótese... Tudo valia se a questão de eu poder ter uma vida normal longe dali, mesmo que apenas de forma hipotética, se encontrava disposta sobre a mesa assim de forma tão aberta. O homem tinha sugerido essa chance, eu só tinha de catalogar se as informações que ele me iria dar serviriam de algo ao meu intuito. Portanto, sim, tratava-se apenas de respirar fundo e arranjar um espacinho para deixar que o maldito do meu tico trabalhasse com o meu teco em conjunto, através das engrenagens certas. Pois bem...

À parte do clima medonho que aquele lugar deixava transparecer, as coisas não podiam ser assim tão más. Tendo em conta que eu tinha, desde o início até ali, já experimentado uma média de duas mortes diferentes no espaço de algumas horas, nada já me poderia, realmente, surpreender. Era uma questão de eu me deixar levar pela brisa, de tentar a minha sorte, de procurar descobrir aquela luzinha milagrosa ao fundo daquele túnel de azares eminentes todos. O que é que podia acontecer de tão mau assim, afinal?

No fim de contas, não era como se eu fosse bater a bota de verdade, pois não?

- Não há nada que me deixe mais satisfeito do que ver que seguem os meus conselhos.

Virei a cabeça a meio de prender-me num pequeno vislumbre mais detalhado daquele aspecto macabro que o musgo dava àquelas paredes sujas e acimentadas que nos rodeavam, acabando por deter-me na direcção de onde aquela voz me chegava... Na figura do homem, cuja voz eu conhecera de imediato, mesmo a tendo ouvido apenas há pouco mais de uma hora, ao telefone. Automaticamente, levei a mão ao bolso como que para garantir o volume do aparelho que guardara, naquele local. Não respondi por palavras, limitando-me a encará-lo.

- Vejo que fizeste tudo como te disse... – o sujeito continuou, ainda imerso nas sombras, a sua voz parecendo deixar transparecer um sorriso na sua expressão facial – És bastante bom a cumprir instruções. Gosto disso nos meus soldados.

Estreitei os olhos, fixando sempre aquele ponto, a mão disposta ainda naquele lugar, como se eu tivesse nem que fosse uma ínfima esperança de que ele achasse que o que eu ali guardava não era apenas um telemóvel, mas uma coisa bem mais perigosa à integridade física dele. Sim... Seria inteligente fazer o tipo pensar que eu tinha uma arma comigo. Bem mais do que, simplesmente, aparecer ali como um pau mandado, sem qualquer género de defesa, no caso de ir direito a uma porra de uma armadilha.

Certo. Respira com calma, agora, e pensa. O que é que ele queria dizer com...

... Soldados?

- Caso não tenha percebido essa parte, eu só vim porque...

- ... Estás à espera que eu seja detentor da tua oportunidade de uma vida nova, eu sei, eu sei – os movimentos pareceram destacar-se quando o homem mudou de posição, as mãos indo direitas aos bolsos das calças e fazendo-me apertar mais aquela que eu tinha encostada ao meu, em resposta – Mas podemos sempre sonhar, não é verdade? Agora... O que achas de acabarmos com as hostilidades e falarmos seriamente sobre as tuas dúvidas?

Levantei a cabeça, esforçando-me por soar mais senhor de mim do que, de facto, me sentia naquele momento relativamente àquele quesito. Na verdade sim, eu tinha um emaranhado de dúvidas, de questões que desejava ver respondidas sobre o ser-se aquilo, aquela coisa, sobre viver naquele sombreado de terror com cheiro a morte por todos os poros pelo resto dos meus dias, mas tinha a sensação de que o mostrar-me atraído pela hipótese de existência de respostas vindas dele, só me faria soar como... Desprotegido.

... E tudo o que não me fazia falta era dar a imagem de vulnerável aos olhos de um desconhecido que, possivelmente, era perigoso e não me parecia exactamente a pessoa mais sã de mente que eu conhecera até àquela data.

- Prefiro falar sobre o meu futuro – disse simplesmente, ousando aproximar-me mais uns passos, a curiosidade sobre ver-lhe finalmente a cara a superar totalmente qualquer vestígio de medo ou cautela que aquele encontro pudesse vir a despertar nas minhas entranhas – Sobre como pensa ajudar-me a fugir e a ter uma vida sossegada longe de perseguições, como me garantiu que poderia fazer.

- Se bem te recordas, eu nunca garanti ajudar-te – ele disse – A única coisa que ofereci foram algumas respostas às tuas dúvidas sobre a tua nova pequenina condição. Há que ser preciso e conciso nas palavras que se põem na boca das pessoas, Nagai-Kun e eu não gosto muito que as ponham na minha, por tudo e mais alguma coisa.

Vi-o desencostar-se daquela ombreira, caminhando em definitivo para a claridade, ao mesmo tempo que me permitia conhecer a sua figura. Não que eu esperasse exactamente alguém com a minha estatura física – porque, pela voz ao telefone, eu percebera que o sujeito era claramente um adulto –, mas tudo o que eu não conseguia esperar era que se tratasse mesmo de... Um velho?!

- Muito bem – optei por dizer, escolhendo não enveredar pelo caminho que me levava a questionar agora muito mais a sanidade do homem, que em circunstâncias normais eu iria achar que já tinha mais do que idade para ter juízo. Mas, bem, admitamos... Talvez aquela coisa de ser Ajin já lhe estivesse presente na vida há tanto tempo que ele acabara por fritar todo por dentro daquela cabeça. Havia que colocar todas as hipóteses que fossem, nem que fosse em parte, válidas em cima da mesa – Vou fazer-lhe algumas perguntas, sendo assim.

A minha conclusão pareceu agradar-lhe. Ele sorriu.

- Venham elas.

Suspirei, antes de começar.

- Há quanto tempo é um Ajin?

Ele pareceu ponderar na resposta a julgar pelo tempo que demorou a formulá-la, mas manteve-se fixo em mim, sempre exibindo aquele ar intermitente entre o entusiasmo e uma certa dose de ansiedade.

- Mais do que consigo contar.

Aquilo nem sequer era uma resposta concreta.

- Quantas vezes já morreu?

- Incontáveis, acho eu.

... E ele continuava sem me dizer nada que prestasse.

- Eu sou o único Ajin que conhece?

- Claramente não.

- Quantos?

- Os suficientes.

- Suficientes para quê?

- Estou a sentir-me o centro das atenções, Nagai-Kun, tenho a certeza que não irias querer tomar esse caminho, acredita em mim.

Cerrei os punhos, continuando a fixá-lo daquela forma. Resolvi tentar penetrar aquele forte de informações através de uma outra ruela. Talvez por ali eu conseguisse saber algo que me ajudasse, verdadeiramente.

- Porque é que os Ajin voltam sempre que morrem?

- Aposto que nunca te ocorreu que a resposta fosse tão óbvia como dizer que fosse por sermos imortais, pois não? – ele respondeu, com um tom ainda mais trocista do que usara até ali.

Não consegui conter-me a revirar os olhos perante as suas palavras. Ele pareceu perceber a minha insatisfação, mas nem por isso os seus lábios perderam os vestígios daquele sorriso escarninho, que eu começava sinceramente a perceber que me dava uns certos calafrios.

Não me pronunciei, dessa vez. O sujeito continuou a encarar-me, acabando por erguer os braços no que pareceu ser um princípio de desespero dramático, ao ver que nada me saía pela boca.

- Não me vais perguntar o óbvio?! – deixou cair os braços ao redor do corpo, fixando-me, prontamente, o volume da sua voz erguendo-se uns quantos decibéis, mas não os suficientes para fazer os meus tímpanos colapsarem com o barulho – Se não existe, de facto, uma forma de sermos mortos?

Ergui uma sobrancelha, quase automaticamente.

- Existe? – limitei-me a perguntar, fazendo eco das suas palavras na minha mente.

Por norma, era impossível matar um Ajin. Quer-se dizer, não teoricamente impossível, mas na prática. Nós morríamos sim, várias vezes, mas conseguiríamos sempre regressar, de todas elas. Por muito dolorosa ou cruel que fosse uma maneira de se ser morto, ser um Ajin significava superá-la, ir contra todas as leis de uma perspectiva de vida e morte que se viam nos meros humanos. Ser um Ajin... Era estar sempre presente. Um pouco à semelhança de... Um Deus?

Morrer era sempre a saída mais fácil, mas eu já vira o suficiente naquelas horas para saber que ela nunca seria menos dolorosa. Porque morrer era doloroso, não importava quantas vezes se tornasse à vida ou sequer se éramos sequer capazes de fazê-lo. Mas, convenhamos, morrer livrava-nos de uma perna partida ou de um traumatismo grave. Um Ajin recuperava totalmente a mobilidade ou a consciência se morresse e, depois, retornasse. Isso já me tinha acontecido, inclusivé, certo?

Só que... Se, no final, existisse a possibilidade de sermos mesmo, de facto, mortos... De que é que valia essa capacidade? Por quanto tempo duraria? Quantas vezes... Um Ajin seria capaz de morrer até todas as hipóteses de retorno se cessarem? Haveria um número máximo para isso?

O sorriso voltou-lhe aos lábios ao denotar o meu súbito interesse de regresso, antecipando uma breve e sonora gargalhada, que eu não soube classificar como algo mais do que outro dos aspectos chave que compunham toda aquela sua personalidade, simultaneamente misteriosa e meio louca, numa mesma medida.

- Claro que existe, Nagai-Kun! – ele exclamou. Eu mantive-me quieto, calado, os punhos apenas cerrados no mesmo sítio, só esperando que o seu discurso continuasse e ele me dissesse, finalmente desta vez, tudo aquilo que eu precisava de saber, naquela altura. Agora, o meu interesse não era meramente regido pelo como viver sossegadamente longe das atenções alheias, mas também saber o por quanto tempo isso seria possível – Alguma vez viste a série Highlander?

Arqueei as sobrancelhas. A sério? Ele ia usar aquele tipo de referências como exemplo? O que éramos nós? Personagens de uma porra de uma série, agora?

- Acredito que não conheças, é legítimo. Essa série não deve ser do teu tempo – quase lhe senti uma ponta de nostalgia naquelas palavras, posso confessar... – Mas de certeza que os teus pais ou avós se lembram bem dela. Toda a trama pulsava o tema imortalidade pelos poros. Sabes como matavam aqueles que eram imortais, nessa série?

Não respondi.

- Cortavam-lhes a cabeça – respondeu ele – Aliás, acredito que foi com essa série que a ideia de cortares a cabeça de um imortal e ele não regressar mais, nasceu.

Continuei a olhá-lo, ficando confuso, de repente. Aquela comparação usada tão de repente, parecia demasiado estúpida para ser tão descabida assim, se não correspondesse a...

- Quer dizer que... – tentei organizar as ideias e ir pondo tudo no lugar respectivo – Se nos cortarem a cabeça...

- A nossa personalidade como é também morre – disse ele – Quando um Ajin morre e ocorre uma regeneração, é sempre a partir da parte maior do corpo morto que voltamos a ressuscitar. Imagina, Nagai-Kun, o que aconteceria se eu cortasse a tua cabeça e a mantivesse separada do teu corpo, o suficiente para que os dois pedaços não se pudessem regenerar de uma forma que fosse natural para nós. Sendo a parte maior o teu corpo e o teu cérebro estando tão longe, ver-te-ias nascer ao longe, sem poder fazer nada, talvez com uma personalidade diferente daquela que tens. Consegues imaginar até que ponto poderias ser alguém distinto do que és? O quão fascinante isso podia vir a tornar-se?

Demorei um bom tempo a assimilar cada um dos componentes daquelas informações todas... E não sei exactamente como fui capaz de processar cada uma, de forma a não soar mais assustado do que deveria.

... Não soava estúpido eu estar assustado, era compreensível...

... Certo?

- Não vejo... Por que motivo isso pode ser uma coisa fascinante – limitei-me a dizer, tentando parecer frio, como de costume, apesar de sentir o meu coração aos saltos no peito, nem eu sabia bem o porquê.

Ele estreitou os olhos na minha direcção, recolhendo um pouco os seus próprios movimentos, bem como a voz que também ainda lhe caminhava defronte a mim.

- Não subestimes o poder do teu interesse para a nossa causa, meu rapaz.

- “Nossa causa”? – perguntei, antes de notar o sorriso regressar-lhe aos lábios, uma vez mais e de ele se aproximar, ao mesmo tempo que eu não fui capaz de recuar nem um passo, subitamente curioso com aquelas duas palavras – De que tipo de causa estamos a falar e que deveria ser a nossa?

... “Nossa”, de quem, já agora?

- A causa que defende que nós, Ajin, temos direitos – ouvi-o explicar, o seu semblante parecendo, de repente, bem mais sério – E que iremos lutar por eles usando-nos de tudo o que for necessário.

Continuei a fixá-lo.

- E quer que eu o ajude a lutar por esses direitos, é isso?

- Mais dois braços são sempre bem-vindos quando a causa é nobre – senti a ponta dos seus dedos praticamente assaltar o meu espaço pessoal quando eles se encostaram ao meu peito. Dei um passo para trás no mesmo instante, descendo os olhos na sua direcção, para achar a mão que ele me estendia, como se esperasse que eu lha apertasse numa espécie de cumprimento. Uma espécie de sociedade... Era isso que ele me estava a oferecer?

Voltei a erguer os olhos na direcção dos seus, sem devolver o aperto de mão.

- Como sei que posso confiar em alguém de quem não sei nem ao menos o nome?

O sujeito manteve a mão na mesma posição, os olhos ainda presos na minha figura, aquela expressão que me preocupava o bastante não saber desvendar, bem explícita no rosto. Eu não sabia, de todo, o que ele pretendia e não ter o controlo da situação não era aquilo de que eu mais gostava. Não ansiava que aquilo se virasse mais um jogo de fuga e sobrevivência para o meu lado e, acima de tudo, não... Eu não confiava naquele tipo. Pelo menos a princípio.

- Tens razão, já deveríamos ter ultrapassado essas formalidades – disse ele – Chama-me Satou.


Notas Finais


E.... Parece que o Kei tomou conta desta Fic por mais um Capítulo - eu garanto que, por enquanto, será o último, mas eu achei meio que necessário alongar a visão dele por mais um pouco. No próximo, pelos meus planos, voltaremos ao Kai e poderemos saber, finalmente, o que andará aquele feijão loirinho lindo a fazer da sua vida, sozinho e abandonado numa floresta qualquer rsrsrs' eu sou tão má, eu sei xP

Até lá, espero poder voltar a postar em breve e me perdoem se não for tão rápido quanto eu gostaria e vocês estariam à espera... Mas, por favor, peço-vos que não desistam de mim, esta Fic vai continuar, vou dar o meu melhor por isso ;)

Beijinhos e até ao próximo Capítulo x)
Até lá, meus lindos e lindas!! <33


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