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História Without You - (Capítulo II) A big, big trouble...


Escrita por: SahhChan

Notas do Autor


Oiii, estou de volta xDD
Bem, passei rapidinho para vos deixar com mais um capítulo da Fic.
Fico muito feliz por estar a receber críticas sobre ela, estou bastante entusiasmada e com vontade de continuar a escrevê-la para vocês x) Obrigada a quem já acompanha e quem comentou - ~Lihnfa agradeço MU-I-TO, de coração xD
Agora, sem mais demoras...
Vamos ao capítulo e boas leituras :3

Capítulo 3 - (Capítulo II) A big, big trouble...


3.45 p.m

Aquela tarde apresentara-se, desde cedo, demasiado chuvosa. A madrugada alongara-se demais, acabando por trazer um dia mais frio do que era costume, naquela época do ano. As minhas aulas acabaram por volta da hora do almoço e dei por encerrado aquele dia quando entrei no café ao lado da escola, para comprar algo que se comesse.

A grande maioria dos alunos já se tinha dirigido rumo a suas casas, eu devia ser dos poucos que não optara por ir directo para a minha, apesar do alerta de tempestade que tinha sido dado nas notícias daquela manhã. Sentara-me no parque de estacionamento da loja, sobre o lancil do passeio, comendo calmamente. Não tinha assim tanta pressa como isso, eu até que gostava da chuva, portanto não me importava de apanhar uma ligeira molha no caminho de volta.

Não passava muita gente por ali àquela hora, ainda mais depois de mais de metade do liceu ter sido dispensado das aulas da tarde. Pelo menos, eu tinha algum sossego... Não haviam os habituais olhares, os comentários depreciativos... Nada de todas aquelas coisas que eu costumava odiar, mas às quais já estava tão acostumado.

Tirei o telemóvel da mala para ver as horas, aproveitando para verificar a temperatura porque parecia que tinha ficado ainda mais frio, de repente. Até que não tinha subido muito, mas era melhor apressar-me a acabar de comer porque, mesmo não sendo por aí além de friorento, isso não me não me impedia de adoecer facilmente como qualquer outra pessoa, quando a diferença de temperaturas era muito brusca demasiado rápido. Foi quando me preparava para dar uma das últimas dentadas no pão que o vi.

Não liguei minimamente a nenhum dos rapazes que vinha com ele. Levantei o braço que tinha a sandes na mão num pequeno gesto de cumprimento, ao qual, para não variar e como sempre acontecia, ele não respondeu. Notei pela forma como todos eles me olhavam, entre risos, que devia ser eu mesmo o assunto que comentavam entre si. Não liguei. Eu nunca ligava, sinceramente. Era mais fácil para mim agir dessa forma, dava menos asas a reabrir feridas porque esse feito era tudo o que eu não precisava, de todo.

Deixei-me ficar a olhá-lo até o ver desaparecer pela esquina, seguido pelos outros. Aos poucos, as vozes foram-se dissipando até também elas me desaparecerem pelos ouvidos, através do barulho de alguns carros mais próximos, que se atravessavam pela estrada. Acabei de comer, pegando no saco e pondo-o ao ombro, como era meu costume. Deitei o pacote do sumo e o papel da sandes no caixote ao meu lado depois de me pôr de pé, acabando por, eu também, tomar o meu rumo de regresso a casa, finalmente. Mas o estrondo que ouvi ao dobrar a esquina fez as minhas pernas bloquearem, de imediato.

A uma primeira vista, não era nada que me interessasse. Um camião estava parado no meio da estrada, algumas pessoas gritavam com o motorista, desde a direcção do passeio. A maioria das palavras não se distinguia bem, na verdade. Mas dava para perceber-se, mais ou menos, o que teria acabado de acontecer.

Ao que parecia, um jovem havia atravessado a estrada e sido colhido pelo camião, mesmo estando na passadeira. Pelo que eu conseguia distinguir entre os gritos, o sinal estava vermelho para os automóveis, ou seja, no caso de o jovem estar morto, tinha acabado de ocorrer um homicídio nem há uns dez minutos atrás.

Não me aproximei. O assunto não me dizia respeito, eu sabia melhor do que ninguém o resultado que dava quando nos implicávamos nas coisas sem conhecimento de causa. Não estava perto, não tinha visto nada, nem ao menos testemunha do ocorrido eu poderia vir a ser. Portanto, o melhor era, de facto, virar costas e retomar o meu caminho. Era isso que eu teria feito... Se não tivesse reconhecido um dos rapazes do grupo que gritava com o motorista.

Automaticamente me voltei. Os meus olhos varreram todo o magote de pessoas que ali se aglomerava, a procurarem-no, desesperados. Não o via em lado algum... Não via... O Kei em lado algum. Merda...

Ia para me aproximar quando os gritos recomeçaram. Foi tudo demasiado rápido. Mesmo o meu coração acelerou sem que eu o pudesse controlar, ao notar o momento em que ele saiu de debaixo do veículo. Inteiro... Completamente são, sem quaisquer danos, no corpo ou onde fosse. Rodeado de partículas negras que enchiam o ar. Mas... O que raio é que...?

Pus-me à esquina, tendo a quantidade de sangue frio suficiente para apenas observar a cena escondido.

Ele... Parecia assustado. Assustado demais.

Sacudi-me mentalmente. Claro que ele estaria assustado.

Toda a gente sabia o que o Governo fazia quando alguém morria e voltava são como um pêro, sem causa aparente. Haviam vídeos disso espalhados por toda a Internet... O Governo distribuía voluptuosas recompensas a quem os identificasse e denunciasse o seu paradeiro. Era como se o facto de não se morrer fosse considerado uma epidemia, uma ameaça à sobrevivência da espécie, ao prolongamento da humanidade. Nem dava para perceber essa ideia, o próprio conceito era totalmente contraditório desde a primeira palavra que se lhe aplicava. Os Ajin não eram uma ameaça à nossa existência... Eles perpetuavam-na. Eram apenas... Tinham apenas condições de vida distintas. Não morriam. Era a única coisa em que se opunham a nós, seres humanos, a meu ver. Eles não deixavam de ser gente por conta disso. Ser um Ajin apenas lhes atribuía características meio que... Especiais. Era um ponto de vista complicado de explicar à maioria das pessoas, pelos vistos. Ou, se não tão complicado de explicar, deveras difícil para elas de entender, ao que parecia. Porque continuavam a temê-los... A fingir que não sabiam o que o Governo fazia com eles quando os conseguia capturar... Como se não conseguissem ter um acesso plenamente livre a essas imagens. O que me levava a concluir que... Bem... Eles não deviam ser assim tão maus como isso. Além do mais...

Oh, vá lá... Além do mais, era do Kei que estávamos a falar, neste momento! O Kei. O mesmo Kei que eu conhecia desde há uns seis anos e que fora o primeiro miúdo a brincar comigo, mesmo quando eu parecia ser tão estranho aos olhos das outras crianças. Não era sequer ele que... Era aparentemente perigoso. Ele não tinha nada de perigoso, nada de errado, era a pessoa mais estupidamente normal que eu conhecia. Tão estupidamente normal que isso era completamente humano da parte dele. Como é que as pessoas podiam achar que ele... Que ser um Ajin o tornava... Perigoso? Como é que isso lhes podia sequer ousar passar pela cabeça? Eles nem mesmo o conheciam direito...! Não o conheciam... Da maneira que eu conhecia. Não conheciam a pessoa que ele realmente era, limitavam-se a julgá-lo e nada mais. Tal como faziam, habitualmente, comigo. Tal como... Toda a gente tinha feito com ela. Isso não era, de todo, justo. Eu não o achara na altura e não iria passar a achar tal coisa agora, do nada. A minha opinião sobre o assunto não iria mudar.

Só tinha a certeza de uma coisa...

Ele iria precisar de ajuda. E já que ninguém ousara fazer isso pela minha mãe, eu faria as coisas de forma diferente por ele. Eu iria fazer de tudo para quebrar o ciclo. Nem que fosse somente para garantir que a minha consciência podia ter algum descanso, quando eu deitasse a cabeça no travesseiro. 


Notas Finais


E pronto, aí está ele :3
Parece que a tensão vai começar nessa história, hehe ' já não era sem tempo, não acham? x)
Aguardem para saber mais, logo logo sairá mais um capítulo, gente xDD
Beijinhos para todos e até ao próximo! ^o^


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