1. Spirit Fanfics >
  2. Without You >
  3. (Capítulo V) We're leaving - Part II

História Without You - (Capítulo V) We're leaving - Part II


Escrita por: SahhChan

Notas do Autor


Oiiiiiiisss xD
E cá estou eu de volta com mais um Capítulo x) De facto, eu estou AMANDO escrever nessa Fic, está ficando bem do jeito que eu planeei e estou muito empolgada. Fico muito feliz que estejam a gostar também, obrigada a quem leu, comentou e a juntou aos seus favoritos e bibliotecas ;) Isso me deixa mesmo muito feliz e agradecida a todos vocês, meus leitores lindos =D
Esse Capítulo saiu um pouquinho maior que os restantes... Mas era necessário.
Espero que gostem...

... Boas leituras =P

Capítulo 6 - (Capítulo V) We're leaving - Part II


Como é que ele... Nunca notara isso antes?

Como é que eu, agora, conseguia agir como se nada se passasse se aquele assunto ainda estava tão pendente entre nós dois? Ele... Nem ao menos... Conseguia perceber. Nem ao menos... Tentara... Alguma vez, remediar as coisas. Nunca. Nunca, caramba... Era suposto eu estar o quê, perfeitamente satisfeito com isso??!

Vi-o abrir a boca para começar a falar, mas as palavras não lhe saíram... Nem uma que fosse. Que se lixasse mesmo! Eu conseguia ser minimamente altruísta, fazer algo grande pelos outros que não fosse apenas para me beneficiar a mim próprio, que não tivesse em vista esse ponto. Era esse o tipo de pessoa que eu era. Ia manter-me fiel a esses princípios, estando magoado, chateado, ou outra merda qualquer que estivesse. Eu não conseguia ser diferente de mim mesmo. Especialmente tratando-se dele.

Eu ainda o considerava o meu melhor amigo. Era o momento de provar isso mesmo. Não havia tempo para pensar em mágoas pendentes ou chatices passadas. Tinha de pôr isso para trás das costas, agora.

- O que quer que vás dizer... – comecei – É melhor que esqueças as palavras. Não vale a pena desenterrar certas coisas, elas não farão bem a nenhum de nós.

Ele limitou-se a acenar, o rosto acabando por encarar a direcção do chão.

Não disse nada, limitando-me a ir lá dentro pagar a gasolina. O sujeito que me recebeu não se deu nem ao trabalho de me olhar sequer. Sem nem ao menos tirar os olhos do jornal, recebeu o dinheiro sem fazer perguntas. Agradeci e saí, voltando a encaminhar-me até à mota. Peguei no meu capacete em silêncio, pondo-o na cabeça e, em seguida, montando-me na mota imediatamente. Não demorou a que o Kei fizesse o mesmo, após se ter levantado do lugar onde ficara sentado até ali.

Fiz-me novamente à estrada, acelerando mal consegui embrenhar-nos nela, um pouco mais adiante.

O ar estava mais frio. À medida que ia ficando mais escuro, inevitavelmente, o tempo ia arrefecendo e, mesmo com aquele casaco que eu trazia vestido, conseguia já sentir-me um bocadinho menos confortável. Calculava que estivesse a acontecer o mesmo com ele... Porque, a cada quilómetro, à medida que íamos avançando na estrada, os seus braços me iam rodeando com mais força. Entre isso e o receio de cair acidentalmente da mota a meio do caminho, imaginava que as razões fossem válidas para que ele aceitasse viajar naqueles preparos.

Não falámos durante, pelo menos, mais uns vinte minutos. Eram poucas as viaturas que passavam por nós àquela hora e, a cada vez que uma o fazia, ele tinha ao menos o bom senso de se lembrar de desviar a cara na direcção das minhas costas para evitar ser reconhecido, à vista desarmada, por alguém. Parecia estar a resultar, pelo menos até agora...

- Ei... Kai...?

- Hum?

- Não achas que... Devíamos parar para descansar em algum lado? – ouvi-o perguntar, em voz baixa, praticamente na direcção do meu ouvido para que eu conseguisse perceber o que ele dizia, devido a todo o barulho que a mota ia fazendo no seu percurso – Deves estar exausto e... Eu também... Era boa ideia poder fechar um bocado os olhos e comer qualquer coisa, se possível.

Suspirei, ao de leve, só conseguindo responder-lhe depois de outra mota ter passado por nós em sentido contrário, quando o barulho da mesma se dissipou, finalmente, por uns instantes.

- Certo. Talvez possamos fazer isso, sim.

Olhei em volta, procurando um caminho à saída da estrada, para que pudéssemos ficar em segurança por umas horas, escondidos em algum lugar longe de vistas alheias. Ainda tive de acelerar por mais uns metros até conseguir avistar algo parecido com isso, mas não consegui embrenhar-me por ele e fui forçado a seguir adiante.

Não sei como o sujeito conseguiu alcançar-nos, novamente, tão depressa. O barulho da mota dele tinha-se varrido do ar tão depressa, que eu julgara que ele seguira caminho. Agora, nem cinco minutos depois, ele prensava-se nos nossos calcanhares, fazendo pressão para que eu encostasse a minha mota, mesmo que tivesse de o fazer à força.

Merda...!

Quase de certeza que, na fracção de segundos em que o Kei estivera a falar comigo, se esquecera de esconder o rosto... Aquele filho de uma mãe devia tê-lo reconhecido assim que passara por nós e tinha voltado para trás, sem hesitar.

... Foda-se!!

- Segura-te, Kei...! – ainda consegui gritar por cima de todo aquele ruído provocado pelas motas, enquanto o tipo tentava abalroar a nossa para fora da estrada. Nós estávamos mesmo a subir a montanha, se fôssemos forçados a sair da estrada, o único caminho seria um precipício enorme lá em baixo. Mas aquele homem estava, ao menos, bom da merda da cabeça?

- KAI...!

O impacto que o sujeito deu na parte traseira da nossa mota foi grande o suficiente para ela dar uma volta inteira no ar. Sentia o estômago aos tombos, apenas o capacete ainda me segurava a cabeça sobre o pescoço. Não consegui manter as mãos seguras no veículo. Não consegui impedir que ele se soltasse de mim. Não era sequer capaz de saber como ainda me sentia todo inteiro, apesar das dores, quando nos estatelámos os dois, cá em baixo.

- Kai... Kai, acorda...! – não conseguia responder-lhe. Tinha o corpo todo moído. Não era capaz de falar, nem para abrir os olhos tinha forças. Queria mexer-me, mas nada naqueles ossos, naquela pele, me respondia. E agora...? Merda, eu tinha jurado que o protegia, e agora? – Kai... Por favor, acorda...

Tentei reunir forças para me mexer, ao menos um pouco, dessa vez. Pelo menos... Para ele saber que eu estava vivo ainda. Mas só conseguia ficar quieto, nada mais, nem um milímetro era capaz de me mover. Merda... Merda, nós tínhamos mesmo de sair dali, antes que... O barulho da mota daquele infeliz... Ele estava a aproximar-se de novo. Merda...

Merda, o que é que eu fazia?

- Ei! – ouvi o Kei gritar. Tinha de pensar depressa. Tinha de agir depressa, tinha de nos livrar daquele tipo. Ele ia entregar o Kei, eu não podia deixar que ele o fizesse. Pensa, Kai... Pensa... O que é que... Poderias fazer numa... Situação destas...? – Ei, ele... Ele é humano. Ele pode... Chame uma ambulância! Ele é humano!

Notei os passos do homem chegarem mais perto, à medida que se ia aproximando mais de nós dois. Ainda não era capaz de mover nem um músculo e o Kei, mesmo que não estivesse inanimado no chão como eu aparentava estar, parecia ter sofrido vários estragos no que dizia respeito à sua condição física. Também ele não se movia, nem ao menos conseguira rastejar até ali para chegar perto do meu corpo – caso contrário, já saberia que eu estava vivo ainda, eu respirava, apesar de ter dificuldades a fazê-lo.

- A culpa é dele... – consegui escutar da boca do outro – Foi ele quem se meteu e tentou impedir-me de reclamar o meu prémio.

Tentei mexer as mãos... Alguma delas... As pernas... Mover-me nem que fosse só um centímetro... Tinha de levantar-me rápido. Ele tinha-o mesmo conhecido, eu tinha de fazer alguma coisa...!

Que merda...!

- Por favor... Por favor, ele pode... – deixei de ouvi-lo coerentemente. Talvez houvesse sido precisamente esse factor que me havia dado forças para abrir finalmente os olhos, naquele momento, e acabar por dar com aquela visão. Aquele... Aquele merdas ia... Ele ia matar o Kei... Ele ia...

Eu tinha de fazer alguma coisa, caralho!

- Vamos testar se um Ajin pode, de facto, morrer ou não.

Foda-se, pára...!

- K-Kai... Ele... Hu-... Humano... P-... Pode... – consegui ir apoiando as palmas das mãos no solo sujo de terra, levantando-me aos poucos. O Kei continuava a tentar resistir, a tentar falar enquanto ele o tentava sufocar, ao mesmo tempo que tirava um canivete do bolso para, ao certo, tentar fazer mais estragos do que já estava... Isso ajudava-me, de certa forma... Fazia com que o sujeito não notasse que eu me ia pondo de pé, mesmo a custo. Eu... Tinha de fazer alguma coisa, ele podia... – Morrer...

Cerrei os punhos no meio de um grito de raiva, praticamente a espumar da boca quando o fiz. Consegui endireitar-me o suficiente para ser capaz de impulsionar um salto, alto que chegasse para alcançar a cabeça do sujeito. Foi bom que ele tivesse tirado o capacete, entretanto... Era mais fácil chegar-lhe à cara para poder rebentá-la à base de socos, de cima a baixo, quando o deitei de vez ao chão.

Desde que eu me deixara encurralar naquele caminho, sabia que não iria ser fácil percorrê-lo até ao fim. Aquele deslize com aquele motoqueiro só servira para nos dar a perceber que aquela fuga não iria ser, de todo, uma brincadeira de miúdos. O terreno já estava a tornar-se perigoso ao ponto de chegarmos a um momento em que cada contacto com quem quer que fosse significaria escolher entre duas opções, matar ou morrer. E, sinceramente falando, se apenas uma delas me permitia proteger a cabeça e a liberdade do Kei... Era essa que eu escolheria, sempre, sem sequer olhar para trás uma vez que fosse.

Eu matava quem fosse preciso... Da maneira que fosse preciso... Virava um monstro se necessário fosse...

Ele era o meu melhor amigo. Não estava nos meus planos deixá-lo ser apanhado sem dar toda a luta que pudesse para impedir tal coisa.

Levantei-me quando senti o ar dos pulmões dele dissipar-se, exausto, com os nós dos dedos a arderem de tão rebentados pela porrada que tinha dado naquele imbecil. Os hematomas eram demasiados... A bem dizer, já nem mesmo conseguia ter um vislumbre das feições dele à minha frente. Não era à toa que eu nunca me metia em brigas, sabia sempre que elas podiam acabar mal para alguém que não para mim. Eu cegava a bater, normalmente causava estragos demais, já desde o que me conseguia lembrar, na época da escola.

Tentei esticar os músculos, mas as dores por todo o corpo eram intensas de mais. Custava-me bastante estar de pé, manter as pernas direitas. Sentia uma pressão nas costas tão forte que quase me era impossível de suportar. Os braços, esses, eram os que mais doridos estavam... Fosse simplesmente da queda ou dos murros que eu conseguira deferir na cara daquele idiota até lha espatifar, tanto quanto fui capaz. Respirei fundo, abanando a cabeça para afastar esse tipo de coisas do pensamento... Tinha tempo de me pôr a analisar de que maneira me poderia redimir depois, mais tarde.

Mas, por agora...

- Consegues levantar-te? – limitei-me a perguntar, massajando os nós dos dedos pela última vez. Simplesmente, a respiração dele era a única coisa que eu ouvia, já desde há vários minutos e isso deixava-me com um ligeiro receio do que poderia encontrar na expressão dele, quando finalmente o encarasse, de novo.

- Não – ouvi-o responder, acabando por virar os olhos na sua direcção – Acho que... Parti a perna...

Acenei prontamente.

- Tudo bem... Vamos tratar-te disso, só temos de sair daqui – acabei por perscrutar a visão em redor, procurando os capacetes que tinham, ao certo, ficado largados no chão após aquele rebolar todo pelos ares, mas que eu tinha a certeza que estariam algures... E só esperava que ainda permanecessem inteiros o suficiente para aguentar uma nova viagem. Olhei para a minha mota, de relance. Essa já tinha dado as últimas depois do embate no acidente – Temos de levar a mota dele. Também já não irá precisar dela. Agora... Os capacetes é que...

- Kai...

- Diz?

- Eu não vou conseguir andar neste estado.

Tirei os olhos do chão, encarando-o novamente.

- Eu levo-te – garanti, olhando fundo nos seus olhos – Nem que saia daqui contigo às costas, mas podes ter a certeza que te levo comigo.

Ele acenou. Voltei a atenção depois para o solo, de novo, conseguindo achar um dos capacetes a uns metros. Caminhei devagar na direcção dele, dando cada passo com alguma dificuldade, meio que sorrindo ao longo do percurso. Ia dar tudo certo. Aquilo... Tinha sido só um percalço, mas iria correr tudo bem, a partir de agora.

Levantei o capacete tanto quanto consegui, praticamente à altura dos meus ombros para ele o conseguir ver, apesar do escuro, mesmo àquela distância. O filho da mãe ainda tinha caído meio longe de onde estávamos...

- Um já cá está, só falta...! – o meu sorriso foi-se perdendo aos poucos quando vi a lâmina do canivete aberto brilhar ao longe, enquanto a mão do Kei lhe pegava e, sem hesitar, a levava na direcção do próprio pescoço – Kei... NÃO!


Notas Finais


Muita tensão nesse Capítulo hehe '
Bem, espero que tenham gostado x) Conto ter mais um pronto durante essa semana, farei os possíveis :3

Até ao próximo Capítulo, gente linda xDD


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...