WILLIAM *ON*
Desço as escadas com Yuki atrás de mim. Ela até agora não falou uma única palavra, o que é compreensível, considerando uma descoberta tão incrível sobre ela mesma.
Ao mesmo tempo em que estava extremamente orgulhoso de Yuki, estava com uma preocupação me atormentando: O que será que as alcateias exiladas como a Murderous Wolves fariam com ela se descobrissem que ela tem habilidades tão raras? Aprisioná-la, usá-la? Matá-la...?
Não, eu não permitiria. Não apenas por causa de suas habilidades, mas por causa do que ela é para mim.
Yuki é uma pessoa incrível. E eu gosto da teimosia dela, sinceramente. Acho que nunca tive uma amiga como ela, na verdade.
De repente, Yuki tropeça na escada e quase cai, mas, como sempre, eu a seguro. Meu Deus, parece que eu sou feito para segurá-la. (Nt: rsrsrsrs)
Ela olha para mim e cora. Começo a achar que está com febre, porque sempre faz isso.
- Você está bem...? – Pergunto.
Ela assente e rapidamente levanta, pigarreando. Em seguida, voltamos a descer as escadas.
É quase hora do almoço, e nos apressamos.
- Onde vocês estavam?! – Amanda reclama, examinando o ombro enfaixado de Yuki.
- Biblioteca – Yuki responde rápida e brevemente.
- Vem, vamos nos sentar – Amanda puxa-a até uma mesa, ignorando completamente a minha presença – Hoje não tem batata frita... – Resmunga.
Após nos sentarmos, ela nos observa por um instante e diz:
- Vou pegar meu almoço ali – Aponta com o dedão para trás.
- Eu vou jun- - Yuki é interrompida.
- Não! Vocês ficam aqui – Ela dá uma risadinha.
Eu e Yuki nos entreolhamos.
*
- Eu ainda não consigo acreditar que minhas habilidades são tão... Antigas, e raras, sabe? – Ela quebra o silêncio.
Assinto, pensando no que dizer.
- O que fará com elas? – Essa pergunta a fez se calar e pensar por um instante.
- Por enquanto, nada – Yuki dá uma risada – Já que sequer sei usá-las quando quero.
- Eu também já fui assim, não se preocupe.
Ela me olha e pergunta:
- Quando foi que chegou no acampamento? E como?
Não sei se deveria contá-la, já que ninguém mais sabe além de Amélia. Mas acho que, afinal, Yuki precisa saber.
- Sabe aquela cena que você viu da morte de minha irmã...? – Ela assente, e suspiro – Bem, não parou por aí.
YUKI *ON*
E, então, Will me disse as seguintes palavras:
“Os soldados de minha vila vieram atrás de mim, também. Porém, por algum motivo, meus sentidos se apuraram, e me vi como lobo. Ambos arregalam-se completamente, e a ameaça que eles sentiram foi mais um motivo para me matar.
E, sem saber o que fazer, ataquei um. Outro tentou atirar em mim, mas só foi de raspão. Sem controle nenhum, entrei na mente do que atirou em mim e o fiz matar seu próprio aliado. Horrorizado com a minha própria atitude, saí correndo. O mais rápido que pude. Até perder a consciência, e logo me ver em um acampamento. Amélia me trouxera até aqui, e ela cuidou de mim como uma mãe... Ela me treinou individualmente, e agora consigo controlar melhor minha habilidade” Ele avistou Amanda chegando e finalizou: “Mas não conhecia a minha habilidade de alterar a memória dos outros, que vi no livro...”.
Eu também li no livro sobre isso, na habilidade dele. Fiquei surpresa com tanto poder, e me perguntei por que nunca o vira em ação. Não imaginava que William sequer sabia disso.
- Aqui, Yuki. – Amanda se aproximou e me ofereceu um prato de almoço – Vai pegar para você, William, seu preguiçoso – Ela semicerrou os olhos para Will.
- M-Mas...! – Ele a encarou e a mim, e murmurou algo enquanto ia até a fila do almoço.
Dei uma risada e Amanda se sentou com seu prato:
- Então, gatinha – Ela me deu um olhar malicioso – Sobre o que vocês dois conversaram?
- O que está pensando? Nada demais! – Revirei os olhos.
- Ok, eu vou direto ao ponto: Você sente algo por ele?
Corei imediatamente, e ela gargalhou:
- Você fica vermelha muito fácil!
Revirei os olhos novamente, e suspirei:
- Não tem nada entre a gente, ok? – Ao dizer isso, Amanda bufou – Além do mais, ele nunca sentiria algo por mim, de qualquer forma.
- E você parece se incomodar...? – Ela colocou alguns fios de cabelo atrás da orelha, enquanto lançava novamente aquele olhar malicioso.
- Se incomodar com o quê? – William se aproxima com o seu prato.
- N-NADA!!! – Gritei, e me arrependi, porque senti todos olhando para mim.
Amanda gargalhou, e William parecia confuso.
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