História Wolverine - Laura Kinney - Tormenta - Parte 04

Wolverine – Laura Kinney

Capitulo 04 – Tormenta Parte 04

Laura está sentada no sofá velho e preto do novo apartamento de Indiana, totalmente desconfortável e irritada. Indiana está de pé no meio da sala tomando gemas de ovos em um copo com o símbolo V dos Vingadores.

- Então isso é tudo o que você sabe ruivo?

- Sim... É tudo... Então é assim que você se veste quando não está estripando pessoas?

Ele sorri da sua própria piada.

Laura de calça jeans desfiada nas coxas, botina, e com uma camisa preta com a estampa do símbolo da banda Rolling Stones, não demostra nenhuma emoção com o comentário de Indiana.

- Foi uma piada... Era pra rir.

Laura com a mesma cara blasé responde de uma forma ríspida.

- Eu sei, não teve graça mesmo.

Indiana agora ficou com uma expressão de bobo e começa a coçar a nuca como se estivesse tentando encontrar palavras, mas acaba não dizendo nada.

- Escuta se você não tem nenhuma informação útil eu vou embora.

Laura se levanta e vai em direção à porta.

- Eu ia me esquecendo Laura, agradeça Tony Stark por mim, diga obrigado a ele por esse apartamento novo e essa segurança que não me deixa sair nem para comer um hambúrguer!

- É as vezes ele faz algumas coisas certas...

- Eu fui irônico Laura...

- Eu percebi imbecil! Escuta aqui vai se ferrar! Foi você que se meteu nessa confusão não tente nos culpar por você ficar bisbilhotando por ai e quase morrer!

Laura sai do apartamento batendo a porta com muita força. Indiana suspira e senta no seu sofá desconfortável.

Todas as informações que Indiana tinha sobre o caso das crianças desaparecidas levavam Laura para um beco sem saída. Nenhuma pista. Nada. Isso a irritava. Já passou da hora dela tentar resolver isso do jeito dela.

***

A noite chega em Nova York.

Dessa vez Laura não está com seu uniforme tradicional amarelo, mas sim com uma jaqueta preta, camiseta branca simples, calça preta, tênis branco e cabelos castanhos soltos. Pra essa noite ela precisa parecer como uma civil.

Ela para em frente a um bar sujo, onde apenas os piores dos piores frequentam. Dois homens a encaram, devoram ela com o olhar.

- O que faz aqui mocinha?

Diz um deles.

- Só vim tomar algumas cervejas...

Ela responde seca fuzilando eles com o olhar, as mão dentro dos bolsos da jaqueta. Os dois homens trocam olhares entre si.

Dentro do bar, vários homens, uns bêbados, alguns jogando partidas de sinucas, outros esperando por algum serviço sujo, mas todos, todos com aquele semblante sombrio. E sentando encolhido num canto sujo do balcão estava Indiana tomando uma cerveja quente de gosto horrível.

Assim que Laura entra todos os olhares vão em direção a ela, o cheiro do lugar a enojava, o cheiro de urina que vinha do banheiro velho, o mofo dos cantos escuros, a carniça de todos esses homens, a bebida fermentada derramada no chão, a fumaça do cigarro, e no meio de todo esse fedor um cheiro que a agradava. Era Indiana que a encarava, se perguntando o que ela fazia ali agora. Laura encara todos eles com um sorriso confiante e vai em direção ao balcão.

- Esse som tocando é Motorhead?

O barman com desconfiança responde.

- Sim...

- Eu amo Motorhead! Apesar de vocês serem um monte de filhos da puta, vocês tem um bom gosto musical.

Laura pisca para Indiana que estava visivelmente apavorado. Todos olham para Laura com um olhar de ódio.

- O que você está fazendo?

Falou Indiana apertando com a mão o copo de sua cerveja.

- Apenas fazendo as coisas do meu jeito! Eu afrouxei a segurança do seu apartamento hoje, por isso você conseguiu fugir e fiz isso apenas pra te seguir. Eu sabia que você tinha alguma pista e não estava querendo me contar.

Laura sobe no balcão. Imponente começa a falar.

- Muito bem eu vou ser curta e grossa! Quem tem informações sobre as crianças desaparecidas fale agora!

- E quem disse que nós sabemos algo sobre crianças gatinha?!

Falou um dos homens.

- Você é muito folgada! Quem acha que é? O Demolidor pra vir aqui e nos ameaçar?!

Gritou outro homem. Nesse meio tempo o Barman está com uma Magnum 44 apontada para Wolverine.

- Saia do meu bar mocinha antes que eu estoure os seus miolos!

- Vou perguntar uma última vez! Quem sabe algo sobre as crianças desaparecidas, podemos fazer isso do jeito fácil ou do difícil!

Pela porta do bar entram os dois homens que Laura encontrou na frente do bar, um está com a mão quebrada e o supercilio do lado esquerdo rasgado, o outro com o nariz quebrado mal consegue respirar. Ambos ensanguentados. Um deles grita.

- Matem essa vaca!

Laura sorri.

- Que bom! O jeito difícil!

If you like to gamble, I tell you I'm your man

Wolverine mostra as garras de seu pé, e com um chute ela rasga a mão do barman que segurava a arma que grita de dor.

- Ainda bem que eu não gostava tanto assim desse meu tênis!

Uma cadeira de madeira é quebrada nas costas de Laura que cai no chão.

You win some, lose some, It's all the same to me

Indiana quebra seu copo de cerveja na cabeça do homem que acertou a cadeira em Laura.

The pleasure is to play, makes no difference what you say

- Espero que você saiba lutar Indiana!

Laura fala enquanto se levanta do chão sorrindo. Ela esmurra o rosto de um dos homens que cai no chão nocauteado.

I don't share your greed, the only card I need is

O homem que teve o nariz quebrado avança em direção a Laura que o arremessa com um movimento rápido na prateleira do bar estilhaçando garrafas e fazendo whisky barato se misturar com sangue e pingar no chão. Outro homem acerta Laura no rosto com um taco de sinuca fazendo com que um de seus dentes sai da sua boca. Ela sorri enquanto limpa a boca ensanguentada com as costas de sua mão. Rapidamente ela esmurra o rosto dele quebrando o nariz dele também.

Playing for the high one, dancing with the Devil

Indiana leva um chute no estômago do homem que Laura quebrou a mão, o ruivo fica sem ar por alguns segundos.

Going with the flow, it's all a game to me

Indiana logo revida com um soco que rasga mais ainda o supercilio do rapaz que cai no chão desacordado.

Seven or eleven, snake eyes watching you

Laura segura a cabeça de um dos poucos homens que ainda estava de pé, ela choca sua cabeça na dele, o impacto faz com que o homem fique zonzo e desmaie. Sangue escorre da testa dela.

Double up or quit, double strike or split

Indiana leva outro murro que o desequilibra e faz com que ele caia em cima de uma mesa. Ele tenta se proteger da investida de dois homens que vem em sua direção, pegando uma garrafa ele arremessa ela acertando a cabeça de um deles. Laura aproveita e esmurra o queixo do outro.

You know I born to lose, and gambling is for fools

O homem que levou o soco no queixo puxa uma faca. Laura sorri mostrando os dentes, era possível ver que faltava um dente da boca dela. As garras das mãos dela finalmente ficam a mostra.

But that's the way I like it baby

Laura rasga o braço que segurava a faca, o homem então solta a faca e grita.

- Mas quem diabos é você?!

I don't wanna live forever

- Eu sou Wolverine!

Ela chuta o peito do homem com a sola de seu pé, o golpe faz o homem cair ofegante no chão.

And don't forget the joker

Uma bola de sinuca atinge a têmpora de Wolverine mais sangue escorre do rosto dela.

Pushing up the ante, I know you've got to see me

Indiana sem baixar a guarda acerta mais um soco em um dos homens.

- Quantos mais ainda estão de pé?!

O ruivo já estava ficando sem energia. Já Laura parecia estar se divertindo.

Read 'em and weep, the dead man's hand again

Saltando com a sola dos pés Wolverine acerta a garganta demais dois, que caem no chão tossindo e cuspindo sangue, sem conseguir falar uma palavra. Se pudessem na certa seria palavrões.

I see it in your eyes, take one look and die

O último que ainda estava de pé era o barman que em mum momento de desespero segura Laura por trás, ele prende o pescoço dela com um mata leão para que ela fique sem ar. O problema era que o barman não tinha força suficiente para isso e com um cotovelada acertada nas costelas dele, ele a solta.

The only thing you see, you know it's gonna be

Com um movimento rápido ela quebra o braço do barman, mais uma vez um grito de dor é ouvido.

The ace of spade

- Agora vamos ouvir o que você tem a me dizer!

Laura segurava com uma das mãos o barman pela camisa e com a outra fechada apontada para a cara do sujeito, as garras voltaram a sair lentamente indo na direção dos olhos do barman, desesperado ele começa a falar.

- A única coisa que eu sei é que os alvos são mutantes... Juro esse é o único rumor que corre nas ruas... Eu juro...

- As crianças... Mutantes... Mas isso não faz sentido... Na lista de desaparecidos há crianças com o gene X, mas nem todas são mutantes...

Comentou Indiana ofegante e cansado.

- Eu juro é o que todo mundo diz e é só o que eu sei...

- Ele diz a verdade.

- Como você sabe Wolverine?

Questiona Indiana.

- Pelos batimentos do coração dele, acredite em mim ele diz a verdade...

Os dois saem do bar destruído pela briga.

- Por que você fez isso Laura?

- Pra resolver de uma vez por toda esse caso, agora eu sei que há algum plano com mutantes.

- Mas pra isso você machucou pessoas! E olhe só pra gente estamos acabados, você está sem um dente!

- Ócios do oficio ruivo...

- Eu não pedi a sua ajuda Laura!

Essas palavras rasgam Laura por dentro ela se vira para Indiana e o segura pela camisa. Irritada ela diz.

- Escute bem seu babaca! Eu não estou aqui por você! Entenda bem isso!

Indiana entende que as palavras as vezes machucam mais que socos.

- Eu... Sinto muito Laura... Me desculpe...

Os batimentos cardíacos dele sempre aceleram quando Laura fica muito perto dele, ela senti isso. Wolverine então solta ele. Um silencio ensurdecedor impera entre os dois até que Indiana fala.

- Por que você não veio com seu uniforme?

- O que é agora você tem algum problema com isso?

- Não nenhum... É que você não tem nenhum lance com identidade secreta e tal?

- O lance da fantasia, da máscara não tem relação com identidade secreta é só algo que eu preciso usar... Você não entenderia... É pessoal... Hoje eu precisava de uma coisa mais discreta por isso não usei...

- Discreta? Você quebrou o bar todo!

Laura dá de ombros. Indiana continua a falar.

- Então não tem ninguém especial que você queira proteger, porque geralmente usar uma identidade secreta é pra isso...

- Vamos logo embora ruivo!

Os dois vão seguindo pelas ruas de Nova York.