Wolverine – Laura Kinney
Capitulo 06 – Tormenta Parte 06
Laura caminhava com Indiana pelas ruas frias de Nova York. Estava pensativa. Muita coisa aconteceu nos últimos dias. Crianças desaparecendo, Kimura e um vilão Carrasco aparecendo em Nova York, experimentos genéticos com mutantes, é um mistério que leva a um labirinto sem saída para X-23.
Eles param em frente a uma casa. Indiana com um ar de cansaço diz.
- O endereço é esse Laura...
- Sim... Aqui é casa de uma das crianças desaparecidas...
- Será que dessa vez...
Laura corta a fala de Indiana.
- Não sei! Vamos tocar a campainha.
A senhora que atendeu a porta era loura, de cabelos curtos e cacheados, seu semblante era de tristeza, os olhos fundos, olheiras roxas de tanto chorar. Com uma voz triste ela diz.
- O que vocês querem?
- Senhora Dolores sou eu Indiana, o investigador particular, lembra-se de mim? A gente se conheceu naquela cafeteria na 42. Lembra-se?
- O investigador que prometeu encontrar meu filho?! Claro que lembro você nunca mais deu notícia...
Indiana coloca a mão na nuca e sem jeito responde.
- Eu estava investigando... Aconteceram alguns acidentes, eu perdi meu celular com seu contato e endereço... Olha... Será que podemos entrar?
Ela encara Indiana não acreditando no que ele diz, mas mesmo assim deixa os dois entrarem.
- Por favor sentem-se... Mas me diga quem é você mocinha?
Ela olhava para Laura enquanto se acomodava em sua poltrona.
Laura retira da cabeça o chapéu de cowboy que usava e sua jaqueta jeans que a protegia do frio que fazia naquela manhã de Nova York, olha para Senhora Dolores e diz.
- Laura Kinney, sou... Digamos investigadora particular.
- Do mesmo ramo que o Indiana então... Entendo.
Ela observava os dois se acomodarem no sofá da sala.
- Quase do mesmo ramo.
- Senhora Dolores por que você não me disse que seu filho é um mutante?
- Ricardo?! Ricardo não é um mutante Indiana!
- Não é?
Indiana e Laura trocaram olhares sem entender muito bem a resposta.
- Desculpe Senhora Dolores eu estava apenas tentando... Tentando entender esse caso...
O relógio da parede fazia tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Dolores não tirava os olhos tristes deles. Laura podia sentir o cheiro de álcool vindo daquela mulher. Na certa ela se embebeda para conseguir dormir a noite.
- Vocês tem notícias do meu filho não é? Ele está morto não é?
Tic-tac.
- Não sabemos...
Respondeu Indiana com a cabeça abaixada, um gosto amargo na boca.
Os olhos de Dolores estavam fundos, molhados.
Tic-tac.
- Que cabeça a minha eu não ofereci nada pra vocês beberem... Vou preparar um chá...
Ela se levanta e vai para a cozinha preparar um chá.
Tic-tac.
- Eu não me sinto bem Laura...
- Eu preciso farejar... Senhora Dolores onde é o banheiro?
Da cozinha ela responde.
- Suba as escadas, terceira porta a direita.
Laura sobe as escadas. Passa pelo banheiro e encontra o quarto de Ricardo com a porta semiaberta, Laura entra no quarto, na cabeceira da cama um retrato com Ricardo abraçando Dolores os dois sorrindo, felizes, ela observa a foto e logo em seguida abre o armário, pega uma jaqueta do New York Knicks, e sente o cheiro. Ela então sorri aliviada. Sai do quarto, desce as escadas e encontra Indiana tomando uma xicara de chá.
- Temos que ir Indiana!
- Mas Laura eu tenho algumas perguntas para fazer...
- Eu disse que temos de ir! Vamos!
X-23 pega Indiana pelo braço e o leva até a porta, ela coloca o chapéu na cabeça e diz para Dolores.
- Ainda há esperança Senhora Dolores! Seu filho ainda pode estar vivo! E se estiver eu vou acha-lo!
Os dois saem da casa. Dolores se senta no sofá sem entender nada e mais uma vez no dia de hoje chora com as mãos no rosto.
Tic-tac.
***
Em uma lanchonete, Laura comia um hambúrguer com batata frita, Indiana apenas tomava um café.
- Você sabe que essa gordura toda pode te trazer complicações de saúde no futuro não é?
Laura com as mãos toda engordurada e a boca cheia de batatas encara ele e diz enquanto mastiga e engole.
- Sério que você falou isso para mim xará?
Indiana sorri pela primeira vez no dia.
- E então, o garoto, você sentiu o cheiro dele naquele laboratório?
- Não... O cheio dele não estava naquele laboratório! Ele ainda pode estar vivo!
- Que bom... Eu não teria mais estomago para avisar outra família que o filho deles morreu em um laboratório sinistro no Canadá...
Mais uma mordida no hambúrguer.
- Eu ainda quero entender aonde as crianças mutantes e as não mutantes se encaixam...
- Eu também...
Assentiu Indiana... Laura termina de morder seu hambúrguer, olha fixamente nos olhos de Indiana e pergunta.
- Por que você se importa tanto com mutantes?
- Como é?
- Qual é! Um humano se importar com um mutante hoje em dia! Vamos lá me diga qual é a tua Indiana! Por que você aceitou esse caso!
- Eu me importo com a vida de qualquer ser humano! E nem todos tem ódio de mutantes Laura!
- No mundo de hoje todo mundo odeia todo mundo ainda mais se você for mutante, vai por mim eu sei como é!
- Você está enganada! Vou pedir a conta!
Ele se levanta da mesa irritado. Laura fica sozinha e pensativa no restaurante. Ela havia perdido o apetite.
***
A noite fria e úmida chega a Nova York. Em cima de um prédio Wolverine usando seu uniforme amarelo, observava a cidade. Luzes. Sirenes. Fumaça. Pessoas. Ela se concentrava. Fechava seus olhos. E farejava. Ela farejava o cheiro do garoto Ricardo. Até que finalmente... Ela tem um rastro para seguir.
Vou te salvar garoto!
O rastro do cheiro levou Wolverine à um galpão abandonado no píer de Nova York. Que na verdade parecia uma base de operações, homens de óculos escuros, colete a prova de balas, carrancudos, metralhadoras automáticas, aquelas típicas pessoas que você não gostaria de ter no seu círculo de amigos, a não ser que você tenha a vontade de ser um capanga de um vilão qualquer de Nova York. Havia também caminhões com seus motores ligados, cuspindo gás carbônico pelo escapamento. Celas com meninos e meninas assustados, alguns chorando, outros desconsolados de cabeça baixa.
Laura sentia o pavor de todos eles, o cheiro de medo se misturava com o cheiro dos bandidos canalhas e havia mais dois cheiros peculiares que nossa heroína lembrava muito bem... Wolverine coloca a mão em seu cinto e retira dele o cartão dos vingadores, ela encara aquele pedaço de plástico e o deixa no chão frio e úmido. Segue até a caixa de força do galpão. Snikt!
É hora de agir!
Em uma sala fechada do galpão estava Kimura nervosa falando em um aparelho móvel telefônico, na parede entre pôsteres de mulheres seminuas e armários de metal, está o Carrasco de braços cruzados, imóvel igual a uma estátua esperando pela próxima ordem. No centro da sala uma mesa com uma espada, alguns revolveres e balas e um lança-chamas.
- Sim eu já te disse! Estamos preparados caso...
Kimura gritava ao telefone olhando para a mesa até que... Tudo fica escuro... O telefone havia ficado mudo.
- Mas que porra é essa?
Ela esbraveja essa última frase e no mesmo momento pensa que seu grito se tornou um eco, pois logo em seguida escuta exatamente a mesma frase sendo gritada de fora da sala, e em seguida tiros de metralhadoras e gritos de desespero.
Tudo era escuro até o momento em que flashes produzidos pelos tiros das metralhadoras iluminavam o lugar em frações de segundos, e são nessas frações de segundos que os capangas podiam ver Wolverine agindo. Na visão deles X-23 era um verdadeiro animal raivoso cortando quem estivesse em sua frente, sangue se espalhava no ar. Mas na verdade Laura era silenciosa e fatal nocauteava seus inimigos com maestria, mas tomando o máximo de cuidado possível para não acertar algum ponto vital e mata-los, ela não queria que eles morressem, só queria que eles sentissem muita dor.
Ratatatá!
A garra de Wolverine corta a carne de um dos bandidos, uma borrifada de sangue espirra sem sua cara.
Tudo escuro.
Ratatatá!
Um chute certeiro no queixo de um capanga faz com que o dente dele quebrasse. Ele cai no chão desacordado.
Tudo escuro
Ratatatá!
Uma cotovelada quebra o nariz de outro capanga a dor faz os olhos dele lacrimejarem.
O barulho seco dos tiros se repetiam, os barulhos de ossos se quebrando e gritos de dor e horror também, até que enfim terminassem com todos os capangas estirados no chão nocauteados, ensanguentados. Toda essa ação aconteceu ao mesmo tempo em que Kimura tentava entender todas a merda que estava acontecendo, quem estava atirando em quem, ela então pega o lança-chamas da mesa, chuta a porta arrebentando ela e aperta o gatilho da arma. O fogo ilumina seu campo de visão e no calor de tudo aquilo, ela vê.
Wolverine estava ofegante, com sangue seu e dos bandidos misturados escorrendo das suas garras e dos ferimentos do seu corpo provocados pelos tiros das metralhadoras, uma expressão feroz marcando a face.
Kimura então sorri.
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