História Wolverine e Denise após a Ditadura do Caveira Vermelha - Dores e perdas

P.O.V. Denise

Com a ida da antiga líder, Nita se tornou o novo líder e eu seu braço direito. Ensinávamos magia aos jovens pela manhã e à tarde fiscalizávamos a produção. Estavamos nos desenvolvendo tecnologicamente. Três cientistas, dois mecânicos e outros profissionais trabalhavam duro para nos desenvolvermos. Criamos nosso primeiro carro e rádios, ambos primitivos, mas era um bom começo.

Um dia Nita me perguntou:

- Denise?

- Fala.

- Não sente saudades de casa?

- Por que pergunta?

- Eu não deixei nada para trás, mas você tinha família...

- Falou certo: tinha! Não fui eu quem os abandonou, Nita. Eles me abandonaram. Eles me ignoraram completamente depois do fechamento do portal da morte. Ninguém entendeu que foi para o bem de todos, eles dizem que nos perdoaram, mas eles que devem pedir perdão.

- O orgulho te impede de ver o lado deles Denise. Não vê que eles temem a morte? Que não queriam ser mortais? Quem não queria viver para sempre? Você pode e não dá valor a isso!

- Viver para sempre não é uma benção, é um castigo. Acha que Dormamu queria me ver feliz?

- Não interessa o que Dormamu queria. Você é imortal e não aproveita as benesses disto. Devia buscar aproveitar ao máximo ao lado de sua família. Você não entende o que vale a pena na vida... Eu também não entendia até que... – Ele suspirou. Olhei para ele e vi uma lágrima descer. – Ela se foi e nunca mais vai voltar. A gente não devia ter fechado o maldito portal, eles tinham razão, a morte estava sob nosso controle e deixamos ela escapar de nossas mãos... Nunca vou me perdoar. – Ele disse socando o chão.

Eu fiquei calada. Eu sabia que haviam coisas muito piores que a morte a temer. Seres inimagináveis de puro ódio nos torturariam pela eternidade só para nos ver sofrer. Eles foram presos quando fechamos o portal que une matéria e espirito no mesmo contexto. Há barreiras que precisam ser construídas para um bem maior. Mas Nita estava cego, cego por sua perda. Ele já ouviu o discurso do fechamento do portal mil vezes, mas não enxergava o perigo, só queria ter sua esposa de volta. Olhando ele se desmanchar daquele jeito, desconstruí a ideia de homem forte e corajoso que tinha dele. Ele era apenas um coitado, preso ao passado. Foi então que enxerguei que via nele alguém que eu queria por perto. Cometi o erro de confundir a personalidade dele com a de Logan. Mas Nita estava longe de ser como Logan. Logan jamais choraria ad eternun a morte de alguém. Ele sabia como ninguém tocar a vida para frente.

Nita saiu de perto de mim e foi para seu abrigo. Eu fiquei admirando as duas luas de nosso planeta anão.

P.O.V. Logan

Era noite de lua cheia. Fiquei na janela admirando a lua. Era a mania de Denise. Ela amava olhar para lua. Laura veio até mim e sentou ao meu lado no banco fronte a janela. Disse:

- Eu também sinto falta dela...

- Dela quem?

- A mamãe, sempre que olha para a lua lembra dela não é?

- Sua mãe é passado para mim.

-Você nunca viveu tanto tempo com alguém, como pode esquece-la tão rápido?

- Eu não a esqueci. – Ele suspira. – Mas também não vou deixar de viver porque sua mãe resolveu fazer o que quis da vida sem pensar na gente.

- Eu me arrependi de não a entender. Ela tomou uma decisão difícil e ninguém a apoiou, deixamos ela sozinha. Por isso ela não voltou, porque nós não merecemos ela de volta.

- Pense o que quiser Laura, eu vou dormir. Não sou de ficar remoendo passado.

Eu deixo Laura sentada e vou para meu quarto. Vejo Vampira no quarto de um garoto, beijando com a porta aberta. Paro involuntariamente para olhar. Eles me notam e o garoto fecha a porta xingando. Não fiz por mal, só me surpreendi de ver a guria beijando alguém sem mata-lo.

No outro dia, ela me contou que Hank fez uma vacina derivada da cura que a ajuda a controlar os poderes.

Mas tarde Charles nos chamou em sua sala. A Hidra estava mantendo 20 mutantes presos e fazendo experimentos com eles, devíamos resgata-los. Montamos uma equipe.

Na frente da base da hidra haviam seis soldados. Dayse perguntou a Jean:

- Você vê bondade nesses guardas Jean? Eu só vejo maldade...

- Quer licença para mata-los? Vá em frente, se não o fizer Logan fará. Só não conta para o Professor...

Dayse puxou a água do corpo dos guardas e usou para congelar o portão. Ciclope mandou um laser e o quebrou. Entramos no recinto.

P.O.V. Dayse

Eu podia sentir os corpos de 70% de água se movendo dentro da base. Era corpos de pura maldade. A medida que avançávamos eu os desintegrava. Logan disse ao ver o pó humano misturado com água:

- Não vai deixar nenhum para mim?

Eu balancei a cabeça. Devíamos ser discretos. Rastreei mentes boas no segundo subsolo e presumi serem as vítimas. Jean confirmou. Descemos e encontramos pessoas presas em condições sub-humanas. Tiramos elas das celas e eu usei a água para curá-las.

Antes de sairmos da base, chegaram reforços. Muitos soldados apontando armas para nós. Uma garota estralou o dedo e todos viraram areia. Ela era pior que eu. Seguimos e fomos em bora.

Um garoto, Ethan, ficou apaixonado por mim. Ele dizia que eu era um anjo que ele tinha rezado para salva-lo. Ele não saía do meu pé e tudo que eu ia fazer ele tomava para fazer no meu lugar. Chavier teve uma conversa com ele e ele se acalmou.

Eu estava correndo, quando alguém me deu um susto pelas costas. Era Noturno:

-Cadê o seu fã?- ele perguntou.

-Aff, nem me fala daquele garoto. Ele até é bonitinho, mas chiclete não dá...

- Bonitinho? Nossa... Coitado, acho que você odeia ele na mesma proporção que ele te ama.

Eu ri e fiquei calada. Nos encontramos com Logan e Laura correndo no sentido contrário. Eles falavam sobre Lucas e apenas acenaram. Soube que Lucas tinha mudado de país, para fazer novos investimentos. Aquele garoto era um gênio dos negócios, nem parecia ser filho de Logan, deve ter puxado a mãe.

P.O.V. Denise

Depois que me desencantei com Nita, o clima ficou mais chato. Comecei a sentir saudade de casa. O que será que aconteceu com minha velha fazenda, e o negócio de meus filhos, será que está prospero.

Tentei fazer um portal para a Terra deles, mas não consegui, era muito longe. Resolvi caminhar, fui até um rio, me despi e fiquei boiando na água. Pensei: Maldito Dormamu, se eu pudesse o matava de novo.

Depois de alguns minutos meditando, eu ouvi um barulho de galho quebrando e me levantei.

- Quem está aí?- perguntei.

Ninguém respondeu. Mas eu me sentia observada. Saí da água e me vesti. Fiz um portal para casa. Deitei na cama e fiquei pensando na vida, quando apareceu Nita.

- Posso entrar? – Ele disse.

Eu disse que sim. As portas ficavam sempre abertas, ele apenas deu alguns passos e entrou. Sentou-se em um banquinho e começou:

- Você é uma mulher muito bonita Denise...

Quando ele disse isso eu pensei: Ótimo, agora que eu desencanei ele vem, Ok! Eu disse:

- Obrigada Nita. – Como quem não quer nada.

- Tenho te observado e você me lembra muito...

Eu o interrompi:

- Olha, não vem me dizer que eu pareço sua mulher, você deve estar bêbado, eu não tenho nada a ver com ela!

- Calma, eu ia dizer que você lembra minha mãe.

Eu fiquei com o cu na mão.

- Desculpa. – Eu disse.

- Denise, você sente algo por mim?

- Onde você quer chegar Nita?

- É que as pessoas dizem que você gosta, queria saber de você...

- Gosto, você é um ótimo amigo!

- Amigo, sério? Só isso?

- Sim Nita, amigo. Por que? Você queria que fosse algo mais? – Pergunto desconfiada.

- Não, é melhor assim. Pois eu nunca vou esquecer minha esposa...

- Nita? É sério que você veio aqui só para me falar isso?

- Desculpa, só estava preocupado com você, você anda meio... triste. Pensei que fosse por minha causa...

- Não Nita. Eu só tenho pensado em tudo que deixei para trás...

- Hum... Nunca entendi porque você não voltou...

- Nem eu... Acredite!

- Yan San Lee está tendando forjar uma chave que abre um portal para a Terra, se você mudar de ideia eu posso falar com ele...

- Sério? Por que eu não fico sabendo essas coisas?

- Você devia conversar mais com os outros...

-Talvez eu possa ajuda-lo, vou falar com ele amanhã.

-Faça isso.

Fez-se um silencio e nos despedimos para dormir.