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História Wolverine e Denise após a Ditadura do Caveira Vermelha - Para Sempre Adeus


Escrita por: Anonimaaa111

Capítulo 2 - Para Sempre Adeus


Fanfic / Fanfiction Wolverine e Denise após a Ditadura do Caveira Vermelha - Para Sempre Adeus

No dia seguinte, Logan vai cedo ao escritório:

- Dona Maia, queria te agradecer por manter meu emprego.

- Por nada, íamos perder um excelente funcionário se te demitíssemos. Mas vamos esquecer essa fatalidade e não tocar mais nesse assunto, tudo bem?

- Claro, a senhora que manda.

Mais tarde começa a chover forte, logo meu pai volta da colheita. O único jeito de eu ver ele era quando chovia, fora isso ele ficava na roça, até sábado e domingo.

- Boa tarde! – Ele disse para Logan, Bernardo e Bento que estavam conversando na varanda enquanto a chuva não passava.

Todos respondem: Boa tarde senhor Maia!

- Maldita chuva! – Diz meu pai.- Estamos perdendo parte da plantação. Tudo encharcado!

Ele entra e pega um whisky.

- Servidos?

Ninguém aceita, sabem que é uma bebida cara e rejeitam por educação. Meu pai insiste e põem no copo de cada um. Eles começam a conversar sobre planta, semoventes, adubo. Enquanto isso dona Maria faz pão de queijo e café. Leva para eles e me chama para comer. Eu me sento ao lado de meu pai sem cumprimenta-lo e pego pão de queijo e uma xícara de café. Faz-se um silencio enquanto todos comiam e depois começam os elogios à comida de dona Maria.

- Mas uma comida que era ainda melhor era a de Anastácia...

Meu pai diz isso e faz-se um silêncio. Ele bebe outro copo de whisky e se levanta. Sai da varanda e vai para o quarto. A gente fica calado até ouvir a porta bater. Logan pergunta:

-Anastácia é a falecida dona Maia?

- Sim! Ele sempre fica mal quando lembra dela... – Fala Sr. Bento. – Eu me lembro de quando se casaram. Eram um casal lindo. Ela morreu a dez anos, mas ele nunca a esqueceu.

- Eu sei como é... - Diz Logan.- Também sou viúvo.

- Faz muito tempo? – Perguntei.

- Sete anos!

- Nossa! – Respondi.

- Pouco tempo... – Diz Sr. Bento.- A gente começa a se acostumar depois de uns vinte anos. Mulher é um bicho que faz falta na vida da gente.

- Por isso não me caso! – Diz Bernardo.

- Mais um dia vai! – Diz Bento.

Bernardo tem trinta e dois anos. Nunca vi ele com uma namorada. Geralda achava que ele era gay. A chuva passa e eles voltam ao trabalho. Mais tarde Logan aparece no escritório:

- Dona Maia, licença.

- Pode falar.

- Tá dando rato no galinheiro, precisamos comprar veneno.

- Não vai matar as galinhas?

- Não, a gente vai por fora. Deve custar uns vinte reais.

Dei o dinheiro para ele e ele saiu.

Fiz e refiz os cálculos do mês e constatei que tivemos prejuízo. A chuva atrapalhou os negócios. Resolvi ir falar com meu pai, aproveitando que ele estava em casa. Bati na porta e ele não atendeu. Ouvi uma música ligada e resolvi abrir a porta para desligar o rádio, pois ele devia ter dormido. Foi então que me deparei com a pior cena da minha vida. Meu pai estava com o pescoço todo cortado, caído no chão, todo sujo de sangue e com um canivete na mão. Eu comecei a gritar muito e fiquei desesperada. Logo todos apareceram. Alguém ligou para uma ambulância, ele ainda estava respirando.

Eu só lembro deles colocando meu pai na ambulância depois eu apaguei com o calmante que Maria me deu. Quando acordei, Logan estava sentado na poltrona do meu quarto, olhando para o celular. Quando bocejei ele olhou para mim.

- Boa tarde, dona Maia!

- Ainda é de tarde?

- Na verdade, já é de tarde. A senhora dormiu desde ontem...

- Ai, minha cabeça. Pareço estar de ressaca...

Tentei levantar mais fiquei tonta. Ele veio até mim e me segurou. Sentei na cama e ele perguntou:

-A senhora está bem?

- Acho que não. Pode chamar Maria por favor?

- Ela está no hospital com seu pai, ela e o Senhor Bento. Pediram para eu cuidar de você.

- Ah, tudo bem. Tem notícias de papai?

- Ele está internado. Passou por uma cirurgia para fechar os cortes no pescoço. Em alguns dias estará em casa. Mas a polícia disse que ele terá que fazer um tratamento por causa da tentativa de suicídio.

- Hum, o difícil vai ser convencê-lo a se tratar. Esse tempo todo ele nunca foi em um psicólogo se quer. E olha que ele precisa!

- Eu entendo ele, é difícil para a gente que é homem procurar essas coisas.

- Difícil é nós mulheres lidarmos com vocês! Ele quase não fala comigo a dez anos Logan. Dez anos! Eu tinha só quinze anos quando ela morreu. Eu ainda me lembro dela entrando na água para salvar aquele gato. Por isso meu pai odeia gatos, se não fosse um a correnteza não tinha a levado. Ela era uma mãe tão boa. Era doce, bondosa. Esse lugar era cheio de bichos, pássaros, cachorros, gatos, quando ela estava aqui. Agora papai não deixa a gente criar bicho nenhum. Só galinha e gado. – Digo sem chorar, talvez pelo efeito do calmante.

Logan me abraça. Vamos para a cozinha e ele pergunta:

- Quer um bolo?

- Ah, gostaria, mas acho que maria não deixou nada pronto. -Digo olhando para mesa.

- Mas eu que vou fazer!

- Você sabe fazer bolo? – Digo incrédula.

- Bolo, torta, pão, qualquer coisa que tenha em uma padaria. Já fui padeiro.

- Meu Deus! Um lutador de luta livre, caseiro e padeiro. O que mais você faz?

- Sei mecânica também. Acho que só isso...- Diz ele pensativo.

- Então faz um bolo de cenoura com cobertura de chocolate pra gente.

- Agora!

Fico observando ele. Ele põe a toquinha da dona Maria e começa a procurar os ingredientes. Liga o forno para pré-aquecer. Pega a batedeira e faz o bolo. Unta a forma, coloca para assar. Faz a calda de chocolate. Esperamos o bolo esfriar e ele vira a forma e põe calda sobre o bolo. O bolo fica perfeito.

- Nossa, isso tá muito bom! - Digo de boca cheia.

- Gostou?

-Amei!

- Posso fazer outros depois para você.

- Sabe fazer bolo de mandioca?

- Sim, claro.

- Nossa! Não acredito! O próximo vai ser esse então!

Estava na hora do jornal, então ligo a TV da cozinha. Fala de enchente, política, guerras civis e da questão mais debatida nos últimos 40 anos: A questão mutante. Desde 1980, quando a humanidade viu o primeiro mutante no jornal, não se fala mais em outra coisa. Quando eu era criança, meu sonho era ser mutante, mas quando fiz 18 anos, eu vi que não seria mais uma e desisti, fui estudar.

- O que acha dos mutantes Logan?

- Hãn? Eu acho que eles são seres humanos e tem direitos...

- Nossa, não fala isso perto do meu pai!

- O que ele tem contra mutantes?

- Dois acontecimentos fizeram ele ter um julgamento negativo dos mutantes. Na lua de mel dele um mutante o assaltou e aqui na fazenda um mutante jovem destruiu uma plantação uma vez. Isso foi o suficiente para ele considerar mutantes uma praga.

- Entendi...

- Nossa, quando eu era criança meu sonho era ser mutante, apanhei tanto por causa disso... Meu pai é um idiota!

- Só está desinformado... Atualmente, os policias mutantes são os que mais prendem bandidos. Desde que mutantes e humanos começaram a trabalhar juntos a criminalidade reduziu muito.

Ficamos conversando até que fica de noite. Ele se despede para ir para a casa do caseiro. Mas peço para ele ficar e dormir no quarto de hospedes, eu não queria ficar sozinha. Ele sai para tomar banho e jantar e volta mais tarde. Ficamos conversando até que vamos dormir.

Dormi ouvindo o barulho da chuva. Não para de chover há dias. Pela manhã senti cheiro de café. Levantei e Logan estava na cozinha. Fez café e pão de queijo. Dei bom dia e peguei uma xícara de café. O pão de queijo estava muito quente, então esperei. Comemos e fomos trabalhar, ele com Bernardo e eu no escritório. Por volta da dez da manhã, liguei para Maria. Disse que a substituiria no hospital depois do almoço, pois ela já tinha feito muito. Ela insistiu que não precisava, mas eu a convenci. Ela disse que meu pai estava na UTI, mas estava melhor do que quando chegou.

Terminei de ver uns projetos para minha futura loja de roupas e fui fazer almoço. Logan sentiu o cheiro do alho e perguntou se eu queria que ele fizesse a comida. Dispensei. Depois de almoçar fui para o hospital. Maria voltou e eu fiquei. Vi meu pai pelo vidro, cheio de aparelhos ligados a ele e perguntei ao médico se ele realmente estava bem. O médico disse que a situação dele era grave e que a chance de ele sobreviver era pouca, pois ele pegou uma infecção nos ferimentos e como ele já não era jovem.

Senti raiva de Maria por ter mentido para mim, mas entendi que ela queria me poupar disso. O médico disse que eu não poderia entrar para vê-lo, mas que podia ficar no corredor. Não vi motivo para ficar naquele lugar e resolvi voltar para casa. No caminho quase bati o carro, estava muito nervosa. Cheguei em casa e me perguntaram porque voltei.

- Meu pai tá na UTI, não posso entrar para vê-lo e suas chances são poucas de sobreviver. Vou lá na plantação ver se eles precisam de alguma coisa, antes vou desmarcar os compromissos dele do mês... E é isso, vamos aguardar notícias do hospital, eles têm nosso telefone.

Entrei, desmarquei os compromissos de meu pai por telefone e fui para o carro.

- Dona Maia, se quiser eu posso tocar a plantação para a senhorita. Eu já trabalhei muito lá com seu pai, sei o que fazer. E o serviço daqui o Logan dá conta. - Disse Bernardo.

Pensei bem e concordei. Mas fui com ele em outro carro só para ver a situação das coisas. Estava-se fazendo a colheita do café e a replantação do feijão. Bernardo ficou lá e disse que me manteria informada. Aproveitei a tarde para ir em uma agência procurar uma faxineira e outro funcionário. Deixei meus dados, paguei uma taxa da agência e voltei para casa. Eles encaminhariam pessoas para entrevista em três dias.

Dona Maria reassumiu a cozinha, mas de tarde pedi a Logan para fazer um pudim. Ele o fez com excelência. Até dona Maria, que é exigente, elogiou.

Os dias foram se passando e eu fui acostumando a tocar a fazenda sem meu pai. Eu cheguei a pensar que teria que vendê-la, mas graças ao apoio dos funcionários, deu para manter tudo sobre controle. Fiquei feliz e aumentei o salário de Dona Maria, Bernardo, Seu Bento e Logan.

Contratei Geraldo e Feliciana. Por sorte eram bons funcionários. A casa de Seu Bento estava cheia, então passei Logan para um dos quartos de hospedes da casa grande e Geraldo ficou na casa do caseiro durante a semana. Fim de semana ele ia para a casa da mulher. Logan, no início sentia-se um pouco mal de morar na casa grande, mas se acostumou. Era também uma segurança a mais para mim, que agora estava sozinha. Ele só dormia, saia cedo e tomava café na casa do caseiro. Eu achava justo.

Em pouco mais de um mês meu pai veio a falecer. Eu parecia já prever e estar preparada para isso. O enterro foi em uma sexta. Veio a família toda. Enterramos ele na fazenda, ao lado de mamãe. O padre rezou e assim que fechou-se o túmulo, começou a chover forte. Tomamos café, comemos o bolo de mandioca do Logan e todos foram em bora. Dona Maria foi para seu quarto, Logan saiu para comprar adubo e inseticida com Bernardo, eu fiquei em casa, ouvindo o barulho de Seu Bento cortando madeira e Gerado pregando tábua.

Eu disse a todos que podiam folgar, mas eles preferiram se ocupar. Eu queria fazer o mesmo, mas o luto não me deixava sair daquele sofá. Liguei a TV e alí dormi.

Acordei na cama. Parecia aquela sensação de criança, quando a gente dorme no sofá e o papai leva a gente pro quarto. Levantei-me e era duas da manhã. Estava frio, a porta da sala aberta. Fiquei preocupada, mas era só Logan do lado de fora fumando e bebendo cerveja.

- Sem sono?- Perguntei a ele.

Ele continuou olhando a paisagem e me respondeu:

- Sim. Não gosto de enterros...

- Quem é que gosta? A funerária talvez...

Ele deu uma risada breve e se sentou em um banco de frente para mim. Perguntou:

- Quer cerveja?

-Não obrigada. Vou pegar um casaco.

Eu entrei, me agasalhei e voltei. Ele tinha apagado o charuto. Começou a chover de novo. Uma chuva fina e calma. Imaginei que o corpo de meu pai se desintegraria rápido com esse clima. Mas não disse nada. Ficamos em silêncio alguns minutos. Sentados, olhando pro chão. Logan quebrou o silêncio:

- O que pretende fazer agora?

Eu suspirei e disse:

- Pensei em pôr a fazenda a venda e tentar outro ramo. Mas cresci aqui, tenho aqui as lembranças de minha mãe, meu pai. Não posso fazer isso. Vou manter o sonho deles de pé.

- Você vai dar conta. É uma mulher inteligente, forte! - Disse me olhando fixamente nos olhos.

- E tenho sorte com empregados. – Eu disse rindo.

- É isso também...- Ele sorriu. – Quantos anos tem mesmo?

- 25. Sou de 1990.

- Hum. Logo, logo vai casar e encher isso aqui de menino.

Eu ri alto. E disse:

- Encher nada Logan, vira essa boca pra lá...

Ele sorriu e disse:

- Ter filhos é bom.

- E você já teve?

Ele fez uma cara de assustado e ficou olhando para o chão. Parecia ter entrado em choque. Ficamos em silencio alguns segundos e ele disse:

- Acho que está na hora de dormir.

Ele se levantou, recolheu a cerveja e os copos e deixou o cinzeiro com o charuto. Não entendi a reação dele. Fiquei lá fora mais um pouco e entrei.



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