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Hyungwon e Hoseok estavam imersos demais no beijo que a tanto tempo desejavam, que não percebiam o par de olhos que os observava com tanta raiva.
Youngjae sabia o que fazer e se afastou. Parou de beber e durante todo o caminho conhecido até a residência de seu líder, tratou de se manter o mais sóbrio possível, deixando o ar grogue de lado graças a raiva que ardia em si e seu coração que doía.
Seu orgulho tornava tudo pior naquele momento. Afinal, Hyungwon o havia trocado por um vampiro? Que tipo de descendente de lobo era o garoto? Se juntando com o inimigo...
Já se passavam das nove horas da noite quando Choi bateu a porta dos Chaes e imediatamente, o alfa apareceu para o receber, como se sentisse que era algo importante; já que Youngjae sempre fora leal como seus pais e sempre se preocupava com o futuro da matilha.
— O que houve? — Perguntou, depois de já ter convidado o jovem a entrar e se sentar na sala. Não se importou com o cheiro de álcool que exalava do lobo, sabia que nem aquilo seria capaz de tirar o foco de Youngjae e via isso por seu olhar.
— Sr. Chae, eu tenho algo para lhe contar, mas você não vai gostar... — E nada impediu Youngjae de contar o que viu.
Hyungwon e Hoseok se encaravam. Olho no olho e em seus lábios, era possível ver sorrisos satisfeitos.
O coração de Hyungwon batia forte contra o peito, sendo possível o vampiro escutar toda a animação que ele sentia; sorriu mais com aquilo, sentindo o próprio corpo ansiando por ter o garoto ainda mais grudado a si.
As mãos de Hyungwon pareciam perfeitas para ficar em sua cintura e o calor que o humano emanava contra o corpo do vampiro, enviava sensações a éons não experimentadas. Uma pitada de desejo com paixão, um sentimento mais forte e avassalador que crescia a cada dia, por mais que fosse assustador para o ser que já havia sofrido tanto por aquela emoção. Para Hyungwon, era algo novo que o intimidava, mas ao mesmo tempo, o fazia ansiar por viver mais momentos como aquele.
Estavam prestes a se aproximar para mais um beijo e talvez, mãos bobas daquela vez, mas Kihyun os atrapalhou.
— Wonnie... — Chamou com a voz fraca, indicando que estava triste.
Hyungwon e Hoseok se afastaram um do outro, com medo de que o lobo não gostasse daquilo, mas em seus olhos não havia julgamentos; só havia a sombra de uma tristeza.
Hyungwon havia sido obrigado a se afastar de Hoseok, já que Kihyun resolveu que era hora de ir embora.
Mal se despediu do vampiro, afinal, o amigo parecia cabisbaixo. Talvez fosse o efeito do álcool em seu corpo, mas algo lhe dizia que havia mais coisa ali e por mais que o perguntasse, Yoo sempre dizia que estava bem.
O caminho foi silencioso e durante o percurso, o álcool ia se esvaindo do corpo dos garotos. Kihyun por ser lobisomem tinha mais resistência ao álcool e Hyungwon, por ter bebido pouco.
Ao pisarem na grama da casa dos Chaes, Kihyun se despediu rapidamente e rumou até o carro. Hyungwon o observou ir embora, sentindo que o amigo estava magoado, queria o ajudar, mas sabia o quanto ele era cabeça dura com questões do coração; no fim, os dois eram.
Hyungwon, apesar de preocupado, estava de bom humor. Mal sabia que aquilo estava prestes a mudar.
Entrou em casa, esperando que pudesse ir direto para sua cama e tirar um cochilo que tanto queria, mas nada dava muito certo para si.
— Hyungwon. — A voz do pai indicava que não estava de bom humor, assim como seu rosto frio que analisava o filho à procura de algo.
O garoto engoliu em seco e permaneceu de pé, observando o pai que se sentava de sua forma elegante na poltrona.
— O que houve, pai? — Falou, tentando fazer com que a voz não vacilasse diante do olhar penetrante e firme.
— Sente-se. — Indicou o sofá a sua frente.
Hyungwon engoliu em seco. Aquilo não poderia ser algo bom.
Fez o que lhe foi pedido e lutou para conseguir encarar o pai, esperando qualquer que fosse sua sentença. Havia feito algo de errado? Em sua cabeça, não.
— Youngjae esteve aqui mais cedo. — O lobo falou, o olhar ainda mais frio e encarando Hyungwon como se este fosse um grande pecador.
Hyungwon sabia o que aquilo significava e sabia que deveria mentir; foi o que fez.
— E qual foi a mentira que ele inventou? Espero que o senhor esteja ciente de que eu e ele terminamos e agora, ele está bravo e chateado com a situação. Não é? — Sua sorte era que sabia se controlar em situações como aquela. Ou pelo menos, tentava.
O Sr. Chae estreitou os olhos. Sabia do término do filho com Choi, mas sabia o quão respeitável e confiável o outro era.
— Então você está negando ter qualquer envolvimento com o tal Shin Hoseok? — Não era um homem que ficava fazendo jogos e sempre ia direto ao ponto. Sutileza não era com ele, afinal, era um líder; um alfa.
— O senhor está brincando comigo? — Riu com puro escárnio. — Acha que eu teria coragem de me envolver com um sanguessuga que mata pessoas inocentes por prazer? — Revirou os olhos, balançando a cabeça em negação. — Ainda mais sendo filho do líder do pack? — Fingiu indignação.
O pai suspirou aliviado, mas baixo de forma que o outro não escutará. Sabia que tipo de confusões um relacionamento entre alguém como Hyungwon e como Hoseok poderia causar.
— Darei esse voto de confiança a você. Espero que não esteja mentindo para mim. — Foi a última coisa que falou, dispensando o filho.
Assim que entrou no quarto, Hyungwon suspirou aliviado.
Odiava mentir com todas as suas forças, contudo tinha noção de que precisava fazer aquilo para evitar problemas entre os lobos e vampiros.
Apesar da preocupação, raiva também tomava conta de si. Youngjae era um maldito e Hyungwon sentia a vontade de socar a cara dele.
Se sentia a cada dia mais arrependimento por ter se envolvido com alguém como ele.
Bufava, enquanto tirava a camisa a jogando em qualquer lugar do quarto. Estava pronto para se jogar na cama e dormir para esquecer dos novos problemas, mas uma batida fraca em sua janela o fez desistir da ideia.
Correu abrir a janela.
— Está maluco? O que está fazendo aqui? — Indagou em um murmúrio, ciente de que o pai poderia escutar por sua super audição.
Wonho só riu de sua forma cafajeste e entrou no quarto com sua agilidade vampiresca.
— Me certifiquei de que ele está dormindo. — Respondeu, como se lesse a mente do humano.
Se deitou na cama de Hyungwon, como se tivesse liberdade para tal e encarou cada pedaço do tronco nu alheio, com os olhos brilhando em luxúria e um sorriso de lado preso nos atraentes lábios. Hyungwon era belo em todos os sentidos em sua visão.
— O que quer? — Repetiu a pergunta, incomodado pela forma como o outro lhe olhava.
— Falar com você... Te beijar... Te tocar... — Falava cada coisa com um sorriso ainda mais sujo.
Hyungwon corou, mas era inevitável seu corpo não esquentar por certo desejo.
— Não seja idiota, Hoseok. — Resmungou.
Mas não colocou uma camisa, continuou com o tronco nu e se atreveu a se sentar ao lado de Wonho.
— Eu não consigo tirar você da cabeça. — O vampiro o surpreendeu e falou depois de um tempo.
Se encararam profundamente e se perderam nas orbes um do outro.
Hyungwon não evitou abrir um sorriso convencido.
— Ah é? Estou orgulhoso de mim mesmo.
— Idiota. — O vampiro revirou os olhos.
E antes que pudessem fazer qualquer coisa, a porta se abriu.
— Que nojo. — Foi o que Hyelim falou, assim que entrou.
— Olá Hyelim. — Cumprimentou Hoseok com um sorriso nos lábios.
Hyungwon a olhou feio.
— Bater antes de entrar que se dane, né?
— Devia ter batido mesmo... — Fingiu pensar, para logo abrir uma careta. — E se vocês estivessem transando? Aliás, me pergunto quem é o ativo e quem é o passivo.
Hyungwon ficou da cor de pimentão e Hoseok deu uma risadinha.
— É óbvio que eu sou o ativo. — Falou para a garota.
Hyelim compartilhou da risada do vampiro e Hyungwon a olhou com ainda mais raiva. Sua própria irmã o apunhalando daquela forma.
— Chega! — Falou com raiva. — O que você queria mesmo? — Questionou, sem um pingo de paciência.
— Eu estou indo embora... Preciso resolver umas coisas na capital. — Sorriu maliciosa. — Lembra aquela fada que eu falei? Então, eu preciso...
— Não, não. Eu não quero saber. — Falou rápido, antes que descobrisse algo que o traumatizasse. Se levantou e parou em frente a irmã. — Vou sentir sua falta.
Hyelim sorriu e abraçou o garoto com carinho.
— Sempre que precisar, sabe que pode me ligar, não sabe?
Hyungwon concordou e depois de mais algumas palavras trocadas e uma despedida a Hoseok, sua irmã se foi.
Suspirou cansado. Ter a irmã ali, tornava a convivência com o pai mil vezes mais fácil.
Voltou a cama, dessa vez se deitando ao lado de Hoseok.
Nada falaram, pois Shin sabia que era um momento onde Hyungwon estava melancólico pela irmã e respeitava aquilo.
Ficaram se encarando, perdidos na imensidão um do outro e dessa forma, Hyungwon caiu no sono e teve uma noite agradável, com Wonho zelando seu sono e o fazendo cafuné.
No fim, a mentira que havia dito ao pai, valia a pena se aquilo o proporcionasse ter Hoseok cada vez mais próximo de si.
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