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Cidade de Taebaek – 02:00 da manhã;
O clima estava tranquilo na casa do clã naquele dia.
Shownu se mantinha preso na biblioteca da casa, lendo qualquer coisa que pudesse lhe distrair enquanto seu parceiro estava em outra cidade, ajudando amigos Caçadores na caça de alguma Bruxa, ou algo do gênero. Minhyuk nunca havia abandonado a parte de seu passado e ainda mantinha o hábito da caça vivo.
Son suspirou, por mais que tentasse, Lee Minhyuk continuaria em cada pedacinho de sua mente, afinal, Shownu o amava com toda a sua alma. Encarou o teto e resmungou frustrado. Esperava que o outro chegasse logo e então Shownu mataria a saudade, de todas as formas possíveis.
Seus pensamentos começaram a seguir rumos perigosos e muito, muito, pecaminosos. Em menos de segundos, Son estava excitado e seu interior pegava fogo. Maldito seja Minhyuk, teria que se resolver sozinho.
Cidade de Montag– 03:15 da manhã;
Minhyuk corria atrás da Bruxa, as adagas de prata em cada uma das mãos. A bruxa era rápida, provavelmente graças a algum feitiço para tal feito, mas os Caçadores imortais e Minhyuk também eram. Em segundos a bela mulher de cabelos feito prata ficou cercada dentro de uma chave-de-Salomão, usada para prender demônios e qualquer criatura com indícios demoníacos.
— Garotos...— Começou com uma voz melodiosa e ancestral. — vocês não querem fazer isso.
— Ah pelo amor dos Deuses. Fazer isso é tudo que nós queremos no momento. — Murmurou Alecsandro Martinelli, um rapaz italiano que Minhyuk conhecia a umas boas décadas. — Quem faz às honras?
Minhyuk e o amigo trocaram um olhar, Lee sorriu.
— Se não se importam... — E se aproximou lentamente da bruxa, que até tentou fugir, mas os outros caçadores que estavam atrás de si, a agarraram firmemente pelos ombros. — Isso é por todas as pessoas inocentes que você matou.
O vampiro levantou uma das adagas, pronto para acertar o coração da bruxa, mas então a mulher falou baixinho.
— Você deveria ir para sua casa. — Ela sorriu maldosamente. — Seu parceiro está revivendo o passado.
Minhyuk franziu a sobrancelha sem entender, e ouvindo Alecsandro chamar sua atenção, o vampiro cravou a adaga no coração da bruxa. Viu seu corpo ficar negro e os olhos perderem o brilho doentio de dourado.
Mordeu o lábio nervoso, revivendo o passado.... O que aquilo poderia significar?
— Algum problema, fratello? — Martinelli perguntou preocupado ao ver a expressão do amigo que considerava um irmão.
— Você ainda vai precisar de mim por aqui? — Perguntou, tentando soar casual.
— Não. O problema já foi resolvido. — Apontou com o queixo para o corpo morto da bruxa. — Se quiser voltar para casa, pode ir.
Minhyuk rapidamente murmurou um adeus aos amigos e correu como nunca para a casa. Saiu da cidade de Montag e atravessou a fronteira com Taebaek. Seguiu o caminho para a floresta e enfim, parou a frente do seu lar.
Antes de entrar, Minhyuk sentiu o maldito cheiro dela.
Respirou fundo e entrou pela porta principal, ainda com as roupas de caça e as adagas de caça presas em um cinturão na cintura e um boldrié com pequenas facas para arremesso. Sentia a roupa preta, molhada pela garoa, grudando em seu corpo esguio. Mas nada daquilo importava, a cena diante de si, sim, importava.
— Que surpresa! Minhyuk! — Noala Roxley encarava o vampiro de cabelos platinados com um olhar de puro veneno. — Shownu me disse que você voltaria só amanhã.
Minhyuk trincou os dentes diante do apelido do parceiro saindo dos lábios da vampira.
Encarou a mulher, a criadora de Hyunwoo. Os cabelos castanhos-dourados continuavam ondulados de forma graciosa, os olhos verdes como esmeraldas ainda brilhavam com perversidade. Ela continuava linda e aquilo o irritava.
Passou o olhar dela para Hyunwoo. O lider do clã não parecia saber como reagir e só encarava Minhyuk com um olhar cheios de desculpas.
Lee suspirou, o passado realmente havia retornado.
— Não vou atrapalhar vocês. Só vim pegar uma arma importante que esqueci. — A mentira saiu amarga de sua boca.
Rapidamente foi até o quarto que compartilhava com Hyunwoo. Sentindo o olhar da mulher afiado em suas costas e o passos urgentes de Son o seguindo.
Abriu a porta, sentindo o próprio cheiro misturado ao de Shownu e aquilo fez seu coração se apertar. Como era idiota... Tão idiota...
— Minnie. – A voz de Shownu trazia uma espécie de súplica. — Eu juro que eu não chamei ela e nem mesmo fui atrás dela.
Minhyuk abriu seu armário de armas e encarou atentamente elas. Qual seria melhor para matar Noala?
— Bem, mas ela está aqui, não está? — Pegou um arco e uma aljava de flechas e os encarou, mas logo devolveu ao lugar de antes.
— Eu não faço ideia do que ela está fazendo aqui. — Explicou-se com as mãos sob a cabeleira preta, como se quisesse puxar os fios de frustração.
O de cabelos platinados se virou para o encarar, sentia o coração doído de mil maneiras.
— Eu não me importo dela ter aparecido, Hyunwoo. — Rebateu. — Me dói saber o que ela representa para você e me dói ainda mais... — Engoliu em seco, sentindo a bile. — O fato de você nunca conseguir afastá-la. O fato de você sempre permitir que ela atrapalhe nosso relacionamento ou seja lá o que isso que temos, signifique para você.
Hyunwoo sentia cada palavra o atingindo, a amargura de seu companheiro, a dor nas palavras e os olhos que estavam desesperados. Aquilo o destruía e saber que fora ele o responsável por aquilo. Droga.
— Minhyuk... — Se aproximou do platinado e pegou seu rosto entre as mãos. — Você sabe o quanto significa para mim, sabe que eu... — Mas algo fez sua garganta travar. Será que o amava como dizia? Se o amava tanto assim, por quê ainda permitia que Noala os atrapalhasse?
— Você nem consegue falar as palavras com ela sob o mesmo teto. — Minhyuk se afastou abruptamente. Feridas do passado se abrindo e uma dor excruciante esmagando seu coração. — Chega, preciso ir.
Estava a caminho da porta, mas Hyunwoo segurou sua mão. Minhyuk o olhou por cima do ombro. Esperando e esperando por algo que o fizesse ficar.
— Aonde vai? — A voz subitamente assumindo um tom mais rude.
— Em algum lugar distante para dar privacidade a você e sua... Amiga. — Falou entredentes, soltando a mão.
— Vai encontrar um dos seus amantes? — A ideia fazia Son estremecer.
— E se eu for? — Sorriu com escárnio, a voz afiada como uma de suas lâminas. — Soube que tanto Maetheus quanto Velene se mudaram para perto. — Citou o nome dos antigos amantes que não pronunciava em voz alta a muitíssimo tempo.
Hyunwoo rosnou.
— Você não pode simplesmente...
Minhyuk rosnou também.
— Você não está no direito de me dizer o que fazer. Nem ouse tentar. — Com um último olhar para o homem que tanto amava, Lee saiu do quarto.
Desceu as escadas, chegando a sala e comprimiu os lábios ao ver Noala sentada da poltrona preferida de Hyunwoo.
— Já vai Minhyuk? — Fingiu-se de triste. — Achei que ficaria para se divertir comigo e com o Hyun...
Minhyuk a ignorou e saiu porta afora. A garoa se intensificara e graças a chuva, suas lágrimas se misturavam com a água. Sentia o estômago embrulhar e todo seu interior murchar.
Ele precisava de uma bebida. Urgente.
Hyunwoo encarou as paredes azuis do quarto que compartilhava com Minhyuk. Caminhou até a cama de casal dossel que tinham e se sentou no colchão, exatamente no lado que o companheiro dormia e sentiu o cheiro dele o atingir em cheio. Aquela mistura de liláses e hortelã.
Son era um imbecil e sabia disso.
Enquanto constava o idiota que era, se lembrou do momento no século passado onde ele e Minhyuk ficaram separados por três décadas. Três longas décadas e tudo por culpa de Noala.
A vampira Roxley sabia da influência que tinha sob Hyunwoo pelo fato de tê-lo criado e Son só soube o que aconteceu quando acordou nú ao lado da mulher, na cama que dividia com Minhyuk.
Minhyuk os viu e Son nem pôde se explicar, pois não havia explicação.
Três décadas onde Minhyuk acumulou amantes, tanto homens quanto mulheres e Son se viu preso a Noala, vivendo um relacionamento onde só ela se divertia.
Três décadas onde Minhyuk fora tocado por todas as pessoas e Hyunwoo só pôde observar enquanto achava que estava o perdendo de vez.
Mas então, covardemente, ao invés de dar um basta em Noala, Hyunwoo fugiu e foi atrás de Minhyuk pedir perdão. O garoto aceitou, pedindo que Son nunca mais a deixasse atrapalhar o relacionamento deles.
E lá estava os três novamente. Em outro século e tudo parecia um déjà vu de mau gosto.
Encarou o anel fino de titânio com acabamento preto meio brilhante. Minhyuk e ele não acreditavam em casamentos ou algo do gênero, mas a séculos atrás, decidiram usar algum símbolo da união.
Hyunwoo passou a mão pelo metal frio... Será que ele havia estragado tudo de novo?
— Ele vai voltar. — Ronronou Noala, se aproximando e se sentando no colo de Hyunwoo. — Ele sempre volta como um cachorrinho para você.
Rosnou diante do comentário da mulher.
— É impressionante... — Continuou ela. — Você pode o amar com toda sua alma, mas ainda assim... — Ela empurrou Hyunwoo para se deitar na cama, com ela ainda no colo. — Você não resiste a mim.
E ela atacou os lábios de Hyunwoo de forma voluptuosa, rebolando em seu colo.
[ ••• ]
Minhyuk caminhou entre a floresta, ciente de que a aquela altura já havia ultrapassado os limites da fronteira com os lobos. Sentia o cheiro deles cada vez mais forte conforme se aproximava de um Pub pintado de vermelho, denominado Devil's Fork.
Entrou pelas portas duplas de madeira e imediatamente todos se calaram e o observaram, surpresos. Impressionante, não ganhou nenhum olhar de ódio, pensou o vampiro. Ou estavam muito bêbados ou sua aparência estava péssima e digna de pena.
O vampiro se sentou em um banco do bar e pediu um whisky com gelo. Enquanto esperava, encarou o lugar discretamente.
As paredes do lado de dentro eram pretas e havia até mesmo uma feita para as pessoas escreverem com giz. As luzes eram vermelhas. Tocava uma batida de R&B em tom sensual, fazendo os casais dançarem de formas obscenas.
O que mais chamou a atenção de Minhyuk, foi a mistura de raças, lobos, algumas bruxas, alguns caçadores, algumas fadas... E vários outros seres sobrenaturais, porém, ele ainda era o único vampiro.
Seu whisky chegou e ele tomou todo o copo em um gole. Pediu mais um e, novamente tomou em um só gole e assim por diante, até que enfim pediu a garrafa inteira. Imagens de Shownu na cama, enroscado em Noala, enchiam sua mente. As imagens que vira no século passado.
— Oi... Você está bem? — A voz do garoto de Shin invadiu sua mente nebulosa pela bebida.
— O que está fazendo aqui? — perguntou, com o raciocínio lento.
— É o lado dos lobos. — Explicou, calmamente.
Minhyuk quis se bater.
— Ah... Não sabia que vocês mantinham contatos com outros seres... — Comentou, realmente surpreso.
— Esse pub é especial. O dono é um lobo que se apaixonou por uma bruxa. — Começou a explicar. — Eles resolveram criar um lugar para desmistificar alguns preconceitos. Obviamente os mais velhos acharam um absurdo, mas os jovens adoraram.
Minhyuk mais uma vez encarou o pub. As pessoas pareciam felizes ali.
— É um bom lugar. — Comentou.
— Não sabia que você caçava...— Hyungwon não controlou a curiosidade.
— Antes de ser um vampiro, eu fui um caçador. — Contou. — Ainda mantenho essa parte de mim viva.
E então um silêncio reinou entre eles, mas logo começaram a beber juntos e Chae o apresentou a todos os outros do pub. Uma noite quase agradável... Quase.
E em um momento...
Lee Minhyuk estava sendo inconsequente.
No segundo que Hyungwon contou que sempre rolava brigas para a diversão dos jovens do pub e para apostas serem realizadas, ele imediatamente pediu para participar. Hyungwon tentou argumentar, mas Minhyuk queria descontar a raiva em algo e sempre gostara de lutar.
O ringue, nada mais era, do que um desenho de giz no chão de madeira de ébano e logo na terceira luta da noite, lá estava Minhyuk no meio dele. Havia tirado as armas, pois ali a briga era nos punhos, sem armas e sem magia.
Iria lutar contra um garoto fada. Não se lembrava de já ter lutado amigavelmente com alguém daquela espécie.
Ao olhar para o garoto, teve certeza que as lendas eram verdadeiras. Ele tinha a beleza dos anjos e a maldade dos demônios. Em suas orelhas pontiagudas, havia brincos delicados de argola prateada, sua pele azulada brilhava na luz vermelha e os olhos vermelhos como rubi brilhavam de animação. O cabelo vermelho como fogo, emoldurava o rosto delicado.
— Prazer, Rylef Riverwall. — Se apresentou com a voz alta, por cima da música que estava mais alta em uma batida de hip-hop.
— Lee Minhyuk! — Respondeu no mesmo tom amigável.
E depois de cumprimentos, a pequena luta começou.
Minhyuk não se lembrava de muitas coisas do momento. Só de alguns socos que levou, alguns que deu e enfim, de conseguir derrubar o garoto no chão.
Minhyuk lutou, pelo menos, umas cinco lutas e as marcas no seu rosto comprovavam a violência dos golpes que recebeu. Mas se sentia feliz por constatar que havia ganho três delas.
Son Hyunwoo havia sido um idiota com o parceiro por muitos séculos e a constatação disso o fez acordar do entorpecente que Noala provocava em si. Empurrou a garota de cima de si e se levantou da cama rapidamente.
— Chega, Noala. — A voz era firme, assim como o olhar que mantinha para a garota que estava deitada na cama, o olhando confusa, apoiada nos cotovelos, deitada exatamente no lado de Minhyuk da cama.
— Chega com o quê, docinho? — Perguntou inocente.
— Vai embora. — Falou com autoridade. A autoridade do líder que era.
— Você está me expulsando? — Ela se levantou da cama em um instante e se aproximou ferozmente de Son. — Você acha que pode me expulsar?
Hyunwoo sentiu a parte de si que era submissa a criadora estremecer e se encolher, mas a raiva era maior do que aquela mísera parte. Ficou ereto e sentiu o poder sair de seu controle.
Agradecia pelos amigos terem fugido ao ver Noala ali. Jooheon e Changkyun foram passar a madrugada em uma casa que tinham na montanha e Hoseok, provavelmente, estaria se divertindo com uma das suas amantes.
Só havia Hyunwoo naquela casa e Noala e ele começava a perder o controle que mostrava diante da família. O poder emanando de seus poros, o fazendo lembrar do quanto era um vampiro poderoso. Fazendo Noala lembrar do motivo pelo qual escolheu ele para transformar, pois ele sempre fora forte, mesmo quando humano.
— Sim Noala, eu estou te expulsando de minha casa, de minha vida e de meu relacionamento com Minhyuk. — Se aproximou da mulher e se abaixou para seus olhos ficarem na mesma altura. — Você vai ir embora e nunca mais ousará chegar perto de mim ou de minha família.
— Como ousa...? — Ela começou, mas o olhar de Son a calou e ela percebeu que seu poder de criadora já não tinha efeito no vampiro. Algo havia mudado nele.
— Eu estou sendo gentil, por enquanto. Estou deixando você sair por conta própria, mas se não sair logo. — Deixou as coisas subtendidas, mesmo sem falar as palavras.
— Você acha que eu irei aceitar esse seu pedido, assim, fácil? — Falou, finalmente, com veneno na voz.
— Eu não estou pedindo, Roxley. — A voz era como a lâmina mais afiada. — Eu estou mandando.
A garota se deu conta da aura de poder que emanava de Hyunwoo. Ele era poderoso, mais do que ela e seus duzentos séculos a mais do que ele. Ele podia matá-la se quisesse e não havia nada que Noala prezasse mais do que sua longa imortalidade.
— Já que quer assim... — Levantou o queixo, não deixando o medo transparecer. — Já não tinha graça brincar com você mesmo. — Sorriu falsamente e deu as costas a Hyunwoo, ouvindo o rosnado de aviso e então, saiu pela sacada para a noite. Enfim, libertando Son Hyunwoo.
Shownu respirou fundo. Estava orgulhoso de si próprio por finalmente ter feito algo contra aquele mal. Mas não estava completamente feliz. Minhyuk ainda não estava ali e só os Deuses sabiam onde ele estava.
Poderia ir atrás dele, claro e, até mesmo mandar os outros irem atrás do platinado. Contudo, os dois prezavam por respeito e Hyunwoo nunca iria o sufocar daquela forma. A única alternativa que o grande líder via, era esperar, tentando se manter calmo.
— Pai amado, Hyunwoo vai me matar. — Hyungwon falava para si mesmo ao ver Minhyuk no banco do caroneiro. Os cabelos platinados bagunçados, o belo rosto cheio de hematomas e, as roupas cheias de seu sangue e de outros com quem havia lutado. Sem falar no cheiro do vampiro. Cheiro de sangue, suor, bebida e até cheiro de pessoas com quem ele dançou como se elas fossem os amigos mais antigos. — Eu sou tão jovem para morrer.
Minhyuk riu.
— Relaxa garoto. Tá comigo, está com Deus.
Hyungwon o olhou incerto de que era o melhor momento para ele oferecer proteção.
— Ora, eu não estou tão acabado. — Rebateu o olhar do humano.
Chae riu baixinho. Era fácil conversar com Minhyuk, o lembrava de Kihyun.
Hyungwon parou na frente da casa dos vampiros, se sentindo nervoso imediatamente. Hyunwoo era líder dos vampiros afinal e, Minhyuk era seu companheiro e estava acabadíssimo e em um estado decadente no momento.
Minhyuk aceitou a ajuda de Hyungwon para descer do carro, afinal, ainda estava meio tonto pela bebida.
— Eu nunca fico bêbado... — Comentou, impressionado pelo fato dos poderes não terem agido contra o whisky e sabe-se lá o que ele tomou mais, pois não se lembrava.
— As bebidas de lá são diferentes, para nos fazer ficar bêbados. Feitiço da dona. — Contou e Minhyuk se lembrou de que havia conhecido os donos e imediatamente os adorado.
Suspirou, imaginando se a maldita ainda estaria lá e se estaria na cama com a pessoa que mais amava.
Entrou pela porta da frente, dando de cara com Hoseok deitado voluptuosamente no sofá de couro, com um livro de... Minhyuk semicerrou os olhos e leu: Biologia? O platinado tinha certeza que Hoseok ouvira a chegada de Hyungwon e pegou o primeiro livro que viu na frente só para impressionar o humano. Minhyuk apostava com todas as suas forças nisso.
— Minnie, você foi atropelado? — Shin sorriu com sarcasmo ao levantar os olhos do livro e olhar para o amigo, claro, só depois de olhar Hyungwon da cabeça aos pés com os olhos brilhando.
— Engraçadinho. — Mostrou a língua. — E você? Deu pra ler agora? — Se virou para Chae. — Sabe, ele nunca lê... Não sei o que deu nele.
Shin parou de sorrir imediatamente e ficou envergonhado por ter sido pego na mentira. Hyungwon riu baixinho com Minhyuk.
— Hyunwoo tá lá no quarto emburrado, vai lá acalmar ele vai. — Hoseok praticamente expulsou Minhyuk da sala para ficar a sós com o pobre garoto Chae.
Lee sorriu maldosamente para o amigo e se despediu do humano, meio grogue, se dirigindo para as escadas e indo para o quarto que compartilhava com Son. Provavelmente, Noala não estava lá, já que Shin o mandou ir para o quarto. Respirou aliviado, quando entrou no quarto.
Seus sentidos aguçados estavam afetados pela bebida e ele se jogou na cama. Batendo em um móvel pelo caminho e cambaleando, como o bêbado que era, no momento. Franziu o nariz ao sentir o cheiro de Hyunwoo, o seu e o de... Noala, em seus lençóis. Bufou.
Fechou os olhos, pronto para dormir e esquecer todas as merdas que aconteceram naquelas horas.
— O que aconteceu com você? — Shownu estava sentado na poltrona na frente da cama, com os cotovelos apoiados nas coxas e o queixo apoiado nas mãos. Os olhos estavam cansados e os ombros pareciam carregar o mundo todo, se sentia acabado.
Minhyuk abriu um dos olhos e o encarou nos olhos, depois inspecionou o corpo alheio. Respirou fundo, antes de responder.
— Por aí... — Deu de ombros, indiferente.
Son rosnou diante da petulância de Minnie.
— Você está cheirando a... Bebida, suor, sangue e a outras pessoas. A muitas pessoas na verdade. — Engoliu em seco, sentindo realmente o cheiro de pelo menos, umas vinte pessoas no parceiro. — Estava em uma boate?
— Na verdade, estava em um pub. — Respondeu, sem se importar com o que Shownu poderia pensar.
— Ah é? E como conseguiu esses hematomas? — Não podia deixar de se preocupar ao ver o belo rosto cheio de roxos e alguns cortes. Mas também não podia deixar de pensar... — Mexeu com alguém comprometido?
— Lutando. — Sorriu irônico diante do claro ciúmes. — Ganhei três de cinco. Acho que fui bem.
— Ficou maluco? Lutar com humanos... — O líder começou pensando nas consequências que poderia trazer para o clã.
— Não lutei com humanos. — Revirou os olhos. — O pub é feito para receber seres sobrenaturais.
Son estava pronto para fazer milhões de perguntas, mas Minhyuk continuou.
— Parece que se divertiu essa noite, o cheiro dela está impregnado nos meus travesseiros. — Comentou com a voz ácida.
— Eu a mandei embora... Para sempre. — Son falou, se recostando na poltrona.
Minhyuk o encarou nos olhos, buscando por alguma pegadinha, mas só havia a mais pura verdade. O vampiro se sentou na cama, imediatamente.
— Para sempre?
Hyunwoo levantou da poltrona e caminhou até a cama, parando a frente de Lee e pegando seu queixo com uma das mãos, mantendo seu rosto preso ao seu olhar.
— Ela nunca mais vai nos atrapalhar, Minnie. — Prometeu.
Minhyuk sorriu ladino. Aquilo os trazia uma liberdade maior. Depois de tantos séculos, estavam livres daquele maldito triângulo que Noala causava.
Shownu inspirou profundamente o cheiro de Minhyuk, sentindo seu interior se agitar por ter o garoto ali. Tão perto e com aquele olhar penetrante que fazia Son perder o juízo.
— Mas eu não quero falar dela... — Começou, com a voz rouca de imediato desejo, ainda prendendo o olhar de Lee em si.
O platinado imediatamente mordeu os lábios e abriu mais um sorriso, daqueles que sabia que enlouquecia Hyunwoo.
Shownu passou os dedos, de modo suave, pelos machucados no rosto do outro. Passou um dedo pelo contorno dos lábios dele e se extasiou ao perceber que o outro o deixava entreaberto, a espera de um beijo.
Beijo que prontamente o mais velho tratou de dar. Um beijo cheio de volúpia e que fazia o desejo crescer cada vez mais.
Minhyuk puxou Hyunwoo para se deitar consigo na cama, o prendendo com suas graciosas pernas ao redor da cintura do outro. Queria desesperadamente sentir cada pedacinho do corpo do moreno e foi isso que fez, ao rasgar a camisa escura que ele usava. Gemeu ao sentir a quentura e textura da pele contra a palma de sua mão.
Hyunwoo estava tão desesperado quanto o parceiro e isso era perceptível pelos olhos. Escuros e brilhando de um desejo primitivo.
Despiu o mais novo. Tirando suas armas, tirando sua camisa suja de sangue e sem demora, todo o resto. Observou o corpo levemente definido do outro e não tardou a acariciar sua cintura, descendo as mãos fortes para o quadril e coxa. Colocou uma mão forte na coxa de Minhyuk, acariciando-a, colocando a mão na parte interna e se aproximando, demoradamente, mais perto do membro excitado.
Minhyuk se remexeu impaciente, mas Shownu o mantinha preso a cama com a mão em seu quadril.
— Quietinho. — Ordenou rouco.
Minhyuk sentiu a pele se arrepiar ao ouvir aquela ordem de forma tão obscena. Suspirou frustrado, não tirando os olhos do amado.
Shownu sorriu diante dos olhos suplicantes de Minnie e começou a acariciar, vagarosamente, o outro por toda sua extensão. Se abaixou diante do membro e em segundos, o colocou na boca. O gemido gutural do parceiro indicou que deveria continuar com aquilo e foi o que fez.
Lee fechou os olhos, sentindo a boca quente de Shownu ao seu redor, sentindo arrepios por todo seu corpo e o calor crescendo cada vez mais dentro de si, pedindo por libertação.
— Hyun... — Gemeu para o companheiro, suplicante para que ele fosse mais rápido. Suplicante por liberdade.
Son sorriu e sem o avisar, o penetrou lentamente com dois dedos. Minhyuk arqueou de surpresa suas costas, mas recebeu com boa vontade os dedos do outro.
Shownu tirou o membro de sua boca, enquanto encarava as feições de Minnie ao penetrar cada vez mais fundo e rápido com seus dedos.
Minhyuk sentia seu ápice cada vez mais perto. Só o olhar de Shownu já poderia o fazer gozar. Ah, ele adorava aquele olhar cheio de desejo do outro.
— Você... Está usando roupas demais. — Falou, entre gemidos.
Son sorriu e tirou os dedos, lentamente, de dentro do garoto. Minhyuk resmungou, logo se calando ao ver que o outro começava a tirar o restante das roupas.
Lee mordeu os lábios ao constatar o quão excitado o outro estava e quando começou a levantar, para proporcionar o mesmo prazer de momentos antes para Son, ele o impediu.
— Eu não mandei você ficar quietinho? — Ronronou no ouvido de Minnie, logo em seguida mordendo o lóbulo.
Minhyuk respirou entrecortado e puxou o outro pela nuca, para mais um beijo cheio de saliva e língua. Son segurou mais forte no quadril de Minhyuk, grudando os corpos e se esfregando de formas obscenas.
Minhyuk não se controlou ao gemer e rebolar contra o membro de Hyunwoo, o sentindo pulsar. Hyunwoo o penetrou, enquanto Minhyuk rebolava contra o membro. Os dois gemeram em uníssono, um contra a boca do outro.
A estocadas começaram lentas e com leves rebolados, mas em questões de segundos, os dois já estavam se movimentando um contra o outro de forma rápida. Muito rápida com direito ao uso de seus poderes vampirescos. Os gemidos ecoavam pelo quarto e o lugar parecia acesso com o próprio fogo do inferno.
Minhyuk arqueou e se aproximou mais do corpo de Hyunwoo, se é que era possível, ao sentir o outro atingir sua próstata diversas vezes e então, chegou ao ápice, sentindo o calor se libertar e casa parte de si entrar em um espasmo. Gemeu alto e rouco o nome de Hyunwoo.
Shownu ao ver a imagem de Lee se contorcendo de prazer, se derramou dentro do amado com um ronronar e o corpo ficando mole. Era sempre daquela forma com Minhyuk. Sempre intenso, cheio dos melhores sentimentos.
Desabou na cama e puxou Minhyuk para seu lado.
Só se ouvia o som dos pássaros e das respirações.
Minhyuk se aconchegou no peito de Hyunwoo, ouvindo as batidas aceleradas do coração dele e fechando os olhos, se acalmando.
— Minnie... — Shownu começou, lentamente. — Eu te amo, com todo meu ser. Não se esqueça disso.
Lee levantou a cabeça e o encarou no fundo dos olhos. Castanho no castanho.
— Eu sei. — Disse dando um selinho no companheiro e voltando a posição anterior.
Hyunwoo o apertou em seus braços e inspirou o cheiro do parceiro, que agora, se misturava com o seu em uma fragrância maravilhosa. Sorriu, fechando os olhos e se sentiu, inteiramente, em casa.
— Eu também te amo. — Ouviu o outro dizer, antes de adormecer em paz, a maneira dos vampiros.
Eles eram a casa um do outro e enquanto estivessem juntos, nada poderia destruí-los.
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