História Cold Hearted - Old and new friends

I know the world is full of flaws,

but it will dispel your headaches, and call it home.

P.O.V. Violet

    Um dia antes de começar as aulas do quarto ano do ensino médio estado-unidense e tem coisa melhor pra fazer do que ir para uma festa?  A resposta é não. 

    Acabei de chegar de viagem e voltei para ficar dessa vez.  Já tinha morado aqui uma vez,  mas por causa de alguns problemas precisei me mudar com minha família. Agora o único que moraria comigo seria meu irmão. 

    Liguei para Estela,  uma antiga amiga minha dessa cidade,  e ela respondeu que me buscaria em duas horas.  Hoje a noite seria longa. 

    Pus uma roupa bem bonitinha mas não tão chamativa,  e foda-se. Estela não demorou duas horas e já veio me buscar. 

- Quanto tempo babe!  Você está bem mais gostosa!  - disse ela enquanto eu entrava no carro. 

- Estela sua voz! 

- Efeito da minha amiguinha puberdade!  E ai,  onde vamos hoje? 

- Tem aquele Bar do Araújo não tem?  Vamos lá. 

- Estou morando em frente. Meu namorado não pode me ver lá. 

- Casa própria?  Namorado?  Me põe a par das novidades! - respondi. 

- Outra hora,  quero beber e vai ser no Araújo mesmo. 

   Demos voltas complicadas e fomos até o bar.  Desse momento em diante eu não me lembro mais nada,  adoro beber mas sou fraca pra bebidas... Se eu não me engano eu fiquei com um menino,  ele beijava bem pra caralho. 

   Acordei no outro dia de manhã com uma puta ressaca. 

   Meu pai já tinha deixado tudo pronto pra escola. Como esse homem podia ser tão organizado?  Eu estava comendo um sanduíche e tinha deixado o do meu irmão na geladeira, duvido que ele vá achar, mas eu não ligo.

- Maxie, vem comer, a carona já vai sair!-

 - Eu nem me arrumei ainda! – Gritou ele lá de cima.

- Ninguém mandou dormir tarde, a gente se vê na escola-

  Meu irmão estava gastando o dinheiro que nosso pai deixou pra comida com drogas. Ele é muito zé-droguinha, e ainda por cima pensa que eu não vi aquela mulher subindo as escadas na meia noite de ontem.

 Cheguei meio cedo, então peguei um lugar na frente e na parede. A professora pediu pra eu me apresentar, logo depois de tocar sinal. Arrumei o cabelo discretamente e levantei, tentando ser o mais discreta o possível.

- Oi, meu nome é Violet Montgomery, me mudei ontem pra cá com meu irmão, que também estuda aqui, e só mais uma coisa... – Eu realmente iria falar pra ninguém ser meu amigo? Se fosse assim eu realmente ia estragar meu ano escolar.- Ah, nada não, obrigada. -

  Sentei e ri por dentro, quem seria amigo de uma garota assim? Um garoto loiro familiar me olhava perplexo, como se tivesse escutado nada do que eu disse. Mostrei a língua pra ele, e voltei a olhar pra frente. Estela, minha antiga melhor amiga que sentou ao lado dele, sussurrou alguma coisa pra ele.

- Melhor não dude, ela vai te dar um baita fora. - Ele abaixou o olhar triste, mas parecia não se incomodar com o que Estela ‘sussurrou’. Será que eles estavam namorando?

  Antes de conseguir concluir meus pensamentos a diretora entrou na sala pra começar o sermão do 1° dia.

(...)

   Quando o intervalo foi anunciado por um sinal estridente, eu vi a Estela e o carinha lá sentaram com mais meninos. Eu acabei trocando um olhar com a Estela, que abriu um sorrisinho e veio em minha direção antes de sentar.

- Deve ser meio chato sentar aqui sozinha. – Disse ela ainda sorrindo.

-  Pode ter certeza que é. – Eu me permitiria abrir um sorriso, mas deu preguiça.

- Você não mudou nada, mas aposto que está assim hoje por causa do seu irmão. -

- Eu não quero morar com ele! Me salva por favor! – Implorei, fazendo careta.

-Olha, hoje talvez não dê, mas um dia desses se muda lá pra casa! – Seu sorriso não deixava o rosto.

-Tanto faz, duvido que meu irmão deixe. – Revirei os olhos só de pensar nele.

- Que seja. Vamos voltar ao que éramos antigamente, querendo ou não. Ah, e pra nos aproximarmos novamente, quer ir na inauguração de um parque que vai ter nesse fim de semana? – Convidou Estela gentilmente.

- Parque de diversão?-

- Isso mesmo. –

- Eles vão? –  Parecia uma boa ideia. Melhor do que ficar enfiada em casa com o doce aroma de maconha.

- Sim, e lá você vai conhecer eles melhor! – Fez uma pausa e continuou. – Vem sentar com a gente, o pessoal gostou de você. -  -

- Da minha aparência aposto. Devem ser uns estrupadores. – Falei receosa. Estela deu de ombros, então continuei a falar. - Quer dizer que arranjou outra roda de amigos desde que eu estive aqui. –

-Namorado também. – Ela riu.

-Aquele loiro familiar que você estava sussurrando antes? – Perguntei.

- Cá entre nós, meu namorado é mais bonito. – Ela sussurrou o final da frase. - Mas aquele lá é o Johnson, não sei se você se lembra dele. - 

  Levantei e fui atrás, sem dizer nada, não queria levar outro fora. Nesse meio tempo meu irmão entrou no refeitório, eu já sentada o encarei com uma sombrancelha arqueada. Um garoto que estava na mesa comentou algo que me deixou incomodada.

-Ihh, JJ perdeu sua chance, ela vai pegar aquele maconheiro de merdas lá. – Risos ecoaram pela mesa após um moreno fazer uma piadinha.

- Quer que eu fique com meu próprio irmão, garoto bandana? Bom saber que acha isso dele. –

Me levantei pra voltar pro banco que agora parecia divertido em relação a esse, mas o garoto do meu lado segurou meu pulso e disse:

- Ele só estava brincando, fica ae. -

  Me surpreendi com  o pedido do menino, virei a cabeça pra ver quem era e era o loirinho que pensei ser namorado da Estela, o pedido parecia sincero então retornei para meu lugar com a mesma cara que todo mundo faz depois de levar um susto.

-Oi, eu sou Jack Gilinsky, assim como meu xará aqui. – Disse e apertou o ombro do loirinho.

- Você aí, moreno, não é o Johnson? – Perguntei e eles riram.

-Não, eu sou Jack Johnson, e antes que você pergunte, não, eu não tenho namorada. – Sorriu malicioso, acompanhado por muitos, soltando vários “hmm” repetidos, fazendo meu rosto queimar de vergonha, bem, eu estava corada, e enterrei meu rosto em minhas mãos, de um jeito fofo. Quando percebi, já estava sendo puxada em um abraço pelo tal de Jack, que quase me matou de tanto apertar.