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História World Enough and Time - Aliens of London


Escrita por: MissJoanie

Notas do Autor


Olá amores <3
Aqui estou eu de volta. Dessa vez com uma fic do maior mozão que você respeita. Pretendo postar toda semana, a não ser que a faculdade me engula. Ou até menos, vai depender das minhas crises de criatividade
Sem mais delongas, espero que gostem da história <3

Capítulo 1 - Aliens of London


Nevava

Da janela de onde estava, Millie podia ver os flocos caindo como pequenos algodões pela superfície esverdeada do lugar em que se encontrava. Os pequenos absintos sob sua janela estavam cobertos por uma fina camada de gelo, aparentemente resistentes, mas que a jovem loira sabia que derreteriam ao toque certo.

Deu um meio sorriso. Lembravam-lhe Ezarel.

Apertou mais o grande casaco azul de encontro a seu corpo. Já faziam três meses que se encontrava presa naquele lugar, sendo submetida a grandes e exaustivos interrogatórios e sendo tratada como uma espécie de ser caído da lua.

Millie suspirou. Por mais surpreendente que fosse, ansiava por voltar a Eldarya. Pelas grandes costas rochosas, praias de areia branca, florestas densas e a população mais exótica que se poderia imaginar. Aquela era a sua casa; a Terra nada mais era que uma simples lembrança, quase de uma outra vida.

Era em Eldarya que se encontrava as pessoas que ela amava.

Seus pais haviam se esquecido dela e tinha tido a dolorosa constatação disso quando caíra na Terra. Seus registros, memórias, tudo o que havia dela foi simplesmente apagado, como se ela nunca tivesse existido. Ela era literalmente um alien. Um alien terráqueo, mas ainda assim um alien. Só Eldarya lhe restava agora, e também não poderia voltar para lá.

Seu estado era desesperador. Obviamente, ninguém acreditara em sua história, muito menos conseguiram achar qualquer registro ligado a ela. Como imaginara, foi tida como louca por todos os outros humanos e agora estava ali, presa dentro das paredes de um sanatório, sendo estudada por uma dúzia de médicos intrigados com o caso da “garota misteriosa”.

Não que fosse um lugar ruim. Era um edifício grande, claro e bem ventilado, em uma fazenda exuberante. Até então os médicos a haviam tratado bem, a comida era bastante saborosa e tinham absintos sob sua janela (o que fazia com que sempre se lembrasse de Ezarel e confortasse seu coração um pouco), mas... Ela não era louca. E estava presa ali. E tinha medo de, depois de conviver tanto tempo com loucos, ficar louca de verdade.

- Não devia deixar as janelas abertas com esse tempo, Amelia. Vai acabar ficando doente.

- Dr. Scott – ela se virou para encara o simpático médico atrás de si. Pele negra, alto, forte e com olhos escuros e expressivos, o médico era um dos poucos que a tratava como um ser humano e não como uma possível ameaça a paz mundial. Ainda assim, a forma como ele a chamou fez com que uma onda de tristeza invadisse seu coração. – Não me chame de Amelia. Por favor.

Só Ezarel pode me chamar de Amelia, ela quis concluir, mas não perdeu seu tempo. Aquilo levaria a mais perguntas sobre um assunto que ninguém acreditava.

- Sinto muito, Srta. Crawford. Não pretendi perturbá-la, só achei que uma conversa menos impessoal seria melhor. Você me parece estar precisando conversar.

- Pode me chamar de Millie... Todos me chamam assim.

- Muito bem, Millie então... Você disse que todos a chamam assim. Quem seriam esses todos?

A jovem loira suspirou e fechou as janelas, voltando para o interior do ambiente aquecido. Sentando-se em sua cama, ela ofereceu a cadeira para que o médico se sentasse.

- Meus pais, meus amigos – ela dá de ombros – Sempre fui Millie para todos da minha família.

- Bom, vamos recapitular nossas interações até agora, Millie. Disse que seu nome completo é Amelia Rose Crawford

- Exato. Como o da atriz, Joan Crawford.

- Deu o nome de seus pais e das escolas e faculdade onde estudou. Verificamos e é tudo real, mas aparentemente não há nenhum registro seu por lá e nem o casal que mencionou teve qualquer filha. Inclusive, fomos até eles e eles sequer cogitaram ter filhos em todos os anos de casados.

Uma súbita tristeza abateu o semblante da jovem, e o homem pode observar uma única lágrima cair sobre as mãos cruzadas em seu colo.

- Vocês já me disseram isso... E eu já expliquei o porque

- Sim... Disse que em Eldarya, onde você afirma ter estado, lhe deram uma poção que alterou a realidade e fez com que tudo sobre você desaparecesse. Como se nunca tivesse existido.

Os olhos lilás da moça encontraram os negros do médico e não havia nenhum traço de mentira ou omissão neles. Até onde podia constatar, ela não era nenhuma mentirosa compulsiva e nem uma criminosa em potencial. Aparentemente era apenas uma menina terrivelmente solitária e triste, que era doente e criara um mundo mágico fantasioso em sua cabeça para escapar da realidade. Ou isso era o que seus anos de psiquiatria diriam.

Mas o Dr. Scott era um homem muito mais aberto ao conhecimento do que outros de sua área. Não era engessado; acreditava que – como dizia Shakespeare – existiam mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. E a segurança com que a Srta. Crawford falava deste mundo aparentemente inexistente o intrigava. Decidiu dar uma chance à garota e ouvir sua história, sem pré julgamentos ou preconceitos.

- Fale-me sobre esse Eldarya. Você o menciona bastante quando está dormindo e outros nomes também. Principalmente um tal de Ez... Ez..

- Ezarel.. – o nome lhe provocou uma angústia e dor, como se dedos gelados estivessem espremendo seu coração.

- Sim. Conte-me sobre esse Ezarel e sobre o mundo de onde diz vir.

Millie o olhou por alguns instantes, ainda em dúvida. Depois suspirou, pesarosa.

- Não vai acreditar em mim. Ninguém acredita.

- E se eu estivesse disposto a acreditar? – o médico se inclinou para frente, olhando-a nos olhos – Talvez eu não seja tão concreto quanto imagina, Millie.

A jovem ficou pensativa por um momento. Estava de fato receosa: e se usassem o que dissera para atestá-la de vez como louca e lobotomizá-la ou algo do tipo? Ou ainda dessem a ela uma medicação que a tornasse realmente louca? Percebendo a hesitação da moça, o homem tranquilizou-a:

- Não se preocupe. Tudo que você disser estará apenas entre nós dois. Encare isto como uma consulta: imagino que saiba que tudo o que é dito em consulta a ética médica manda que jamais poderei revelar, não é mesmo?

Millie balançou a cabeça afirmativamente.

- Pois então. Sei que você está se sentindo sozinha, desamparada e precisando conversar. Eu, de minha parte, quero de fato entender o mistério presente em uma garota que não existe em parte alguma do mundo. Me conte sua história. Conte-me sobre o mundo que fala em seus sonhos e as pessoas que lá existem.

A loira fitou a janela. Os absintos que lá estavam brilhavam sob a fraca luz refletida no gelo que os revestia. Colocando os longos cabelos loiros para atrás das orelhas, Millie se acomodou melhor na cama, as íris cor de lavanda voltadas para o médico.

- Muito bem. Vou te contar a minha história, desde quando fui parar em Eldarya até os dias de hoje. Espero que esteja com paciência e tempo o bastante, doutor. É uma longa história.


Notas Finais


Já comecei na sofrência, né non? Me digam: o que acharam? Gostaram da Millie? Querem bater nos médicos dela?


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