História World Of The Dead - I Hate You

— Você acha que essa cura é verdade? – perguntei ao Rick  quando voltávamos para a Igreja.

— Temos que ter Esperança.

Depois do acidente na loja, que conseguimos escapar por um fio, pegamos todos os alimentos e estávamos voltando para a Igreja, o que me deixava intrigada era sobre essa tal cura que Eugene e Abraham comentaram. Passamos todos esses anos sobrevivendo, perdendo pessoas que amamos, para no fim, encontrarmos um cara que simplesmente sabia de uma cura? Isso não entrava em minha cabeça.

Quando chegamos à igreja, Carl veio ate eu e Rick, sorrindo,  parecia que estávamos em um tempo bom, fazia tempos que não passávamos um tempo assim, se sentindo um pouco seguros.

— Como foi? Encontraram bastante coisa?

— O bastante para semanas – disse animada – mas não tem chocolate dessa vez.

— Tudo bem, Daryl e Carol foram atrás de água. – avisou dando um pequeno sorriso para mim e foi ajudar a carregar os alimentos.

Com essa noticia, pude perceber que eu e Daryl realmente não temos mais nada, tudo que passamos não  se passou de uma dupla de sobrevivência. Respirei fundo e segui meu caminho ajudando Michonne com algumas coisas.

Por termos conseguido bastante comida, foi uma noite de comemoração, onde tínhamos uma grande refeição, direito a vinho e algumas cervejas que encontramos. Era para ser uma noite feliz, mas meus pensamentos iam ao Daryl, que acabará de volta junto com Carol.

Estava sentada ao lado de Rick que estava com a Judith, sorria e ria o vendo brincando com ela, eles eram uma linda família e o Rick um grande pai, Carl deveria ter muito orgulho dele, pois eu tenho.

— Quero fazer um brinde, por cada um de nós que esta aqui hoje e para aqueles que se foram, quero brindar a essa minha família e aqueles já fizeram parte. Um brinde aos Sobreviventes. – Rick deu seu pequeno discurso e levantou seu copo de vinho.

— Saúde. – dissemos todos juntos.

— Queria aproveitar esse momento. – Abraham chama nossa atenção. – para chamar você, Rick, e aos outros para nos acompanhar em nossa jornada ate Washington, você aceita?

— Aceito. – disse animado, fazendo que todos comemorassem.

E nesse momento, nesse exato momento, eu me senti da família, mesmo estando longe do Daryl, eu me sinto parte de tudo isso, como se agora eles realmente me aceitassem, tudo que fiz foi provar a eles que irei lutar por cada pessoa daquele grupo, que irei defender cada um dali, mesmo que pareça impossível, eu tentarei.

Olhava em volta e me sentia bem, todos estavam felizes depois de dias, semanas e meses, todos estavam se sentindo bem naquela noite, talvez por estarmos todos juntos, um ajudando o outro, agora eu entendo o porquê o Rick lutar tanto por essas pessoas. Sem elas não seriamos ninguém, não conseguiríamos ir tão longe como fomos. E se eu tivesse ido embora, teria me arrependido.

Sasha veio correndo ate a gente, seu rosto era de puro desespero, seu rosto estava pálido, e parecia suar frio.

— Bob sumiu! – falou em desespero.

— Como assim? – Me levantei indo ate ela.

— Ele saiu para tomar um ar e sumiu.

— Vamos atrás dele, não se preocupe. – Rick disse por sua vez.

Separamos-nos e começamos a andar pela floresta atrás do Bob, essa noite estava muito boa para não acontecer algum problema.

Andava ao lado da Sasha, via em seu rosto o seu medo e desespero, ficaria me imaginando daquela forma com o Daryl, seria tão assustador em saber que alguém que me importo muito tenha sumido, mesmo sabendo que Daryl sabia se cuidar muito bem.

— Tem certeza que ele não foi para algum lugar? – perguntei para mesma.

— Eu tenho tudo bem? Não estou louca! – se exaltou.

— Relaxa tá? – a abracei. – vamos encontra-ló. 

Continuamos a andar por algumas horas, mas a escuridão da noite não nos permitia enxergar nada e estava ficando perigoso ficar andando por ai sem rumo, então Rick  mandou que a gente voltasse para Igreja e pela manhã continuaremos pela procura.

Voltando para igreja, passei ao lado do Daryl trocamos o olhar, mas nada aconteceu, ao entrar no local, me isolei em um canto, me sentei no chão encostando minha cabeça na parede  olhando para o teto, eu sentia falta de conversar com ele, escutar ele reclamando ou me chamando de ruivinha.

Ao me levantar, vejo que Daryl e Carol saíram o que me deixou com raiva, por saber que estava chorando por alguém que não merecia nenhuma lágrima minha. Por raiva, peguei meu facão e sai da igreja indo dar uma volta.

Fiquei por algumas horas dentro da floresta e encontrei seis zumbis, o que serviu para tirar toda a minha raiva do meu corpo, quando estava chegando à igreja, sinto braços ao redor da minha cintura, logo em seguida mãos em minha boca me impedindo que eu gritasse.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas queria que acabaçasse antes mesmo de começar, ninguém tinha me visto sair, então não saberiam onde eu tinha ido, o que quer dizer que morrerei e ninguém saberão.

— O que esta fazendo aqui fora essas horas?

Quando escutei a voz, eu não sabia o que fazer se chorava se esperneava ou se escapasse de seus braços para matá-lo, mas sabia que era para estar agradecida por ser ele.

— Daryl... oh meu deus, eu... – me virei para poder ver seu rosto.

— Responda!

— O que? Você quase me mata de susto, pensei que estava sendo sequestrada e que estava na beira da morte e você fala assim comigo? Vai se foder, seu cretino. – o empurrei, mas o mesmo me puxou pelo braço.

— Carol foi sequestrada enquanto estávamos atrás do Bob, às mesmas pessoas que pegou ela, pegaram a Beth, então o que está fazendo aqui há essas horas? – falou sem paciência e com a sua voz rouca que me dava medo.

— Apenas vim tomar um ar.

— Não quero você andando sozinha por ai.

— Três dias sem se falar e é isso que você me diz?

— Apenas faça o que eu disse.

— Vai se foder, Daryl. – o empurrei. – eu te odeio seu filho da puta. – o empurrei mais uma vez deixando lágrimas escorrer pelo meu rosto. Sai dali limpando minhas lágrimas e me odiando por ter chorando por ele.

“Um adeus surdo que abre um buraco dentro de mim, um adeus desanimado que ecoa por entre as paredes desse abismo que se abriu por aqui, um adeus amargo que não da pra engolir, um adeus a uma história inacabada que me deixou mais marcas que estrelas no céu, umas que brilham e outras que insistem em sangrar quando me esqueço de me despedir, um adeus torto e sem vontade, de mim pra mim mesma e talvez por isso mesmo seja mais intragável, um adeus pra dentro, pra tirar de mim essa vontade de te abraçar no espaço, um adeus de alguém que insiste em não insistir, um adeus desesperado que precisa partir. E mesmo repetindo todo dia adeus a essa lembrança, a esse lirismo, a mim, todas as memórias insistem em passarem pela minha vida, ainda vejo as lembranças da série, ainda uso desse lirismo confuso, ainda sinto isso dentro de mim. No fim, ainda existem duas partes em mim, uma diz adeus e a outra insiste que vocês voltem de alguma maneira para mim. Eu tinha prometido a mim mesma que não choraria por vocês, toda vez que sentisse vontade iria sorrir e segurar o choro e não é orgulho da minha parte, é que eu aprendi que vocês nunca realmente se foram. Mas, hoje eu não consegui segurar essa minha lágrima, de inicio achei que seria apenas uma lágrima solitária, mas então eu comecei a chorar e sabe aquele choro de soluçar, aquelas lágrimas que estava prendendo desde que vocês se foram. Não, eu não entendo o porquê vocês se tornaram tão importante assim pra mim, como vocês conseguiram fazer com que eu me apaixonasse tão rápido? Esta doendo muito. Eu sei que imaginei mais do que deveria, que me apeguei muito, mas acreditei realmente que duraria para sempre e eu sei que esse foi o meu maior erro. Agora realmente acredito que essa fase passou, percebi que acabou. Só digo uma coisa, vocês sempre iram estar em minha memória e todo esse tempo na série, foram um dos melhores personagens e atores, foi uma das piores perdas que tivemos, e espero de alguma forma, que vocês sejam lembrados. Como. Grandes atores de Glenn e Abraham, meu eternos sobreviventes.” – Giovanna Rosa (fuckzbiebZumbie)