História World Of The Dead - Three Questions

Carregava minha bolsa enquanto andava mais rápido, ficando mais próxima da prisão, tinha um grupo no grande pátio do lado de fora, eu não estava me sentindo bem. Estava andando praticamente me rastejando por não ter mais forças, então eles viram minha presença. Mas não foram os únicos. Os zumbis também me viram.

Peguei meu facão, arranquei a cabeça de um deles, os outros iam se aproximando, eu já não tinha mais forças para ficar lutando, eu não tinha mais força para nada. Então eu apaguei.

Escutava vozes ao meu redor. Pareciam irritados e confusos. Tentava abrir meus olhos, mas se parecia uma coisa impossível; Eles estavam preocupados, estavam preocupados se eu fosse alguma ameaça, ou se iria ferir algum deles assim que eu levantasse. Mal sabem eles que não tenho forças nem para respirar.

Consegui abrir meus olhos e vi que era um homem, tinha cabelos curtos com alguns fios brancos, sua barba está por fazer, ao seu lado tinha um garoto, tinha por volta dos seus 11/12 anos. Céus estava difícil respirar, estava ofegante. O tal homem me estendeu uma garrafa de água, peguei às pressas a bebendo rapidamente.

— Parece que alguém está com sede. - não o respondi apenas aproveitei o gosto maravilhoso da água em minha boca.

— Quem é você? - o garoto disse apontando a arma para minha cabeça.

— Tem como tirar essa arma da minha cara? - olhei para ele o odiando por aquele ato.

— Parece que encontramos uma Dixon perdida- o homem disse rindo e olhando para o garoto- Carl baixe a arma. Você está bem? E poderia dizer quem é você? - disse me olhando.

— Rick! Que diabos que é ela? - outro cara no qual tinha cabelos um pouco maior que do tal Rick, era mais forte que o mesmo disse saindo de um bloco de celas.

— Pode dizer quem é você? - Rick parecia o líder do grupo e talvez o mais calmo. Respirei fundo olhando para ele.

— Sou Chloe! 

O homem no qual eu ainda não sabia o seu nome chamou Rick pelo o canto e disse algo a ele. O mesmo pegou minha arma e meu facão, me levantei pronta para lutar contra a mesmo, mas fui impedida.

— Fique calma, cuidaremos de você, está salva aqui. 

Deu meia volta e entrou no bloco de celas junto ao outro. O garoto, no qual se chamava Carl, se aproximou com uma garrafa de água e uma tigela.

— Toma irá ficar melhor. 

Peguei de suas mãos e comi rapidamente, como senti falta disso. Ele ficava apenas me observando junto a uma moça.

— Eu sou Carl, essa é a Carol, aquele que te ajudou é meu pai, Rick, e o outro Daryl, o Dixon que o meu pai mencionou antes. Onde está o resto do seu grupo? – disse todo curioso, mas seu rosto era tão rígido quanto do seu pai.

— Mortos. - disse sem querer puxar assunto.

— Sinto muito.

Depois quando Rick voltou, ele me mostrou um local onde poderia tomar um banho e fazer minha higiene. 

Ao abrir o chuveiro, quase chorei de emoção, a água fria caia sob minha cabeça e meus ombros, fazendo relaxar todos os meus músculos. Fazia tempo que não sentia essa sensação.

Fechei meus olhos aproveitando a cada momento que tinha naquele banho, vi que tinha shampoo e condicionador, lavei meus grandes cabelos ruivos, que fazia a tanto tempo que não tinham cuidados, nem brilho.  Como se hoje em dia fosse algo importante.

Desliguei o chuveiro, me sequei e ao sair encontrei uma muda de roupas, era uma calça preta e uma regata, os vesti, coloquei minhas velhas botas. Sai de lá indo para o lugar onde eles estavam. 

— Obrigada pelas roupas...

— Maggie - sorriu 

— Obrigada, Maggie. 

— Vem, vamos acender uma fogueira.

— Fogueira? Isso não irar chamar atenção dos zumbis? - falei preocupada

— Está tudo bem, está salva conosco. 

A segui até um dos pátios de fora, onde se encontrava a fogueira, eles estavam em uma roda, falavam todos juntos e riam, como se o mundo não estivesse acabando. Nos braços de uma garota havia um bebê, eles eram uma grande família e parecia que não foram atacados por nenhum zumbi. 

Mas um deles não estava como os outros, Daryl estava calado e um pouco distante, segurando um tipo de arco-flecha, nossos olhares se encontrou e logo ele virou seu rosto. 

Sentei-me do lado de Beth e Carl, pareciam os mais novos do grupo, aquilo realmente era um lar para eles.

— Chloe? 

— Sim?! - olhei para Rick 

— Podemos conversar? - assenti o seguido um pouco longe das pessoas.

— Bom, como pode ver aqui é um lar para nós, lutamos por esse espaço, essas pessoas – disse apontando para o grupo – Elas são a minha família! Se quiser poderá ficar, mas saiba, eu sou o líder e aqui não é uma democracia.

— Não preciso da sua piedade!

— Não se trata de piedade, sim de sobrevivência! Mas isso fica por sua escolha, se quiser ir embora darei alimentação, água para uma semana e se quiser um carro. Porem se escolher ficar, fará parte disso tudo.

— E o que preciso fazer para ficar?

— Apenas me responder três perguntas.

— Quais? – disse disposta a pensar em ficar.

— Já matou alguém? Quantos mataram? Por que os matou?

O que aconteceu comigo? Eu não sei, flashback de todos os meses veio em minha cabeça, não foi fácil sobreviver e não tem como você sobreviver sem matar. Eu tinha medo de respondê-lo, tinha medo do que ele faria se não gostasse do que responderia. Não aguentaria mais viver vagando por ai.

Seu amigo Daryl vinha se aproximando de nós, parecia que já sabia o que estava acontecendo. Também percebi que ele era o braço direito de Rick, os dois mandavam no grupo.

— Fez as perguntas a ela? – Daryl disse o olhando depois direcionando seu olhar a mim.

— Apenas esperando suas respostas.

— Não se preocupe, sabemos que nessa vida ou você mata ou morre... Ou morre e mata- Daryl disse e se preparava a sair.

— Eu já matei muitas pessoas e zumbis, tantos que já perdia a conta. Os matei para proteger a mim e ao meu irmão. O que pode se percebe não deu certo. – falei baixo, como se estivesse contando um segredo. Percebo o olhar de Dixon sob meus ombros. Rick me olhava atento e parecia pensar no que tinha acabado de dizer.

— Sinto muito.

— Todos sofreram perdas, não é mesmo? – digo com um pequeno sorriso nos lábios.

— Vá descansar, amanha ajudara o Daryl na cidade.

 Naquele momento soube que não estaria mais sozinha, não naquele momento, talvez não durasse por muito tempo, mas quem sabe, eu pudesse virar parte da família? Não sou diferente deles. Ainda sou uma sobrevivente. Ainda sou uma mulher com medo e assustada.